The Ghost Of You Still Loves Me. escrita por Miss McLean


Capítulo 5
Is it getting harder or am i just tired?


Notas iniciais do capítulo

Oi '-'
Minha imaginação fluiu esse domingo lindo *todos comemoram* [ou não rs] e aqui tem mais um capítulo. Nhom :3



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Acordei um pouco antes de tocar o despertador. 9h52m. O desliguei, já que o mesmo alarmaria 10h. Vi um sol fraquinho que atravessava a janela, indo parar dentro do meu quarto. Levei minhas mãos aos olhos e esfreguei levemente, na tentativa de fazê-los abrir mais rápido. Finalmente sentei-me na cama e depois me pus de pé. Lembrei da noite anterior, de que iria ver Michael e teria que correr porque o horário de visitas no qual eu estaria disponível era das 11h às 13h. Me espreguicei, fui até o banheiro fazer as higienes e tomar uma ducha rápida.

Após o banho, desci correndo ao ouvir um barulho. Vi minha mãe na sala diante de um porta-retrato que caira no chão e quebrara completamente. Ela chorava. Por que chorava? Era só um porta-retrato! Mas... Ao me aproximar, vi que era uma foto da nossa família. E era a foto preferida dela.

Eu, meu pai e minha mãe, em um piquenique.

Aquela foto já devia ter uns 7 anos e nunca saira daquele porta-retrato que também permaneceu intacto naquele mesmo lugar, na estante da sala.

Sentei ao lado da minha mãe. Primeiramente, não disse nada. Depois deixei o silêncio, a abracei e senti um certo desespero da parte dela. Mas, mesmo sendo sua fotografia preferida, eu ainda não entendia o porquê do desespero por um porta-retrato quebrado. Talvez fosse saudades do meu pai. Fiz uma pergunta um pouco óbvia para alguém preocupado, achando que seria essa a resposta.

- O que houve, mãe?

- Eu... Eu não sei. Tive um pesadelo terrível e depois não consegui dormir. Estava olhando essa foto quando, sem eu fazer movimento algum, caiu e quebrou-se nesses muitos pedaços. - ela continha as lágrimas com as mãos.

- É só um porta-retrato. Compraremos outro ainda mais bonito que esse.

- Não é isso o que me assusta.

- Assusta? - Arqueei a sombracelha.

- É. O que me assusta é o fato de eu ter sonhado que eu perdia você. E ao pensar nisso, a foto foi parar no chão. Entende o que quero dizer?

- Mãe! ... Você jamais vai me perder. Eu sempre vou estar aqui e não se assuste. Foi só um pesadelo e uma coincidência.

Terrível coincidência.


- Frank... Você é a pessoa mais importante da minha vida. Desde que nasceu, e antes mesmo de nascer, quando descobri que você estava vindo. Esses anos todos, você e seu pai têm sido a razão da minha existência e alegria. Eu não suportaria a sua ausência. - ela dizia, olhando os cacos que restavam no carpete.

Respirei fundo, buscando palavras para ajudá-la a conter sua emoção.

- Mãe... Por favor, para de falar assim, tá? Nunca nos perderemos. Nunca. - eu tentei acreditar em minhas próprias palavras.

Ela me fitou por alguns segundos e seus olhos ainda estavam vermelhos. Sorriu e me abraçou.

- Agradeço por eu ter tido a honra de ter um filho como você. Obrigada por ser assim.

Novamente, tive a sensação de que minha mãe estava certa. Tal como a sensação do telefonema, no dia anterior. Me senti estranho. Porém não a deixei perceber.

- Eu quem agradeço e muito por você ser a minha mãe. Eu te amo.

- E eu amo você também, pequeno.

Pequeno era como ela me chamava carinhosamente quando criança.

Sorrimos. Ela pegou a foto no meio dos pedacinhos de vidro e nos levantamos.

Fui pegar uma vassoura e a pá para limpar toda a "sujeira". Ela foi ao banheiro lavar o rosto.

**

Na área de serviço, parei por um momento e pensei na cena que vivenciei. Senti verdade nas palavras que tinha ouvido. Mas eu não aceitaria isso. Eu não aceitaria fazer meus pais sofrerem e não aceitaria deixá-los. Ainda tinha a Mary, o Ray...


- O quê? Por que estou pensando nisso? Foi só uma impressão, não acontecerá nada. - falei para mim mesmo, sacudindo a cabeça como se pudesse espantar o pensamento.

Segui para a sala e limpei tudo.

Olhei o relógio, eram quase 11h.

- Mãe, já acabei de limpar aqui...

Então me dei conta de que ela não estava por perto.

Fui até a cozinha e chamei:

- Mãe?

Minha mãe não estava na cozinha.

Fui até seu quarto, também não estava.

Então subi até meu quarto. Ela estava lá, sentada em minha cama, segurando um álbum de fotos de quando eu era criança...

Fotos do período escolar.

- Você sempre foi tão lindo! Veja só, sua formatura no jardim de infância...

Ela me mostrou a foto que eu já havia visto umas cem vezes, no mínimo.

Passou para outra página.

- Olha essa... No dia das mães, na quarta série e você recitou alguns versinhos. Está aqui o papel no qual os escreveu. Foi eleito pela graciosidade das suas palavrinhas tão doces, recebi mil elogios da professora, lembra?

Ela começou a ler os versos.

"Mamãe. Flor bela dentre todas as que existem

Seu perfume não se compara, se distingue.

De longe, posso ver seu amor.

E com você, todos os momentos têm valor.

Agora, recitávamos juntos.

Mamãe. Eu sei que pra sempre seremos um.

E quando estamos juntos, não há mal algum.

Sem você, tudo fica sem vida,

Pois você é a pessoa mais querida.

Podem existir mil estrelas brilhantes

Mil rosas e jamins.

Mas você é meu grande diamante

E é tudo para mim!


Sorrimos um para o outro.

- Lembra o quanto você ficou nervoso antes de ler isso na frente de todo o pátio da escola?

- Lembro e, de tão nervoso, li tantas vezes que acabei gravando todos os versos.

- É... Eu ficava falando pra todos que aquele garotinho lindo e inteligente era meu filho. - sorriu.

- E eu sempre dizia para os meus coleguinhas que a mãe mais linda do mundo era a minha. - sorri.

- Todos te aplaudiram, maravilhados. São tempos que jamais viveremos novamente.

- Mas que fomos felizes por ter vivido como vivemos.

- Sim, meu filho... - ela disse, enquanto continuava passando as páginas.

20 minutos haviam se passado.

- Bem, eu tenho que ir...

- Aonde vai? Seu tio não lhe deu a manhã de folga?

- Não, eu não vou trabalhar. Mari e eu decidimos visitar Michael.

- Michael?

- Sim, o rapaz que sofreu o acidente. Mari o conhece.

- Hm... Tudo bem. De lá, irá para a empresa?

- Depois passarei na casa do tio Adam para me arrumar, pois é mais perto. Combinei tudo com Mary.

- Ok. Vá com cuidado, meu amor. Deus te abençoe. - ela se levantou e deu um beijo em minha testa.

- Amém, mamãe!

Dei um beijo em sua bochecha e peguei a minha mochila.

- Vai ficar aqui? - perguntei.

- Se não se importar...

- Claro que não! ... Tchau mamãe.

- Tchau.

A olhei, ainda na porta, e sorri. Ela ficaria bem ao lembrar minha infância e esqueceria o terrível pesadelo que teve.

Sai, então.

**

Já na rua, liguei para Mari.

- Alô?

- Aaalôôô... quem me incomoda essa hora da madrugada? - uma voz sonolenta respondeu.

- Ninguém incomoda, porque eu sou importante e já é dia, um dia bonito. - ri.

- É claro, é muito importante, mas tá atrapalhando meu sono da beleza.

- Você estava dormindo? - me fiz de desentendido.

- E... Uh... Sim, eu tava. - bocejou uma Mary preguiçosa do outro lado da linha.

- Já que acordou... E aí, preparada pra visitar Michael?

- Hein?

- Esqueceu que combinamos de visitá-lo?

- Combinamos?

- Claro! Estávamos indo para a delegacia e marcamos de eu ir na sua casa e irmos juntos ver como ele está.

- Ah é, mas ó, eu to com sono porque fui dormir muito tarde. Depois nos falamos, tá?

Silêncio.

- Mary? ... Mary? ... desligou na minha cara! - falei sozinho.

Não insistiria. Ela devia estar cansada mesmo, ela nunca desligou o telefone na minha cara.

E o que eu faria? Antes tínhamos a desculpa de saber sobre Michael porque Mary o conhece. Mas eu não o conheço e queria saber como ele ficou, de fato.


As únicas informações que eu tinha era de que ele estava no Hospital Central de Nova Jersey e sua mãe se chamava Donna Way. Consegui as informações com minha prima, enquanto conversávamos mais sobre o quase-agressor acidentado.

E lá fui eu, com a cara e a coragem.

Peguei o ônibus e demorei uns 25 minutos até chegar ao hospital.

Passado os 25 minutos, desci em frente ao hospital. Entrei na recepção. Já passava de 12h.


- Boa tarde. Meu nome é Frank Iero. Por favor, o quarto do paciente Michael Way?

- Boa tarde senhor Iero. Vou verificar. O senhor é algum parente?

- Não... Sou... um amigo.

- Ok.

A recepcionista olhou alguns cadastros no computador e...

- Ah, sim. Senhor Iero, preciso que me mostre sua identidade.

- Claro...

Peguei a identidade e a mostrei.

- Obrigada. Mas antes de deixá-lo ir até o quarto onde se encontra o senhor Way, preciso pedir a permissão de sua família. Aguarde alguns instantes.

- Sem problemas.

Enquanto a recepcionista ligava para alguém da família que deveria estar no quarto, eu observei pessoas entrando e saindo. Pessoas com fisionomias cansadas e outras com uma tristeza no olhar. Pessoas que eram fortes e deveriam provar isso à elas mesmas diante de um ente querido ou até mesmo algum amigo que estivesse dentro daquele hospital por qualquer motivo, grave ou não. Pessoas que não precisavam dizer o que estava acontecendo, pois o fato de entrarem e saírem por aquela porta, já era o suficiente. Minutos depois, a recepcionista chamou minha atenção.

- Senhor Iero? - ela me olhava.

- Oi?

- O paciente Michael Way se encontra no quarto 202, segundo andar. O senhor tem meia hora para visitá-lo.

- Ok. Obrigado.

Me virei e fui em direção ao elevador. Estava ansioso. Entrei no elevador e apertei o botão de número 2.

Em poucos segundos, estava no segundo andar.

Era um corredor enorme e bastante iluminado. Avistei uma plaquinha.


"Quartos 201 à 210 - direita"

Segui a orientação da placa e cheguei em frente ao quarto 202. Agora eu estava sem graça por entrar sem conhecer alguém, até mesmo o próprio Michael. Respirei fundo e bati na porta.

Ouvi uma voz, era de uma mulher.

- Entre.

Abri a porta. Michael repousava, mas estava acordado. Aparelhos o ajudavam a respirar. Aquela confusão foi mais grave do que aparentou. Também tinha um curativo sobre a testa, aonde vi o sangue jorrando quando ele ainda estava dentro do carro.

Havia uma senhora loira ao lado dele. Era Donna Way, sua mãe.

Eu a tinha visto na noite anterior. E ela provavelmente se lembraria de ter me visto também.

Por algum momento, perdi a fala e só os olhava. Estava acanhado.

- Não se envergonhe rapaz, venha aqui. - Donna disse, gentil. - Se você não estivesse lá, Michael poderia ter saído pior desse acidente. Os médicos disseram que se o socorro não tivesse sido imediato, ele poderia ter tido uma hemorragia e poderia... - ela respirou fundo. - Não quero nem pensar.

- Ah, não foi nada senhora Way... Eu estive preocupado. Vi tudo acontecer e minha prima Mary quase foi vítima também e...

- Cala a boca, seu idiota.

Uma voz feminina veio do canto da sala. Uma moça estava sentada. Seus olhos eram de um verde claríssimo e seu olhar transmitia algo intenso demais para ser decifrado.

- Amy... Por... Favor... Não o des... destrate - Michael falou, com a voz fraca e com muita dificuldade.

Amy correu para perto do leito.

- Não fale nada meu amor. Não fale, por favor. Shiu.

- Ele não... tem... culpa.

- Como não tem? Por causa dele e da priminha dele você desviou o carro e agora está aqui. Eles são os culpados! - ela detinha de uma voz carregada de muita raiva.

- Amy, cale-se, por favor. Isso não fará bem à Michael. - Donna a repreendeu.

Eu ouvi e assisti Amy, calado e assustado. Será que foi a distração de Mari que o fez desviar a direção e sofrer o acidente? Mesmo com os faróis apagados, não há um índice considerável de pessoas andando pelas ruas na hora em que tudo aconteceu... E agora? Todas as dúvidas estavam estampadas na minha cara.

- Não filho, não se sinta culpado. Não dê ouvidos para Amy. Ela está abalada... Na verdade, todos estamos.

- Ah. Sim. - engoli seco. - Senhora Way, eu... Nem sei o que dizer...

- Então não diga! - Amy chorava.

- Amy, já chega! Você está tornando tudo mais difícil. - Donna foi firme.

- Desculpa. Eu vou dar uma volta. - ela me olhou, e logo voltou seu olhar para Michael. - Mikey, já volto meu amor. - ela o beijou na testa.

- Tá... bem... - Michael respondeu. Sua voz soava cada vez mais fraca.

Amy saiu, parecendo um furacão. Estava transtornada e eu até a entendia, eu ficaria se tivesse sido Mary no lugar de Michael.

- Shiu, shiu. Você precisa manter suas energias. Evite falar, querido. - Donna fora carinhosa com o filho.

- Senhora Way, acho que vim em péssima hora. - eu disse.

- Me chame de Donna, por favor. E você veio em ótima hora. Obrigada por se preocupar com meu filho, mesmo não o conhecendo. E desculpe Amy, ela está nervosa por ver Michael assim.

- Tudo bem, eu entendo. Se possível, queria que me mantesse informado sobre o estado de saúde dele.

- Com certeza o manterei por dentro do quadro de saúde do meu filho. - ela foi simpática.

- Eu tenho que ir. Aqui estão meus telefones - peguei um papel e escrevi rapidamente, entregando-a. - Gostaria de ter os da senhora também.

- Claro. Aqui está o cartão do meu marido. - ela retirou de sua bolsa, me entregando logo em seguida.

O guardei no bolso da calça.

- Tenha uma boa tarde. E desculpe pelo transtorno que causei, não foi minha intenção. - eu disse, com a voz baixa.

Alguns passos para frente e me aproximei de Michael.

- Melhoras pra você.

Michael me olhou e sorriu de lado, como se dissesse um "obrigado".

- Tchau. Fique com Deus. - Donna disse.

Andei até a porta, acenei e sai.

**

No meio do corredor, vi Amy. Seu rosto estava manchado, pois suas lágrimas borraram sua maquiagem forte. Pelo pouco que vi, era geniosa. E linda. Muito linda. Branquinha, cabelos negros e compridos, uns 20 anos, talvez. Estilosa, contudo. Vestia preto dos pés à cabeça e parecia ser gótica.

Passei por ela, que ficou indiferente. Tentei ignorar a sua presença.

Quase em frente ao elevador, ouvi alguém me chamar e dei um passo pra trás, me virando.

- Garoto.

A olhei. Ela retribuia o olhar.

- É... Tá falando comigo?

- Só temos eu e você aqui.

- Ah... então é comigo sim. É Frank.

- Frank o quê?

- Meu nome.

- É... Frank... O que eu quero dizer é... - ela suspirou. - É... Me desculpe.

Me surpreendi, mas fingi indiferença. A Amy do quarto não parecia a mesma que falava comigo.

- Por? - eu disse, perguntando-a.

- Por ter feito o que fiz há pouco.

- Tudo bem, entendo seu nervosismo. Eu ficaria assim se tivesse acontecido algo com Mary também.

- Mary é sua prima e sua namorada?

- Não. Eu a amo como se fosse minha irmã, apenas. Michael é seu namorado, pelo que percebi...

- É. Tem 2 anos. Mas sinto que o conheço de outras vidas. - seu olhar se perdeu, como se estivesse lembrando de algo.

- Hm... Nunca senti isso por alguém. Respeito você por seus sentimentos e não tenho por que te desculpar, você estava se sentindo perdida e queria culpar alguém sem admitir que o próprio Michael poderia ter sido o culpado pelo que aconteceu com ele mesmo.

- Como sabe disso? - ela me olhou, espantada.

- Deduzi. Me coloquei no seu lugar por alguns instantes, mais precisamente na hora em que você gritava, me xingava e me acusava dentro do quarto.

- Puts... Me desculpe mesmo. Eu...

- Não queria fazer aquilo? - a interrompi.

Ela assentiu com a cabeça, olhando agora o fim do corredor.

- Eu sei. Mas... Amy? - fiquei confuso. - Não é Amy?

- Sim, Amy.

- Isso mesmo... agora tenho que ir.

- Não tem a ver com o que houve no quarto, tem?

- Não - sorri. - Eu tenho compromissos.

- Uh... - ela silenciou e entendi como se fosse um tchau.

Virei-me e quando ia prosseguir...

- Frank? - ela chamou novamente.

- Sim? - a olhei.

- Obrigada pelo que fez por Michael e por se preocupar.

- Não foi nada. - pisquei com um olho só, fazendo uma careta.

Ela sorriu.

- Tchau. - eu disse.

- Até mais. - ela disse, agora em um tom amigável.


Segui para o elevador e ela voltou para o quarto. Desci e saí finalmente daquele ambiente tão sufocante. De lá, eu iria passar na casa de tio Adam para me arrumar, como eu havia combinado com a furona da Mary, e aproveitaria e contaria para ela sobre a visita.


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Notas finais do capítulo

e aí? ficou grande, mas me empolguei mesmo. *por favor, não me xingue* oq hahaha :)



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