Na fazenda...

De repente uma luz imensa apareceu sobre o local, e como num piscar de olhos, Aika, Gray e Minako estavam em frente a casa.

Minako: Stein-chan! – ela olha para um lado e para o outro – O que eu faço? – colocou a mão na cabeça, desesperada.

Gray: Tenho uma... dica. – ele praticamente sussurra devido aos seus ferimentos – O que acha de ajudar a sua prima... – Aponta para Aika, que estava sangrando, e a mordida no pescoço estava esquisita.

Minako: Gray! – ela ignora Aika e vai para o lado de Gray – Preciso levar vocês para dentro. – Ela pega Gray e sai o arrastando o mais “gentilmente” que pode casa à dentro. Depois volta e pega Aika, ao tentar puxá-la, vê que Lobo já está ao seu encalço. – Demorou cara. – Lobo acompanhou Minako dando ganidos meio que aflitos.

O que aconteceu depois foi fora de série. Minako começou a falar coisas em uma língua estranha, parecido com latim, e de repente Gray já conseguia se mexer, e respirar melhor.

Gray: O que...? O que está acontecendo? – Ele olha para Minako, como quisesse enxergar sua alma, mas ao ver Aika ainda caída esquece sua curiosidade e seu estranhamento – Não sei o que você fez, mas precisa fazer o mesmo com ela! RÁPIDO! – ele falou num tom meio que desesperado.

Minako esboçou um sorriso triste.

Minako: Não posso...

Gray: O que está dizendo, garota? – seu desespero aumentou.

Minako: Não tem como.

Gray: Eu não consigo entender! – Ele se levantou, segurou Minako pelo braço e sacudiu-a – POR QUE NÃO PODE AJUDAR SUA PRIMA? – Cuspiu as palavras.

Minako começou a chorar. Um choro alto e de soluçar. Gray soltou-a e seu coração martelou contra o peito violentamente. Ela realmente não podia ajudar. Ele sentou na cama, perto de Aika e perguntou baixinho:

Gray: Ela... não vai morrer, vai? – sua voz estava vacilante.

Minako: Isso só depende dela. – ela disse vagarosamente.

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Na montanha...

Trent e Skye estavam se encarando.

Trent: Olha, eu adoraria te derrotar agora, mas eu tenho uma promessa a cumprir, e não estou a fim de quebrar.

Skye: Aí está o problema. – Ele segurou o cabo da espada mais forte – Eu também tenho um promessa a cumprir, e você está pondo ela em risco.

Trent: É Steiner, não importa o quanto tempo passe, ou quantas vidas nós tivermos, nossos destinos sempre se cruzam. – ele pensou um pouco e coçou a cabeça – Nossa, isso foi muito gay!

Skye: Concordo com as duas coisas – ele sorriu, mas o sorriso logo desmanchou para uma cara amedrontadora – Você viu o que fez há pouco? Deve ter estragado seu próprio plano...

Trent: é, eu não fui muito esperto não... Mas ela virá até mim novamente. – ele fez uma carinha falsa de tristeza – E aquele garoto da espada... Qual é a dele? – fez uma careta.

Skye: É um mongol que se acha, e a Mina-chan vive se engraçando para ele... – imitou a careta de Trent.

Trent: Outra coisa que nunca muda, é você e suas paixões platônicas.

Skye: Olha quem fala! – ele sorriu – Mas em, isso ta parecendo luta daqueles desenhos japoneses, que os caras mais conversam do que lutam realmente.

Trent suspira.

Trent: Eu realmente não quero lutar com você.

Skye: Eu sei, mas... Estamos em lados opostos. Você escolheu o lado errado.

Trent suspirou novamente e quando estavam para voltar a lutar, uma explosão envolveu a montanha.

Trent: Oh, não... – Trent exclamou em meio a fumaça branca.

Skye: O que está acontecendo? – Skye não conseguia ver um palmo a sua frente.

...: Olá crianças! – uma voz estranhamente familiar soou macabra.

Skye: Essa voz... Você é... Esse tempo todo... – ele entrou em pânico.

Trent se curvou a contragosto.

Trent: Bem vindo de volta, mestre. – falou, sem nenhuma emoção.

...: Temos muito que conversar mocinhos. – falou com uma expressão cálida e meiga, só que ao contrário do que deveria, causou mais medo aos presentes – Primeiro, vou ter que dar um jeito em você, ladrãozinho, já que viu meu rosto.

Skye: É... esse apelido pegou mesmo. – um sorriso nervoso brotou em seus lábios.

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Na fazenda, Gray tratava dos ferimentos de Aika como podia, já que Minako não podia curá-la do método que o curou. Até aquele momento, Gray e Minako não haviam dado sequer uma palavra. Gray havia estancado o sangue da mordida com um pano, e agora virava-se para Minako finalmente.

Gray: Tenho que tirar a roupa dela. – corou.

Minako: Puta que pariu, Gray! Não é hora disso! – ela exclamou nervosa.

Gray respirou fundo para não bater em Minako.

Gray: Você tem sorte de ser mulher. – Ele respirou fundo novamente – Tenho que estancar o sangue no ferimento dela na região do abdômen.

Minako ficou vermelha, mas também aliviada.

Minako: Eu faço isso! – ela olhou para a casa – O que eu uso?

Gray levantou, olhou para os lados e ergueu uma sombrancelha.

Gray: Sem comentários para o que farei agora, pelo bem de sua integridade física! – ele a olhou sério.

Ela ficou quieta, esperando. Gray segurou sua camiseta e passou a despi-la de seu corpo. Os olhos de Minako se arregalaram, ela abriu a boca para falar, mas estava admirada demais para comentar. Gray era extremamente... másculo. (é para não dizer “gostoso”). Ele ficou muito sem graça e rasgou a camisa para que desse para amarrar em volta de Aika e entregou à Minako, que estava estática.

Gray: Seu nariz está sangrando Minako... – Ele olhou-a com certo receio – Não sabia que tinha se machucado...

Minako: ... é, né. – Ela sorriu vagamente – Sabe, você pode tirar as calças se quiser, para estancar o sangue do meu nariz, querido...

Gray olhou-a muito sério, mas depois relaxou e sorriu.

Gray: Você não é normal, garota.

Minako sorriu e agradeceu mentalmente por ele não ter batido nela. Ela arrancou o vestido de Aika, enquanto Gray estava de costas, e amarrou a camisa de Gray como ele a instruiu, estancando o ferimento. Quando terminou, ela suava. Tampou Aika com um lençol para que Gray não a visse seminua.

Minako: Pode virar-se novamente...

Gray: Você está de roupa, não é? – ele perguntou, erguendo uma sobrancelha.

Minako: Droga! Estragou a surpresa... – Ele continua virado, ela sorri – ‘Tô brincando, gatinho.

Ele virou, e ela realmente estava vestida.

Minako: Não vai me fazer perguntas?

Gray: Não, hoje não. – Ele a olhou nos olhos – Todos têm segredos. – ela olhou-o estranhamente desconfiada e ele mudou sua expressão de calma, para a expressão de sempre dele. – Vamos dormir agora, me dê um colchão, amanhã será um longo dia.

Ela arrumou um colchão para ele e o mesmo dormiu quase que instantaneamente, ao ver que tudo estava bem, e Lobo vigiava Aika.

Minako se deitou perto de Aika e esboçou um sorriso triste.

Minako: Apesar de tudo, você tem uma puta de uma sorte, priminha. – Virou-se e tentou dormir.

No decorrer da noite, tudo parecia bem, mas Aika começou a ficar quente, sua ferida no pescoço passou a latejar e ficar numa cor estranha, pesadelos começaram a atordoa-la...

“YUKINE, SEUS DIAS DE FUGA ACABARAM MUAHAHAHA!”

“MINHA FILHA! POUPE ELA!”

“NÃO VOU DEIXAR ESSA MALDIÇÃO CONTINUAR! *BARULHO DE CORTE*”.

“NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO!”

Aika acordou num pulo.

Gray: Aika..? – parecia assustado.

Aika: Cinza...? Cinza, foi horrível! Mataram a criança dela, na frente dela, foi horrível! – ela gritava exasperada.

Gray: O que? Não entendo, dela quem? Que criança? Aika, foi só um sonho.

Aika: Não parecia um sonho... Era mais como... A lembrança de alguém.

Gray: Sua ferida pode ter feito você delirar... – Pensou – E você me chamou de cinza?

Aika: Não temos tempo para isso agora! – ela riu baixinho. – e tenho certeza que não foi um delírio... Yukine...

Gray: Yukine? – Os olhos dele arregalaram-se – O que tem essa mulher?

Aika: Você conhece? – perguntou rapidamente.

Gray: Eu não, mas meu avô e meu pai sim... – ele ficou tenso – ela foi... Assassinada, há muito tempo atrás.

Aika: C-Como? – seus olhos estavam arregalados.

Gray: É verdade, meu avô conhece a história dela.

Aika: Tenho a sensação que preciso conhecer essa história...

Os dois trocaram olhares e Gray confirmou com a cabeça. Aika de repente parou e olhou para a porta. Gray ficou observando e 2 minutos depois Minako apareceu com uma cara nada feliz.

Aika: O que aconteceu Mina?

Minako: ... O Skye desapareceu. – seus olhos azuis como o céu encheram-se de água.

Aika: Skye! Ele nos salvou... Como assim desapareceu Mina?

Minako: Ele não estava lá e não consigo encontrá-lo em lugar algum! – começou a chorar – Oh, Stein-chan!

Aika: Você voltou lá sozinha? Está maluca?

Gray olhou para Minako, e tinha a impressão que ela não era tão indefesa assim.

Gray: Você não pode fazer nada melhor para encontrá-lo? – olhou-a com um olhar inquisitivo.

Minako: ... Não sei... Se eu tenho poder para isso...

Aika: Poder? Do que estão falando? – Aika estranhou.

Minako: Há algumas coisas sobre mim que você não sabe Aikane...

Aika: é Aika... Mas isso soou tão sombrio...

Gray: E é, Minako é uma bruxa.

Todos na sala ficaram em silêncio.

Minako: Como você...?

Gray: Meu avô já me contou sobre elas... Falando em Latim, lutando contra o clã dos lobos. – falou meio atônito - Achei que fossem apenas histórias.

Aika: Gente, parem com isso! Não existem essas coisas, não sejam ridículos.

Minako: Aika-chan... Eu sou uma bruxa.

Aika encarou Minako e nunca viu tanta sinceridade em seu olhar e sua fala. Ficou sem fala, apenas sentou.

Aika: Mais alguma coisa que ninguém me contou?

Minako: Vamos conversar com o Saibara. Ele vai explicar melhor.

Gray: Meu avô? O que ele sabe sobre vocês?

Minako: Ele sabe muito mais que vocês podem imaginar. – ela suspirou – Mais do que eu.

Aika: Isso ta ficando cada vez melhor, em? – falou ironicamente.

Os três saíram em silêncio com Lobo atrás.

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Ferralheiria Saibara’s

Gray abriu a porta e foi logo ao encontro de seu avô que estava em seu quarto.

Gray: Jiji, precisamos conversar.

Saibara: Eu sei, previ que vocês viriam após ontem.

Aika: O que você sabe sobre ontem?

Saibara: Que cometeram o maior erro da vida de vocês. – ele falou ríspidamente. – Ainda não era a hora de desencadear isso.

Aika: Desculpe por isso, eu não sou advinha. – Ela falou irritada – Talvez se eu conseguisse prever o futuro ou alguém me contasse as coisas, isso, que eu nem sei o que é, não aconteceria.

Saibara: Você tem Razão Aika, eu avisei Keitaro, mas ele disse que você era tão nova... E agora ele se foi. – falou tristemente.

Gray: Ele está morto, infelizmente. Mas restou você, não enrole. – Falou secamente.

As duas olharam para ele assustadas.

Saibara: Vou tentar diminuir a história como posso.

Aika: Isso desanima não é, pessoal? Sabe como é velho...- meio tensa.

Saibara: Calada e escute com atenção:

“Existem duas raças diferentes entre os humanos que deveriam existir para manter o controle do mundo, uma delas, que pode falar e entender a natureza, o Clã dos Lobos. Os lobos são considerados os mais sábios animais, e eles podem sentir o que as pessoas sentem, saber o que se passa na cabeça dos outros e tem sentidos apurados, são extremamente fortes e ferozes, com mandíbulas mortais, as pessoas desse clã podiam se transformar em lobo e usar suas garras e presas, além de sua sabedoria. Outra raça é a dos Bruxos, eles controlam a natureza e a usavam para curar, fazer fogo e todo tipo de magia. Infelizmente a busca pelo poder estava na parte humana de todos, e logo, uma guerra começou entre esses clãs, afim de saber quem era melhor. Muitos morreram, inclusive humanos normais que nada tinham a ver. E os Lobos e Bruxos se odiavam cada vez mais. Até que algo inusitado aconteceu. A filha mais poderosa do Lobo líder se apaixonou loucamente por um dos mais poderosos bruxos e ele a correspondeu. O amor proibido dos dois, fizeram-nos fugir e se esconderem, e ambos tinham poder para isso. E deles nasceram frutos. Uma raça poderosíssima que era a mistura dos mais fortes Bruxos com a uma das mais fortes Lobas. O bruxo mais poderoso não satisfeito, fingiu uma união com os Lobos afim de acabar com essa raça que os ameaçavam, mas quando ele pensou que tinha acabado com todos dessa nova raça, traiu os lobos numa emboscada e erradicou a todos. O que ele não sabia é que havia restado uma, Yukine filha daquele casal, poderosa demais para morrer. Ela se enfeitiçou, fazendo-se reencarnar o seu poder para sempre afim do poder dos lobos e sua raça não desaparecer. E assim começou o ciclo. Toda vez que seu descendente volta, o Bruxo volta também, por que ele se enfeitiçou, e volta também seu grande amor, que ela mesmo enfeitiçou e lhe deu um quarto de seu poder.”

Todos ficaram observando achando que ele ia continuar...

Saibara: Acabou galerinha! Agora sumam daqui e me deixe trabalhar.

Aika estava parada lhe lançando um olhar desconfiado. Lobo também tinha percebido.

Aika: Você não nos contou tudo Saibara-Jiji. – Ela o encarou seriamente – E o que eu tenho a ver com esse conto de fadas macabro?

Gray suspirou fundo, e entendeu tudo.

Gray: Você é a reencarnação dela, Aika. – Observou-a assustado – Melhor dizendo, você tem o poder dela em suas mãos, e está sendo caçada.

Minako sentou no chão, arrasada. Aika ficou paralisada e Saibara abaixou a cabeça.

Aika: Passei minha vida toda procurando um sentido e agora descubro que faço parte de um conto de fadas macabro, ridículo e clichê. – soou desanimada.

Saibara: Só você para pensar nisso após essa descoberta...

Aika: Vou fazer o que? Chorar não vai adiantar nada. – pensou um pouco – Preciso fazer algo.

Gray: Você não vai a lugar algum! –falou nervoso.

Aika: Você não vai querer tentar me impedir. – falou de um jeito que deixou a todos paralisados de medo e saiu correndo.

Gray: Ela sequer ouviu toda a história... – falou tristemente – Porque não lhe contou Jiji?

Saibara: Não era o tempo. – falou apenas – Ela errou novamente, pensa que sabe de tudo, mas ainda não sabe nem o começo.

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Ele estava sentado em sua cadeira, lembrando-se do dia anterior, não acreditava no rumo que as coisas tinham tomado. Ficara sem controle perto daquela garota, não conseguia entender. Ele sabia que não deveria ter feito aquilo, mas algo dentro dele despertou. Então quando estava imerso em seus pensamentos ouviu gritos do lado de fora de sua sala e em seguida alguém entrando quase derrubando a porta.

...: VOCÊ!