Roses And Demons: Roots Of Rebellion escrita por JulianVK


Capítulo 46
Separação




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O desafio inesperado de Yasmin era mais que uma surpresa para William. A garota determinada e honrada que conhecia agora quebrava a trégua que haviam proposto e, para piorar, tinha um brilho homicida nos olhos.
–William: Como assim? Que brincadeira sem graça é essa...?
–Yasmin: Não é brincadeira. Lute comigo, William!
Não havia dúvidas, Yasmin não estava mentindo, fingindo ou blefando. Ela realmente estava disposta a combater o manipulador do vento naquele exato momento. Porém, a resposta que recebeu depois de alguns momentos de silêncio não a agradou.
–William: Recuso-me.
–Yasmin: O quê? Não pode recusar, somos inimigos!
–William: Sim, somos inimigos, mas eu não ganharia nada por lutar com você aqui. Confesso que a princípio desejava matá-la por complicar a missão que recebi, mas a esta altura isso já não importa mais.
Ignorando o fato de que a garota ainda apontava uma espada em sua direção, William passou ao lado dela, caminhando calmamente.
–Yasmin: Não irá embora assim! Vou forçá-lo a lutar comigo!
A capitã tomou impulso para atacar e seus olhos focaram os do manipulador do vento.
–William: Você não era assim.
A garota cessou a investida enquanto William prosseguia sua fala.
–William: O que houve que a fez mudar tanto? O que aconteceu com a Yasmin que eu conheci?
Draconis caiu no chão, causando um barulho abafado. Em seguida a própria capitã caiu de joelhos, apoiando as mãos no chão. Finalmente percebia que já estava sob a influência da arma que portava e o quão fraca era sua força de vontade.
–Yasmin: Draconis...
–William: O quê?
–Yasmin: É a espada. Draconis é uma espada poderosa, mas que transfere sua sede de sangue a quem a empunha...
–William: Então essa sua atitude de agora a pouco é fruto da influência da espada?
–Yasmin: Sim, é exatamente isso.
–William: Sua fraca!
As palavras do rapaz atingiram o orgulho de Yasmin como uma espada afiada. Ela teve de se controlar para não derramar lágrimas de frustração.
–William: Lembra do poder que quase a matou quando lutamos em Ekal? Eu poderia muito bem me render a ele e, com isso, enfrentar em pé de igualdade um guerreiro da Rosa Branca. Quem sabe até superá-los.
Envergonhada, a capitã observava o chão enquanto ouvia William.
–William: Porém, eu não estou disposto a sacrificar minha vontade e minha liberdade apenas para ser poderoso. Quero ser eu mesmo e não um mero escravo do meu poder. Portanto, eu vou dominá-lo! Não importa o quão difícil seja, jamais deixarei que ele me controle!
Yasmin voltou a fitar os olhos de seu inimigo e pôde ver a determinação inabalável do rapaz lá estampada.
–William: E quanto a você? Vai dominar essa espada ou deixará que ela a domine?
A capitã recolheu Draconis e se levantou, devolvendo a William um olhar como o dele.
–Yasmin: Vamos em frente! Já posso ver a torre daqui!
Sem dizer mais nenhuma palavra, o manipulador do vento deu as costas para Yasmin e continuou em direção ao ponto de referência.
–Yasmin: “Essa força de vontade que o torna tão forte... se eu não puder igualar eu jamais vou vencê-lo.”
Sentindo sua força de vontade revigorada, a capitã seguiu William.
–Yasmin: “Mas se você consegue então eu também consigo. A próxima vez que eu desafiá-lo, será como Yasmin Pyrath, a guerreira que dominou o poder da Draconis!”

–Karin: Que fooooome.
A manipuladora da luz observava um córrego onde vários peixes nadavam livremente. O estômago da menina roncava enquanto esta imaginava o quão saborosos seriam aqueles peixes se fossem assados.
–Luna: Ainda é cedo! Não pode esperar até o almoço?
–Karin: Não tomamos café da manhã, e meu mestre sempre dizia que esta é a refeição mais importante do dia!
–Luna: Está bem, peste! Pegue um peixe e coma!
–Karin: Mas como se eu não sei pescar?
Luna teve de concordar que sua companheira de viagem não era exatamente o tipo de pessoa que conseguiria um peixe para comer sem ter de apelar para raios luminosos violentos e destrutivos.
–Luna: Tudo bem, deixe comigo.
A sacerdotisa se aproximou do córrego e estendeu a mão direita à água. Um pontiagudo filete de água subiu até os dedos dela, carregando um peixe perfurado que foi prontamente recolhido.
–Karin: Agora só precisamos de uma fogueira.
As lembranças das árduas tentativas de acender fogueiras nos dias anteriores inundaram a mente de Luna.
–Luna: Maldita Yasmin, por que teve de sumir daquele jeito?!

Os últimos raios de sol iluminavam o norte, indicando o início da noite, quando William e Yasmin finalmente alcançaram uma pequena vila.
–William: É aqui que nos separamos.
–Yasmin: Mas já?
–William: Não precisamos mais da ajuda um do outro. É apenas uma questão de tempo até que voltemos a ser inimigos.
A capitã se calou, pois sabia que o rapaz tinha razão. Aqueles dias junto com o manipulador do vento a fizeram ter uma opinião diferente a respeito dele, mas não hesitaria em combatê-lo e sabia que o sentimento era recíproco.
–Yasmin: Obrigada pela capa.
Yasmin estendeu a William a capa que recebera, mas o rapaz não a pegou.
–William: Fique, ainda precisará dela mais que eu.
Como de costume, o jovem não tinha muito a dizer. Assim, prosseguiu seu caminho sozinho.
–William: “É uma pena que logo teremos que matar um ao outro.”

O manipulador do vento já havia desaparecido de vista, mas Yasmin ainda mantinha os olhos fixos na direção em que ele seguira. Em sua mente estavam vívidas as frases que ele dissera a respeito de sua missão, gerando dúvidas e incertezas.
–Yasmin: “Se eu continuar assim, indecisa, serei controlada novamente pela Draconis...”
Os olhos da capitã mudaram de foco para a torre a alguns quilômetros da vila onde estava.
–Yasmin: “Eu preciso saber se o que ele disse realmente tem algum fragmento de verdade!”
Crente que o sábio que na torre vivia poderia ajudá-la, Yasmin partiu em direção a ele.


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