Roses And Demons: Roots Of Rebellion escrita por JulianVK


Capítulo 47
Trilha de Luzes Azuis




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Fernand e Samantha seguiam seu caminho por uma campina entrecortada por uma velha estrada. Os dois mantinham uma distância de algumas dezenas de metros da estrada, caminhando entre árvores e arbustos. O soldado da terra notou que, em certo ponto da estrada, havia uma grande construção de madeira.
–Fernand: Parece que aquilo é um tipo de estalagem.
–Samantha: Sendo assim vamos passar longe daquele lugar.
–Fernand: Mas eu estou morrendo de sede, e talvez lá tenha suco de uva chesordiana.
–Samantha: Desde quando você é viciado em suco de uva?
–Fernand: Na verdade não sou, apenas experimentei uma vez esse suco durante o festival na cidade de Elppa e gostei muito. Queria experimentar mais uma vez.
–Samantha: Você não pode simplesmente entrar lá e comprar algo! Somos criminosos procurados! O que você acha que o William diria nesta situação?
–Fernand: Provavelmente me dirigiria um olhar de desprezo e diria “Não vou me responsabilizar por isso”.
A bruxa suspirou, derrotada. Sabia que se nem a menção do nome William surtia efeito, nada além de violência surtiria.
–Samantha: Ok, mas eu também não me responsabilizo.
–Fernand: Ótimo, não vou demorar!
Feliz da vida, Fernand partiu em direção à estalagem. Alguns momentos depois, Samantha lembrou-se de um pequeno detalhe.
–Samantha: É mesmo, ele não está carregando dinheiro. Azar o dele...

Quinze minutos depois, o guerreiro da terra estava de volta, carregando consigo um saco cheio de objetos que batiam uns contra os outros enquanto ele caminhava, gerando o som do impacto de vidro. A bruxa logo notou que haviam manchas na armadura de seu companheiro.
–Samantha: O que foi que você roubou?
–Fernand: Garrafas de suco de uva, o suficiente para a viagem até Caeth.
–Samantha: Seu idiota, tem noção do que você fez?
–Fernand: Eu ia ter que bater em todos lá de um jeito ou de outro.
–Samantha: Você foi reconhecido...
–Fernand: Quer que eu volte lá e mate todos eles?
–Samantha: Não, não precisa. Agora vamos logo.
Fernand pôde notar que a bruxa estava mal-humorada pelo tom de voz, portanto resolveu não deixá-la ainda mais irritada. Depois de trinta segundos de silêncio, Samantha fez outra pergunta.
–Samantha: Por que demorou tanto lá? Por acaso havia alguma tropa de mercenários treinados naquele lugar?
–Fernand: Nada disso, eu só lutei por uns três ou quatro minutos.
–Samantha: E o que ficou fazendo pelo resto do tempo?
–Fernand: Detalhes, detalhes.
Enquanto conversavam, a bruxa notou que havia algo sobre a armadura de Fernand.
–Samantha: Espere, isto é um cabelo loiro?
–Fernand: Ah sim, muito gentil aquela moça. Foi ela quem me entregou o saco e as garrafas quando disse que tinha que ir.
–Samantha: ...por que aquele maldito dragão não levou você ao invés do William?

Noite. William caminhava sozinho por uma região íngreme e de pouco vegetação. O rapaz sentia frio, mas nada comparado ao que teve de suportar no extremo norte. A única preocupação que ocupava sua mente era onde poderia encontrar um lugar adequado para dormir. Porém, seus pensamentos foram interrompidos quando pequenas esferas azuladas subitamente iluminaram o ar ao redor dele.
–William: Bruxas...
O rapaz levou a mão instintivamente ao peito, ainda que não pudesse sentir o colar que utilizava por baixo de sua armadura. O efeito, igual ao que havia visto na ocasião em que invadiu a casa de Milla, não deixava dúvidas de que alguma bruxa vivia lá.
–William: “Não custa nada pedir hospedagem por uma noite, eu suponho...”
O manipulador do vento seguiu a trilha de luzes pelas encostas até encontrar a entrada de uma caverna. Sem pensar duas vezes, ele prosseguiu pelo túnel, guiando-se pela fraca luminescência azulada até encontrar algo que parecia uma barreira azul.
–William: “Não tem como continuar sem passar por isso. Mas pra que será que serve?”
O rapaz estendeu a mão lentamente até a barreira. Seus dedos atravessam a luz azul sem se ferir.
–William: “Se não impede que alguém passe, só pode ser algum tipo de alarme. Provavelmente só quem possui um amuleto pode ver essa barreira.”
William não se importava que sua presença fosse revelada, portanto atravessou a luz sem pestanejar. A barreira desapareceu quando ele se afastou e, menos de um minuto depois, o rapaz chegou a um local onde não haviam mais esferas azuladas.
–William: Fim da linha...?
–???: Sim, fim da linha pra você.
Chamas se acenderam nas laterais da caverna e William logo percebeu que eram tochas. Diante dele estava um grupo de quatro pessoas, todas cobertas por longos mantos com capuzes escondendo os rostos.
–William: Depois de presenciar uma bruxa controlando uma tribo inteira de onis, uma magia simples como essa não me impressiona.
–???: Quem é você, rapaz?
O manipulador do vento notou um toque de surpresa na voz que ouvira. Supôs então que, caso explicasse quem era e qual seu objetivo ali, poderia conseguir a cooperação daquelas supostas bruxas.
–William: Meu nome é William Storde, sou um soldado de Empericia.
–???: Empericia? Mas aquele reino foi destruído!
–William: Até mesmo vocês acreditam nessa ladainha? Sendo assim, acho que não tenho outra escolha senão apresentar uma evidência de que sou aliado das bruxas.
William retirou sua armadura e a jogou no chão. Em seguida, pôs a mão dentro da gola de sua camisa e puxou o amuleto que vestia, mostrando-o para as pessoas que ele acreditava serem bruxas.
–William: É graças a isso que estou aqui. Recebi este amuleto de outro grupo de bruxas.
–???: Só isto não prova nada.
Uma das pessoas misteriosas retirou o capuz, revelando ser uma bela moça com cabelos curtos e escuros que levavam William a lembrar dos cabelos de Luna Watlear. Seus olhos estavam cravados nos do manipulador do vento.
–???: Serão suas palavras que provarão se sairá daqui vivo ou morto.


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