Redemption escrita por SakyChan


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Bemmmm... resolvi terminar de escrever a história!! Espero que gostem!!!



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Capítulo X

Era uma comemoração ao dia das bruxas. Um pós Halloween, Sun explicou. Eu sinceramente não estava muito no ânimo para uma outra festa, essa sem fantasia, mas como eu não tinha livre arbítrio ao lado de Sun me resignei a acompanhá-la. Kay já estava lá, ela estava com um coque desfiado, muita maquiagem e glitter também, um vestido longo, frente única preto que tinha uma longa abertura na frente e caía em suaves ondulações atrás dela, com scarpins tão altos que me perguntei como ela conseguia andar. Sim, acabei vendo Lindsay lá. Ela estava com um vestido dourado escuro que parecia uma segunda pele de tão apertado e curto. Ela me ignorou e eu fiz o mesmo. É claro que ela só o fez por Evan não estar lá, o que me deixou mais contente, mas mais tarde minha pequena alegria se evaporou.

Os garotos estavam tão elegantes quanto as meninas. Quando não eram ternos escuros com gravatas frouxas, usavam camisa social ou qualquer outra coisa que os deixavam muito bonitos. Fiquei ao lado de Sun e Kay quase o tempo todo, conversando com um grupo de garotas da nossa sala. Eu não sabia, mas Sun tinha uma prima que tinha chegado recentemente na cidade e era um ano mais nova do que nós. Sun já tinha contado todas as fofocas para ela. O seu nome era Sarah, ela era baixinha com um cabelo bem negro e olhos amendoados, ela era o estilo bonitinha. E também gostava de desenhar. Ficamos conversando durante um bom tempo sobre coisas que fariam qualquer um cochilar.

A decoração tinha um ar sombrio, a mansão era enorme e a piscina estava enfeitada com velas boiando em copos. Havia poucas luzes e um DJ tocava músicas bate estaca. Tinha um lugar reservado para os casais e outro para quem quisesse dançar. Tudo estava calmo e muito bonito, um ambiente perfeito. Logo esqueci de tudo que tinha acontecido comigo ontem, ou melhor, hoje. Minha briga com Evan, a festa pegando fogo, o fato de eu quase morrer duas vezes em uma única noite, conhecer um vampiro, tudo evaporou facilmente. James estava lá, e muito bonito por sinal. Ele acenou para mim com um copo cheio de um líquido azul e acenei de volta.

– Você conhece o Evan, não conhece? Ah, que besteira! Sun disse que você foi a primeira a falar com ele. – já fiquei um pouco azeda só por ela ter tocado no nome dele. Será que ele nunca me deixaria em paz?

– É, conheço ele.

– Sabe, a Sun me contou que ele é muito bonito... Eu queria saber mais detalhes. Sobre ele, sobre sua personalidade.

– Bem, em quatro afirmações eu o defino: ele é realmente muito bonito, uma aparência de anjo, mas não se engane.- dei um sorrisinho sombrio. - Ele é narcisista e orgulhoso, modéstia não faz parte de seu vocabulário. Ele gosta de meninas idiotas, anoréxicas, e sem cérebro como minha querida colega Lindsay, então é melhor esquece-lo, pois você é bem melhor do que ela. E por último, eu soube que ele infelizmente sofre de herpes genital de tanto galinhar por aí. Sinceramente você não acha isso horrível? – pus a mão em meu peito, em uma falsa comoção. Tive que segurar um riso ao ver o queixo dela cair.

– Sé-sério? – ela gaguejou.

– É, pobrezinho. – senti mãos familiares segurarem meus ombros.

– Zoey é tão engraçada, não acha? Ela adora ficar fazendo piadinhas com os outros. – Evan disse sarcástico, senti as mãos apertarem um pouco. Vi o rosto de Sarah mudar enquanto o olhava, como se estivesse vendo o sol pela primeira vez. Contive uma exclamação de raiva.

– E Evan adora assustar e encher o saco dos outros. – retirei suas mãos de meus ombros.

– E Zoey vai dar uma volta comigo. Você se importa? – não precisei olhar para saber que ele estava usando todo seu poder de persuasão em cima dela. Sarah parecia paralisada. Ela simplesmente concordou. Me levantei enquanto Evan agarrava minha cintura e me empurrava para fora, para a piscina.

Sem querer me lembrei de Drake quando ele me segurou e lambeu meu machucado. Abanei a cabeça tentando me livrar de certos pensamentos.

– Pode me explicar como ainda está viva? Ontem, ou melhor, hoje de madrugada pude sentir uma aura negra se aproximando de você. Saí correndo, desenfreadamente, atrás de você quando de repente você some. Não exatamente, na verdade não pude descobrir onde estava. Todo anjo da guarda sabe onde se encontra o humano, mas você? Simplesmente sumiu do meu radar. Fiquei desesperado, dirigindo por todas as ruas, procurando-a. – ele pos as mãos na testa e suspirou. – Aí depois você finalmente aparece em meu radar, tranquila em casa. Comece a explicar. Agora.

– Estou lisonjeada que tenha se preocupado comigo, mas foi inutilmente. – respondi friamente. – Fiquei muito nervosa e por isso saí do seu carro e resolvi ir a pé para casa. – exclui a parte em que fiquei chorando. – No meio do caminho dois caras me pararam e resolveram me roubar. Até mesmo me estuprar. – observei com satisfação seus olhos se arregalarem, sua expressão surpresa. – Um deles até conseguiu cortar superficialmente minha garganta. Antes que pergunte como estou viva de novo, eu respondo que obviamente não foi por sua causa. – respirei fundo. – Um vampiro me salvou.

Ele só ficou me olhando. Seus olhos estavam mais negros do que ônix me assustaram, ele estava morrendo de raiva, mas mantinha a mesma calma superficial.

– Pode explodir. Pode gritar comigo, mas pelo menos ainda estou viva. – falei.

– Eu não vou gritar com você. Só estou zangado por não estar perto quando era preciso. – ele jogou o copo, que eu nem tinha percebido que estava em sua mão, longe, provavelmente em uma parte do jardim. – Então está explicado porque eu não pude saber onde estava. – ele riu sem humor.

– Como assim? – perguntei.

– Dizem, embora nem eu saiba a versão correta, que Lúcifer misturou seu sangue com mortais. Surgiram feiticeiros, bruxos, todos que usam magia negra. Há até uma lenda que as fadas surgiram de uma mistura de sangue de anjo com demônios, legal não é? – ele levantou uma sobrancelha sarcasticamente. – Uma aparência angelical, mas com personalidade tão demoníaca. Dizem também que os vampiros, lobisomens e outras Criaturas Noturnas também surgiram daí. Como se cada humano tivesse tido uma reação diferente com o sangue de demônio. É impossível de um anjo saber onde está o humano quando este está se relacionado com um ser Noturno, ou seja, metade demônio. Isso não é óbvio?

– Me desculpe, eu não sabia. – falei sem um pingo de arrependimento. Estávamos dando alfinetadas um no outro para nos preocuparmos com o que acontecia lá dentro.

–Hey!...Ops. – Sun chegou toda feliz, mas parou ao ver nossos rostos. – Já estou indo. Depois eu queria falar com você Zoey. – ela me olhou e eu apenas acenei.

Ficamos em silêncio durante algum tempo, enquanto eu me preparava internamente. Precisaria de força o suficiente para dizer as palavras.

– Então sugiro que terminemos logo isso. – mal reconheci minha voz, ela estava vazia. – Quais as palavras que eu tenho que dizer para rejeitá-lo? – perguntei, sem coragem para olhá-lo.

– Como? – a sua voz estava carregada de descrença e um pouco de raiva. – Você quer me rejeitar?

– É o melhor a ser feito. Ontem você já deixou claro o esforço que está fazendo para ser meu anjo da guarda então seria melhor acabar com isso e deixa-lo livre. Pelo menos será redirecionado para uma outra pessoa que, aposto, será melhor do que eu. Quais as palavras? – estava me controlando para não deixar transparecer minhas emoções. Uma tristeza profunda tomou conta de mim. Falei as palavras rapidamente, despejando-as para me ver livre logo delas.

– Você está desistindo? – ele perguntou depois de alguns segundos. Tive que encara-lo.

Evan estava observando a piscina, a luz refletida mostrava a escuridão de seus olhos. E eles me diziam que ele estava... Sofrendo? Ou era só raiva mesmo? Deve ser só uma impressão.

– Evan, acredite. A situação não está nada boa e não quero piorá-la. – busquei as palavras certas. – Afinal, você deixou claro que não me suporta, que me acha fraca e... Só me responda. É a última coisa que eu te peço. – desespero transparecia em minha voz. Queria terminar com aquilo tudo logo e poder ir embora, chorar em meu canto como a boa perdedora que eu era.

– Não. – olhei-o surpresa. Meus olhos ardiam. Pisquei várias vezes para me controlar.

– Evan, por favor. Como assim? “Não”? – perguntei. Ele me olhou.

– Não vou deixá-la cometer um erro desses. Provavelmente se arrependerá pelo resto da sua vida. – ele se aproximou tão rapidamente que me assustei. Ele pôs a mão em meu rosto e pude sentir o calor que emanava dela. – Você não seria capaz de fazer isso. Posso sentir perfeitamente que não consegue. – ele limpou uma lágrima que havia escapado.

– Poxa, não sabia que era tão fácil ler os meus pensamentos. – debochei inutilmente. Fechei os olhos, sentindo sua mão acariciar o meu rosto.

– Zoey, não fuja. Eu... Eu... – ele foi interrompido por um casal que passou rindo por nós. Mas não foi apenas isso.

– Estou interrompendo algo? Parece que estou. – falou uma voz divertida. Olhamos para um garoto que estava em cima de uma árvore. Ele pulou de lá e caiu perfeitamente no chão, sem nenhum barulho. A luz que era refletida pela água da piscina batia um seu rosto revelando olhos tão verdes que pareciam uma esmeralda e um cabelo negro. Drake.

– O que está fazendo aqui? – perguntei chocada.

– Foi fácil perseguir seu cheiro. É uma mistura de jasmim com outra coisa. – ele pôs o dedo debaixo do queixo pensativo.

– Você o conhece? – Evan levantou as sobrancelhas, mais chocado do que eu.

– Ele salvou minha vida ontem. – falei com um resmungo.

– Um vampiro. – Evan estava incrédulo.

– Sim. O que foi?

– Você tem um anjo da guarda? Ah, “essa” é a outra coisa misturada ao seu cheiro. – ele fez uma careta. Evan o fuzilou com o olhar.

– Oh, não vão me dizer que vocês dois tem uma rixa. Achei que era só com vampiros e lobisomens, como todo filme. – reclamei, prevendo uma possível briga entre os dois.

– Zoey entenda. Eu sou um anjo, um Servo de Deus. Ele é uma das Criaturas Noturnas, as Criaturas Noturnas surgiram porque Lúcifer misturou seu sangue ao de humanos. E todos que foram afetados e suas vítimas são inimigos dos seres humanos.E principalmente de anjos. – Evan olhou-me com um olhar que dizia tudo, “encare, ele É seu inimigo”.

– Oh, por favor. Eu não estou afim de ficar apartando brigas de metade demônios e metade anjos não. – já deixei claro minha opinião sobre aquilo tudo. Pus-me entre eles. – Ok? E estamos em uma festa, não era para estarmos nos divertindo? – forcei um sorriso cínico para ele e pude escutar uma risadinha da parte de Drake.

Sai de perto dos dois, pensando que com aquilo conseguiria me afastar para sempre deles. Primeiro a minha vida amorosa era tão ridiculamente pobre que só beijei pela primeira vez aos 16 (ok, foi com o James, meu primeiro namorado). Agora de repente apareciam um anjo dizendo que é o meu anjo da guarda e agora um vampiro. Como assim? Grande maravilha!

Então lembrei que a Sun queria falar comigo. Fui direto para a sala apinhada de pessoas dançando ao som de Cascada. Parecia impossível de encontrar alguém ali. E aquela era o único caminho para o outro lado da casa. Tanto faz e lá fui enfiar no meio daquele bolo. Acho que esfreguei em metade do colégio. Hum...

Senti alguém me puxar antes que saísse do bolo.

– Zozo! – escutei Sun exclamar animada ao lado de Kay. As duas cheiravam álcool. Vou fingir que não percebi.

– A Sun disse que você estava discutindo com o Evan. Zozo não faça isso! Não termine com o cara antes mesmo de começar! Zozo! – Kay choramingou em voz alta e fiquei olhando-a com um olhar mortal. Que saco ter que lidar com bêbados. Sun começou a rir ela.

– Esqueça, ela bebeu um pouco demais. Vem cá, preciso dizer uma coisa. – Sun me puxou para fora daquele mar de corpos.

– O que foi?

– Sério? Sobre o que você e Evan estavam falando? Não era nada ruim ou...

– Não. Afinal, porque de repente todos ficaram interessados por minha relação com ele? – bufei, irritada.

– Ok, voltando ao assunto sobre o qual eu gostaria de falar... O que você faria se o ex da sua amiga quisesse ficar com você? – ela perguntou rapidamente, ansiosa. Hum?

Então a ficha caiu.

– Oh. Oh! Nossa! Mentira! Curtiu! Isso é... – Sun pos as mão em meu rosto antes que tivesse a chance de falar mais.

– Tá! Eu sei que isso é... Inesperado, mas... Bem Zoey. Mais da metade da escola é a fim dele, inclusive eu tive uma queda por ele durante um certo tempo...

– E nunca me disse! – exclamei. Estava mais que surpresa.

– Eu sei! Só que estávamos conversando durante a festa de Halloween e... acabamos ficando lá. Agora resolvemos tentar um namoro.

– Uau. – sorri. Estava feliz por ela. Sério.

– Tipo, não vai ficar estranho nem nada de mais não, né? – ela ainda estava esperando uma reação minha.

– Claro que não. Deixei de pensar nele já faz séculos. Sun, seja feliz. Ah! – dei um gritinho incontrolável. Ela me imitou.

Kay chegou e de repente nós três estávamos dando gritinhos quase inaudíveis por causa do som alto.

– Ok, por que exatamente estamos gritando? – Kay perguntou.

– Por nada fofa! – Sun abraçou ela, que ficou com uma cara de bunda.

– É sobre aquele assunto? – ela perguntou.

– É. – Sun sorriu bobamente.

– Você está feliz... isso significa que deu certo?

– Duh, óbvio.

– Ah. – ficamos em silêncio durante alguns segundos depois Kay começou a gritar e nós duas a imitamos.

Foi ridículo.

Pelo menos percebi que nossa relação melhorou demais. Ano passado apenas conversávamos as mesmas coisas básicas e clichês, como “qual sua banda preferida”, ou “qual é o seu hobby”. Agora até dávamos gritinhos e podíamos nos orgulhar por compartilhar segredinhos. Apenas senti um pouco de falta de Chris, mas com certeza, mesmo se continuássemos sendo amigos como antes, ele nunca toparia participar de momentos tão gays para ele.

Então deixei as duas fofocando perto da mesa de comida e fui até a cozinha pegar algo para beber. E que cozinha! O fogão estava dentro da parede! Pode parecer que sou meio retardada, mas sinceramente, eu só não leio revistas de decoração e móveis. Aquele fogão era muito fera! E uma infinidade de copos plásticos empanturrava a mesa, a maioria estava vazia, outra maioria estava pela metade. Revirei aquilo tudo e não parecia haver um copo sequer que estivesse limpo! Como assim? Quantas pessoas haviam naquela festa? Uma 300? Que tanto de copo! E como não pode haver um copo limpo? Sem perceber comecei a resmungar em voz alta. Isso que dá ficar com raiva.

– Que grande festa! Não tem um copo! Eu quero água! – quase gritei.

– Tem muita na piscina. – escutei aquela voz. Sim, eu merecia aquilo. Eu tinha que merecer porque senão não teria sentido!

– Drake, você é bem engraçadinho, não é? – me virei. Ele estava sorrindo, segurando um copo.

– Claro. Tome. – ele ofereceu o copo.

– Aposto que pôs alguma droga nisso. – peguei relutantemente. Tinha um líquido parecido com aquele ponche vermelho que estava sendo servido. Minha garganta já estava ficando seca.

Achei aquele líquido estranho, meio grosso, mas preferi não comentar. Até cheirei e senti um cheiro meio estranho. Era tudo muito estranho.

– Ok, tem droga, não tem? – ele fez uma careta.

– Se eu provar vai acreditar em mim?

– Talvez. – ele tomou o copo e bebeu um pouco tão rapidamente que mal pude acompanhar.

– Muito bom. Vê? Não morri, nem estou doidão, nem bêbado, nem desmaiei, nem...

– Tudo bem. – ainda hesitei durante alguns segundos, mas resolvi experimentar.

Senti o gosto metálico e diferente. Aquilo realmente era mais grosso e... Ruim. Ruim demais. Aquilo desceu queimando a minha garganta, como se fosse uma forte bebida alcoólica. Imediatamente tive visões de algumas cenas estranhas, memórias que não pertenciam a mim. Mal cheguei a dar o primeiro gole direito e empurrei o copo para longe. O que era aquilo?

Drake estava com uma expressão curiosa.

– E aí? – lê perguntou.

– O que foi que você me deu? Argh, isso é horrível. – quase arremessei o copo de volta para ele. Ele suspirou, satisfeito.

– Agora terei acesso a muitas coisas.

– Drake. – fiquei encarando-o até ele finalmente me olhar.

– Eu te dei um pouco do meu sangue. Estava levemente diluído naquele ponche, mas parece que ainda assim você sentiu o gosto. – fiquei na mesma posição, chocada.

– Zoey! Que porcaria foi essa? – Evan apareceu de repente, segurando a cabeça e com uma expressão de dor.


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Notas finais do capítulo

P.S. Reviews não matam, eu juro!



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