Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 26
Cap. 26: Letargia quebrada.




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Eu finalmente ia sair daquele hospital.

  Olhei-me no espelho e vi minhas olheiras quase desaparecidas. Os buracos sem cabelos da minha cabeça já estavam bem preenchidos quando tirei a touca e os olhei no espelho. Eu estava renascendo como a fênix.

  Meus olhos eram os olhos límpidos e mordazes da Charllottie. O rosto ainda era muito branco, como de costume, mas a lividez já o havia deixado. Meu rosto era de novo sensato e misterioso. Qualidades que, enquanto lividamente acentuadas davam medo, em meu rosto.

  Nada era melhor do que aquela sensação de olhar no espelho e não sentir falta do que eu era.

  Havia mais em mim do que eu sempre fui. Havia uma vivacidade que nunca experimentei antes. Eu tinha vontade de pular da cama e sair andando em cima do telhado até que me desse vontade de descer sem que ninguém me observasse achando que eu era louca. Ah, mas seria pedir de mais. As pessoas não são tão evoluídas a este ponto.  

  Bom, eu era a Charllottie de sempre. Acordada para o seu exterior e em profunda reflexão por dentro.

--- Hum, mãe, cadê aquela minha escova de dentes de coala? – Perguntei.

--- Eu não sei... Porque acha que eu saberia? – Minha mãe disse, comendo batatas fritas. Ela quase sempre estava comendo. Nunca engordava. Eu achava aquilo super impossível para uma mulher de quase cinquenta anos.

--- Sam agora empacou com os coalas. Eu tenho pijamas de coalas, escovas de coalas, chaveiros de coalas, bolsinhas de coalas e um coala, chamado Willi Rockbell.

--- Porque deu este nome para o coala? – Minha mãe perguntou, engolindo batatas bruscamente.

--- Bom... Willi é o cara burro escocês dos Simpsons. Achei que este coala tinha cara de burro. E... Rockbell... O coala tem uma fitinha vermelha no pescoço que tem um sino da cor de pedras.

--- Nossa. Perguntei só por perguntar. Não imaginei que tinha mesmo um significado. – Minha mãe parou de comer fitando-me tentando analisar minha expressão. Acho que ela percebeu que eu tinha acabadode inventar tudo aquilo.

Não deu para não rir da cara dela. Quão idiota eu teria ficado depois da doença?! Colocaria a culpa na medula de Bridget, se ela estivesse no quarto.


--- Mãe, eu gosto muito do Willi. Não me olhe assim. O... Meu amor por ele é tão inestimável... –Eu estava virando uma bela de uma Sam. 


  Eu estava muito feliz. Nunca havia acontecido aquilo comigo. Mesmo que eu tivesse momentos felizes, eu tinha uma insatisfação constante. Mas agora não. Talvez a insatisfação voltasse depois. Mas... Agora era como se eu tivesse passado um tempo morta e acordasse de uma coisa impossível de se acordar. A morte.

--- Pronto. Acho que já peguei tudo. –Disse, fechando a mala.

--- Hum... Vamos para casa. –Minha mãe disse.

--- Vamos para Peter. –Eu disse.

--- Não vamos começar. – Minha mãe disse como se estivesse cantarolando.

--- Depois de amanhã, quando eu falar com Joe e Bridget, partirei para a Alemanha. –Disse, firmemente.

 Tudo que ela fez foi bufar, devagar. Ela sabia, que nada do que ela tentasse adiantaria.


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