Era o começo de uma noite fria e agitada de uma sexta-feira. O sol tinha se posto a pouco tempo e as pessoas se preparavam para sair e encontrar com os amigos. Em Bon Temps esse local era o Merllote's.

Porém, em uma cidade próxima, Lousiana, uma BMW preta estacionava na frente de um estabelecimento fechado e um homem alto, de pele clara, um cabelo louro, liso e arrumado, usando roupas pretas, saia do carro em uma velocidade mais rápida que o caminhar normal, indo em direção a uma porta revestida de um material resistente a claridade do sol, cuja fachada do local tinha o nome de Fangtasia.

Esse era o caminho comum a uma criatura incomum. Eric Northman era dono desse estabelecimento, um vampiro antigo, xerife da área 5 e que construiu um pequeno império por ser sócio ou dono de várias outras empresas.

Porém, essa noite era diferente. Enquanto ele aproximava-se de seu trabalho, pode ouvir o choro de um bebê que vinha diretamente da porta do Fangtasia. Havia um pequeno cesto na frente do local de onde vinha o choro.

Saindo do carro, agaixou-se ao lado do cesto e retirou o manto que o cobria, revelando um bebê do sexo feminino, sem roupas, com a pele branquinha, os cabelos negros e ainda possuia o cordão umbilical.

Deve ter nascido a poucas horas e os pais não a querendo resolveram nos dar de presente, veio o pensamento a Eric. Assim como entre os humanos há práticas de pedofilia, os vampiros sentem-se ainda mais desejoso por sangue ao lado de uma criança recém-nascida e assim se sentia o louro. Seus caninos formigavam e doiam, até que os deixou maiores, o cheiro de sangue novo que vinha da criança fazia sua garganta queimar de sede. Pegou aquele pequeno ser vivo em suas mãos e levou-a para perto de seu rosto, mas algo o fez parar. A bebê tinha parado de chorar e abriu os olhos quando sentiu ser pega no colo. Os olhos, grandes, redondos, negros como os cabelos e brilhantes, um brilho que Eric já tinha visto antes e ao lembrar-se, seu coração poderia parar se já não estivesse assim a mais de 1000 anos.

- Nina... - Ele sussurrou o nome da irmã mais nova, que foi assassinada anos antes de sua transformação para vampiro. A reação da bebê foi encará-lo com curiosidade, levando as mãos para o rosto dele, tentando apalpá-lo com os pequeninos dedos e um sorriso enorme nos lábios.

Era sua irmã, ele podia sentir que era. Não poderia deixá-la ali, não poderia entregá-la aos vampiros para que fizessem o que bem entendiam e até mesmo matá-la. Não perderia sua pequena novamente.

Colocou-a novamente no cesto, cobriu-a com a manta e entrou no estabelecimento com passos rápidos até o escritório, a bebê tinha parado de chorar. Deixou-a em cima de uma poltrona e discou um número em seu telefone

- Pam, quero que me traga você com uma boa disposição, fraldas para recém-nascido, roupas para bebes meninas, cobertor, mamadeiras, chupetas e principalmente leite. - Nesse momento a bebê chorou, fazendo-o desligar o telefone, aparecer ao lado do cesto e enrrolar o pequeno corpo da criança com todo o cuidado, trazendo-a em seus braços.

Ela parou de chorar, abriu os olhos novamente e estendeu as mãozinhas, querendo tocar o rosto frio de Eric, que permitiu, sentindo aqueles pequenos dedinhos explorar sua pele, o que o fez fechar os olhos e suspirar o nome de sua irmã:

- Nina - E o bebê riu.

Após os cuidados com o bebê, Eric passou o restante da noite, até o amanhecer, sentado em sua cadeira que mais era seu trono naquele local, onde poderia observar a todos e ter as dançarinas a sua frente, porém, dispensou qualquer atenção. Tinha a criança em seus braços, embalando-a no sono após ter alimentado-a, principalmente com algumas gotas de seu sangue para poder sempre saber seus sentimentos e onde estaria, trajando um pequeno macacão violeta simples e um cobertor preto protegendo-a do frio da noite e do próprio corpo do louro.

O Fangtasia estava ainda mais alvoroçado do que era, por ser sexta-feira e os vampiros sentirem o cheiro de sangue de bebê. Os novatos, que não sabiam de Eric ou os que foram transformados a pouco tempo, mostravam os caninos sempre que viravam o rosto em direção do xerife, os musculos tensionados, prontos para tirar aquela criança dos braços de seu protetor e tomar o precioso licor da vida. Porém, o olhar ameaçador e os caninos do louro amostra, era o suficiente para impor respeito nos novatos, o mesmo que os mais antigos possuiam.

- Pretende ficar com a criatura? - Perguntou Pam aproximando-se do seu criador e ficando frente a frente com ele

- Sim... Não quero perde-la novamente. Será considerada minha filha. Quero que cuide de toda a documentação de certidão de nascimento e outras coisas

- Está certo. E qual será o nome dela?

- Nina... Nina Northman - Ele sussurrou, puxando a pequena criança em seus braços para mais perto de seu rosto, dando-lhe um beijo na testa, enquanto Pam revirava os olhos e saia para o escritório de Eric.