Yao In Wonderland escrita por risingBritain


Capítulo 2
Capítulo 2




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Do outro lado encontrou-se em um gramado. Mas com aquele tamanho as folhas de grama tinham quase o seu tamanho. Olhou por cima, vendo que o verde continuava para frente, para mais longe do que seus olhos alcançavam.
Minúsculo daquele jeito iria levar meses para conseguir atravessar o gramado.

Suspirou, tentando manter a calma e pensar no que fazer.

Antes que pudesse bolar uma solução uma grande pata de gato parou a sua frente, por centímetros não pisando em si. Olhou para cima, encontrando alguém com pés de gato e usando meias listradas - é, só conseguia enxergar as pernas.

Quem fosse se curvou mas não pode enxergá-lo bem, uma grande mão lhe envolveu e tirou do chão.
Ficou apertado e no escuro ao estar entre os dedos de quem lhe pegou, mas logo ele abriu a mão. Pode ver quem era.
O reconheceu, era Yul. O mongol ainda tinha aquele costumeiro sorriso felino, e agora assemelhava-se mais ainda a um gato. Três marquinhas em suas bochechas lhe lembravam bigodes. Tinha orelhas de gato e unhas compridas.
Usava suas roupas de sempre, mas em algumas partes listradas - de vermelho e preto, com detalhes dourados. Suas pupilas eram como as de um felino.

Percebeu que ele também possuía uma cauda quando a mesma se balançou atrás dele, de modo travesso:
- O que temos aqui? Não é um rato, mas mesmo assim da vontade de comer.

O sorriso do gato aumentou, lhe dando um arrepio de medo. Pode ver que ele tinha caninos mais afiados do que uma pessoa normal. E ainda pensava em lhe comer?

- Sou uma pessoa, aru... Acho que não seria bom me comer. - Respondeu, olhando para o chão. Se pulasse daquela altura poderia morrer? Olhou melhor e, infelizmente, confirmou sua resposta como um sim.

- E seria uma pena, também. Você parece uma bonequinha. - Ele sorriu, quase gentil. Yul continuava com aquela "bipolaridade".

Queria saber como escapar das mãos do gato, mas atrás de si tinham os dedos dele - que agora possuíam garras, podendo furar sua barriga rapidamente.
Teve que aguentar aquele olhar suspeito dele sobre si junto a um silêncio constrangedor.

Despertou ao reparar que ele tinha lhe chamado de 'bonequinha'.

- Eu não sou uma garota, e muito menos uma boneca, aru!! - Protestou, mesmo correndo o risco de poder ser simplesmente esmagado.

E foi o que quase aconteceu: Yul fechou os dedos de novo, com mais força desta vez. Ainda não lhe esmagava completamente, mas estava desconfortável e começando a perder o ar.

- Que insolência é essa, gritando comigo, o Lorde Gato? - Imaginava que ele estava sorrindo ainda, mesmo quase prestes a lhe matar. - Borboletas podem ser lindas também, mas nada me impede de matá-las. Se não cooperar comigo quebro todos esses seus ossinhos.

Apertou com mais força, fazendo Yao perder o ar. Ficou desacordado em pouco tempo.

Enquanto o chinês estava inconsciente três pessoas apareceram e acabaram por lhe salvar.
Um deles aproximou-se em silêncio do mongol. Com o cabo da lança que segurava acertou a cabeça do maior, fazendo-o desmaiar - ficou meio assustado por seu ato, mas lhe disseram que o felino poderia ser perigoso também.
A segunda pessoa ficou a apontar a lança contra as costas de Yul, para caso ele acordasse. E a terceira foi até a mão dele, libertando Yao.

Os três ficaram preocupados ao ver o chinês inconsciente. O que agora segurava-o, aproximando ele de seu ouvido, procurando ver se o coração dele ainda batia. Os outros dois estavam nervosos.
Além de ser triste ver alguém morrer, acabariam sendo punidos por não terem conseguido salvá-lo de Yul.

- Ele só está desmaiado. - Disse, ajeitando os óculos com a outra mão. Os três ficaram bastante aliviados.

- Que bom. - O segundo continuava com a lança apontada para o desmaiado, mas sorriu.

- O-o que fazemos com o gato? - Apertou o cabo da lança entre as mãos, nervoso por tê-lo deixado desacordado. Tinha medo de que ele fizesse alguma coisa depois. O que ouviu dele lhe deixava assustado.

- O Rei disse para não nos importarmos com ele... - Ajeitou Yao em sua mão, passando a ponta do dedo nos cabelos dele.

- ... Então, vamos? - O segundo se levantou, afastando a lança de Yul.

Os três se afastaram dali, andando calmamente pela floresta mais adiante. Os outros dois iam observando o pequeno na mão do terceiro, achando-o adorável. Esperavam ele acordar.

Yao passou mais alguns minutos inconsciente, e acordou olhando em volta. Estava alarmado, e ficou na defensiva ao encontrar-se na mão de alguém que não conhecia.

- Calma, calma. Não vamos lhe machucar. - Disse, sorrindo, quem lhe segurava.

Os outros dois sorriram também, o que lhe acalmou. Eles eram adoráveis, e pareciam ser boas pessoas.
Reparou em suas roupas: Vestiam-se como soldados, mais ou menos. Mas sobre os uniformes tinha algo que os cobria e fazia lembrarem cartas de baralho. Todos eram a carta 3 - mas o maior era espadas, o do meio era paus e o menor era ouros.

- Somos só cartas de baralho. Sou Eduard, e esses são meus irmãos Raivis e Toris.

- Viemos lhe buscar, a pedido do Rei. - Completou o menor, Raivis.

- O Rei sabe de praticamente tudo que acontece em sua Wonderland. - Acrescenta o mais velho, Toris. - Ele soube quando chegou.

- Se importa de te levarmos até ele. Hm, não irá acontecer nada de ruim. - Aceitou mentalmente, mas ficou em dúvida sobre a segunda coisa dita. Os três pareceram meio nervosos após aquilo ser falado.

- Tudo bem, aru. Mas... Tem como eu voltar para meu tamanho normal?

- Tem, sim.

- Mas precisamos encontrar um certo cogumelo.

- Que um lado faz crescer, e outro diminuir. Podemos pegá-lo ao chegarmos no Castelo.

- Por enquanto o Rei está ocupado...

- Não tem problema ficar um pouco conosco, certo?

- Podemos te trazer ao tamanho normal, e depois faremos algumas tarefas.

Era engraçado como eles completavam suas frases. Começando por Eduard, depois Raivis e então Toris.
Assentiu com a cabeça, e ajeitou-se melhor na mão de Eduard. Enquanto andavam pensou melhor, sabendo que os conhecia.
Lembrou-se que eles eram Estônia, Letônia e Lituânia, os Três Países Bálticos. E pela conclusão, imaginou quem seria o Rei...

Mas, estava sendo um passeio bom. O que lhe carregava andava mais devagar, tomando cuidado consigo - poderia morrer se caísse daquela altura. Observava a floresta por entre os dedos de Eduard.

Aquela caminhada não demorou muito. Logo se aproximaram de uma trilha vermelha, com as bordas lembrando silhueta de corações. Continuaram andando, seguindo por ela.

Aos poucos as árvores diminuíam, dando espaço para "arbustos" nos quais nasciam rosas. Rosas vermelhas, todas muito bem cuidadas, sem nenhuma cicatriz. Assim como as pétalas escarlate, os espinhos que possuíam também eram bem aparentes.

Mais a frente enxergou paredes de onde nasciam plantas. Olhou melhor, vendo que era um labirinto.
Não questionou, pois os três provavelmente sabiam o caminho.

E realmente sabiam. Como se já fosse uma tilha comum de se fazer eles atravessaram ali sem dificuldade alguma.
Parecia ser um labirinto grande, mas eles andavam muito bem por lá. Faziam zigue-zagues, atravessavam aqueles corredores confusos, e nenhuma vez topavam com um beco sem saída.

Chegaram ao fim do labirinto. Ao final deste encontrava-se um enorme e maravilho castelo, que não tinha cara de coisa de conto de fadas, e sim lembrando a Rússia – então estava certo sobre quem era o rei.

Diversas cartas de baralho surgiram, se pondo a marchar a volta deles, e pararam na forma do contorno de um grande coração. O final do desenho se abriu, dando espaço para o rei passar.

Assim que Ivan se aproximou os bálticos praticamente se atiraram ao chão, e somente o estoniano manteve uma das mãos erguidas – a que segurava Yao.

O chinês tinha a sensação que estava em um terremoto, de tanto que Eduard tremia, idem aos irmãos. Não estava tão certo de que nada de ruim fosse acontecer consigo.

- Vejo que conseguiram o que eu pedi. Muito bem, da~ - O russo juntou as mãos, sorrindo, depois esticando uma para que Yao subisse.

Hesitou um pouco, encarando dos bálticos para a mão e rosto de Ivan. Mas logo se decidiu ao sentir uma aura assustadora vindo do rei e trocou para a mão dele.

Os olhos lilases ficaram a lhe encarar por longos segundos, como se esperasse alguma coisa. Olhou para trás, pedindo ajuda para os bálticos ou qualquer outro soldado.

Raivis mantinha a cabeça abaixada, mas observava por entre as mãos – para sua sorte ele lhe socorreu, dizendo somente com os lábios para que fizesse uma reverência.

Voltou-se para Ivan, segurando o vestido e fez o movimento: - É-é um prazer estar na sua presença, vossa majestade, aru...

- Que educado~ - Em resposta o rei somente sorriu. Depois virou-se, em direção ao castelo.

Dessa vez permaneceu em pé, olhando para frente para evitar de encará-lo – mas discretamente olhava por cima do ombro, por entre os cabelos, para ver o que Ivan fazia. Ele só seguia para o castelo, lhe levando, sorrindo calmamente.


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Notas finais do capítulo

... Desculpem a demora, ando ocupada com estudos. ;;
E, ficou meio curto esse, em relação ao anterior... /mimimi

Mas, aí está!
Deixem reviews ou o Raivis irá bater em vocês. -nn