Racionalizando ….

Ela pensou, pensou e pensou.

Analisou, ponderou as partes, voltou a analisar e concluiu uma triste verdade.

Aquela mulher mexia com ele !

E se fosse apenas porque Heather não o queria em sua vida, e ela tinha se tornado uma segunda opção, por isso estavam juntos ?

Talvez ele quisesse acreditar que a amava, quando escrevera aquela carta. Tinha sido lindo, mas agora, parecia apenas uma fuga, um refúgio seguro, típico de uma personalidade como a dele.

Aquela situação era difícil e complexa.

A água quente da ducha martelava sua cabeça como contas de vidro, com pontas agudas. Sua mente se negava a aceitar que aquilo era apenas um momento de puro ciúme. Não era !

Tantos momentos de carinho, de afeição, desejo e cumplicidade. Ela apertou os olhos, o que antes parecia tão real e palpável, agora estava nebuloso e disperso. Sentiu uma dor, não física, mas uma dor que vinha da alma e lhe atravessava o coração. Um enfarto emocional !

Não o julgava cínico, nem tampouco um traidor.

Não ! Nunca diria isso dele. Alguns sentimentos em nossas vidas vinham sem ter por que e ficavam sem que permitíssemos. A reação que ele demonstrou a chocou em larga escala. Sabia o que ele pensava sobre a maneira de ser das pessoas, ele era racional e compreensivo. Viver como Lady Heather vivia não seria empecilho para que ele ficasse com ela, se necessário. Aprendera a compreendê – lo, afinal dividia sua cama, seus medos, suas dúvidas, enfim, dividia sua vida. Ainda que a maior parte do tempo ele não demonstrasse com palavras, mas com gestos.

Ela o amava acima de qualquer coisa, morreria por ele.

Jamais, nem mesmo por um segundo se questionava a esse respeito. Se um dia, por algum capricho do destino, ele não a quisesse mais e aparecesse em sua vida outro alguém querendo lhe dar amor, assim como ela tinha feito com ele,  seria culpada por tentar ? Talvez ele estivesse tentanto .....

Deus, ás vezes queria não ter aprendido a se questionar tanto, sua vida seria muito mais simples.