Ciclone: o Romance de Edward e Bella escrita por Déborah Ingryd


Capítulo 13
Capítulo 13 - Anjo


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, mil perdões pela demora, muito arolada aqui. Mas já estou de volta! Bom continuamos com os POVS Bella, relembrando tudo, esse capítulo será sua descrição do que ocorreu no capítulo 8.
Tenho certeza que vocês entenderam mais pelo POV dela, principalmente suas reações, espero que gostem ;)



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Retornei pra casa, com aquele individuo segurando meu braço, ao adentrar minha mãe veio ao nosso encontro e nos abraçou. Argh! Se ela mordesse a língua morreria envenenada! Por que ela nunca fez isso quando estava com Edward? Agora percebia, ela realmente nunca gostou do meu antigo noivo, só fingia, e mal, pena que eu não notava e ele gostava tanto dela...

– Amor, eu tenho que ir – Mr. Darcy ou Harenton, tanto faz, falou comigo. Argh! Por que ele me chamou de “amor”?

Dei o meu melhor sorriso e lhe respondi.

– Obrigada pela tarde. Foi ótima. – menti, só por que ela estava ali, ele me dirigiu um olhar irônico, sabia que eu estava mentindo – Quando vem de novo? – espero que nunca mais! Pelo                  canto do olho vi que minha mãe sorria.

– Não sei, tenho que resolver umas coisas amanhã. – ele se inclinou, colocando os lábios em minha orelha languidamente e sussurrou – já está louca de saudade não é? – surpreendi-me com sua atitude indiscreta, não se tinha mais respeito? Como ele fazia isso perto de minha mãe?

Olhei para ele reprovador, ele retribuiu o olhar, desentendido. Segurei-me para não bufar.

– Até logo Mr. Darcy – falei.

– Até – inclinou-se novamente e murmurou – Até mais minha Bella.

Sorriu e despediu-se de minha mãe. Ah eu queria matá-lo! Sujeitinho prepotente e descumpridor de promessas! Subi para o meu quarto e tirei a aliança do dedo e coloquei no pote. Evitei olhar para a aliança que Edward me dera, para tentar sofrer menos. Como se fosse impossível...

Deitei-me de bruços e fechei os olhos, repassando em minha mente o sonho que tive na noite anterior. Queria tanto ter visto seus olhos! Suspirei. Uma lágrima já caia de meus olhos. Meu anjinho, eu queria tanto poder vê-lo novamente, só mais uma vez, só mais uma... Ele era meu anjo, desde a primeira vez que o vi o comparei com um, um anjo que veio encantar-me, que veio para fazer meu mundo melhor, para tornar-se o meu mundo, ele era minha luz, minha vida, meu tudo. Meu anjo eterno. Por mais que esse Mr. Darcy tivesse entrado em minha vida, não importa, ele não ocuparia o lugar de meu amado, pois meu coração é dele, por inteiro. Fui até a janela e olhei o céu, antes tudo era lindo pra mim, tudo muito colorido e perfeito, hoje nada faz diferença pra mim, se chove ou faz sol, se está frio ou quente, se é dia ou noite, se há estrelas ou não, tudo perdeu seu brilho e cor, nada mais importa, pois era ele que iluminava tudo, às vezes me pego pensando como eu via o mundo sem ele, e então percebo que não havia mundo antes dele, ele me ensinou a enxergar beleza em tudo. Sem ele tudo era sem sentido, incompleto, vazio, era como uma manhã sem sol, um mar sem água, ou seja, impossível existir.

Ouça enquando está lendo: http://www.youtube.com/watch?v=jRehmX3zlwE

Seu Anjo da Guarda

Quando eu vejo seu sorriso
Lágrimas escorrem por meu rosto e não posso fazê-las voltar
E agora que eu sou mais forte descobri
Como esse mundo se torna frio e abre caminho até minha alma
E eu sei que descobrirei bem no fundo que poderei ser o único

Nunca deixarei você cair
Eu estarei de pé com você eternamente
Eu estarei lá por você do começo ao fim de tudo
Mesmo que salvar você me mande para o céu

Tudo bem, tudo bem, tudo bem
As estações estão mudando
e as ondas se quebrando
e as estrelas estão caindo todas por nós
Os dias aumentam e as noites diminuem
Eu posso te mostrar que serei o primeiro

Nunca deixarei você cair
Eu estarei de pé com você eternamente
Eu estarei lá por você do começo ao fim de tudo
Mesmo que salvar você me mande para o céu

Por que você é, você é, meu verdadeiro amor, de todo meu coração
Por favor, não o jogue fora
Por que eu estou aqui por você
Por favor não se vá
Por favor diga que você vai ficar, ficar

Me use como você quiser
Me persua sutilmente só por emoção
E eu sei que ficarei bem
Embora meus céus se tornem cinza

Nunca deixarei você cair
Eu estarei de pé com você eternamente
Eu estarei lá por você do começo ao fim de tudo
Mesmo se salvar você me envie para o céu

Nunca deixarei você cair
Eu estarei de pé com você eternamente
Eu estarei lá por você do começo ao fim de tudo
Mesmo que salvar você me mande para o céu

N/A:Essa música é como Bella se sente em relação a Edward, seu anjo, então não é um desabafo ou declaração, é mais como se ela estivesse ouvindo isso de Edward.

Meu coração se comprimia ao pensar nele, comecei a pensar se algum dia eu ficaria sem lágrimas, pois eu chorava tanto que com certeza significava alguma porcentagem de água na Terra. Sorri ao pensar em água. Lembrei-me das tantas vezes que Edward comentava o quanto adorava tomar banho no lago quando era pequeno... Meu Deus eu estava soluçando tanto que era como se eu estivesse morrendo! A saudade às vezes doía quase que fisicamente, meu ar faltava, eu precisava de ar, pensando assim, sai da janela e decidi ir até a floresta, peguei tinta e papel, iria aproveitar pra escrever minha carta de sempre. Tentando controlar o máximo o soluço, abri a porta do quarto e desci as escadas apressadamente, fui até o estábulo e peguei meu cavalo e segui rumo à floresta as lágrimas insistentes ainda caiam, aumentei a velocidade e elas começaram a dissipar-se de acordo vento ia batendo em meu rosto. Evitei pensar em Edward, forçava minha mente a pensar somente no caminho a ser traçado, nas árvores, e pássaros que voavam ao meu redor. Cheguei ao lugar que sempre deixava meu cavalo. Desci com cuidado e peguei a água que guardava em uma bolsinha pendurada no animal. Bebi um pouco e depois dei a ele, decidi que queria andar a pé um pouco, sabia ser perigoso, pois não conhecia a floresta, então poderia ter todo tipo de animal possível, mas eu estava cansada demais pra ficar me preocupando com isso, seria bom se um leão aparecesse e me atacasse, morreria feliz. Sorri triste, talvez depois de morta eu encontrasse meu anjinho. Andei alguns metros, quando virei já não podia mais ver o cavalo, não me importei, continuei andando.

Após mais alguns metros, meus pés já estavam um tanto doloridos, pois estava com um sapato de salto, era baixo, mas ainda assim doía. Procurei um lugar onde não tivesse tanto musgo, não queria meu lindo vestido de seda sujo com aquela gosma verde, era repugnante. Sorri ao pensar no que Edward diria, ele sempre se divertia quando eu tinha esses surtos com sujeira. Lembrei que uma vez ele tentou fazer uma pequena trilha comigo, eu quase morri de nojo quando meu pé afundou em uma poça de lama misturado com a bendita gosma verde, ainda lembrava o som de sua voz quando viu a careta que eu fiz: “Ah meu Deus Bella você está com metade da perna enterrada! Teve uma crise de riso, olhei reprovadora. Desculpe amor, mas você está hilária!” Nunca o vi rindo tanto quanto naquele dia, as lágrimas voltaram, era tão sufocante lembrar-me de seu riso gutural, da feição divertida, dos olhos que ao mesmo tempo em que se desculpava por ter me levado ali, havia uma pontada de diversão contida. Acabei sentando de qualquer jeito e desabando em lágrimas, permiti-me chorar por tanto tempo que realmente pensei que elas se esgotariam, resolvi escrever a carta. Preparei-me mentalmente e emocionalmente.

Comecei, escrevia e falava em voz alta:

Edward, eu sinto sua falta e a única coisa que faço para amenizara dor, é escrevendo-lhe cartas, assim finjo que você está viajando, e o único meio de comunicação é esse. Não vou esquece-lhe e nem quero! Mas às vezes é tão difícil ter certeza que você existiu, meus pais fazem de tudo para não tocar no assunto... A dor é a minha única aliada, a única que me faz ter certeza que você um dia esteve aqui, ao meu lado, que um dia acariciou meus lábios, que um dia, abraçou-me, um dia...

E eu não tinha mais forças para escrever, era dor demais, agonia demais, sentia-me num buraco enorme, onde não tivesse salvação. Então, escrevi e falei a última coisa que sairia coerente:

Queria vê-lo uma última vez Edward, não importa como, só queria vê-lo.

Neste exato momento ouvi um barulho no meio das folhas, meu coração disparou assustado, levantei-me enxugando as lágrimas e me afastei do lugar de onde vinha o som.

– Bella? – naquele instante meu coração gelou, senti-me suar frio, meu corpo todo reagiu àquela voz, era a voz dele, mas não deu tempo de  me recuperar, pois ele apareceu pra mim, do meio das folhas, sem mais e nem menos, apareceu pra mim e me encarou com um misto de emoções estampada em cada feição sua, o choque tomou conta de tudo agora, não só do corpo como da mente, alma e o coração já nem sei se estava lá... Após alguns segundos de analise, tive medo, aquele não era o meu Edward, não mesmo, sua pele era branca, os olhos de um tom dourado escuro, o corpo perfeito demais, os traços perfeitamente desenhados e havia olheiras profundas, minhas pernas tremiam, eu queria sair dali, queria continuar como antes, me afundando naquela lembrança de meu Edward quase perfeito, de olhos verdes e pele bronzeada.

Aquele Edward estranho parecia preocupado, olhava-me minuciosamente, e então resolveu falar:

– Pensei que queria me ver – falou suavemente, meus olhos se arregalaram, a voz também não era como a do meu anjo, era perfeita demais, como sinos – que não importasse como – continuou.

Isso era um sonho, era a única explicação, pois como ele sabia o que eu tinha escrito na carta? E quem era ele afinal? Era óbvio que esse ser não era quem aparentava ser.

– Q-quem é v-você? – gaguejei.

A criatura perfeita e estranha franziu o cenho.

– Bella, sou eu, o seu Edward – meu coração partiu-se ao meio quando ele falou isso, num tom de óbvio, eu estava completamente incoerente, não entendia mais nada. Mas podia retrucar aquela afirmação, pois se ele era o Edward, o meu Edward, onde estavam os olhos de esmeralda que eu tanto venerava?

– Não. – disse em uma voz fraca, mas ainda assim era firme – Seus olhos...

Ele pareceu vacilar, percebeu o quanto meu argumento era verídico. Ele ficou calado, enquanto eu olhava para aquela figura a minha frente, meu cérebro gritou algo pra mim, não dei atenção. Tentava agora decifrar o que estava acontecendo, será que era uma ilusão? Ou um sonho? Será que eu teria minha última chance de vê-lo?

Olhei-o atentamente e percebi que várias emoções passavam pelo seu rosto, preocupação, incredulidade, aceitação, decepção e por último sofrimento. Aquele rosto triste cortou-me a alma, dane-se que aquilo fosse uma ilusão ou sonho, ali estava Edward, não importa se era o meu ou não, continuava sendo um Edward, e eu não poderia ser hostil com a figura da pessoa que eu tanto amava, meu cérebro gritou novamente, ele dizia: “isso sua idiota, aproveita na chance de ficar com o seu amado!”

Olhei-o com compaixão e reconhecimento, pois ele era Edward, algum tipo de Edward, mas era. Ele pareceu perceber que eu mudara de opinião.

– Edward? – arrisquei.

Estendi a mão pra ele, e ele pra mim, mas estávamos distantes. Senti que precisa tocar em sua mão, sentir a textura, meu coração se alegrou como há muito não fazia, era Edward ali, mudado mais era.

– Sim, sou eu Bella. Estou diferente, mas ainda sou eu – respondeu a meu comentário mudo.

Sim estava e como, mas não importava, era ele ali. Enquanto refletia, ele abriu-me um lindo sorriso, foi de ver estrelas, era o mesmo sorriso, os dentes mais reluzentes e alinhados, mas era o mesmo, repuxado tortamente para o lado, o que dava o toque final a perfeição. O sonho estava bom demais para ser verdade.

– Sei que estou sonhando, até estou vendo-lhe diferente, mas é melhor do que não vê-lo, do que sentir tamanha dor... – murmurei mais pra mim mesma do que pra ele.

– Não Bella, não está sonhando.

Franzi o cenho, era óbvio que estava caso contrário ele não estaria diferente assim.

– Estou sim – repeti.

– Não, não está. – negou sem rodeios.

Ele estava querendo me enlouquecer? Já um tanto irritada com esse sonho, retruquei:

– Você morreu o Dr. Cullen mostrou-me sua carta, disse-me que fora seu último ato – era incrível que pela primeira vez aquilo não me doeu de forma lastimável, era como se estivéssemos discutindo algo tão banal, como se ele tivesse dizendo que não tinha escondido algo meu e eu dizendo que sim.

Naquele momento ele pareceu lamentar muito alguma coisa, como se tivesse sido pego na mentira e estivesse lamentando a existência de provas.

Pareceu estar preocupado se dizia ou não alguma coisa, quando sua feição mudou e ele pareceu decidido ao que fazer.

– Ele mentiu – começou – bom, nós mentimos. Fora a única maneira que encontramos para esconder-lhe a verdade, lhe dizendo que escrevi uma carta de despedida, antes de morrer, mas na verdade escrevi a carta depois que sai do hospital e...

– O que?! – interrompi-o exasperada – você estava doente, escreveu isso, disse que todos estavam, mentiu sobre isso também?

Então a ficha caiu, aquilo não era uma ilusão ou sonho, era tudo real e ele estava confessando a pior coisa que ele poderia ter feito, mentido sobre estar morto quando não estava, mas era tudo tão confuso, diluía lentamente.

Não era possível, ele não faria isso a mim, faria?

– Não, eu realmente estava morrendo, mas Carlisle encontrou um jeito de salvar-me, por isso estou diferente. Mas era perigoso pra você ficar sabendo, então menti.

Eu já não ouvia claramente, como assim eu não podia ficar sabendo? Então eu sofri a toa? Extremamente magoada e irritada falei:

– Está me dizendo que, chorei por todas as noites em vão? Que acreditei em tudo aquilo, sendo que não se passava de uma mentira? E você deixou-me sofrer Edward?

Era dor demais, decepção demais, como ele pôde? Eu estava noiva justamente porque pensei que ele estivesse morto e queria proteger seu patrimônio! Chorei por tantas noites, passei tantas em claro! Tudo por ele!

Edward deu um passo à frente, eu me afastei. Toda a alegria e vontade de tocá-lo se foi quando ele me revelou tamanha atrocidade, foram substituídas por uma mágoa iminente.

– Bella, eu juro meu amor que, se eu soubesse que poderia haver a mínima possibilidade de você aceitar o que eu sou agora, teria contado-lhe a verdade – justificou.

Mas eu estava irritada demais para tentar entende-lo.

– Como assim o que você é agora? Você é o meu Edward!

Ele mesmo havia dito, o que era aquela de eu não aceita-lo?

Edward baixou os olhos, tenso.

– Não, não sou, disse que era, mas não sou. Estou longe de ser. 

O que?

– Entendi direito? – o que acontecera com o meu Edward anjo, que se dizia ser completamente meu?

– Sim – levantou os olhos – nem deveria estar aqui Bella! Foi um erro, ouvi você chorar e me sensibilizei com isso, mas é errado, deveria ir embora agora!

Como assim? Ir embora? Toda mágoa e raiva se foram, substituídas pelo desespero e desamparo. Dei dois passos a frente.

– Não Edward, não! Eu te amo, não faça isso comigo, não me deixe. Eu te amo – supliquei, repeti o que disse no sonho, então percebi que era as únicas coisas que conseguia falar quando estava em desespero, lembrei-me que no sonho ele não havia ficado, tomada pelo medo, supliquei com os olhos.

Ele pareceu estar decidindo novamente o que falar então falou o que seria o meu bote de salvar vidas.

– Tudo bem, não vou embora.

Não pensei duas vezes e corri para abraçá-lo, senti um impacto forte, ele estava tão duro, mas não me importei, só de sentir seu cheiro e a sensação maravilhosa de seus braços me envolvendo já me deixava feliz. Depois de alguns minutos ele me chamou.

– Hã... Bella?

– Sim?

– Terá que ter mais cuidado amor, estou mais forte do que eu era e não quero machucá-la – mal prestei atenção ao que ele falava, fiquei tão feliz quando ele me chamou de “amor”, soava tão carinhoso quando saia de seus lábios, tão diferente de quando aquele ser que se achava meu noivo falou hoje cedo... Edward quando voltasse mandaria ele para os ares, sorri com a ideia.

– Acho que percebi não me lembro de você ser tão duro – lembrei de responder.

Ele suspirou, parecia preocupado.

– Edward? – chamei-o.

– Sim?

– Como Carlisle salvou você? – eu queria mesmo saber o porquê dele ter ficado tão diferente e principal, porque ele achava que eu não iria aceitá-lo.

– Prefiro não falar sobre isso. – falou de modo tenso e inquietante, como se quisesse pular essa fase.

Bom, eu não permitiria, se ele voltaria comigo e mandaria Mr. Darcy pastar e me pegar de volta, teria que ter uma explicação para essa mudança de aparência repentina.

– Mas precisa – disse olhando pra ele – como vou explicar aos meus pais a cor de seus olhos? Não quero problemas e nem que adiem mais o nosso casamento.

Ele respirou fundo, seus olhos retornaram a ser tristes.

– Bella – disse lentamente – nós não podemos nos casar.

Imediatamente afastei-me de seus braços, como não? Ele não poderia me deixar!

– Por quê? –falei franzindo o cenho – está tudo bem agora.

Ele teria que me dar uma ótima explicação.

– Não, não está. O que eu sou agora Bella, não serve pra você. Disse que não iria embora, mas só não vou embora agora, depois tenho que ir, eu não vou atrapalhar sua vida. Estou somente lhe concedendo uma despedida que não tivemos.

As lágrimas que pensei que não retornariam mais aos meus olhos voltaram.

– Por quê? O que fiz de errado? Não me amas mais?

Eu estava completamente apavorada, o que seria se ele se fosse novamente? Casaria-me com aquele homem?! Não! Nunca! Edward tinha que ficar!

– Eu amo você Bella, tanto que não sei se sou capaz de explicar. Mas como eu disse antes, não sirvo pra você.

Como assim não servia pra mim?

– Não Edward, você é tudo aquilo que eu preciso. – tentei convencê-lo.

– Não, não mais. Carlisle me transformou em uma coisa horrível Bella. Estou tentando poupar-nos, se eu contar-lhe, sairá correndo daqui. Não sei se sou capaz de sobreviver a isso.

Será que ele não entendia que eu nunca, jamais, em hipótese alguma cogitaria deixá-lo, será que meu amor por ele não era tão transparente como eu pensei que fosse?

– Eu nunca abandonaria você, não importa o que me disser. – falei firmemente.

– Não fazes ideia do que é.

– Talvez se me contasse...

– Nunca.

– Não vou fugir... Ou talvez não seja isso, talvez não queira me contar, pois tem medo que eu fale pra alguém. Não confia em mim. – Falei tentando parecer que estava me sentido ofendida. Ele não caiu nessa, pois riu sem humor.

– Isso não me preocupa, mesmo que contasse a alguém, ninguém acreditaria. Talvez se fosse no século passado...

– Do que está falando? – ele me confundia.

– Meu único medo é assustar você! – disse de maneira firme demais, estremeci.

– Desculpe-me, isso foi rude.

– Conte-me – disse de maneira doce, como sempre fazia quando queria descobrir algo que ele negasse falar– por favor, Edward, eu estou implorando-lhe.

– Ah! Bella!

– Prometo não fugir... Se eu fugir, pode correr atrás de mim e fazer o que quiser... – parei sugestivamente, era o modo que eu agia quando a primeira tática não funcionava, e ele sempre me contava, geralmente era algo constrangedor e eu sempre ria e corria quando previa ele viria atrás de mim e me faria pagar por ter quebrado a promessa...

– Isso é sério Bella – voltei ao presente.

– Faça o castigo de maneira séria então – insisti.

– Nunca machucaria você – não entendi, quem estava falando em machucar?

Deixei essa passar

– Conte-me – falei por fim, já quase perdendo a paciência.

– Sou um vampiro Bella.

 Franzi o cenho.

– Pensei que estávamos falando a sério Edward.

– E estamos.

Bufei, minha paciência evaporou.

– Quer que eu prove? – desfiou-me.

Retribui o olhar de desafio.

– Sim – falei.

Em meio segundo ele sumiu da minha frente e apareceu atrás de mim. Virei pra ele e meus olhos faltaram pularem pra fora da órbita, o medo se apossou de mim.

– C-como fez isso?

– Sou um vampiro – falou simplesmente.

Ta foi eu quem pediu pra ele falar, que seja. Um vampiro, havia coisas piores não? Fechei e abri os olhos, respirando fundo. Deixaria essa passar, mais tarde quando tivesse a fim pensaria a respeito.

– Pode fazer mais que isso? – tentei descontrair, mas saiu muito tenso e sério. Estranho. Como se no fundo eu soubesse que não era hora de ser irônica

Ele arregalou os olhos, parecia surpreso com o fato de eu aparentemente levar numa boa.

– Não está morta de medo? – perguntou depois de um tempo.

– Me assustei, mas por um segundo. Depois concluí que são só suas habilidades, acho que tem mais não é? – tentei ser sarcástica, mas novamente meu tom saiu diferente do qual queria.

Edward se assustou de novo

– Como assim minhas habilidades? – falou dando ênfase a palavra.

– Bom, você é uma pessoa diferente agora, algumas coisas mudaram, seus sentidos mais aguçados, só isso – enquanto falava, percebi que era realmente isso e que por incrível que pareça não estou assustada, parece que ter levado na brincadeira no início amenizara o choque.

? Ainda diz só? Sou um monstro Bella! – Ele parecia indignado.

– Quer que eu pense assim? – indaguei de modo relaxado.

Ele vacilou, é claro que ele não queria que eu pensasse assim.

– Disse que não iria fugir. É estranho saber que essas criaturas existem, e que você é uma delas, mas Edward, ainda é você e eu te amo nada em relação a isso se alterou – falei sincera, realmente nada mudara, até agora só a aparência e a habilidade a mais era diferente, nada demais.

Parecia ter lido minha mente, pois ele falou depois:

– Mas eu... Bebo sangue – de início eu não captei corretamente, mas depois a ficha caiu, é claro que ele bebe sangue! Afinal é um vampiro!

Arregalei os olhos, isso significa que ele machuca as pessoas? Novamente o medo tomou conta de mim.

– Bella?

– Machuca pessoas?! – soltei sem pensar.

– Não! Isso não, eu sou... Vegetariano.

Não entendi.

– Como?

– Alimento-me de animais.

Sorri, o alívio substituiu o medo quase que instaneamente.

– Ah Edward! Isso é tão lindo! – disse maravilhada.

– Lindo?!

– Sim, vencer seus instintos e não machucar pessoas.

Ele era tão fofo, um verdadeiro anjo!

– Carlisle me ensinou assim.

– Então aquele doutor também é vampiro... Dá para se notar semelhança em vocês dois.

Refleti, não era a toa que o médico era de deixar qualquer uma sem ar.

– Somos muito brancos, temos olhos claros, olheiras... – falou.

Que coisa, só consegue pensar nos pontos negativos...

– E são incrivelmente lindos – completei animada.

Ele franziu o cenho.

– Ele muito novo pra ser doutor, tem o que? Vinte três anos? – perguntei interessada.

 – E o que isso importa? – disse desgostoso.

– Não muito – sorri maliciosamente – mas ele é realmente bonito.

Edward às vezes era tão bobo, já estava morrendo de ciúmes do médico, era hilário, por isso resolvi dar asas a aquele sentimento.

Ele grunhiu, visivelmente nada satisfeito com meu comentário. Ri com gosto.

– Ciumento como sempre – comentei alegremente.

Ele baixou os olhos, constrangido. Ai bobinho. Sorri e pulei em seu pescoço, como costumava fazer. Percebi que a temperatura também era diferente.

– Você também é muito gelado.

– Isso te incomoda?

– Não, é bom.

– Tem outra coisa que faço.

– O que? – perguntei curiosa.

– Brilho no sol – Eu fiquei tipo: U-A-U!

– Sério?

– É.

– Que legal!

Sorriu balançando a cabeça. Ele deveria estar cético pelo fato de eu agir com se isso fosse a coisa mais natural do mundo.

– Me mostra?

– Não vai fugir?

Revirei os olhos.

– Tudo bem, vamos para um local onde não seja coberto por árvores, onde o sol apareça.

Estávamos andando a algum tempo quando tive uma ideia.

– Edward?

– Sim?

– Você é muito veloz... Será que poderíamos ir mais rápido?

– Como?

– Sei lá, me pegue no colo e corra.

– Bella... – censurou-me.

– A qual é? Por favor. Meus pés terão calos – fiz um som de repulsa. Tinha certeza que ele cederia.

– Tudo bem – nossa como ele é fácil.

Sorri e ele retribuiu rendido. Ai como eu amo meu anjinho.

– Você é excêntrica – tenho que concordar...

Ele pegou-me no colo e correu. Nossa a sensação era maravilhosa, tanto a do vento em meu rosto, com a de suas mãos em minhas pernas e costa. Em todo o percurso ele sorria vitorioso, ele estava feliz e eu? Ah eu, estava completamente satisfeita, distribuindo felicidade por onde passava, a alegria era explícita em meus olhos e sorrisos, eu estava ali, nos braços do meu anjo de novo, estava realizada, não havia algo melhor.

Chegamos a um lago e ele me pôs no chão, afastou-se de mim e desabotoou a camisa até a metade, caminhou para perto do lago e deitou-se ali, enquanto eu me perdia na pele de diamantes que ele parecia ter agora, eram milhares de faíscas que iluminavam seu copo. Eu arfava tamanha era o encanto. Senti algo me puxando, percebi que era Edward me olhando, tínhamos um magnetismo enorme, sorri de canto pra ele. A vontade que eu tinha agora era de tocá-lo e verificar se era real, meu maior medo agora era acordar e vê que tudo isso não se passou de um sonho.

– Posso ir até contigo? – disse dando um passo ansioso em sua direção.

Assentiu. Fui ansiosa até ele. Sentei ao seu lado e toquei-lhe a mão, fui fazendo trilha desde a palma, passei pelo braço até alcançar a bochecha esquerda, depois acariciei-lhe os lábios.

– Você é lindo Edward, muito mais nesse novo corpo.

Sorri.

– Mas tenho que confessar que sinto falta de seus olhos de esmeralda.

– Eu sei – parecia que se sentia incomodado por esse fato, como se sentisse incompleto.

– Mas esse dourado tem o mesmo poder de me derreter todinha – adiantei-me para que ele não ficasse triste, aproveitei pra fazer uma pequena declaração.

Ele balançou a cabeça sorrindo.

– Eu te amo Bella.

– Eu te amo Edward.

Dito isso me inclinei e deitei ao seu lado, acariciando o peito exposto, e ele meus cabelos. Ficamos assim por algum tempo, enquanto eu percebia algo, percebi que ele evitava respirar.

– Edward?

– Sim?

– Tenho lhe observado e percebi que não está respirando.

Ele franziu o cenho.

– Bella, pode se afastar, por favor? – pediu.

Olhei-o cheia de perguntas ocultas, mas fiz o que ele pediu, afastei uns três palmos e me sentei, ele fez o mesmo.

– O que foi? – perguntei.

– Precisava que se afastasse para poder explicar.

Assenti sem entender nada.

– E então? Por que não estava respirando?

– Por causa do seu cheiro.

Percebendo o que ele quis dizer, corei totalmente constrangida.

– Estou... Cheirando mal? – minha voz denunciava minha vergonha.

Ele sorriu.

– Não amor, muito pelo contrário. Você cheira bem demais.

Estreitei os olhos, confusa. Mas pelo menos ele disse que eu cheirava bem...

– Então por que...? – parei sugestivamente.

– Pode ser... Perigoso eu ficar tão perto de você, seu cheiro é bom e eu sou novo nisso.

No início não compreendi, mas depois entendi o que ele quis dizer com o cheiro bom, será que eu poderia ser apelativa a ele? Em relação ao meu sangue? Assustei-me.

– Mas eu nunca a machucaria. – pareceu apressado em tentar explicar – Por isso estou tomando cuidado.

Eu relaxei, ele nunca me machucaria, ele é meu anjinho...

– Fico feliz então. – disse simplesmente.

Ele fez um gesto com o indicador para que eu voltasse para o seu lado. Assim o fiz.

Mas ao me aproximar, cheguei perto demais, meus lábios muito próximos aos seus, senti-me tensa, queria tanto sentir o gosto novamente, a sensação deliciosa de seu hálito misturado ao meu, como da primeira vez, foi rápido, Edward e seus pudores... Mas eu guardara aquela lembrança como uma das melhores, queria tanto experimentar outra vez... Pensando assim, resolvi arriscar. Após olhar para seus lábios, fechei os olhos e pedi.

– Beije-me Edward – sussurrei.

– Não, posso machucá-la.

– Vai me negar um beijo seu? – disse olhando pra ele, queria poder lhe dizer pra esquecer tudo e dar-me aquilo que eu mais queria no momento, ele também parecia querer, e muito.

– É perigoso, Bella.

– Eu não me importo. – abriu a boca pra falar, mas eu não permiti – Senti sua falta Edward, não sabe o quanto me arrependi de não tê-lo beijado todas as vezes que tivera a chance, por isso peço-te: Não me negues um beijo teu. – supliquei uma última vez, caso ele não cedesse eu lhe roubaria um, igual ao primeiro, não importa o quanto ele estava forte agora, eu o queria.

Ele se aproximou e eu fechei os olhos em expectativa. Bem devagar ele foi chegando mais perto, até que delicadamente encostou os lábios nos meus, colocando a mão atrás da minha nuca, acariciando a região, começou com um leve beijo, mas minha necessidade de senti-lo era grande, então pus mais entusiasmo ao beijo, agarrando seu pescoço com força, e prendendo meus dedos ao seu cabelo, fazendo carinho. Ele retribuiu com cautela e depois se afastou.

Foi rápido, mas o suficiente para me levar as nuvens.

– Obrigada Edward – consegui dizer após recuperar o ar.

– Eu é que tenho que agradecer meu amor.

Ele abriu meu sorriso torto preferido, aqueles de tirar o fôlego mesmo, e meu coração que já não estava quieto acelerou ainda mais. Edward pareceu assustar-se.

– Bella? Está bem?

Ele ouviu isso? Corando perguntei:

– Ouviu meu coração?

Assentiu preocupado.

– Bom, é que seu sorriso é de tirar o fôlego, como consegue ser ainda mais bonito? – falei desconcertada.

Ele sorriu.

– É porque ainda não viu o seu – comentou.

Revirei os olhos e beijei seu rosto. Depois lembrei que não poderia ficar a eternidade aqui. Suspirei.

– O que foi?

– Tenho que ir – falei sentindo um aperto no coração – Já que não pode ir comigo, quando o verei novamente? – esperei sua resposta com expectativa.

– Se eu conseguir escapar de Carlisle, hoje à noite em seu quarto.

– Então, você foi mesmo ao meu quarto? – perguntei surpresa.

Assentiu sorridente.

–Sim, não aguentava mais ficar longe de você.

Sorri. Então não foi um sonho, tudo foi real, o quase toque, o ar frio era sua nova temperatura...

– Te espero à noite. – franzi o cenho ao perceber algo – Mas por que Carlisle impediria você de me ver? – o que ele tinha contra?

– É uma longa história, assim que tiver tempo te explico.

Ele pareceu se preocupar com algo.

– Mas o que faz aqui Bella?

– Como assim?

– O que veio fazer na floresta? Seus pais não estão preocupados?

– Ah não! Eles não estão preocupados comigo, eu sempre saio de casa pela manhã e só volto à tarde, eles acreditam que assim posso esquecer você – bufei – mal sabem que estou com o próprio.

– Eles não podem ficar sabendo Bella.

– Eu sei, já entendi que é segredo.

Balançou a cabeça positivamente.

– Melhor assim. Agora vamos?

– Tudo bem. Alguns metros de onde me encontrou, está meu cavalo.

– Vamos lá pegá-lo.

Pegou-me novamente no colo e fomos buscar meu cavalo. Quando chegamos, ele me desceu de seu colo e eu o abracei, já sentindo sua falta. Afastei-me e o olhei carinhosamente.

– Vou sentir saudades.

– Eu também, mas prometo tentar estar lá hoje à noite.

– Tenho medo de acordar e descobrir que tudo foi um sonho.

Ele se inclinou e encostou rapidamente seus lábios nos meus.

– Não foi um sonho.

Sorri e depois algo piscou em minha cabeça.

– Alguma possibilidade de você me levar pra casa, pelo menos até a curva antes do portão? – perguntei receosa.

– Bella... – censurou-me. Como se fosse me negar

– Por favor – falei docemente. Ele cairia nessa.

– Tudo bem – disse derrotado. Sorri vitoriosa.

Ele subiu no cavalo e depois me ajudou a subir. Agarrei sua cintura fortemente e beijei seu pescoço, ele estremeceu. Sorri. Com uma mão ele cavalgava, com a outra acariciava meus dedos. Ele parecia satisfeito em ter-me ali, parecia bem feliz. E eu também estava e muito, senti que o buraco no peito que um dia ali morava, sumiu, foi despejado e sem convite de volta quando eu avistei Edward, porque por mais que eu relutasse, dissesse que aquele não era Edward, lá no fundo eu sabia que era, meu coração sabia.

Chegamos a esquina perto de minha casa, cedo demais, pensei. Teria que dizer adeus de novo, mas era momentâneo, logo ele estaria comigo novamente.

Edward desceu e me colocou em seu lugar.

– Até a noite, então. – falei.

– Até.

Inclinei-me para beijar-lhe os lábios, após uns segundos ele se afastou e eu segui em direção ao portão, vez ou outra olhando pra trás, para ver se era real e ele continuava ali, com um sorriso no rosto e os olhos brilhando de felicidade, logo sua felicidade passou pra mim e eu segui em rumo ao meu inferno particular. Onde tinha muitos problemas para resolver.


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Notas finais do capítulo

Prontinho, capítulo postado.
Bom espero que tenham gostado do capítulo, acho que foi o maior que já fiz, é claro que foi reescrito, mas dessa vez com o POV Bella, acho que deu pra entender melhor.
No próximo capítulo eu acabo com esse flasback e mostrarei com Bella ficou após perder Edward novamente e o que acontecerá depois, será que ela se casará com Mr. Darcy? Ou Edward impedirá? Pra onde foi Edward após deixar Bella? E Carlisle, como ficou? Essas perguntas serão respondidas nos próximos capítulos, algumas no capítulo 14. Bom, é esperar e ver.
Obrigada pelo reviews e por lerem minha fic, não abandonando-a por mais que a autora ausente aqui mereça rs.
Vocês são demais, obrigada por tudo :)