Eu e Rosalie com o decorrer da eternidade haviamos se tornado mais próximas e qualquer um que lhe vissem juntas nunca imaginariam que tiveram qualquer conflito.  Os Cullen estavam em diferentes lugares naquele dia, Carlisle e Esme estavam no hospital, Alice e Jasper em lua de mel na França,  Jacob e Reneesme em La Push, Edward  e Emmett foram caçar.

Sem termos muito que fazer ficamos conversando assistindo TV  e fazendo as unhas. Até que Rose resolveu fazer uma excursão de compras pelo Shopping. Depois de muito reclamar aceitei.  Tentem entender não tenho muita paciência para ficar horas e horas experimentando roupas.   E o fato de que os Cullen podiam comprar todo o Shopping se pudessem não ajudava muito.

Na verdade era quase como se tivessem comprado.     Alice vivia fazendo doações em boas quantias dando dicas e implorando para trazer novas lojas. E ela me contou que sempre fez isto em qualquer lugar que fosse. Perguntei sobre Forks e ela falou que era uma missão impossível, mas que quem sabe algum dia...   Se a pergunta é onde morávamos a resposta é simples... Não muito longe é claro.  Em Port Angeles.

Depois de horas de compras, Rose me puxou para o toalete fazendo eu montar um visual igual ao que ela havia visto na revista.  Ela riu dizendo:

-Não ficou igual,  ESTÁ MUITO MELHOR.  Já pensou em ser modelo? – ela falou rindo.  Ri também.

-Nem morta – falei e logo percebi o que tinha falado.

-Bem morta você já está não é? – ela brincou.

Eu lhe dei um olhar mortífero e sério antes de rir novamente. Conversando sobre amenidades saiamos do toalete.     Logo avistamos uma livraria e eu fazendo a melhor cara que pude pedi para entrar. Ela contrariada concordou dizendo que iria me esperar na praça de alimentações.

Eu franzi o cenho para sua declaração e ela revirou os olhos como se dissesse que não fazia diferença.  Nós referíamos ao fato de como vampiras só bebermos sangue de animais. O que era raro já que poucos vampiros seguiam uma dieta tão “peculiar” acho que foi está palavra que um clã de vampiros utilizou.  Claro porque matar um monte de gente é supernormal. Bufei sozinha.

Pretendia ler Hamlet uma das poucas obras de Shakespeare que eu ainda não havia lido. Mas não achei nenhum exemplar.   Resolvi perguntar a alguém da loja e me disseram que o ultimo estava posicionado na décima prateleira esquerda.  Corri humanamente e dei gritinho:

-Achei.

Infelizmente não foi a única.  Vi que alguém também procurava por este livro. Rosnei.  Mas recuei um passo para trás ao sentir o cheiro.  Um cheiro adocicado que só podia ser de um vampiro.   Minhas suspeitas se confirmaram quando ele virou seu rosto para me encarar. Os olhos vermelhos disfarçados por lentes de contato.

-Desculpe Senhorita, mas acho que o vi primeiro – falou ele sarcasticamente.

-Eu sou uma vampira do Século XXI aposto como você vem do tempo de Shakespeare. Pouco me dúvida se você já não foi amigo dele, mas eu não.  Você tem cara de velho mesmo – eu resmunguei puxando o livro com força da sua mão.  Não me referia a sua idade normal. Porque qualquer um que olhasse poderia perceber um jovem de no máximo 20 ou 22 anos.  Não sabia exatamente.  Mas sim a sua idade de imortal. 

-Acho que a senhorita está enganada não é mesmo?  Não sou do Século XXI mas do tempo de Shakespeare também não sou. Com quem falo? – reclamou ele.

-Não acho que interesse- falei lhe dando as costas e deixando o livro.  Não queria confusões e eu os poderia arranjar muito facilmente sendo a ima para problemas que era.

-Espere – ele gritou.  Eu fui andando o mais rápido que pude porém em velocidade humana.  No meio das pessoas visualizei Rose.   Ela me olhou não era assustada.  Mas sim em choque. Chamei por ela e nada. Logo o tal vampiro nos alcançou. Ela balançou a cabeça confusa. E voltando a si rosnou cheia de raiva, dizendo:

-Royce?  - perguntou como se não acreditasse no que visse.

-Rose?  Pelo visto a irritadinha da Livraria é sua amiga.  E porque seus olhos são de um amarelo tão estranho assim? -  ele perguntou divertido.

-Royce? – Eu falei chocada – Realmente você tem mal gosto Rose.  Emmett é dez mil vezes melhor que este dai.

Ele sorriu cínico para  mim segurando-me pelo braço.   Seus olhos eram ameaçadores:

-Como disse? – sussurrou ele.  Eu bufei contrariada. Ele continuou – EU pensei ter feitos perguntas. E pensei estar esperando respostas. 

Ele arrancou meu colar do pescoço.  Abriu-o delicadamente.  Nele se encontrava o meu nome e de Edward. Logo nos reconheceu pelo nome e se virou para Rosalie.

-Está ficando famosa?  Amiga de Isabella Cullen.  A vampira que fez os Volturi saírem para correr.   Vocês devem estar curiosas sobre como estou aqui. A verdade é que Rosalie me deixou quase morto naquele dia. E uma vampira me salvou.  A bobinha estava apaixonada, a matei depois é claro – explicou ele.

-Isto é horrível – falei triste e olhei ao redor percebendo que estávamos num canto do estacionamento.  Fiquei aliviada. Chamar atenção era a última coisa que queria.  Pensei no meu escudo e em como ele havia evoluído.   O tirei para que Alice pudesse ver nosso futuro e avisasse Edward.  Realmente não queria os incomodar, mas Royce não parecia o tipo de pessoa confiável.  E o seu passado certamente o condenava.

Ele me soltou e se virou para Rosalie sorrindo.  Ela o encarou bestificada enquanto ele falava com ela:

-Não iram me apresentar  a humilde moradia dos Cullen?

Rosnamos juntas deixando claro nossa resposta.  Ele deu de ombros resmungando algo como “Foi ótimo revê-la”   Eu e Rose nos encaramos sem reação alguma pelo o que havia ocorrido. Inacreditável era a palavra que melhor definia isto tudo.  Me lembrei de Alice e de toda preocupação desnecessária que isto causaria.

Ouvi passos pela floresta e rapidamente reconheci o cheiro.  Emmett e Edward.  Podia ver fúria principalmente em Emmett.

-Está tudo bem – se apressou Rose.

-Onde ele foi? – perguntou Emmett.

-Não fazemos a mínima ideia – falamos juntas. Era incrível a sincronia que tínhamos adquirido.   Logo me lembrei da colar  Xinguei-me mentalmente procurando-a pelo estacionamento.   Não estava em lugar algum.  Ele havia esquecido de me devolver.  Os três me encaravam.Fiquei irritada. Edward havia a me dado a poucos meses. E gostava muito dele.  Nossos nomes estavam escritos em diamantes. Exagerado mas lindo. Resolvi comentar.

-Realmente não sei como você conseguiu aguentar alguém tão arrogante por tanto tempo – reclamei  - Ele está com meu colar, Edward.  Eu não acredito.

-Posso comprar outro,  Bella – falou Edward e vi-o encarando Rose com irritação.  Eu e Emmett nos olhamos curiosos.

-Estava pensando que não há motivo para a irritação de Emmett,  já que Royce já tem outros interesses – falou enigmática.

-Do que você está falando? – perguntei desconfiada.  Edward rosnou.

-Do jeito que ele te olhou deslumbrado quando percebeu quem você era...

-Eu nem havia notado isto Rose.

-Ok, sem mais preocupações. Ele não irá voltar se tiver a amor a vida que tem – falou Edward.

-Não sei não. Royce pelo que me Rose contou sempre foi insensato.  Problemas depois.  Temos a eternidade para resolve-los - concluiu Emmett.

E esquecendo-se da confusão voltamos para casa. Rosalie tagarelando principalmente das compras que havíamos feito.  Mas nos seus olhos eu, talvez a única notar, percebi o quanto lhe era triste relembrar o passado.

-Ela irá superar – falou Edward me beijando. Logo lembrei que o meu escudo estava abaixado.  Rindo do meu descuido, o coloquei novamente.  Edward reclamou, porém eu preferia assim, não que tivesse o que esconder, mas gostava das coisas exatamente como estavam. 

Apesar de o dia ter suas complicações.  No crepúsculo nós realmente vemos que algumas coisas sempre continuam as mesmas.  O meu amor por Edward era um grande e lindo exemplo disto.