No caminho para casa Amu nenhuma palavra foi dita por ninguém então Ikuto resolveu ligar o som, ele era extremamente culto quando se tratava de música, então um violino começou a tocar sua música favorita violines y arpa.

Amu não sabia por que, mais sentia tão tranqüila ouvindo aquela melodia que chegou até a esquecer os acontecimentos do shopping, mesmo sem Amu perceber Ikuto vez ou outra olhava pelo retrovisor para se certificar de que ela estava bem, e caso algum dos dois percebesse  algo, ele simplesmente diria que estava olhando os carros de trás já que era para isso que servia o retrovisor.

Mais rápido do que eles perceberam chegaram à casa de Amu, Ela simplesmente desceu sem dar uma palavra, não tinha coragem para se dirigir a Ikuto muito menos a Tadase depois do papelão da Tarde.

Tadase correu até ela, e segurou sua mão.

- Gomenasai! Eu fui um estúpido com você sem necessidade, Gomenasai! ele baixou a cabeça.

-Daijoubu. ela puxou a mão por entre as dele e saiu sem sequer olhar para trás. Ikuto apenas observou a cena sem sequer demonstrar nenhuma emoção. Tadase voltou para o carro se jogando no banco, ele fechou a porta do subaru vermelho e eles saíram.

Amu encostou-se á porta, que se fechou imediatamente, o estalo do trinco fez as primeiras lágrimas de Amu rolarem, e as outras a acompanharam incontroláveis e obedientes, ela escorregou pela porta até estar completamente sentada no chão.

Tadase encostou a testa no vidro, olhava para o vazio inexpressivo,  tomado de remorso pelas coisas que tinha dito a Amu, em pensar que tudo seria muito pior se seu irmão não tivesse chegado, o fazia ficar mais arrasado.

- Ikuto onii-chan...

- Hum?! Ikuto lançou um rápido olhar por que precisava manter a atenção na pista.

- Arigato gozaimasu!

- hum?! Ele se fez de desentendido

- Por ter me impedido de brigar mais com a Amu, Arigato...

- Já está arrependido pelo papelão que fez com a garota no shopping?

- Muito...  e se ela não quiser falar mais comigo? Pior se ela não quiser mais ser minha namorada?

- Você só vai ter o que mereceu...

- Onii san! Não fale assim eu já estou muito mau.

- Ok! Eu não vou dizer mais nada. Ikuto fechou a cara.

- O que doe mais é você estar certo... Murmurou Tadase.

Eles chegaram em casa, Ikuto mal estacionou o carro e Tadase desceu sem dar mais nenhuma palavra, bateu a porta e não disse mais nada.

Ikuto encostou-se ao banco olhando por teto, o celular no banco deu sinal de carga baixa, Ikuto olhou rapidamente e viu que era o celular de Tadase, ele o abriu e viu a foto de Amu como papel de parede uma blusa branca de gravata, sabia que era uma peça da escola por causa dos outros personagens que encontrou nas outras fotos, muitas fotos de Amu com fisionomias diferentes, mas uma em particular o chamou atenção, a expressão que ela tinha naquela foto ele tinha visto hoje à tarde, olhos marejados, uma expressão triste, passou uns minutos olhando para aquela imagem.

-Transferir via Bluetooth? Sim ou não.

- Sim.

- Receber imagem 122 de Príncipe Tadase Cel.? Sim ou não.

- Sim.

- senha para Ikuto Cel..  Digitando senha: Yoru.

- 23% transferido .... 66% ..... 81% .... 100% .

- Imagem 122 transferida com sucesso, deseja enviar outro arquivo?

- Receber imagem 124 de Príncipe Tadase Cel.? Sim ou não.

- Sim.

- senha para Ikuto Cel..  Digitando senha: Yoru.

- 18% transferido .... 49% ..... 77% .... 100% .

- Imagem 124 transferida com sucesso, deseja enviar outro arquivo?

- Não.

Ikuto abriu as fotos que acabara de receber do celular de Tadase. Olhou alguns minutos, o celular de Tadase deu mais um sinal de carga baixa e desligou. Ikuto saiu do carro então Tadase apareceu na porta da frente.

- Onii-san viu meu telefone no carro.

- Aqui! Ele arremessou o celular para Tadase.

- Descarregou.. Valeu mesmo.

- Tenha mais cuidado onde deixa as coisas.

- Pode deixar! Ele deu um sorriso e entrou novamente.

Ikuto pegou seu celular e botou no bolso da camisa, entrou em casa e foi para o seu quarto.

Amu tomou um banho se recompôs, e ligou pra Nadeshiko, precisava conversar.

- Amu-chan, é você? Amu não deu uma palavra.

- Ami-chan? Está brincando com o celular da onee-chan de novo? Amu começou a chorar.

- Amu? Está chorando? O que ouve? Nadeshiko começou a ficar preocupada.

- Desculpe Nadeshiko chan eu... não posso falar agora... Disse ela em meio a soluços e lágrimas. desligou.

- Que estranho Amu estava tão animada pra o encontro com Tadase a arde o que será que ouve?

- Só tem um jeito de saber, Nadeshiko pegou novamente o telefone buscou na lista ... Tadase-kun.

Ikuto ouviu quandoTadase atendeu ao telefone na varanda e imaginou que fosse Amu, se posicionou num local estratégico onde pudesse ouvir a reconciliação

- Alô, Nadeshiko – chan?

- Tadase kun desculpe te incomodar, mas aconteceu algo entre você e Amu?

- humm.. por que a pergunta? Tadase engoliu seco.

- Bem ela me ligou agora pouco, mas de alguma forma não conseguiu falar então imaginei que você soubesse o que a fez chorar já que passaram a tarde juntos num encontro.

-Eu..

- humm?

- resposta pra sua pergunta sou eu... eu fiz a Amu chorar... por causa de uma crise de ciúmes idiota eu a fiz chorar!  Tadase baixou a cabeça e o arrependimento estava nítido no seu rosto.

- Bem se é assim acho que vocês deveriam conversar...

- Eu sei...

- Bem então, eu vou desligar.

-Você vai ligar pra ela agora?

- Não! Esse assunto é algo fora da minha capacidade.

- Nadeshiko-chan..

- Nem tente me pedir pra ajudá-lo.

-Gomen!  Boa noite.

- Boa noite! Nadeshiko estava furiosa com Tadase, mas se meter nesse assunto só ia piorar a situação.

- Como ele pode ser tão estúpido a ponto de brigar com a Amu por ciúmes?! Tadase BAKA!

Tadase ainda estava no mesmo local quando viu a moto azul marinho cruzar os portões da residência dos Hotori.

- Onii-san? Onde você vai a essa hora?! suspirou.

IKUTO’ s pov

 - Por que você ainda está chorando? Essa pergunta martelava sua cabeça enquanto desfilava com a moto azul pelas ruas mal iluminadas do seu bairro.

- Por que estou saindo essa hora por você? O que deveria fazer pra você se sentir melhor? Amu...

Ikuto parou numa loja de conveniências, e comprou alguns doces.

- Isso deve animar você ele sorriu olhando a sacola.

Ele subiu na moto e rapidamente chegou à casa de Amu, quando parou a moto na frente da casa de Amu, olhou para cima para ver se as luzes estavam acesas, deu de frente com aqueles olhos âmbar que de alguma forma o fazia sentir ridiculamente estranho.

- Hinamori Amu, pode vir aqui um minuto. Amu se espantou ao perceber que o cara lindo da moto parada na sua porta era Ikuto.

- já vou descer! Ela ia sair correndo, mas passou pelo espelho arrumou uns fios de cabelo rosa que estavam fora do lugar e correu pelas escadas em direção à porta.

- Ikuto? Boa noite, o que faz por aqui?

- Bem estava passando aqui próximo e resolvi ver como você estava.

- Hum, estou bem! Amu abaixou a cabeça para que Ikuto não visse seus olhos marejarem.

- Toma isso é pra você! Ele estendeu a sacola com trufas pra ela.

- Pra mim? Amu abriu e viu seus doces preferidos.

- Nossa meus doces preferidos... Ikuto sorriu, mas Amu nem percebeu, embora as próximas palavras de Amu o cortariam como uma navalha.

- Ikuto ... Tadase... ele falou algo sobre mim?!

Sua consciência só dizia: minta pra ela Ikuto! faça a garota feliz..

- Sim, ele me pediu que trouxesse esses doces, ele ficou muito triste pelo que aconteceu, e como eu ia passar aqui próximo eu concordei. Ele apertava fortemente o punho da moto neste momento.

- Entendo desculpe pelo incomôdo. Amu deu um suspiro.

- Bem eu já vou indo, tenho coisas a fazer. Se cuida garota! Ele ia pôr o capacete quando uma mão segurou sua jaqueta.

- Ikuto-kun... Eu não agradeci apropriadamente pela sua ajuda no shopping, Arigato! Ikuto pensou em tocá-la, estendeu a mão em direção ao rosto curvado de Amu mas num esforço ele fechou o punho e recolheu a mão.

- Tudo bem só não deixe mais ele fazer esse tipo de coisa com você! Ikuto colocou o capacete e antes de ter uma resposta ou um olhar ele deu partida e dobrou a esquina.

Amu olhou a moto fazendo a volta fechou o portão e entrou.