Cap 2. Por Jennifer.

Olhei para ver quem era e adivinhem? Sim, era Christofer, o garoto estranho, só que ele abandonou o cabelo loiro oxigenado e estava com o cabelo natural castanho escuro, o que provavelmente foi a melhor coisa que ele fez na vida, já que estava bem mais bonito.

_Oi Chris, eu não disse que a Jenny ia chegar hoje e jantar conosco, porque demorou? _perguntou Nancy.

-Desculpe, eu estava mesmo ocupado. –disse ele sorrindo para mim e meu pai.

_Tudo bem Chris, o importante é que você chegou a tempo. _disse meu pai.

_Hey Jenny, achei muito legal você vir morar aqui, assim a gente vai ter tempo de se conhecer. _disse ele sorrindo para mim. Perai, quem é esse garoto e o que fizeram com o verdadeiro Christofer? Porque o que eu conheço não é muito de conversar com gente que mal conhece, e vive na dele.

_É, vai ser legal. –eu disse q nem uma retardada. Mas ele não pareceu perceber isso, e o resto do jantar ele seguiu falante e mostrando ser um filho quase perfeito elogiando o jantar de Nancy e tudo mais. Depois do jantar, eu quis ajudar Nancy a lavar a louça, mas ela não deixou, então eu fui dar uma volta pelo jardim da casa e encontrei Chris sentando no banco, olhando para as estrelas.

_Oi. –eu disse.

_Oi senta ai.

Eu sentei e disse:

_Nancy disse que você vai gravar seu primeiro clipe esse mês. Parabéns.

_Obrigado. Eu e os caras passamos esse mês só concentrados na música, e algumas que colocamos no myspace fizeram sucesso. Eu estou realmente feliz e ansioso com tudo isso.

_Bem, acho que você é o tipo de filho perfeito. _eu disse de repente.

_Talvez eu esteja no caminho, mas ainda estou longe disso. Não sei se o seu pai disse, mas eu sai do colégio ano passado para me dedicar a música e com isso minha mãe me expulsou de casa. _ele disse tranqüilo.

Ta, ele não é o filho perfeito.

_E o que você fez? _perguntei.

_A única coisa que poderia fazer no momento. Fiquei morando no meu carro. _respondeu ele tranqüilo de novo.

Eu sempre soube que ele era um garoto tranqüilo. Mas agora tenho a impressão de que o mundo pode estar acabando que a única coisa que ele ia fazer é o sinal de paz e amor.

-Nossa, que chato. Que bom então, que você já resolveu essa situação, imagino como Nancy deve ter ficado.

_Ela ficou realmente muito chateada comigo, quando eu disse que ia abandonar o colégio, ela até pensou que eu estava brincando. Mas quando viu que era sério, ficou louca. _ele riu.

_Acho que você é única pessoa do mundo com coragem para fazer uma coisa dessas. _eu disse pensando que se fosse eu, minha mãe já tinha me matado.

_A vida me ensinou desde cedo que é preciso coragem para fazer o que quer, seja algo fácil ou difícil. Acho que eu estou finalmente aprendendo a viver, e descobrindo quem eu sou. _disse ele sorrindo.

_Eu não sabia que você é inteligente. _eu disse.

_obrigado. Não sabia que você era sociável. _disse ele rindo, e eu acabei rindo também.

_Desculpa se eu nunca falei direito com você, é que eu sempre achei que você era...

_Estranho? _perguntou ele ainda sorrindo.

_É. Desculpe. _respondi envergonhada.

_Tudo bem, você não é a única. De qualquer jeito, eu também acabei te julgando mal. Acha que nós poderíamos nos conhecer pela primeira vez de novo? _perguntou ele sorrindo.

_Mas nós já nos conhecemos. _eu disse sorrindo

_Talvez não. _ele levantou e estendeu a mão. _Prazer, meu nome é Christofer, mas pode me chamar de Chris.

Eu segurei sua mãe e disse:

_Prazer em conhecê-lo Chris, eu sou a Jennifer, mas pode me chamar de Jenny.

_O prazer é todo meu Jenny. –ele sentou de novo e nós rimos.

Depois eu fui para casa, com meu pai, e fiquei no msn, conversando com a Amanda. Até que o telefone tocou, era minha mãe preocupada porque esqueci de ligar para ela. Pedi desculpas e conversamos um pouco, depois que desliguei fui para o myspace procurar músicas da banda do Chris. Mas como era mesmo o nome? Bem, na verdade eu não sabia o nome, resolvi perguntar ao meu pai.

_Eu não sei Jenny, você ficou conversando com o Chris e nem perguntou a ele?

_Ah, eu esqueci pai.

_Então, amanhã você pergunta a ele. –disse ele, e foi ver tv.

Volte para o meu quarto e fiquei assistindo ‘Gossip Girl’ até dormir.

Acordei e depois de tomar café da manhã, fui com meu pai até a papelaria comprar o meu material escolar. Depois, já era hora do almoço e fomos a um restaurante. Na volta pedi para meu pai me deixar no parque. Ele deixou e eu fiquei andando por lá, eu estava sentindo muita falta disso, e o tempo estava ótimo fazia sol, mas também ventava, e de repente eu senti uma liberdade que nunca havia sentido. Resolvi tirar a sandália e caminhar descalça pela grama. Não tinha muitas pessoas no parque, por isso também estava mais silencioso do que de costume. Fechei os olhos por um minuto, mas foi o suficiente para ouvir alguém cantando. A voz era bonita e o que ela cantava também era:

‘All I ever wanted to do

Was to fall in love

Just to be in love’

Parei, mas não abri os olhos. Eu estava surpresa, pois seja lá quem estiver cantando, parecem palavras ditas por mim. E a pessoa continuou:

‘But my heart was racing

 My mind was screaming

 You’ve got your whole life

 To do these things’.

Percebi que a pessoa é bem otimista, porque mesmo que eu tiver a vida toda para me apaixonar, eu não ia querer que isso acontecesse com 80 anos. Mas quem disse que mandamos em nosso coração? Abri os olhos finalmente a procura da voz misteriosa e vi que não era tão misteriosa assim. Pois quem cantava era o Chris. Eu estava atrás dele e ele estava tão concentrado cantando que nem percebeu minha presença. Achei melhor ir andando para não incomodá-lo, mas ele parou de cantar e me viu.

_Oi Jenny.

_Oi. Você canta muito bem. _eu disse sorrindo.

_Obrigado. Já está ai há muito tempo?

_Não, na verdade eu tava andando e ouvi você. Mas pode continuar, não quero incomodá-lo. –eu disse andando.

_Espere. –disse ele e eu virei. _Você já precisa ir embora?

_Não, mas... _ele me interrompeu:

_Então senta ai. Eu preciso da sua opinião.

_Tá. Mas eu não entendo nada de música. _disse sentando na grama, ao seu lado.

_Música não é uma coisa que precisamos entender. Só precisamos sentir. Você consegue sentir a música?_disse ele sorrindo. E tenho que admitir que o sorriso dele é muito bonito.

_Acho que sim.

_Então, você pode me ajudar. Essa música que eu toquei agora o que você achou dela?

_Eu gostei muito. Tanto da melodia, quanto da letra. Mas a letra parece um pouco triste.

_Ela é triste. É sobre uma situação ruim que eu passei num passado recente.

_Aquela coisa toda de sair da escola?-perguntei mesmo sabendo que não era, porque a letra falava de uma garota.

_Não, é sobre uma garota que me decepcionou muito. _respondeu ele. Como ele não parecia querer falar disso, mudei de assunto:

_Chris, qual é o nome da sua banda? Ontem a gente conversou e eu acabei esquecendo de perguntar.

_É, Never Shout Never. –respondeu ele sorrindo.

_Ah, nome legal.

_Jenny desculpa perguntar, mas porque você quis se mudar para cá tão de repente? Não entenda mal, eu gostei de você ter vindo, mas eu só fiquei surpreso.

-Bem, eu já tava querendo vir há um tempo, mas minha mãe não queria, ai ela finalmente deixou, e eu vim. _respondi sorrindo e acrescentei: _E bom já ter um conhecido, mesmo que você me ache uma maluca anti-social, ou sei lá.

_Agora que eu to te conhecendo, você não parece ser anti-social. Quanto a ser maluca, você também ainda não me deu motivos pra isso, deveria me preocupar? _perguntou ele sorrindo.

-Talvez. Na verdade eu não me acho uma garota normal de 17 anos.

_Não se preocupe com isso. Com 17 anos, ninguém é normal. Eu também não sou normal.

_Você não é mesmo. _concordei._ Garotos normais, não são tão bons músicos como você é.

Ele ficou envergonhado.

_Obrigado. Mas você Jenny, parece bastante normal. Qual é o problema?

_Bem o problema é que eu nunca me apaixonei por ninguém, e por isso nunca namorei. Minhas amigas até me zoam quanto a isso, mas eu não posso fazer nada. Eu acredito no amor verdadeiro, mesmo que ele seja tão difícil de achar.

Chris pareceu surpreso e ficamos por uns segundos em silêncio, ele olhando para seu violão, e eu me perguntei se ele teria me deixado no vácuo, até que ele me olhou sorrindo e disse:

_Você não é normal mesmo, Jennifer. Não deixe se perturbar se alguém critica o seu jeito de ser, pois você é única. _ele disse olhando nos meus olhos e com aquele sorriso bonito, e eu não resisti a sorrir também.

Ele levantou e estendendo a mão disse:

_Vem. Eu vou te levar para conhecer o lugar mais bonito do parque.

Segurei sua mão, e fui seguindo ele.