A Princesa do Oceano escrita por BahMiller


Capítulo 4
Capítulo 3 - Unicórnios irritados.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, falta de criatividade é fogo.



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Pulei para o lado, arregalando os olhos pelo susto. Geralmente eu escutava as pessoas chegarem, mas o garoto se movia como uma sombra.
Talvez porque ele realmente conseguia fazer isso.
Bem, tenho certeza de que você deve estar se perguntando quem é ele. Simples.
Nico di Angelo.
Alto, levemente musculoso. Pele morena, cabelos lisos escuros e olhos negros como a escuridão. Bonito, com toda certeza.
Ele sorriu de leve e sentou-se ao meu lado, mantendo um pouco de distância.
Na verdade eu não sabia muita coisa de Nico, ele sempre fora um tanto distante e calado, mas sempre que podia, estava com Percy.
– O que foi? – Perguntei um tanto rude, segurando minhas mãos, enquanto olhava para o mar, que não estava mais me acalmando. Nico estava me deixando desconfortável.
– Trago notícias. – Ele disse, virando-se para mim. Seus olhos me fuzilaram. – De sua mãe.
Congelei. Definitivamente, ele estava me deixando desconfortável.
Mamãe tornou-se um assunto indesejável faz um ano, aproximadamente. Desde que bem... Ela foi morta por uma Empousa em nosso apartamento, na noite do meu baile que deveria ter sido perfeito.
Uma longa e dolorosa história.
Suspirei, murmurando entre dentes.
– Ela está morta, garoto.
– Desculpe madame, indelicadeza minha não me apresentar. Nico de Angelo, filho de Hades. - Ele estendeu a mão em minha direção, revirando os olhos e frisando a última palavra.
Abracei as pernas, e encarei aqueles olhos escuros por um longo tempo. Eu estava louca de curiosidade para saber o que mamãe havia falado, mas uma sensação no estômago me dizia que não seria algo bom.
– Ela me disse que você teria que ser forte, pois as coisas daqui para frente não ficarão fáceis. E que sente muito pelo seu baile. – Ele franziu o cenho, acrescentando mais uma coisa ao final. – E para tomar cuidado com os unicórnios irritados. Seja lá o que isso significar.

Funguei lentamente, contendo minha vontade de chorar.
Baile de Inverno, o pior momento da minha vida.
Unicórnios irritados, o pior pesadelo para as pessoas, como mamãe sempre me disse.
Era demais para mim.
Levantei-me em um salto, cambaleando para longe. Mas para onde?
Meu chalé? Cheio demais. Estábulo? Fedido demais. Floresta? Perigosa demais. Lago? Náiades demais.
Mas fui impedida logo no início por alguém me segurando pelo braço.
Nico.
– Me solta! Agora! – Esbravejei, com um nó se formando em minha garganta. A lembrança daquele dia voltando repetidas vezes.
– Não mesmo. – Respondeu, puxando para um súbito abraço. O empurrei de princípio, mas ele era mais forte. Por fim, cedi.
Era estranhamente bom. Eu nunca fora próxima do garoto, mas agora chorava em seu casaco como se fossemos amigos de infância.
– Shii... Não chora. Jane não gostaria de te ver chorando. – Ele sussurrou, de forma paciente. Ignorei o fato de ele saber o nome de mamãe.
– Sabe o que é perder uma mãe? – perguntei, tremendo. Eles nunca entendiam.
– Sei.
...
Ergui os olhos, que com toda certeza deveriam estar inchados e vermelhos, assim como meu nariz.
– É a pior dor do mundo. – Ele me encarou, sério.
Assenti como uma criançinha, voltando a enterrar o rosto em seu peito. O cheiro da colônia masculina penetrando em meu nariz.
– Melhor levá-la para seu chalé. – Nico falou, quebrando nosso silêncio. Balancei a cabeça, repetidas vezes. Já basta um garoto me ver chorar, quanto mais meus irmãos.
– Não. Muita. Gente. – Disse baixinho, pausadamente.
Ele riu, suspirando logo em seguida.
– Aonde nós vamos então? – Perguntou novamente.
– “Nós”?
– Pode andar por aí sozinha, se quiser. Mas também pode ficar ao lado do filho de Hades sedução total aqui. – Ele fez graça.
Soltei uma risada.
Então, um cheiro floral e extremamente doce me invadiu, e minha visão ficou turva. Tropecei em meus próprios pés.
–Hey, calma aí Melyssa. – Nico falou, segurando-me prontamente. – O que foi?
– O Cheiro. – Respondi meio embriagada pelo aroma e pelos seus braços ao meu redor.
– Que cheiro?
– Não está sentindo? – Perguntei, sentindo o perfume floral novamente, cada vez mais forte. Cada vez mais tentador. Cada vez mais intenso.
– Não. – Ele disse, olhando-me assustado.
O encarei. Minhas pálpebras pesaram. Meu corpo estava mole. Minhas bochechas queimavam sem motivo.
E tudo graças ao maldito aroma.
Nico não desviou o olhar, franzindo o cenho cada vez mais preocupado.
Um risinho delicado soou ao meu redor, e num sopro...
Desmaiei em seus braços.


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Acordei, com uma dor de cabeça infernal. Meu primeiro pensamento foi: “Atrasada para o café, mais uma vez.”
E meu segundo foi: “Onde diabos eu estou?”
E para fechar: “Quando foi que eu pintei minha parede de preto?”
Então me lembrei do cheiro do dia anterior e na hora, soube de quem era a armação.
Afrodite.
Pulei da cama, repentinamente tonta e raivosa. Aquele com toda certeza, não era meu chalé. Nem o de Evelyn. Olhei para a cama, lençóis e edredom de coloração escura.
Pôsteres de bandas de Rock espalhadas por todos os cantos, assim como CDs e roupas masculinas. Opa, como assim “masculinas”?
Nico saiu do banheiro, esfregando uma toalha em seu cabelo molhado. Ele me olhou, surpreso e sorriu em seguida, mostrando suas covinhas infantis.
– Finalmente acordou, hein
O encarei da cabeça aos pés, constatando que ele estava somente de toalha, deixando todo seu tórax para fora.
...
...
...
Arregalei os olhos, balbuciando algo como “Como diabos vim parar aqui?”
E dei as costas ao garoto que continuava com aquele sorriso irritantemente perfeito, passando pelas portas do Chalé de Hades, pondo-me a correr como nunca fiz em minha vida.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que ficou super estranho, mas prometo que no próximo será melhor.