Férias na Austrália escrita por Marina


Capítulo 4
Capítulo 4




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O meu segundo dia de férias foi bem mais tranquilo em vista do primeiro:

Acordei primeiro que todo mundo e depois, acordei as duas com uma guerra de travesseiros - animação às oito horas da manhã. Depois, pedimos o café da manhã no quarto e, como naquele grandioso carrinho que chegou ao nosso quarto tinha abacate, fizemos uma touca para o cabelo. Foi bem legal.

À tarde, fomos conhecer a cidade, os pontos turísticos, tirar fotos... Enfim, foi tudo até que normal, mas, o que eu realmente queria contar aqui é sobre o meu fim de tarde.  Beatriz e a Mariana queriam fazer alguma coisa especial, mas dessa vez, acho que eu fui a chata:

– Desculpe gente, mas eu fiquei de ir a um lugar, tudo bem?

– Não tem problema, nos vemos mais à noite? - disseram elas frustradas.

– Sim, estou aqui ás nove horas, combinado?

– Combinado!

Desci correndo do hotel e, bem, eu voltei àquela lanchonete, porque aquele pôr-do-sol me fascinou, e senti algo de especial naquele lugar. Por que será?

Chegando lá, fui pedir outra água de coco, fazer tudo igual, para ver se eu conseguia sentir aquela mesma sensação, estranha, mas gostosa, que eu não conseguia explicar. Fiz a mesma coisa que eu havia feito no dia anterior, avisei que estaria a alguns metros dali, me sentei e coloquei meus pés na areia. Vidrei-me naquele lindo entardecer, senti algo diferente, mas nada comparado ao friozinho na barriga que eu havia sentido no dia anterior.

Quando olhei para o lado, vi aquele menino, o... Qual era mesmo o nome dele? Ah, sim, Cody, como pude esquecer?

Ele chegou perto de mim e perguntou se aquela água de coco era minha. Senti uma coisa estranha, que depois eu me dei conta de que finalmente consegui sentir aquela sensação, que eu ainda não sabia dizer o que era. Respondi que sim, e ele disse que voltaria logo.

– Você gostou da água de coco? - sim! Depois de uns dez minutos, ele voltou e me perguntou por que eu havia voltado a sua lanchonete.

– Bom, na verdade, ontem, eu me apaixonei por esse cair da tarde e tive que voltar aqui para vê-lo, esquecer um pouco da minha vida, parar de pensar por alguns instantes.

– Mas, você conseguiu se resolver com as suas amigas? - perguntou ele, preocupado.

– Ah, sim, consegui. Nos entendemos e, no fim, tudo acabou bem. - eu falei a ele, mais aliviada.

– Que bom! - ele parecia realmente preocupado -. Você me disse que era do Brasil, certo?

– Sim, eu sou.

– O quê tem lá?

– Tem as mesmas coisas que aqui, mas, em cada lugarzinho desse mundão, alguma coisa sempre muda. Aqui, fiquei encantada com a beleza das praias e, lá no Brasil, eu gosto muito da diversidade de coisas que podemos encontrar, como por exemplo, eu posso passar férias na praia ou na montanha. - nessa hora, parecia que eu estava dando um discurso.

Cody parecia desligado enquanto eu estava falando, como se estivesse acompanhando uma mosquinha bem na minha frente, ou, admirando uma garota bonita atrás de mim - o que seria mais provável.

Quando terminei meu discurso, ele ainda parecia fascinado por algo que de certo modo, estava me incomodando, porque com certeza ele não estava prestando atenção no que eu tinha acabado de dizer, então, resolvi olhar para trás, e percebi que não havia nada de interessante para se olhar atrás de mim - só tinha um jardim meio sem graça -. Achei melhor deixar pra lá e continuar a nossa conversa...

– Cody, quantos anos você tem? - parabéns menina, ótimo assunto em comum..

– Tenho quinze, e você, Angélica?

– Tenho dezesseis. - sorri com uma cara de 'há, sou mais velha'.

(...)

Continuamos conversando por algumas horas, e, no fim, eu disse:

– Sabe, Cody, nós conversamos tão pouco e, eu já posso te considerar alguém especial. Estranho, né?

Nesse momento, ele deu uma risadinha meio pervertida.

– Falei alguma coisa muito errada, Cody? - eu perguntei, meio assustada.

– Claro que não, é que, bem, eu senti isso desde a primeira vez que olhei nos seus olhos.

Pela segunda vez, fiquei um pouco envergonhada e, como ele já devia ter percebido que quando eu fico assim eu fico quieta, ele tirou o cabelo do meu rosto - estava ventando bastante -, olhou nos meus olhos e disse:

– Você é muito especial, Angélica, eu sei que, como você disse, nós conversamos muito pouco, mas, eu consigo perceber que eu posso confiar em você, como se eu te conhecesse há muito tempo.

Depois do que ele disse, para descontrair, perguntei as horas.

– Quinze pras nove.

– Nossa, que tarde! Eu tenho que ir Cody, fiquei de encontrar as minhas amigas no hotel. Amanhã talvez... Deixa pra lá. Depois a gente se fala, tá? - disse eu, toda apressada.

Já estava indo embora sem mesmo escutar um tchau, quando...

– Angélica! - aai, ele me chamou!

Olhei pra trás como se eu já estivesse esperando por isso.

– Você volta amanhã?

Dei um sorriso e eu tenho certeza que ele entendeu o que eu quis dizer, e quando eu menos esperei, recebi um sorriso daquele menino que de algum jeito, havia me fascinado como nunca antes havia acontecido.

Então, eu fui embora, encontrei com as minhas amigas no hotel e elas me contaram de uma festa que teria no outro sábado, e quem comprasse o convite teria que levar um par. Eu logo desanimei, mas por fim, saímos para jantar e depois fomos direto dormir.


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Notas finais do capítulo

e aí? tá ficando bom?? espero que sim ^^