Férias na Austrália escrita por Marina


Capítulo 3
1° dia na Austrália


Notas iniciais do capítulo

humm.. Esse capítulo ficou grandinho... Mas esse é legal, onde a Angélica conhece o Cody *o* mas ele não é famoso nessa história okk



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Finalmente chegamos à tão esperada Austrália. Depois de uma longa viagem, salva pelas minhas amigas, que pareciam se preocupar somente em se desviar dos amendoins que eu jogava nelas e com aquela aeromoça sem graça.

– Terra firme, finalmente! - disse eu, como sempre, muito animada.

– Aonde é o hotel? - perguntou a Beatriz, a mais perdida.

– Ei, a gente não sabe falar inglês... E agora?

– Mariana, veja e aprenda - disse eu.

Nesse momento, saímos do aeroporto, e já no ponto de táxi, tratei logo de perguntar:
         – Can you please take us to our hotel?

– Sure. - respondeu o taxista.

– É verdade, Angélica, você fala inglês! - disse Mariana, aliviada com a novidade.

– E você achou o quê, que quando eu te passava cola eu chutava?

Em meio a risadas, seguimos para o hotel.

Chegando lá, ficamos todas assustadas com o luxo, já que só tínhamos o endereço em mãos. Entrando, continuamos deslumbradas com todos os detalhes do hotel que, segundo o taxista que nos conduziu até lá, é um dos melhores da cidade.

Fomos até a recepção, pegamos nossa chave e subimos à suíte máster - a mais chique. Quando entramos, não acreditamos que seria lá o lugar onde dormiríamos pelos próximos 15 dias.

– O que é isso? - disse eu, enquanto tentava descobrir pra quê servia uns botões.

– O nosso quarto?! - Mariana respondeu, numa situação não muito diferente que a minha.

Em seguida, fomos nos instalando nas camas e desfazendo as malas, quando um comentário infeliz estragou o meu clima de felicidade:

– O Tom Kill disse em uma entrevista que já veio à Austrália quando era menor - disse a Beatriz.

– Sério? Vamos ver aqui - Mariana falava enquanto abria o notebook que havia trazido.

– Gente, são cinco da tarde aqui, vamos aproveitar o fim do nosso primeiro dia aqui - disse eu, meio desolada com a situação.

– Dá um tempo, Angélica, nós vamos ver a entrevista do Tom na internet agora - Beatriz me falou, como se eu estivesse a xingando quando falei desse tal de Tom.

– Isso Angélica, vai fazer outra coisa porque agora nós estamos ocupadas.

Não estava gostando dessa situação e, se continuasse assim, eu não iria aguentar.

– Mas... Eu as chamei para essa viagem para nos divertir, não para vocês perderem tempo vendo essas coisas. Vamos sair, depois, à noite, vocês veem isso!

– Respeite o nosso espaço, esse é o nosso gosto, então eu exijo respeito! Gritou a Mariana.

– Eu não estou desrespeitando ninguém, só estou dizendo que o nosso tempo aqui é curto, e vocês podem ver e falar desse cara a hora que vocês quiserem. - eu já estava ficando nervosa!

– Nenhuma de nós duas pediu pra vir nessa viagem, portanto, nós fazemos o que bem entendemos aqui, só porque nós aturamos você aqui não significa que você pode mandar na gente - me respondeu Beatriz, perdendo o controle.

– Vocês precisam me aturar?

Nesse momento, as duas se viraram para a tela do computador e começaram a assistir ao vídeo, que havia carregado durante a discussão.

Por medo de criar uma situação ainda pior, não falei nada.

Saí correndo do quarto e desci no saguão do hotel. As lágrimas começaram a escorrer quando pensei na minha viagem perfeita arruinada, por duas garotas que, sempre pensei que seriam minhas amigas a qualquer hora, e me apoiariam em qualquer situação.

Nesse momento, saí em disparada do hotel, sem olhar para os lados, e, como o hotel ficava à beira do mar, resolvi andar, sentindo a brisa do mar, para ver se assim eu conseguiria relaxar e curtir um pouco do meu dia.

Andei bastante, até chegar a uma lanchonete, um tanto movimentada. Entrei e pedi a um senhor que atendia no caixa uma água de coco, avisando que eu estaria a alguns metros dali.

Logo depois, voltei uns vinte e cinco metros e sentei na calçada, que dava para a areia. Coloquei meus pés na areia e olhei aquele pôr-do-sol singular, pensando nos bons momentos que eu havia passado naquele dia, e então me lembrei da briga que tive com a Bia e com a Mariana, e mais uma vez uma lágrima escapou dos meus olhos, e logo depois veio outra. Eu estava vidrada naquele entardecer, parecia o tempo havia parado, não conseguia mais pensar em nada a não ser nas meninas que conseguiram me magoar logo no primeiro dia de viagem, quando, de repente, alguém quebrou todo o meu silêncio:

– Está tudo bem com você? - me perguntou um garoto, que trazia a água de coco que eu havia pedido.

– Sim, está. Obrigada - respondi, tentando em vão secar as minhas lágrimas. (como estávamos na Austrália, tudo se passava em língua inglesa, mas para facilitar, vou usar o português).

– Aqui está a sua água de coco. - me disse o garoto, com um ar de preocupado.

– Obrigada. - respondi.

– Mas você tem certeza que está tudo certo? - insistiu o garoto.

Nesse instante, fiz uma cara de que nada está bem, quando o garoto gentilmente sentou-se ao meu lado na calçada e disse:

– Tem bastante funcionários lá, eles se viram. Quando você foi até a lanchonete, eu já pude perceber que você não está muito bem, estou certo?

– Sim, confesso que não estou nos meus melhores momentos agora - disse eu, sabendo que se ele continuasse ali, eu iria contar tudo o que tinha direito pra ele, que eu nem sequer conhecia.

– Quando alguma coisa dá errado, eu simplesmente respiro fundo e penso quantos bons motivos pra se alegrar eu ainda tenho.

– Mas agora, estou sentindo que não há nenhum bom motivo para me fazer sorrir - xiii... Já comecei a falar.

– Eu tenho certeza que tem - afirmou.

– As minhas amigas brigaram comigo, simplesmente porque elas são amigas umas das outras, e ás vezes parece que eu sou uma intrusa na vida delas - viu? Já era! E vem mais!

– Nossa, mas, o que aconteceu? Você se importa de falar?

– Não, tudo bem. Bem, eu sou brasileira e...

– Você é do Brasil? Que legal! - o garoto ficou tão alegre que parecia que ele nunca tinha visto um turista antes - Desculpe, te atrapalhei, mas pode continuar.

Com uma cara um pouco mais animada, eu continuei:

– Como disse, sou do Brasil, e ganhei uma viagem em um concurso, chamei as minhas duas melhores amigas, mas me parece que elas querem ficar isoladas num mundinho só delas, e eu não participasse disso - viu, falei pra caramba!

– Situação difícil, mas pense comigo: se elas querem fazer isso, pergunte a elas o motivo e tente participar, por exemplo, se vocês não gostam das mesmas coisas, tire algumas piadas das coisas que elas gostam, sempre tentando as divertir, assim, garanto que você vai conseguir entrar no 'mundo delas'.

– Nossa! Você falou tudo - e eu também.

– Ás vezes acontece isso comigo, e, como eu não tenho muitos amigos, o meu melhor conselheiro é o meu pai. Ele sempre me ajuda nessas horas - disse ele, de cabeça baixa.

– Obrigada pelo conselho, quando eu as encontrar no hotel, eu vou me resolver com elas! - falei, com a cabeça erguida, como se eu houvesse encontrado uma luz no fim do túnel.

– Em que hotel você está?

– Nossa, eu não lembro o nome, você acredita? Mas se você seguir direto daqui pela orla da praia, uma hora você o verá, é bem grande - afirmei já bem mais contente.

– Nossa, aquele hotel é o mais caro daqui! - nessa hora ele se espantou.

– Mas quem pagou tudo foi uma empresa de achocolatado, aquela, que eu ganhei o concurso.

– Ah, entendi. - ele ficou mais aliviado depois do que eu havia contado.

– Você trabalha aqui? - perguntei eu, tentando puxar assunto.

– Meus pais são donos dessa lanchonete, eu trabalho aqui para ajudá-los.

– Que legal! Lá, onde eu moro, no Brasil, eu só ajudo a minha mãe em casa, e eu não gosto muito - já estava bem mais animada e até parecia outra pessoa.

Percebi um sorriso no seu rosto, e confesso que no meu também.

– Oh, me desculpe, nem falei o meu nome - nessa hora a minha água de coco já tinha chegado ao fim - prazer, meu nome é Cody. E o seu?

– Angélica - respondi, abaixando a cabeça e sem dizer mais sequer uma palavra.

– Por que a vergonha?

– Não sei, ás vezes eu fico sem graça, não sei bem... Acho que é por que eu não tenho o costume de conversar com gente desconhecida. - tentei me explicar, mas não tenho certeza se eu convenci.

– Eu também era assim, mas depois que eu comecei a compor eu parei com isso.

– Você compõe músicas? - já estava curiosa.

– Sim, canto e toco violão também, mas poucas pessoas sabem disso, não gosto de mostrar as músicas que eu faço.

– Que besteira, bem, eu tentei tocar piano uma vez, mas não deu muito certo.

– Você não toca outro instrumento?

– Não, e você?

(...)

A partir daí, começamos a conversar até que...

– Cody, acho que seu pai está fechando a sua lanchonete, então acho melhor eu ir embora.

– Ah, sim, nós fechamos às nove horas.

– Nove horas? - fiquei um pouco espantada - As horas passaram tão rápido que eu nem percebi. - Desculpe, mas eu tenho que ir e encontrar minhas amigas.

– Tubo bem, eu tenho que ir também. Vamos nos encontrar ainda, Angélica?

– Eu iria gostar. A gente se vê depois, tá?- então encerrei a conversa, já me levantando e indo embora.

– Tchau! 

****

De volta ao hotel, subi ao meu quarto, tomei coragem e entrei, quando fui surpreendida pela Bia e Pela Mariana, vindo em minha direção, Pedindo desculpas:

– Angélica, nós erramos, nos desculpe! - disse Mariana.

– Sim, fomos egoístas. Nunca mais vamos deixar esse Tom Kill se intrometer na nossa amizade. - completou Beatriz.

– Tudo bem, pessoal, tá tudo bem... Vamos deixar tudo isso pra lá, agora, que tal irmos jantar na pizzaria do hotel?

– Vamos! - elas pareciam famintas, assim como eu.

E fomos. Assim terminou o meu primeiro dia de férias na Austrália: com uma briga, um menino muito legal, mas que eu mal sei o nome, mas no fim, tudo acabou em pizza!


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Notas finais do capítulo

e aí? ficou bom?? por favor enviem reviews ok?
*--*