Roses And Demons: Roots Of Rebellion escrita por JulianVK


Capítulo 97
Apenas um Dia Normal


Notas iniciais do capítulo

Eis o primeiro capítulo da side story de Fernand. Para aqueles que estão curiosos a respeito de Roses and Demons: Warbloom vou adiantar um pequeno spoiler. No capítulo 101 vocês conhecerão o novo protagonista, Lince Walters.



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Desde o momento em optou por auxiliar William em sua missão, poucas foram as ocasiões em que Fernand esteve sem sua armadura. Porém, em determinado dia aproximadamente dois anos antes disto, o manipulador da terra estava vestindo uma camisa cinza de tecido simples, uma calça preta do mesmo material e sapatos surrados de couro. Seu destino não era um campo de batalha, mas sim a feira que ocorria em uma pequena vila vizinha à sua cidade natal.
De acordo com as informações que o rapaz conseguiu com conhecidos, o preço dos mantimentos naquele local eram os mais baratos da região, portanto Fernand não perdeu a oportunidade. Ele era o único que recebia dinheiro em sua família, pois seu pai já estava morto e, além da mãe, o soldado tinha apenas uma irmã quatro anos mais nova como parente.
O pagamento que Fernand recebia do exército era o suficiente para sustentar a família, mas exigia um controle rígido. Não podiam desperdiçar uma moeda sequer e preços baixos eram sempre bem-vindos. Por isso lá estava ele, segurando um grande cesto de palha e escolhendo algumas frutas para levar.
-Vendedor: Eu lhe garanto, meu jovem. Não encontrará laranjas melhores do que estas nesta região!
-Fernand: Não me importo se são as melhores, sendo comestíveis eu já aceito.
As compras do jovem soldado foram interrompidas por uma algazarra que envolvia estrondos e gritos. A multidão corria, fugindo de algo. Quando os arredores do local em que estava Fernand já estavam quase desertos ele percebeu que alguns homens destruíam barracas e espalhavam mercadorias, tomando para si o ouro dos vendedores.
-Fernand: Hoje era para ser apenas um dia normal, será possível que tenho que trabalhar até nas minhas folgas?
-Vendedor: Rapaz, o que pensa que vai fazer?
Sem responder a pergunta, Fernand estalou os punhos e se aproximou dos fanfarrões. Eles se mostraram surpresos por alguém ter coragem de encará-los, ainda mais sozinho.
-Fernand: Vocês me deixaram bastante irritado, agora vão pagar caro por isso!
-Bandido: Hmpf, esse cara está se achando o justiceiro! Vamos dar um jeito nele!
Um pedaço do chão atingiu o rosto do homem que havia debochado de Fernand, enchendo a boca do infeliz de terra. Após cuspir a sujeira, ele brandiu sua espada e avançou furioso.
-Fernand: Jamais vou perdoá-los por atrapalhar os vendedores que oferecem seus produtos a um preço justo!
Após tal declaração exagerada, Fernand abaixou-se para evitar o corte horizontal do inimigo e o derrubou com um poderoso gancho de direita. Cercado por outros quatro homens, Fernand disparou rochas para todos os lados, deixando-os atordoados. Não demorou muito para que os adversários fossem vencidos.
Logo as pessoas que lá estavam prenderam os malfeitores com cordas e recuperaram seus objetos de valor. Fernand foi aclamado como herói por todos da vila e, após uma salva de palmas, os mercadores ofereceram alguns de seus produtos como recompensa. Evidentemente eles foram aceitas com um grande sorriso.

Feliz da vida, o soldado da terra retornou para sua casa com sua cesta cheia de frutas, legumes, verduras, alguns tipos de carne e diversas garrafas de leite. O conteúdo era pesado, obrigando-o a fazer diversas paradas. Quando chegou em sua residência, uma modesta casa de pedra no subúrbio da cidade, já era quase noite.
-Fernand: Caramba, Clarice, venha me ajudar com essa maldita cesta antes que meus braços caiam.
Uma menina de cabelo comprido que vestia roupas no mesmo estilo de seu irmão veio correndo até a porta, mas não fez questão de ajudá-lo a carregar as recompensas que havia largado no chão.
-Clarice: Você trouxe até aqui, não custa nada fazer mais um esforço para levar até a mesa da cozinha.
-Fernand: Quando vai aprender que para um soldado é importante ter disciplina? Se não obedecer as ordens de seus superiores será enviada para alguma missão suicida, provavelmente em um reino inimigo onde não terá nenhuma ajuda.
Clarice fez uma careta e levantou a cesta com as duas mãos, fazendo um esforço enorme para carregá-la até a cozinha. Havia recém adentrado na adolescência, portanto tinha dificuldade para realizar a tarefa.
Quando a menina chegou ao seu destino encontrou sua mãe, uma mulher de cabelos curtos e desarrumados, que trajava um vestido velho e remendado em alguns pontos. Era evidente que se esforçava o dia inteiro cuidando da casa e de sua filha, mas a expressão em seu rosto deixava claro que era feliz. Tanto ela como Clarice possuíam um tom de pele moreno como o de Fernand.
-Mãe: Santo Adriel, Fernand! Quanto dinheiro você gastou com isso tudo?
-Fernand: Na verdade nada, mãe. Esta foi uma recompensa que recebi por dar um jeito num bando de bagunceiros que invadiram a feira.
-Clarice: Esse é o meu irmão! Mostrou pra eles do que um guerreiro de verdade é capaz de fazer!
A preocupação que antes ocupava o rosto da mulher sumiu para dar lugar a um sorriso de alívio.

Fernand e Clarice observavam a lua crescente, sentados sobre um velho muro nas proximidades da casa onde viviam.
-Fernand: Depois disso eu chutei o inimigo no meio das pernas e, quando ele baixou a guarda, meti os dedos nos olhos dele.
-Clarice: Eu não vejo a hora de entrar para o exército! Ainda vou ser uma guerreira tão incrível quanto você e seu amigo William.
-Fernand: Sei que vai, está lutando cada vez melhor.
-Clarice: Certo, acabou o descanso! Vamos continuar treinando!
-Fernand: Nada disso, já está tarde. Agora nós vamos voltar para casa e dormir.
-Clarice: Seu chato.
Os dois desceram do muro e retornaram para a residência. Minutos depois, uma figura encapuzada que passava pelo local parou diante da casa de Fernand, observando-a.
-???: Então é aqui que ele mora.


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Notas finais do capítulo

Fernand entra em contato com um grupo conhecido como...
Capítulo 98: Granmali Lupus
Em breve.



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