But You Broke Me! escrita por mariana_cintra


Capítulo 1
Dias e... Apenas páginas!


Notas iniciais do capítulo

Gente, a inspiração pra essa fic surgiu muito do nada, mas espero que gostem xD
Estou terminando o próximo cap, se deixarem reviews posto rapidinho haha



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SAKURA’S POV

O despertador toca. Como é insuportável o barulho que ele faz. Para ajudar ainda mais, ele pisca enquanto desperta. E eu que amava a luz!

            Claro e barulhento. Quebro o despertador. Escuro e silencioso outra vez. Me enrolo nas cobertas e me mantenho aquecida. Por que tem que ter tão escuro de manhã? Passo um pouco mais de tempo enrolada até tomar a iniciativa de me levantar. Ponho os pés no chão. Frio. Coloco as pantufas. Quente outra vez.

            Sem pressa nenhuma, caminho até o banheiro. Lentamente vou me despindo, sem muita vontade de entregar meu corpo ao frio. Uma vez despida, corro para debaixo da água quente, e logo meu corpo se aquece outra vez. Devagar, bem devagar, meus músculos relaxam. A sensação era maravilhosa. Nem sei por quanto tempo estive lá.

            - Sakura! Vai se atrasar para a escola! Saia logo do banho! – minha mãe grita lá de baixo. Como ela tem disposição para falar a essa hora da manhã?

            Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha. Volto para o quarto e pego o uniforme no armaria. O colégio onde estudo é tradicional, logo, a roupa é tradicional, para vestir alunos que não são nada tradicionais e para fingir para as outras pessoas que tudo ali funciona tradicionalmente. Tudo conversa fiada!

            Por conta do frio, coloco uma meia calça por baixo da saia, visto a camiseta e uma jaqueta por cima. Ponho meias que vão até o joelho e calço um tênis. Entro no banheiro e seco o cabelo, tudo de maneira muito rápida, pois eu já estava atrasada. Sem me preocupar muito com a beleza, uma vez que eu já sou linda e gamante - em algum outro planeta, provavelmente -, apenas escovo os dentes e passo um brilho nos lábios. Eu não espero ter a mínima chance com algum garoto da escola, já que eles são todos lindos e sarados, então nem me preocupo demais com a aparência. Um dia aparecerá um alienígena rico que me amará pelo que eu sou, e me achará linda sem que eu precise passar maquiagem alguma. Com essa filosofia em mente, desço as escadas e dou bom dia à minha mãe.

            - Não vai comer nada, filha? – ela pergunta com um sorriso fraco nos lábios. Ela tinha preparado um bom café da manhã, mas eu estou atrasada. E olhe que nem é o primeiro dia de aula, já estamos quase na metade do ano!

            - Desculpe mãe. Estou atrasada.

            - Você sempre está atrasada! Se não enrolasse tanto pra levantar, poderia tomar um bom café todos os dias.

            - Tá mãe! Estou atrasada demais pra discutir! – peguei uma maça da mesa – Vou comer essa maça porque sou uma pessoa saudável que precisa emagrecer. – ela, olhando pro meu corpo, que mais parecia uma tripa feliz, fez sinal de joinha e me contemplou com uma cara de “emagrecer te deixará invisível, sua lombriga!”. E daí? Ninguém fala mal das modelos anoréxicas! Dane-se! O que importa é que meu cabelo é rosa – ah sim, isso faz toda a diferença.

            Tudo bem, meu começo de manhã foi normal e chato, só pra quebrar o clima sério – clima sério? Qual? –, mas eu tenha que ir, pois estou mil estágios acima do simples ‘atrasada’. E ainda tento entender por que o porteiro da escola não gosta de mim!

            Parada. Começo a correr.

SASUKE’S POV

            O despertador. Sempre ele. Num minuto silencioso. No outro, fazendo o maior escândalo. É ele que todas as manhãs vem me lembrar de levantar. Sua função de me acordar, no entanto, ele não cumpre, pois eu sempre estou acordado muito antes dele. Eu sempre faço tudo antes que seja necessário.

            Enfim, esse é só mais um dia que começa pra me fazer lembrar de que tenho que ir para aquele colégio chato, cheio de meninas grudentas que gritam meu nome com suas vozes irritantes. Desligo o despertador e me ponho de pé. Preto. Acendo a luz. Branco, pela primeira vez no dia.

            Vou até o banheiro, escovo os dentes e entro embaixo do chuveiro. Hoje é mais um dia frio. O inverno dentro dessa cidade é um estupor, assim como tudo que existe dentro dela. Maldita hora e que meus pais resolveram se mudar pra cá. Culpa da empresa do meu pai. Se ele é um dos chefes, por que tem que se mudar para uma cidade pacata para abrir uma filial? Por que não pode ser outra pessoa? Segundo minha mãe, essa é uma grande oportunidade, pois então ele poderia se tornar o chefão dessa filial. Estou pouco me lixando!

            Saio do banho e visto o uniforme do colégio onde estudo. Uniforme que é um estupor, por sinal. Frio. Visto as roupas. Quente outra vez. Pego a mochila, vou á garagem, entro no carro e saio, sem ver ninguém em casa. Pra variar só um pouco, saíram todos antes de mim. Só pra me mostrar o quanto eles se importam.

SAKURA’S POV

            Estou correndo mais do que posso, mas minhas pernas praticamente não têm músculos, de tão magrinhas. Faço um esforço. Espero não ser em vão. Faltam apenas dois minutos para que os portões do colégio se fechem. E mais três quarteirões para chegar lá. Ânimo Sakura, ânimo. Seu alienígena rico pode estar lá.

            Continuo correndo até chegar à esquina da escola. Quando vou atravessar, vejo uma garota loira, mais ou menos da minha idade, só que bem mais bonita. Seus cabelos loiros estavam presos num rabo-de-cavalo alto e sua franja pendia próxima ao rosto. O corpo esbelto com curvas perigosas estava coberto por um casaco e uma calça, uma bota alta cobria quase metade de suas pernas e uma bolsa lateral pendia de seu ombro direito. O rosto perfeito de um anjo carregava um par de olhos azuis delineados por maquiagem preta. Mas o que me chamou atenção não foi a perfeição dessa garota. Foram as lágrimas que esvaíam como gotas de cristal líquido, quebrando a perfeição e tornando-a humana como qualquer um.

SASUKE’S POV

            Ino veio atrás de mim. Maravilha! Agora além de ter que me mudar para uma cidade chata repleta de pessoas insuportáveis, essa garota vem me perseguir! Tudo bem, confesso que um dia gostei dela. Mas isso foi há muito tempo. Tivemos um caso rápido, alguns momentos foram até diferentes pra mim, um cara que não passa mais de uma noite com a mesma garota. Mas Ino conseguiu que eu ficasse por um bom tempo ao lado dela. De alguma forma, isso me dava prazer, mas eu não posso dizer que o que existia era um sentimento. Foi apenas... Curtição.

            Foi isso que disse a ela quando ela me parou no portão do colégio, surpreendendo-me com sua aparição. Ela começou a chorar e a espernear, dizendo que me amava e que os dias ao meu lado foram os melhores de sua vida. É normal eu escutar coisas como essa. Disse a ela que tudo já tinha acabado, e que teríamos terminado mesmo que eu continuasse morando na minha antiga cidade. Eu nunca me prenderei a uma garota só, ela deveria saber.

SAKURA’S POV

            A garota atravessa a rua correndo, enquanto eu apenas posso observá-la. Seus olhos devem estar embaçados pelas lágrimas, então ela não percebe minha presença. Bom, isso até que ela esbarra em mim. Ela me derruba e quando eu levanto a cabeça ela me encara com uma expressão séria. Depois, sai correndo. E eu que sou maluca, logo penso.

            Me levanto e bato as mãos na saia para tirar a sujeira. Dou uma última geral em mim mesma e olho para o chão. Coisa estranha. Um pouco ao lado do lugar onde eu havia caído, está um caderninho. Abaixo-me, pego o caderno e o observo. A capa vermelha de couro sustentava dentro de si uma grande quantidade de folhas. Me dou conta que deve ter caído de dentro da bolsa dela quando ela me derrubou. Olho na direção em que ela seguiu e a vejo virando a esquina do quarteirão anterior. Volto minha atenção para o portão da escola. Por incrível que pareça, ainda está aberto, mas o porteiro, que me ama muito, olha pra mim e começa a fechar. Não tenho tempo. Digo a mim mesma.

            Um dia desses, encontro essa moça outra vez e devolvo o caderno dela. Parada. Encaro o colégio. Começo a correr em sua direção.

SASUKE’S POV

            Percorro calmamente os corredores do segundo andar. Pedi para a direção da escola que me mudasse de turma., pois a turma do segundo ano em que eu estava era deplorável. Apenas garotas grudentas e caras insuportáveis. Espero que a outra sala seja melhor.

            Encaro o papel com meus novos horários e vejo a sala em que devo entrar primeiro. Era a última no corredor. Ouço o grito de uma de minhas “fãs” e olho pra trás. Ah não, outra vez!

            Quando esse pensamento me passa pela cabeça, alguém esbarra em mim e ouço um barulho alto, acompanhado de um gemido de dor.

            - Ai! – olho pra baixo e vejo que a interjeição veio de uma garota de cabelos róseos caída no chão. Enquanto ela passava a mão pelo corpo para tentar amenizar a dor da queda, observei-a. Cintura fina, rosto de um ano e belas curvas. Ela se pôs de joelhos e começou a arrumar os materiais que caíam. Em meio às suas coisas focalizei um caderno de capa vermelha. Onde é que eu havia visto isso?

            Ela me olhou com raiva, como quem perguntasse “você não vai me ajudar?”. Encarei-a com uma expressão de desdém e voltei-me para meu caminho, indo em direção à sala.

SAKURA’S POV

            Quem esse cretino pensa que é? Só porque é lindo, musculoso, sensual, moreno e perfeito acha que é melhor que os outros? Tudo bem, ele é lindo. O corpo alto e esbelto servia apenas pra complementar seu rosto cheio de contornos esculpidos por um anjo, emoldurado por fios negros de um cabelo sensual. Mesmo assim, nem pra me ajudar a levantar do chão! Hoje é o dia mesmo! Primeiro, caio na rua e chego atrasada, tendo que travar uma verdadeira briga com o porteiro e enfiar meu corpo de lombriga por entre o portão da escola. Depois, entro correndo e tropeçando em tudo, e quando finalmente chego ao segundo andar, uma está tua grega para sua caminhada e se vira, aparentemente só pra me fazer cair. O dia está ótimo. Melhor que isso não pode ficar.

            Termino de arrumar os livros e os coloco na mochila. Junto com eles, coloco também o caderno da moça loira. Não tenho tempo de ler agora, então vou guardar pra ler no intervalo.

            Tento ignorar meus pensamentos que dizem “pegue uma faca e corte o pescoço do moreno” e sigo em direção à sala. Entro e encaro o professor de matemática, Kakashi, que forma sua habitual expressão de desgosto ao me ver e se vira para a lousa para passar a matéria do dia. Me enfio por entre as fileiras de carteiras e quando estou pronta para jogar meu material sobre minha mesa, vejo que ela está ocupada. Levanto os olhos e encaro o ser. Aluno novo. E adivinhe quem é? Sim, meu amado e idolatrado moreno. Acho que vou voltar lá em casa e pegar a faca.

SASUKE’S POV

            Ela de novo não. Como isso é possível? Mudo de uma turma e entro em outra ainda pior. Nesta me parecia que as pessoas não seriam tão insuportáveis, mas lá vem ela, a garota linda e atrapalhada, que, como todas as outras, só serve para encher o saco. Por que o mundo tem que ter pessoas inferiores? Não poderia ser formado apenas por pessoas como eu?

SAKURA’S POV

            - Esse é o meu lugar. – dou-lhe essa informação que será muito útil se ele quiser permanecer vivo e lindo.

            - Está escrito seu nome aqui? – ele me pergunta com desdém. Que vontade de usar palavrões!

            - Na verdade, estaria, se as faxineiras não viessem todos os dias limpar as mesas. Sabe como é, aulas chatas, acabo rabiscando as carteiras. – informação muito útil essa de agora.

            - Dane-se. Você não comprou a mesa. Logo, sento onde eu quiser. – menino maravilhoso. Aposto que sua mãe te deu mais educação que isso.

            - Vai pro inferno você e a sua preferência pela minha mesa! – eu como uma pessoa muito calma, mando-lhe mais uma – Pode ficar aí com ela, eu também nem ligo. Sou superior demais pra ficar discutindo com alguém como você. – dou de ombros e procurei por outra mesa.

            - Escuta! – ele se levanta abruptamente. Eu o encaro.

            - O que é? Vai dar outro chilique, donzela? Você não queria a mesa? Então senta lá Claúdia!

            - Que se dane você e sua mesa! Quem você acha que é pra falar assim comigo?

            - Não acho. Na verdade sou diva, que se dane o resto – tá aí uma grande mentira. – o que importa é que não vou discutir por uma mesa. Se quiser, pode ficar com ela. Espero que ela seja grande o suficiente pra você e seu desdém. – ótimo, ele agora me olha furioso. E daí? Será que ele achou que eu levaria desaforo pra casa depois de ele ter me roubado a Kátia? Ok, eu dei um nome pra minha mesa, admito. Mas ele não tem que saber disso.

            - Acha que é mais forte e mais esperta que eu? Acha que tem mais dinheiro e que as pessoas gostam mais de você? Você não é ninguém! É só uma garota com um cabelo rosa ridículo e a aparência de um mendigo. Uma estúpida que não consegue nem andar sem tropeçar em ninguém, e que não consegue nem tropeçar sem cair. Você é ridícula e acha que pode falar mal de alguém! – ele segura meu pulso e me olha com raiva. Olho em volta e me dou conta de que o professor havia saído da sala. Meus olhos querem chorar, mas eu não darei esse gostinho a ele. Quem ele acha que é pra ter a honra de arrancar lágrimas de mim? O único homem por quem eu chorei em toda a vida foi meu pai, apenas quando ele morreu.

            - Eu posso não ser melhor que você quanto a isso. Mas eu certamente tenho mais educação, mais autocontrole, mais moralidade e mais valores que você. Quem se importa com sua beleza ou seu dinheiro? Só você e as meninas que você deve levar pra casa à noite. Não estou nem aí se você é melhor ou pior que eu. Eu não preciso da sua opinião. Sabe por quê? Porque você não é ninguém pra mim! – puxo meu braço e ando em direção á uma mesa vazia no fundo da sala. Jogo meu material sobre a mesa e começo a copiar a matéria, ignorando os olhares da sala toda sobre mim.

SASUKE’S POV

            Ridícula. Acha que pode muito.

            Ok, confesso. Só acho isso porque ela feriu bruscamente meu ego. Primeiro, quando a derrubei no corredor ela me olhou com raiva, ao invés de me dirigir um olhar de admiração. E agora, na briga pela mesa, me dá respostas atrevidas e discute comigo. Qualquer outra menina se derreteria por mim e não ousaria me responder! E ainda por cima me humilha na frente de uma turma que mal conheço! Ridícula essa garota.

            Mais uma confissão: ela é a primeira que me desafia e isso me deixa muito inquieto. Por outro lado, não consigo parar de pensar na maneira como me senti quando olhei para seu corpo e para seu rosto. Ela parecia tão perfeita, como um anjo, como alguém que nunca havia sido ferida na vida. Um turbilhão de pensamentos passou por minha cabeça. Quem é essa estranha que faz com que eu a ache linda e insuportável ao mesmo tempo, e que me deixa inquieto por sua maneira de me desafiar e de ferir meu ego? Quem é essa estranha que me faz querer provar meu valor?

            Pensamentos demais. Não devo ficar assim por uma garota qualquer. Olho de relance para ela, que atentamente copia a matéria da lousa, como se nada tivesse acontecido. Pego meu material e abandono a sala, indo para o corredor e em seguida descendo as escadas. Vou matar aula. É. Talvez seja disso que eu preciso. Vou parar um pouco e esquecer essa maluca, com quem eu provavelmente nunca mais falarei.

            Ando até o lugar mais isolado do colégio e sento embaixo de uma árvore, logo esquecendo de tudo. A calma voltou. Se eu voltasse a ver a garota, provavelmente passaria indiferente por ela. Raiva. Descanso. Agora passou. Claro. Fecho os olhos. Escuro outra vez.



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