The Ghost Of You Still Loves Me. escrita por Miss McLean


Capítulo 9
His soul, my soul. One soul.


Notas iniciais do capítulo

ÓÓÓÓÓÓ *emoção*

Eu amei muito escrever as falas do Gerard. Ele é meu lado romântico (muuuuuuito) oculto. Na verdade, todos os personagens são meus lados ocultos. Tenho um pouco de cada um deles ***revelay*** qqqq

tá, vamo ler o cap? tá mais interessante .____.



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No seu lugar preferido, Frank deitou-se em sua cama e não demorou muito a ser dominado pelo sono repentino. Decidiu que, após aquele estresse todo, seria merecido dormir para se esquivar um pouco de tais fatos. Não, ainda não conversaria com sua consciência. Deixaria para fazer isso depois. Envolvendo-se em seu cansaço físico e mental, logo adormeceu.

___

"O céu estava novamente vermelho. As estrelas pareciam de um brilho mais intenso do que o normal. E agora havia também... uma praia?

Sim. O mar era extremamente avermelhado, em reflexo daquele céu tão incomum. Eu estava sozinho ali, no meio do desconhecido. Descalço em meio àqueles grãos de areia, tão finos. Olhava para trás, já havia andado muitos passos. As ondas vinham de encontro com aquela areia e deixavam suas marcas, apagando quaisquer vestígios de quem poderia ter passado por aquele espaço antes das águas o alcançarem.

Eu apenas observava tudo, sem entender. Não havia mais ninguém ali, além de mim. Continuei andando, como se fosse chegar em algum lugar, como se fosse encontrar alguém. Me vendo tão só, dei-me por vencido e ajoelhei-me, respirei fundo, fechei os olhos e, ao abrí-los e olhar para o lado, vi Gerard.

- Eu estou aqui com você.

- Por que estou aqui?

- Por que temos que ficar juntos, nem que seja por pouco tempo.

- Você é fruto da minha imaginação, não existe.

- Não diria isso com toda certeza. A única coisa que posso lhe dizer é que você terá que descobrir se sou real ou não.

- Mas é claro que não é!

- Frank, existem muitas coisas entre o céu e a terra que você não vê, mas pode sentir.

- O que quer dizer com isso?

- Que os sentimentos, todos os tipos de sentimentos, movem um mundo que é invisível aos olhos daqueles que estão ocupados ou se fazem de cegos para não adentrá-lo.

- Continuo sem entender.


Me sentei e Gerard também sentou-se ao meu lado. Não pude deixar de notar seu rosto pálido, seus olhos verdes e seus cabelos negros, caidos sobre a testa. Sua voz era melancólica e, vez ou outra, era triste. Mas pareciam melodia aos meus ouvidos.

- Não posso falar muito. Somos dois homens e temos sensibilidade para descobrir o significado do que eu disse. Eu já descobri, falta você.

- Gerard, por favor, me diga: depois que você apareceu, tudo está piorando. É esse o real significado de te descobrir e adentrar o mundo que você citou?

- Não. Tudo o que está acontecendo é por ordem natural do destino. Você só estará comigo, logo mais, se quiser. Por enquanto é necessário que me veja.

- O que você quer de mim?

- Eu quero você.

- Eu? - me assustei com a resposta.

- Sim, você. Somente você pode nos tirar desse lugar.

- Mas, como? Cadê minha mãe? Meu pai? Mary? Cadê todo mundo?

- Aqui só existimos nós.

- Você consegue complicar mais ainda todas as minhas concepções!

- Assim você pensa. Mas, acredite, eu só quero te ajudar e assim também me ajudo. E eu quero seu bem. Eu já o conheço há tanto tempo...

- De onde me conhece?

- Da vida, da sua respiração, de cada batida do seu coração. Dos anos em que não pude chamá-lo, mas o sentia se fechasse meus olhos. Do medo de ficar aqui sozinho para sempre, sem poder te convidar a me fazer companhia, mesmo que fosse por pouco tempo, e nos seus sonhos...

- Espera.

- O que houve?

- Não quero sentir o que estou sentindo.

- O que você está sentindo?

- Que nos pertencemos.

- Só nos pertencemos quando estamos juntos, como agora. E como hoje mais cedo. - ele sorriu.

- Hoje? - franzi a testa.

- Sim...


Ele acariciou meu rosto. Me afastei.

- Desculpa, eu não consigo.

- O que eu fiz?

- Eu não sou gay, Gerard.

- Nunca disse que você era.

- Do jeito que sinto que nos pertencemos, é como me parece.

- Não necessariamente algo sexual, mas admito que gostaria muito de sentir você.

- O quê? - me espantei.

- Por que é difícil chegarmos em um acordo? - ele desviou a resposta.

- Eu não quero fazer acordos com você.

- Somos um, Frank.

- Não. Somos o Frank, eu, e o Gerard, você. E eu nem sei quem é você, se você realmente existe ou o que eu faço aqui.

- A pior coisa para um ser humano é a decepção ao ver a tentativa totalmente frustrada de querer enganar-se.

- Eu não estou me enganando!

- Está querendo.

- Gerard...

Ele pôs um dedo em meus lábios, calando-os.

- Shiu! Não gaste tanto do seu tempo se fazendo ou me fazendo perguntas.

- Não é tão fácil como parece.

- Eu não disse que era fácil.

- Para de ter resposta para tudo!

Ele sorriu, e pela primeira vez, sua face estava iluminada de uma forma diferente. Via-se felicidade no brilho fosco dos seus olhos.

- Eu sei de mais coisas. Responderia todas as suas perguntas sobre tudo o que está acontecendo aqui ou fora daqui, na sua vida.

- Por que não me responde, então?

- Você terá que ser forte o suficiente para descobrir e aguentar o que vão desestruturar sua vida. É como se fosse um barco e você estivesse remando. E uma forte tempestade te deixasse à deriva. Você terá que fazer de tudo para não cair daquele barco e para não deixá-lo virar. A chuva vai te molhar, te adoecer e você terá que ser mais forte do que isso.

- Não fale em códigos. Me diga a verdade. Se o tal barco virar, eu vou morrer. E no sentido literal de todas as palavras da última frase: eu vou morrer logo, não vou?


Novamente Gerard sorriu. Mas logo sua face voltou à seriedade.

- Está na hora de me deixar.

- Não quero. Me diga, Gerard. Me diga!

- Posso lhe pedir um favor?

- Não sei.

- Você sabe. O favor é para que não desista de mim. Nunca. Eu jamais desistiria de você. Tudo bem que você não é obrigado a nada, mas hoje teve uma certeza da qual terá que decidir sobre o sim ou o não. Você, um dia, vai compreender o motivo de tudo. Mas agora vá. E não desista. Não desista de você.

- Não desistirei de nós. - as palavras sairam em um impulso. Estranhei a naturalidade com a qual as proferi.

Fitei a areia, olhando minhas pernas cruzadas. Ia me preparar para fazer algo que me deu vontade: eu o beijaria. Aonde quer que fosse, o beijaria para entender tamanha necessidade. Necessidade daquele homem. Necessidade de um homem.

Seria demasiadamente terrível o que eu queria fazer? Seria inaceitável naquele mundo ou em qualquer outro mundo ter um homem me abraçando, me confortando e demonstrando o sentimento através de beijos e carinhos? Mas o que eu estava pensando?????

Não, eu não me importava se era um homem ou se era uma mulher. Eu me importava com a pessoa... uma pessoa que poderia nem existir. Eu deixei me levar por aquela voz melódica, aquela face tão fúnebre e, ao mesmo tempo, de uma vivacidade penetrante, eu... eu estava me apaixonando por uma imagem e uma pessoa que minha própria cabeça criou. Um homem, feito de mim mesmo. Não havia nada de tão mau nisso... Se eu não tivesse que acordar."


___


Abri os olhos, em um suspiro profundo. A respiração estava descompassada, o coração acelerado. Já não bastasse perder a paz ao passar o dia, agora perderia a paz também ao dormir, ansiando por Gerard, querendo-o a todo custo.

Castigo de Deus.

Não havia alternativa para tamanha punição. Eu não sou tão pecador assim, só que Ele escolhe quem deve passar por suas turbulências e eu não poderia intervir.


Aceitei o que vivi em sonho.

Pela primeira vez, nos últimos dias, eu me sentia calmo. Gerard, sendo real ou não, era uma válvula de escape - linda e inteligente, diga-se de passagem - que me deixava mais leve.

Acordei assustado, mas já estava de volta à realidade.

O relógio marcava quase 21h. Ray logo chegaria. Mas minha mãe não me chamou para jantar. Teria me chamado e eu não ouvi?!

Minha porta estava trancada. As luzes estavam acesas, eu não contava com o sono...

Me levantei e desci, indo até a cozinha.

**

Minha mãe não estava lá; estava na sala.
Sentei-me ao seu lado, no sofá.

- Mãe?

- Sim?

- Disse que ia me chamar...

- E eu chamei. - ela estava muito séria.

- O que foi, mãe?

- Nada.

- A senhora não me ligou, não me olha ao falar comigo e está totalmente brava. O que eu fiz?

- Gerard. - ela disse.

- O quê?

- Quem é, Frank?

- Do que a senhora está falando?

- Disso aqui.


Ela pegou um bilhete que estava na mesinha da sala, à nossa frente, e tinha apenas uma frase escrita:

"Frank, nunca desista de mim.

Gerard."

- Mãe, eu não sei o que é isso.

- Você tem algo para me contar? Se tiver, essa é a hora.

- Que horas chegou isso aqui?

- Não lembro bem. Eram, mais ou menos, 18:30h quando o peguei no chão, atrás da porta da sala. Eu ouvi um barulho na porta e, quando abri, não tinha ninguém. A rua estava vazia.

"'Só nos pertencemos quando estamos juntos, como agora. E como hoje mais cedo.' É isso! Gerard era aquela senhora. O quê? Não, não faz sentido. Nada faz. Melhor não pensar nisso agora."

- Não sei quem é! Deve ser alguém fazendo brincadeira de mau gosto!

- Você sabe quem é Gerard.

- Não sei, mamãe. - nos olhávamos nos olhos.

- Enquanto dormia, você o chamava. Gritou por algumas vezes e depois falava baixo. Eu ouvi e tentei te acordar, batendo na porta, mas você estava disposto somente a chamar por Gerard.

Respirei fundo e, após tudo o que eu ouvi, não restava escolha.

- A senhora tem razão, preciso lhe contar uma coisa.

- Diga, Frank. Diga. - os olhos marejaram.

- Um dia desses, perto do parque, avistei um homem em uma casa, numa ruazinha que tem por ali. Mas me senti estranho e sai logo de lá...

- E aí vocês se conheceram e estão namorando, é isso?

- Mãe, me deixe terminar. - eu estava bastante sério.

- Tudo bem, continue.

- E eu não paro de sonhar com ele, mãe. Só que tem um detalhe...

- O que é?

- Eu não sei se ele existe.

- Como é?

- É isso e, sim, estou me apaixonando por um fantasma que eu mesmo posso ter criado.


Minha mãe começou a chorar copiosamente.

- Não confia em sua mãe?

- Claro que confio! Te contei tudo isso porque confio.

- Jura que está me dizendo toda a verdade?

- Eu juro, mãe.

- Filho... sinto muito dizer... há tempos te noto estranho, confuso, desligado. Achei que fosse coisa de momento, mas tem se agravado. E essa história agora de não saber se existe o garoto que te mandou bilhete...

Ela olhava suas mãos.

Fez-se silêncio.

- Eu sei o que a senhora está pensando. Achei isso de início, mas ele me faz bem!


Ela chorava cada vez mais, sem nada dizer.

- Pare de chorar, mamãe. Acredite em mim.

- Frank... amanhã você não vai trabalhar.

- Não?!

- Vamos ao médico.

- Como é que é??!!?

- Não vou te perder, não posso. E se eu deixar, isso vai acontecer.

- Mas mãe...

Ela se levantou e foi para seu quarto, me deixando sozinho.

Fui até a cozinha e a mesa estava posta, não havia jantado. O que eu fiz, involuntariamente, atingiu minha mãe. Seria tão doloroso assim amar e estar com alguém que somente eu conhecia? Bem, nenhum médico poderia dizer.


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Notas finais do capítulo

AEEEEEEEE FINALE DE LE CAPITULE uhulessss

façam-me o favor de, pelo menos, lerem minha poesia? ._____________.

http://www.fanfiction.com.br/historia/151352/Love_On_The_Tragic_Scene./capitulo/1

*se quiser deixar review, é bom, se não quiser... tem problema não :B*

beeeeijo n'ocês. nhacs!