Inverno. escrita por AmandaMelo
Estava descansando até que batem em minha porta, pelo cheiro reconheci que era Sophia. Seu coração batia mais acelerado do que o de um humano nervoso. Resolvi ignorar. Quem disse que funcionaria?
- Mãe é importante.
Dessisti e me levantei abrindo a porta de madeira com detalhes de folhas em prata benta que ardia e minhas mãos. Ela entrou totalmente apavorada me abraçando.
- Que foi meu bebê?
- Mãe você tem um recado. – Revirei os olhos. Mais um idiota querendo me conhecer pessoalmente.
- De quem?
Falei sem animo. Aro sempre gostava de exibir eu e Sophia para seus amigos, como se fossemos a melhor tecnologia que existe no Planeta Terra.
- É melhor você mesma descobrir.
Sophia me puxou e saímos correndo em nossa velocidade sobrenatural até chegar ao salão de visitas, ou como prefiro chamar para mim mesma “Sala de julgamentos, chatices e assassinatos” tive que pedir pelo amor de Deus que não matassem nenhum humano na minha frente se não eu retalharia e queimaria o responsável.
Uma mulher chamou minha atenção. Sua pele parda clara, seus olhos eram azuis, seus cabelos eram um ruivo alaranjado, ondulados e compridos até o começo de sua cintura. Ela me olhava assustada.
- Querida ela foi induzida e disse que o que tem a falar só dirá a você.
Aro disse com seu sorriso cínico de sempre e Marcus me olhou com uma cara de “Tenha paciência” Me virei para menina e disse calmamente.
- Quase seu nome? - Ela me olhou com um sorriso no rosto. – Está tudo bem. Diga-me seu nome?
- Patricia.
- Patricia? Seu nome é lindo. – Disse sorrindo tentando melhorar o nervosismo dela. – Ouvi dizer que tem algo a me entregar. É verdade?
Ela começou a chorar desesperada. Tirou um papel dobrado do bolso e me entregou pelo tipo de papel percebi que era uma foto, fui abrir e ela segurou minhas mãos.
- Por favor... Mate-me. – Ele disse mais desesperadamente. - Não quero ser um monstro.
- Por que seria? Você é linda.
Até que meus olhos caíram para seu pulso que continha uma pulseira. Minhas lágrimas caíram rapidamente sujando a chão branco de mármore.
A tristeza tomou meu corpo e quase cai. Teria me espatifado no chão se Marcus e Aro não tivessem me segurado.
- On - on - onde você conseguiu essa pulseira? – Perguntei gaguejando e ainda chorando.
Patricia começou a sorrir emocionadamente.
- Ele me deu. Disse para entrega – lá... – De repente seu rosto transpareceu raiva e seu coração bateu mais forte que um cavalo de corrida. – Ele ainda te ama e você o odeia. Como você pode fazer isso?
Ela caiu no chão e começou a tremer e gritar. Alec surgiu com um isqueiro e um galão de gasolina e tentou queima-l a em vão.
- Não. Levam-na ao meu quarto junto com bolsas de sangue. – Gritei o mais alto que pude.
Tentei me recompor mais minhas lágrimas não deixavam.
Marcus me acompanhou até meu quarto. Deu um beijo em minha testa e começou a falar.
- Você sabe o que penso sobre tudo o que aconteceu. – Disse compreensivo como sempre. – Dê um tempo a si mesmo.
Minhas lágrimas que agora desciam devagar sujaram suas mãos enquanto ele as limpava de meu rosto.
- Têm certeza que quer fazer isso? - Ele me olhou sério.
- Tenho... É melhor saber o que ele quer de verdade.
- O que ele quer de verdade é vocês duas. – Engoli a seco. Marcus nunca disse algo parecido. – Tem certeza que tudo isso não foi um mal entendido?
- Marcus Volturi dando uma de bonzinho?
- Só pense bem em o que está fazendo? – Assenti - Não se esqueça que sou seu criador e mereço seu respeito.
- Tudo bem... Vou ver o problema. – Disse mais calma mais ainda com o papel dobrado e minha mão direita.
Abri a porta e vi a menina deitada na minha cama tremendo fracamente e calada, Sophia estava sentada na poltrona em que uso para ler.
- Papai a transformou... Pensei que ele não gostasse de ter criações. – Ela disse se virando mim. – Qual será a loucura que ele está aprontando dessa vez?
Sentei-me na cadeira que ficava em frente do espelho e da prateleira que usava para colocar minhas jóias que ficavam espalhadas.
Abri a foto e minhas lágrimas começaram a cair novamente. Estava eu, ele e Sophia sentados no sofá, cada um com um pedaço de bolo do meu aniversário de 17 anos. Nesse exato momento eu não ouvia nada, só minha tristeza e o barulho dos meus soluços fracos e os de nossa filha.
Um braço branco acinzentado apareceu na minha frente segurando pulseira de ouro branco com detalhes de flores brancas de diamantes e suas folhas de esmeralda. A peguei e paralisei...
- Ele está esperando vocês voltarem. – Reconheci a voz de Patricia. Virei-me para encara - lá. – Ele me criou. Sei de tudo o que aconteceu. – Ela se aproximou mais de mim e disse calmamente. – Seu lugar e conosco... Você sempre será da nossa espécie.
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