# Capítulo 5 – Emmett? Quem é ele? #

Esme POV

Ah! Meu pai amado, o que está acontecendo comigo? Bom, primeiro que eu estou no corpo do meu futuro-ex-marido. Segundo, ele nunca me tratou tão mal como hoje! Tudo bem que eu joguei sujo chamando o Billy para ser o meu advogado e ele simplesmente odeia o Billy, mas poxa, não me precisava mandar para o chiqueiro do Edward né?

Já que não tinha jeito mesmo, resolvi ir pelo menos conhecer o lugar onde eu ia passar quatro dias.  Para ajudar, eu não tinha carro, tive que ir de ônibus! Sabem o que é pegar um ônibus hoje em dia? É andar com um monte de gente fedendo sovaco!

Entre muitas outras coisas que aconteceu para terminar de acabar com meu dia, finalmente cheguei ao apartamento do Edward. Depois dessa correria toda, eu estava morrendo de vontade de fazer xixi.

Quando a gente é mulher, conseguimos segurar... Mas quando se é homem e tem aquilo bem no meio das pernas, não queiram nem saber qual é a sensação!

Tentei achar a chave que provavelmente estava no terno do Carlisle, enfiei-a na porta e aquela porcaria não girava! Mas será possível? Eu estou quase urinando na calça! Inferno!

Finalmente consegui entrar, agora o problema seria ACHAR o banheiro. Eu entrei e dei direto com a sala, como se era de esperar, óbvio. Dali, acabei indo para a sala de TV. Dei meia volta e vi uma porta fechada... Abri sem esforço algum esperando encontrar o querido vaso sanitário!

Merda, aqui não era o banheiro, era a lavanderia! Entrei em um corredor e abri a primeira porta que vi na frente. Adivinhem? Saí na sala de TV novamente! Droga, eu acho que vou fazer besteira... Não to conseguindo segurar! Meu desespero era tanto que comecei a gritar igual a uma louca:

-Ai meu Deus! Tá saindo, xixi, xixi! – Abri outra porta, era o cantinho da bagunça.... Estava começando a achar que essa casa não tinha banheiro, quando vi a ultima porta que eu não tinha aberto. Era o banheiro! Graças a Deus!

Comecei a tentar tirar essa calça, ao mesmo tempo levantando a tampa da privada. Inferno, eu não conseguia fazer nada! A tampa caia toda hora e a calça tinha o maldito cinto! DROGA!

Tentei umas trezentas vezes deixar a tampa da privada erguida. Consegui? Não. Comecei a gritar:

-Caralho! Fica aí! VAI SUJAR TUDO PORRA!

Enfezei-me, tirei o palito, baixei a tampa da privada de uma vez por todas, arranquei aquela calça do caramba e fiz xixi sentada mesmo. Fiz uma reza para agradecer ao pai por ter me ajudado. Ah, como era bom desentupir...

Por um momento me veio a mente que se eu não tivesse feito tudo aquilo com o Carlisle, agora cada um poderia estar no seu próprio corpo e poderíamos aproveitar o nosso tempo de uma forma mais... Prazerosa?!

Carlisle POV

Finalmente cheguei em minha casa! Meus pés deviam estar com milhões de bolhas, afinal eu andei quanto? Uns 500 metros? Aí, é isso que dá ficar andando de salto alto! Meus pés – da Esme – que quer que seja, estão super doloridos.

Gostaria que alguém me explicasse o motivo de as mulheres usarem salto alto! Que frescura...

Fui mancando até a escada, sentei-me  e tirei aquela coisa assassina de pés. Joguei a bolsa num canto qualquer. Ouvi Rosalie entrar e dizer docilmente:

-Oi mãe, como é que foi no advogado? – Mãe? Hum, lembrei que agora eu sou a mãezinha dela. Bom, tentei tirar um proveito da situação:

-Ah, um homem tão bom o seu pai, eu, querendo me separar dele. – Tá, meu casamento com Esme pode ter esfriado um pouco, mas isso não signifique que eu ainda não a ame. Na realidade, eu não sei nem mais o que eu estou fazendo. Rosalie continuou:

-Ô mãe, porque vocês não param com essa besteira em? – Minha maior vontade era dar um abraço na minha filha e dizer que estava com saudades dela, da minha família. Mas isso ia dar muito na cara, então continuei falando normalmente:

-Ah, eu não sei. Eu estou um pouco, descontrolada... Acho que é a, menopausa sabe?! – Não sou um perfeito ator? Olha só, estou igualzinho a Esme! Que orgulho de mim mesmo! Rose murmurou estralando os dedos:

-Mãe, sabe o que é? Eu e o Emmett... – A interrompi, ela nunca foi de ter amigos... Quem era ele?

-Emmett?  Quem é Emmett? – Ela fez uma careta e respondeu como se fosse óbvio:

-O Emmett mãe, meu namorado. – O QUÊ? MINHA FILHA NAMORANDO E EU NEM SABIA DISSO? Ah, mas a Esme vai ter boas coisas para me explicar... Ah se vai! Eu ainda estava meio desentendido do assunto, então continuei a conversa:

-Namorado? Eu conheço? – Ela revirou os olhos e respondeu mais uma vez como se eu fosse um retardado:

-Claro né, mãe! Você já conversou com ele várias vezes... – Respirei fundo. Eu ainda não acreditava que a minha filha estava namorando! Ela nem tinha idade para beijar... Como ela poderia estar namorando? Eu estava indignado. Como poderíamos ser uma família se Esme escondia tudo de mim? Eu comecei a falar mais comigo mesmo do que com ela:

-Ah, eu conheço... Sei, claro. A única pessoa no universo que não conhece esse tal de Emmett, é o seu pai? – Ela me olhou, talvez estivesse estranhando um pouco, afinal, como eu poderia saber de uma atrocidade dessas? Isso acaba com qualquer encenação! Ela concordou com a cabeça e disse:

-É mãe, a não ser que você tenha contado. – Aham, sei... Esme nunca me conta nada, muito menos dessas notícias mais bombásticas! Se eu soubesse disso antes, tinha acabado com a raça do moleque antes mesmo de eles terem uma semana de namoro! Tentei parecer natural novamente:

-Não não, eu não contei não... Embora a base de um casamento seja a confiança, eu não me preocupo o suficiente com seu pai para dividir esse tipo de coisa. – Droga, acho que agora sim estou dando muito na cara, mas enfim, de qualquer modo ela precisava saber a mãe que tinha. Ela pegou na minha mãe e indagou:

-Sabe o que é mãe? Quem queria dividir uma coisa com você, é a gente. – Fiquei mais confuso ainda, eu estava ficando nervoso!

-A gente? Mais a gente quem? – Ela me parecia aflita e prosseguiu:

-Eu, e o Emmett! – Ela fez um gesto com a mãe murmurando com os lábios ‘vem’ e aí entrou um brutamontes na minha sala! Ele logo me cumprimentou:

-Boa tarde Sra.Cullen. – Ótimo, acho que ele cumprimentou Esme, não eu. Enfim. – Como vai a senhora? – Pra se ter uma idéia, o cara era maior do que eu! Tá, vamos dar um desconto que eu to do tamanho da Esme... Mas mesmo assim levei um belo susto! Meu instinto protetor de pai falou mais alta e eu comecei a sessão ‘vou defender a filha do papai’:

-Você tem quantos anos rapaz? – Ele respondeu meio encabulado:

-22. – É isso que dá ter uma filha linda como o pai, os cães já caem matando! O respondi mais do que nervoso:

-Você não acha que tá muito velho para namorar uma criança não?! – Dessa vez, foi Rosalie que se irritou:

-Ô mãe! Eu não sou mais criança! Eu já posso votar e inclusive casar. – Fui me retirando da sala e resolvi ser um pouco cômico:

-Ah, tá. Então, nas próximas eleições, você vai lá na sua zoa eleitoral e vê se você escolhe  candidato a namorado melhor tá? – Ela tentou protestar:

-O mãe! – Levantei a mão já subindo as escadas e ela ficou quieta. Encontrei com Jéssica na escada, a empregada da casa. Peguei no braço dela, cheguei bem perto e comecei a falar extremamente irritado:

-Olha, vê se encontra alguma coisa para os dois fazerem ali na sala... – Ela me olhou espantada e perguntou:

-Mas fazer o que dona Esme? – Estou odiando ser chamado de Esme! Respondi rápido:

-Ah, sei lá, inventa. Eu não quero a minha filha sozinha com aquele pedófilo! – Mais o que essa mulherzinha tem de feia tem de burra. Começou a falar bem alto:

-PEDÓFILO? – Por pouco não dei-lhe um tabefe na orelha e mandei-a calar a boca. Lembrei-me que eu não estava com meus amigos.... Ela começou a sussurrar:

-Pedófilo é a mesma coisa que pederasta! – Tá, ela engoliu um dicionário ou não sabe que eu sei o que falo? Revirei os olhos e sai.

Ainda consegui escutar o grandalhão falando com Rose:

-Não entendi! Sua mãe foi sempre tão gentil comigo. – Ah vá que ela sempre foi tão gentil com ele! Queria entender o motivo de Esme sempre ter ficado de segredinhos com Rose. EU sou o pai, eu mereço saber do que está acontecendo, caramba! Rosalie respondeu aquele filho da puta:

-Fica assim não, minha mãe tá mal por causa desse lance dela com meu pai. – Tá, não tive como não sorrir com essa ultima coisa. Se ela está mal será que significa que ela me ama? Logo desfiz essa hipótese ao lembrar que ela não me contou que Rosalie tinha um namorado!

Esme POV

Logo após todo o transtorno de hoje mais cedo, finalmente consegui fazer meu xixi em paz! Resolvi ir conhecer a casa onde eu ficaria esses quatro dias...

Comecei dobrando as mangas da camisa que eu vestia, logo parei ao ver uma coisa horrível! Uma revista no qual na capa tinha uma mulher seminua. Resolvi abrir por curiosidade, levei um choque e arregalei os olhos. O que eu esperaria da casa do Edward? É claro que ele tinha esse tipo de revista nojenta na casa dele né?! Do nada da revista cai mais um monte de folhas de mulher pelada, levei um susto do caramba...

Larguei a revista no chão mesmo. Conhecer a cozinha seria uma atividade menos horripilante. Abri a geladeira... De repente veio um cheiro de gambá podre. O que tinha lá dentro? Meia dúzia de latas de cerveja, uma pizza que provavelmente fazia mais de uma semana que estava lá e mais um monte de porcarias.

Como o cheiro estava muito forte, achei melhor trocar de roupa. Estava na sala da TV, abaixando as calças quando do nada a porta abre!

-Ai que susto! –Exclamei, minha voz saiu bem estranha... Que vergonha, rapidamente subi minha roupa e fiquei encarando aquele cara de topetão.

Ele foi tirando a gravata e falou:

-Agora eu te entendo em cara... A Esme está um vulcão heim? – Que vontade de meter um tabefe na cara dele! Resolvi me defender:

-Tem toda razão de ficar assim né? Quem mandou eu sair com aquela... Mulherzinha? – Ele fingiu um engasgo e indagou surpreso:

-Mulherzinha, Carlisle? A TÂNIA É UMA DAS RAZÕES DO AQUECIMENTO GLOBAL! Pelo amor de Deus... – Logo retribui minha surpresa:

-Tânia? Então o nome da tal vagabunda é Tânia? – Ele me olhou, mais uma vez espantado e perguntou:

-Você não lembra o nome dela nem nada? – Fui educada:

-Sinceramente não. – Ele começou a andar e falar todo exibido:

-O nome disso é culpa! Não, o certo é Whisky. Bom, na verdade são coisas comuns entre recém-separados não é mesmo? – Continuei me defendendo:

-Então você deve imaginar a culpa que estou sentindo por ter saído com a tal mulherzinha...- Ele suspirou e murmurou:

-Aquilo deve ser uma lagartixa na cama, num é não? – Ah! Mas ele vai ver só, não vou deixar barato. Comecei a gritar:

-NA CAMA, ESME DÁ DE 10 A 0 EM QUALQUER UMA DESSAS LAGARTIXAS. E FORA DA CAMA TAMBÉM! – Ele me interrompeu:

-Sabe que eu sempre desconfiei disso Carlisle? – Olhei para ele espantada! Como ele poderia pensar isso de mim? Bom, não sabia se isso era algo positivo ou não, mas de qualquer modo, fiquei um tanto feliz. Ele percebeu algo pois completou:

-Com todo respeito pelo amor de Deus heim? – Não respondi, apenas fiquei com um sorriso bobo no rosto. Será que o Carlisle ainda acha isso também?

[...]