Perdi Minha Cabeça? escrita por kagome girl


Capítulo 9
Caixas e Mais Caixas


Notas iniciais do capítulo

- Tá, mas e daí? Você vai obrigar Pam a ficar em casa e ser uma mãe responsável? - Não, não sou milagreiro. Eu não estou pensando na Pam, estou pensando em você. Acha que ela se importaria se você fosse morar comigo?



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1 semana depois:

Estava colocando tudo dentro de caixas com a ajuda da Carly, que tinha voltado de sua viagem. Olhei em volta do apartamento pequeno, os móveis ainda estavam lá, afinal minha mãe continuaria “vivendo” lá (isso quando ela aparecesse). Só espero que ela pague as contas e não fique dependendo dos nossos tios que batem carteira, se isso acontecer com certeza ela será despejada.

- Sam, onde eu coloco isso?

Olhei pra Carly. Ela tinha minha blusa na mão, uma rosa com um desenho feminino. Fazia muito tempo que não usava ela, foi a mesma que usei na escada de incêndio.

- No lixo, se quiser.

Desvio meu olhar da blusa, sinto ódio apenas em olhar pra essa roupa. Fui burra em não ter dado permissão quando o Will pediu. Eu tentei dizer pra mim mesma que aquilo nunca aconteceu, que o Benson nunca diria algo assim pra mim, mas não funcionou. O grito furioso dele ainda está gravado na minha cabeça, junto com o seu olhar.

Ouvi a Carly suspirar e vejo ela se sentar no sofá, vou lá e sento do lado dela.

- Não é assim não, Shay! Ainda tem muita coisa pra arrumar, viu?

- Cansei! – Ela apoiou a cabeça no meu ombro, fechando os olhos em seguida – Porque não pode ser que nem no the sims? É só a gente arrastar os objetos e pronto!

- Pois é, ajudaria muito...

Ela abriu os olhos e tirou a cabeça do meu ombro, me encarando.

- Me explica de novo porque você vai se mudar?

- Já disse, é perigoso pra mim continuar morando aqui depois do que aconteceu.

- E não vai ser perigoso morar pra você com um gato feito o Will, né?

Ela riu maliciosa, eu ri também, mas sei que nunca aconteceria nada entre o Will e eu. Ele só me vê como uma irmã menor, e pra mim é impossível ver ele do mesmo jeito que eu vejo... Sei lá, o Orlando Bloom.

Flashback

- Tá, mas e daí? Você vai obrigar Pam a ficar em casa e ser uma mãe responsável?

- Não, não sou milagreiro. Eu não estou pensando na Pam, estou pensando em você. Acha que ela se importaria se você fosse morar comigo?

Eu olhei pra ele em choque por alguns segundos. Morar com o Will? Isso é sério? É claro que ele devia estar brincando.

- Muito boa, Will!

Comecei a rir, mas ele continuou sério.

- Peraí, você não tá brincando?

Ele balançou a cabeça negativamente.

- Porque estaria?

- Porque, isso...isso é loucura! Eu não posso morar com você!

- O que te impede? Pense bem, Samantha: E se aqueles homens voltarem e eu não estiver aqui dessa vez? O que você vai fazer? Pior, o que vai acontecer com você?

Penso um pouco, mas mesmo assim não consigo me imaginar morando com o Will. Mas tenho que admitir, continuar morando nesse apartamento quase sozinha é perigoso. Suspiro admitindo que fui vencida.

- E onde eu vou dormir?

Will abre um sorriso vitorioso mostrando todos os seus dentes.

Fim do flashback

Ouço o celular da Carly tocar e uma música do Cuddle Fish começa.

- Quem é, Carlotta?

Ela olha no visor

- É o Spencer.

Ela se levanta e atende o celular.

- Alô? O quê? Não Spencer, você não pode comprar cheirinho de praia lá pra casa! Porque? Porque é estranho morar em um lugar com cheiro de praia quando ele fica em Seattle!

Eu olho pro teto. O que o Freddie vai fazer quando souber que eu vou morar com o Will? Ele já ficou todo ciumento quando viu que eu tava no parque com ele e aquilo não foi nada demais. Arg, o parque. Se eu pudesse simplesmente apagar aquele dia da minha memória. Se bem que esse não seria o único.

- O Spencer perguntou quando a gente vai voltar.

Dou um pulo no sofá escutando a voz da minha amiga.

- Caramba, Carly! Quer me matar do coração, menina?

- Ué, não é minha culpa se você tava toda pensativa aí.

- Tá, ta bom...

- Então, de que horas a gente volta?

Olho em volta e vejo milhares de caixas. Não sabia que tinha tanta tranqueira até essa mudança.

- Acho que podemos ir, a gente continua depois.

- Ótimo, não aguentava mais ver caixa!

Eu rolo os olhos e sorrio. Carly pega o casaco e as chaves da minha casa. Que infelizmente não vai ser minha por mais tempo. Chegamos no Bushwell depois de uns 30 minutos, eu e a Carly concordamos que eu iria dormir na casa dela até encaixotar tudo. Estamos no corredor e comentando qual cor é melhor: Cinza ou preto. Eu estou do lado do preto.

- Mas o preto é uma evolução do cinza, é como se o cinza fosse a pré-evolução do preto se eles fossem pokemóns.

- É, mas o cinza é que nem o filho do preto, isso é meio fofo.

Eu sorrio pensando nisso, então o preto e o branco tiveram um filho? Como é que o preto e o branco se entenderam se são opostos? O branco é a junção de todas as cores e o preto é a ausência de cor.

De repente a porta do lado da Carly se abre revelando um moreno. A última pessoa que eu queria ver. Ele está usando uma camisa preta, ironicamente. Quando foi que ele passou a ficar tão bem de preto? Nada disso! Estou com raiva dele, raiva!

- Oi Carly, ouvi sua voz lá de den...

De repente ele percebe que estou com a Carly e os olhos deles encontram os meus. Eles parecem estar cheios de arrependimentos e culpa. Olho pra Carly tentando evitar o olhar dele.

- Então, a gente vai entrar ou não?

- Calma, Sam! Não vai falar oi pro Freddie?

Olho pra ele e solto um oi da maneira mais seca que consigo. Ele não responde meu oi com um outro “olá”, ou um “boa noite”. Ao invés disso ele olha pra mim triste e envergonhado.

- Sam, me desculpa...

- Nem comece, Benson!

- Desculpe pelo o quê? O que aconteceu com vocês dois?

- Nada, Carlotta! Vamos entrar logo!

- Ai, Sam! Nada disso, vocês vão ficar ai e se acertar! Amanhã você me conta como foi!

- Amanhã? Onde eu vou dormir?

Ela fecha a porta na minha cara com força. Poxa, Carly, Valeu mesmo. Eu fico encarando a porta, me recuso a olhar pra ele.

- Sam, eu não acho que você é... Aquilo que eu disse.

- Então porque disse?!

Eu grito quando olho pra ele, só de olhar pra aquela cara idiota eu já sinto raiva.

- Eu tava com raiva, Sam! Raiva não, eu...

Vejo a boca dele se mexer e ele encara o chão. O som de qualquer resposta dele é baixa demais pra eu ouvir.

- O quê?

Ele levanta o rosto me encarando. Eu consigo ver o quanto ele está envergonhado, por isso tento controlar os cantos dos meus lábios que insistem em formar um sorriso com essa visão. De repente não sinto mais tanta raiva dele.

- Eu não estava com raiva. Estava com ciúmes.

Eu não me importo mais em controlar meus lábios e solto um sorriso. Ele cora e volta a olhar o chão. Ele é tão adorável assim, nem sei como pude ficar com raiva dele.

- Então você admite, Benson?

- Uhum.

Ele fica completamente vermelho. Eu dou de ombros contente e digo pra ele parar de encarar o chão.

- Você está desculpado. Mas se fizer outra burrada como aquela...!

- Você vai quebrar minha perna em uns oito partes?

- Mais ou menos isso. Mas é bom que a gente tenha feito as pazes.

- Porque?

- Porque assim eu posso brigar de novo com você, oras!

Ele e eu rimos.

- Mas não, não é por isso. É que eu preciso de um lugar pra dormir e nem a pau que eu vou voltar pra minha casa andando!

- Já que você está se convidando pode entrar, Puckett.

Freddie entrou na casa dele deixando a porta aberta pra eu entrar também, eu fechei a porta e olhei pra cima. A casa dele estava cheia de quadros, a maioria de lugares distantes e umas fotografias de família.

- Sua casa até que é bem legal, Benson.

Andei um pouco até que esbarrei em algo.

- Ei!

Mas quando olhei pra frente vi algo que não queria ter visto. Esbarrei no Freddie, é claro. Mas não era isso que me assustava.

- Fredduardo Benson! Porque trouxe essa garota-problema pra nossa casa?!


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Pra todas as leitoras que reclamaram do Will, pelo menos agora o Freddie e a Sam estão de bem. Só vamos esperar que Narissa não estrague tudo!