Andava pelas ruas de Ikebukuro, com uma de suas facas em mãos e sua surpresa para Shizuo escondida atrás das costas. Mais ao longe ouvia estrondos, sons de coisas a voar e se quebrar contra o chão ou alguma parede, e os gritos irritados do Heiwajima - era fácil saber que ele estava por perto. E por obra do destino acabavam por se encontrar, e dessa vez era conveniente. Sorriu, adquirindo aquela expressão que tanto irritava Shizuo e, claro, atrairia-o para correr atrás de si em mais uma tentativa de lhe matar.

- I-ZA-YA-KUN! - Rosnou seu nome. Logo o loiro lhe avistou, já que alguns a sua volta se afastavam por saber o que iria acontecer. Parecia que ele estava brigando com alguém, mas sua presença o distraiu de deu chances para quem fosse fugir desesperadamente. Shizuo tinha uma placa de trânsito em mãos, como sempre usando-a como arma, e agora deformava o aço devido a força exagerada que a segurava.

- Boa noite Shizu-chan. Como tem passado? - Continuava a sorrir, sem se intimidar. Somente por segurança deixa sua faca a vista para poder se defender, porque podia ver que ele logo lhe atacaria.

Relaxou o corpo somente para tirar os óculos e guardá-los no colete de sua roupa de bartender. Em seguida voltou a segurar firmemente na placa, dando alguns passos em direção ao Orihara: - Quantas vezes eu tenho que dizer, sua pulga... NÃO QUERO MAIS VER SUA CARA EM IKEBUKURO!

- Não tenho culpa que o destino nos quer juntos! - Disse, em tom de deboche. Mexeu os dedos que segurava a pequena caixa na outra mão. - Mas desconfio também que você seja meu stalker. Tão assustador, Shizu-chan~ - Fez uma voz mais feminina, para irritá-lo mais. Afastou alguns passos também vendo-o se aproximar, se preparando para correr.

O viu ranger os dentes, e riu por isso. Não demorou nem mais um segundo para Shizuo avançar em sua direção, a erguer a placa e rosnando seu nome novamente. Deu meia volta, seguindo para a rua que veio, trazendo o loiro atrás de si.

Agora segurava o presente na frente do corpo para que ele não o visse. Mas, do jeito que ele era, e concentrado de mais em lhe matar, não veria - só por precaução. Corria força do alcance da placa e de Shizuo, segurando a faca firmemente. Algumas vezes olhava para trás, checando a distancia, mas prestando atenção no caminho.

A perseguição não durou muito tempo, e não tinha intenção de levá-lo muito longe. Só queria um lugar livre de pessoas.

Adentrou o beco mais próximo, em uma rua qualquer que estivesse menos movimentada. Shizuo quase lhe perdera de vista, mas entrou no beco atrás de si.

Shizuo sorria vitorioso vendo que o beco era sem saída. Izaya não parecia muito abalado com isso, só continuava a se afastar, de frente para ele agora.

Arremessou a placa com força na direção do Orihara, que desviou facilmente como se aquilo não fosse nada. Ele iria correr para fora do beco, mas antes que ele pudesse fugir de seu alcance, o segurou pelo casaco e o fez bater contra a parede mais próxima.

Ser pego fora a intenção do moreno, mas não deixou aquilo aparente.

Izaya soltou um grunhido de dor, mas não era como se não estivesse acostumado a ser ferido pelo homem mais forte de Ikebukuro. Recebeu em seguida um soco na face, mas mesmo com a dor não havia deixado de sorrir.
Não havia soltado a faca ainda. Com a arma desferiu um corte no rosto do Heiwajima, que com isso se desnorteou um pouco.

Se libertou de seu casaco, deixando-o na mão de Shizuo, e afastou-se rapidamente – neste movimento deixando cair a pequena caixinha, de propósito.

Havia se recuperado rapidamente, mas antes que pudesse ver para onde Izaya havia ido o mesmo já sumira de sua vista. Soltou um suspiro irritado, passando os dedos sobre o corte, sentindo ali arder e sangrar um pouco.

Ignorou, depois faria um curativo ou algo assim. E, notou então, o casaco do Orihara esquecido em uma de suas mãos. Suspirou, pensando em deixar aquilo ali. ... Mas, antes de se retirar, notou perto de um de seus pés uma pequena caixinha.

Abaixou-se e a pegou. Olhou da caixinha para o casaco do informante, a pensar. Seria dele?

Pensou também em ignorar aquilo, deixando ambas as coisas no beco, já que não era de sua conta e não importava o que era... Mas passou a se importar ao ver seu nome escrito em um pequeno cartão junto a caixinha. “Shizuo Heiwajima”.

Analisou melhor aquilo. Enrolado delicadamente com uma fita rosa quadriculada, decorada com uma rosa em um de seus cantos. O que diabos...?

Abaixou a cabeça, sentindo o sangue subir a seu rosto, apertando o tecido do casaco entre os dedos. Como não reparava em datas como aquela, havia se esquecido que era Dia dos Namorados.

- Aquela pulga... - Apertou os olhos, depois observando se não tinha ninguém a passar na frente do beco. Guardou o presente em seu bolso, trazendo o casaco de Izaya para perto do rosto, naquele movimento tentando esconder seu rosto vermelho. Ou, talvez, pensando que fosse o informante, como um abraço? O rubor ficou mais aparente ao sentir o cheiro de Izaya no tecido.

- Feliz Dia dos Namorados, Shizu-chan. - Passando a mão onde havia levado o soco, a sorrir, murmurou quase que para si mesmo já que o Heiwajima não iria ouvir. Ele observava a cena de uma varanda qualquer do prédio a frente aquele beco.