Look How They Shine For You escrita por HelenaGrazyelle


Capítulo 6
Conselhos de Irmão


Notas iniciais do capítulo

Boooa Leitura (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/145593/chapter/6

POV Lucas

– Lucas cê tá bem cara?

 A voz do Rafa ecoava pelo quarto e aumentava a cada 2 segundos de insistência. Resolvi me levantar. Minha cabeça começou a lateja e tive uma enorme vontade de vomitar. Fui até a porta, tropeçando e tateando para não cair, destravei a porta e ele entrou feito um foguete no meu quarto. Sentei-me na cama, minha cabeça doía muito.

– Fala Rafael. – Eu disse sem encará-lo. Estava muito zonzo para isso.

– O que aconteceu? Você andou bebendo? – Os olhos dele percorriam todo o meu quarto enquanto falava.

– Sai do meu quarto moleque! – Falei num tom bravo, mas não muito alto. Evitei ser arrogante com ele, afinal que culpa ele tinha?

– O que é isso? – Ele ergueu meu travesseiro, onde uma mancha vermelha se destacava na fronha branca.

– Sangue. – falei num tom tentando parecer normal. Não olhei para o Rafa. Tinha medo de sua reação. – Agora sai do meu quarto, por favor.

Empurrei-o para fora do quarto sem dar tempo para mais uma de suas perguntas e tranquei a porta. Ele continuou me chamando, resolvi vencê-lo pelo cansaço. Minha cabeça começou a rodar mais rápido, e minha visou ficou cada vez mais turva. Resolvi tomar um banho, fui até o banheiro aos tropeções, entrei debaixo do chuveiro com roupa mesmo e liguei. Estremeci ao primeiro contato com a água gelada.

– Que sono, to parecendo chapado. – Falei para mim mesmo.

Esfreguei minhas pálpebras na tentativa de acordar e voltar a ver normalmente, em vão. A vontade de vomitar aumentou e não consegui segurar. Vomitei ali mesmo. “Puta que pariu, que merda é essa?” Pensei comigo mesmo. O que tá acontecendo comigo? Limpei o banheiro e continuei um bom tempo em baixo do chuveiro. Quando já estava vendo melhor desliguei desci todo molhado. Fui para a sala e me sentei ao lado do Rafa que estava jogando vídeo game, FIFA 2008 no Play 3.

– O que é isso cara? – ele me olhou assustado e eu ri.

– Tomei banho uai, tava com uma ressaca. – Falei pegando o outro controle, Rafael continuou me olhando mas pareceu entender.  – Eu vou te dar uma pisa moleque, tu vai ver.

– Haha, até parece Lucas, tu é o maior perna de pau. – Ele disse me dando um leve empurrão.

– Vamos deixar de falar não é mesmo? Sou a Argentina. – Retruquei em minha defesa.

– Hum, blza então! Eu sou o Brasil, tu vai sofrer cara.

Nós rimos e começamos a jogar, enquanto jogava eu pensava no quanto que meu irmão era importante pra mim, mesmo sendo tão idiota às vezes, mas quem não é? Ele é meu companheiro e meu melhor amigo, por ser mais velho me sinto no dever de cuidar dele. Será que vou conseguir isso? Ficamos jogando durante uns quarenta minutos quando a campainha tocou, o Rafa tava ganhando de lavada de mim, nunca fui bom em jogos eletrônicos mesmo, então resolvi ir abrir a porta.

– Deixa que eu abro, Rafa. – Falei já me levantando

– A desculpa porque está perdendo! – Ele falou num tom zombeteiro mas engraçado.

Fui em direção à porta, quando abri uma garota estava sorrindo. Ela tinha uns 14 anos, o cabelo meio ondulado, seus olhos não eram verdes, mas prendiam o meu olhar. Fitei-a por uns longos segundos, ela me olhou meio que desconfiada, mas ainda assim sorria um sorriso meigo. Me vi obrigado a corresponder seu sorriso.

– O Rafael está? – Ela finalmente falou algo rompendo o silêncio.

– Humm, tá sim, ele está na sala. Entra aí que vou chamar ok? – Afastei um pouco para ela entrar.

– Tudo bem. – Ela passou por mim, onde nossos ombros esbarraram um no outro, o pé dela tropeçou no meu e então a segurei.

– Opa, cuidado. – Sorri, mas ela deu um pulo. Olhei sem entender.

– Meu Deus, você está pegando fogo menino. – Ela me olhava assustada. E então o Rafa apareceu.

– Hei Lucas, cê demorou demais mano, eu resetei o jogo e... – O Rafa então notou que agente tinha visita, uma bem gata por sinal. – Hum, oi Carol.

– Oi Rafa. Vamos? – Ela sorriu para ele e então percebi que rolava alguma coisa a mais.

– Vamos sim. – Ele respondeu todo bobão. A garotam que eu descobri que se chama Carol foi saindo.

– AAH, tchau Lucas, não é? Sem querer me meter, mas acho melhor você procurar um médico. – Ela piscou e saiu.

– Hei cara, que história é essa de médico. – O Rafael me perguntou já na porta.

– Besteira, grila com isso não. Mas que vacilo Rafa, num encontro a menina que vem na tua casa, deixa de ser idiota. – Eu ri zombando da cara dele.

– Mas, foi ela quem... – O empurrei porta a fora sem deixá-lo terminar. Ri comigo mesmo, esse guri ainda tem muito que aprender.

Resolvi ir na cozinha comer alguma coisa, peguei uma pizza na geladeira e coloquei no microondas. Enquanto isso pensei no que a garota disse, será que devo mesmo procurar um médico? Será que essa merda voltou? Disseram que eu tinha ficado bom. E então o microondas apitou interrompendo meus pensamentos. Peguei a pizza, uma lata de sprite e subi para o meu quarto, resolvi preparar o material para a palestra enquanto comia.

Depois de umas horas imprimi os panfletos e outros bagulhinhos, ri ao me lembrar das garotas dando em cima de mim, um bando de pirralhas assanhadas. Aposto que se vissem o Justin Bieber sairiam correndo feito loucas atrás dele. Me deitei na cama e fiquei pensando no que fazer, as aulas na faculdade já já iriam recomeçar e eu não tinha feito nada de extraordinário.

Olhei para os lados e vi meu violão, sorri vitorioso por ter algo bom para fazer. Me levante e peguei a única garota de quem eu realmente tinha ciúmes, minha Roxi. Muitas pessoas tiraram onda comigo por causa disso, mas qual é? Eu tinha 9 anos quando ganhei, e não vejo problema nisso, pelo menos ela produz notas lindas, não fala merda e não me vigia. Pra quê vou querer uma namorada? Ficar um ou dois dias é bem melhor que não precisa nem lembrar o nome. Desci apara a sala, me sentei no sofá e comecei a treinar. Nem vi as horas passando, muito menos quando o Rafael chegou.

– Diga ê lek. – Ele empurrou minha cabeça e sentou do meu lado. Encarei-o.

– Como foi o encontro? – Continuei tocando, sem demonstrar interesse, mesmo estando morrendo de vontade de saber o que esse cagão fez.

– Não foi um encontro cara, ela é nova na cidade e me pediu pra mostrar onde fica uma livraria e outros cantos aí. – Olhei para ele incrédulo.

– Porra Rafael, se uma garota te pede isso é porque ela está afim de tu idiota. – Ri zombando dele.

– Claro que não Lucas, ela só...

– Fica calado pow, vê só. Ela podia ter pedido pra uma menina mostrar a ela, ou outro menino da sala, mas ela te chamou, e eu vi como a Carol olhava você. Também aposto como ela percebeu que você tá caidinho por ela.

– Hum, faz sentido. – Nós rimos. – Tudo que você fala faz sentido, que merda Lucas, cê é o que? Vidente ou algo do tipo?

– Não né, eu só tenho atitude, e medo algum de levar um toco. E outra coisa cara, não menos importante, saber tocar violão. Elas gamam nisso. – Falei entregando o violão para ele. – Quer que eu te ensine?

– Claro Lucas, vlw cara, cê é o melhor irmão do mundo. – Eu ri com o elogio.

– Sem melações blza moleque? – Ele riu e balançou a cabeça em sinal de afirmação.

Passei o resto da tarde ensinando o Rafa a tocar violão, ele até que aprendeu algumas coisas rápidas. O resto do dia passou rápido, como estava cansado e continuava não me sentindo muito bem resolvi ir dormir cedo. O Rafa ficou vendo um filme com uns amigos nossos, subi e tomei um banho quente. A água escorria pelo meu corpo com uma sensação relaxante, terminei e me deitei na cama, peguei no sono rápido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse e o próximo capítulo vão ser narrados pelo Lucas. Espero que tenham gostado. Ps.; Gosto muito de observações e críticas.Bjins. *