And Soon The Darkness escrita por taiminari


Capítulo 2
Capítulo 2 - O livro


Notas iniciais do capítulo

Não deu tempo de revisar, desculpe se encontrarem erros!



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         Amanheceu gelidamente, a brisa passeava pela cidade, levando folhas secas consigo. O céu estava carregado de nuvens cinzentas. Nem um mero sinal do brilho do sol, ou um pequeno pedaço do azul limpo do céu estavam a vista.  As plantas encontravam-se mais secas, a aparência de tudo naquele lugar estava assombrosa. A morte parecia ter tocado cada canto. O clima não pesava assim há muito tempo por ali.

        A escola parecia ter sido abandonada, a visão exterior e interior daquele espaço dava a impressão de que ninguém pisava lá há séculos. Além disso, poucos alunos ousaram enfrentar aquele frio mórbido logo cedo. Apenas alguns corajosos, encapotados de agasalhos rondavam pelos corredores, onde o silêncio ecoava. O único ruído que podia ser ouvido de vez em quando, era do vento tocando o vidro das janelas do enorme prédio. As aulas seguiram normalmente, porém nas poucas classes onde havia presença, a solidão parecia personificar-se. Num golpe do destino, havia  somente um aluno em cada sala, com exceção da classe 11, onde sete garotas apareceram.  

       O assovio do vento permanecia mais forte naquela sala. A falta de vozes afligia o espaço, e o som do giz compassado caminhando sobre a lousa nas mãos enrugadas de um homem tornava-se acolhedor, pois era o único sinal de movimento vital ali. As sete que ali estavam, encontravam-se distantes, parecia que o afastamento entre elas era necessário.

        Finalmente o sinal da saída batia, logo ouviam-se os passos apressados desejando sair dali a todo custo, mas uma garota destacava-se, indo mais rápido que qualquer outro, como se implorasse com os pés para que tirassem-na daquele lugar. De repente, passos fortes, porém não tão rápidos seguiam em sua direção, de modo que parasse-a.  Um peso no ombro da garota foi sentido,  mãos delicadas, porém ardidas paralisaram-na.

- Ei Kwon Yuri, temos que conversar! – uma voz decidida dizia.

        Yuri virou-se temerosa,  há muito tempo que nada a assustava, mas dessa vez algo quebrou o tabu. As únicas vezes que a menina sentiu um frio medonho no estômago fora em sua infância, quando sua mãe lhe chamou a atenção severamente pela primeira vez e quando foi para a diretoria pela primeira vez, mas com a constância que isso começou a acontecer, ela acabou acostumando-se. Quando fitou  quem cutucava-a temeu mais ainda, era justamente quem ela menos queria encarar, Jessica.

- Vá para a biblioteca, agora. – ordenou Jessica.

      Já na biblioteca, as sete garotas encaravam-se com os olhares confusos e assustados, e uma delas isolava-se, sentada em outra mesa. Essa lendo um livro, e não interessada na conversa que as outras levavam.

- O que aconteceu ontem, não consigo me lembrar por mais que me esforce? – disse Jessica.

- Eu também não me lembro. – concordaram as outras.

- Não se lembram de absolutamente nada? – disse Jessica.

- Lembro só até quando ouvimos Seohyun berrar e decidimos entrar na caverna atrás dela, depois todas entramos lá e estava muito escuro...Depois não sei o que aconteceu. – disse Sunny numa velocidade acelerada.

- É, também só me lembro até aí. –as outras concordaram novamente.

- Droga, só me lembro disso também. –disse Jessica.

- Tem algo muito estranho nisso. –disse Tiffany.

- Nossa que gênio! Jura que você descobriu que há algo estranho? – ironizou Taeyeon.

- O que me preocupa é que Seohyun não apareceu na escola, ela nunca falta. O que será que houve com ela? Hoje todos parecem estar de luto, não podemos negar, será que o que não lembramos é que ela...? –disse Sunny.

- Vira essa boca pra lá! – disse Sooyoung.- Se aconteceu algo com ela, a culpa vai cair toda na gente.

- Vem cá, isso faz parte da sua brincadeira Jessica? Você disse que ia assustar a Seohyun ontem, além de assustar ela, agora quer assustar a gente também? –disse Yuri.

     Todas recorreram os olhares para Jessica, como se culpassem-na.

- Não é nada disso. Não nego que disse que ia assustá-la, mas ia ser depois que ela saísse da caverna, juro que não fiz nada. – defendeu-se Jessica.

- Você é uma ótima atriz, pena que todas nós saibamos que você atua na maioria do tempo. Você não me engana mais. Diga a verdade agora. – disse Yuri cerrando os punhos, na ameaça de bater na menor.

- Eu juro, não fui eu mesmo. – disse Jessica amedrontada.

            Apesar de tudo as meninas sabiam que dessa vez Jessica dizia a verdade. A tensão tomou conta delas, recorrente do silêncio, nenhuma delas encorajava-se a pronunciar nem mais uma palavra. Jessica, com a mente embaralhada, virou a cabeça buscando desviar do olhar aflito das outras, nisso avistou Yoona, sentada sozinha na outra mesa, lendo algo, que não era comum dela, então logo tomou o que a menina tinha em mãos.

- Por que você está lendo num momento como esse? –disse Jessica.

         Yoona não abriu a boca.

- Que droga é essa? Não tem nada escrito, as páginas estão todas em branco. – disse Jessica folhando o livro.

- Típico da Yoona, só assim mesmo pra ela conseguir entender um livro. - disse Taeyeon sarcástica.

- Eu só estava tentando desvendar isso, não fiquem bravas. –disse Yoona.

- Desvendar um livro em branco, isso é que genial! –ironizou Taeyeon.

- Aonde você arranjou isso? Joga fora. –disse Yuri.

- Eu não sei. Não sei de onde veio, só sei que essa manhã estava em cima da minha cama. – respondeu Yoona.

- Deve ter encontrado ontem a noite, faz parte de algo que não lembramos. –disse Tifanny.

- Vou até bater palmas pra você, que inteligência. Suas conclusões nem são óbvias. – disse Taeyeon estampando um sorriso irônico.

- De qualquer maneira, esse livro vai ser útil para descobrirmos, temos que achar um jeito de saber pra que isso serve. – Jessica voltou ao assunto principal.

- Como? –disse Sooyoung.

- Se ela soubesse já teria feito, alô. –disse Taeyeon.

- Vamos tentar pensar em algo, o título do livro é Masul, pesquisem. –disse Jessica olhando a capa.- Amanhã nos falamos.

           As garotas despediram-se, e cada uma seguiu seu rumo separadamente, a expressão de seus rostos não denotava que algo estava errado, mas por dentro quase explodiam de tanta agonia.

          Ao final da tarde, Yuri já estava com a mente desgastada, tentara desvendar o enigma do paradeiro de Seohyun e do livro também, mas não chegava nem perto de achar a solução. Resolveu jogar tênis na quadra da escola, onde ninguém se encontrava naquele horário. Jogar tênis era algo que ela fazia para descontar suas preocupações, e tirava um peso imenso de suas costas.  Ela continuou aquela atividade por horas, até que por fim parou. Já era noite , a escola estava mais medonha ainda no escuro, e  não havia nem sequer uma alma por lá além de Yuri. Mas ela não hesitou, entrou no local, seus passos soavam um eco entre aquelas paredes, parecia uma cena de filme de terror. Yuri dirigiu-se até o vestiário do colégio, pretendia tomar um banho. Estava extremamente cansada, decidiu descansar um pouco antes de ir pra baixo do chuveiro. Deitou-se num banco que havia ali, em frente a um armário que suportava um balde em seu topo. Fechou os olhos e relaxou, a partida de tênis realmente funcionou. Ela ficou assim por um bom tempo, até que escutou um estrondo perto dela, abriu os olhos rapidamente e logo viu do que se tratava. Seus olhos arregalaram-se de surpresa, era inacreditável, o balde estava agora caído sobre o armário e a água que ele portava flutuava sobre seu corpo, faltando milímetros para que lhe tocasse. Nenhuma gota se quer movia-se, aquele tanto de água estava paralisado no ar, era surreal.    


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