A Princesa do Oceano escrita por BahMiller


Capítulo 10
Capítulo 9 - Traidoras não choram


Notas iniciais do capítulo

Sei que estou atrasada. '0'
Muito mesmo.
Mas tenho boas notícias nas Notas Finais, minhas leitoras divas.
Enfim, aproveitem.



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Aquele definitivamente não era o dia mais fácil da minha vida.

Respirei fundo, alternando o olhar entre os dois gigantes fedorentos que observavam-me com evidente impaciência.

Ao meu lado, emparelhados de maneira disforme, estavam meus companheiros de missão. Mesmo não encarando eles diretamente, podia sentir a tensão que emanavam. Além de Nico, é claro, que ainda segurava minha mão como se, independente de qualquer coisa, não fosse mais soltá-la.

Porém, nada disso importava, minha decisão estava feita.                                                      

Eu ia aceitar.

“Nem pensar”. Protestou minha consciência.

Aposto que eles me valorizariam lá.

“Eu te valorizo. Não é o suficiente, sardinha ingrata?”

É claro que não, não vale.

“Por...?”

Eu sou você.

“Quem disse?”

Então não é?

“Também não disse isso.”

Estou confusa.

“O fato é que não pode deixar seus amigos para satisfazer seu próprio ego.”

O que?

“Entenda, tem que deixar essa raiva de seu pai e inveja de Percy para lá. Não pode fazer isso só para se sentir especial.”

Eu não sou egoísta a esse ponto.

“Não?”

Não.

“Então prove.”

Como quiser, baby.

...

Talvez eu não fosse a pessoa mais boazinha e doce do mundo, mas aquilo já era demais. Eu não era egoísta e invejosa. Pelo menos não tanto assim.

Abri a boca prestes a negar heroicamente o pedido, quando tive uma sensação estranha de absoluta inocência.

Estreitei os olhos para analisar atentamente as armas dos irmãos. Armaduras resistentes? Confere. Espadas afiadas de dar medo? Confere. Escudos que defenderiam um ataque gigante das Tartarugas Ninjas? Confere.

Resumindo, eles eram fortes, assustadores, e acabariam conosco em um piscar de olhos.

Ah, sem contar o restante das dracaenaes que havia sobrevivido. 

- Não tenho escolha. – Sussurrei para mim mesma, sentindo o estômago dar uma volta completa.

Se eu concordasse em ajudar Érebo, Dercino e Albião talvez atacassem os outros para acabar logo com tudo isso. Mas, se eu não aceitasse, era claro que eles nos matariam no segundo seguinte.

Que maravilha.

Fechei os olhos por um instante, procurando desesperadamente uma solução melhor. Depois de alguns segundos parecendo um monge, percebi que não, não tinha outra maneira. Era passar para o lado traidor e dar uma chance para os outros viverem e terminarem a missão ou era morrer  todos juntos.

Suspirei, soltando-me com esforço da mão de Nico, e dando alguns passos a frente.

- Eu vou, mas com uma única condição. – Pronunciei as palavras lentamente, abaixando o tom para que somente os gigantes me escutassem e reprimindo  a vontade louca de me virar para os outros para gritar um lindo e dramático “CORRE NEGADA!”

Dercino olhou-me desconfiadamente, como se soubesse que eu estava prestes a berrar e fugir.

- E qual seria?

Olhei para trás por um momento, abrindo um diminuto sorriso e lançando um único olhar que deveria expressar um ‘desculpe’.

É claro que isso foi terrivelmente brega, mas não pude evitar.

- Vocês irão embora sem atacá-los. – Respondi, voltando o olhar novamente para os gigante.

- Nós, você quer dizer. - Albião ergueu sarcasticamente uma das sobrancelhas, indagando com desdém.

Assenti, torcendo para que eles aceitassem minha oferta. A missão de buscar Psiquê não podia acabar por dois caras que cheiravam a peixe podre.

Os irmãos se entreolharam, discutindo silenciosamente o que eu estava propondo. Respirei fundo, tentando não me incomodar com o silêncio constrangedor que o local havia adquirido.

Por fim, Albião virou-se em minha direção e abriu o sorriso mais sacana que já havia visto em um gigante.

Não que eu já houvesse visto um antes, mas vocês entenderam.

- Seja benvinda aos Revolucionários de Érebo, garota. – Ele falou em voz alta e retumbante, afim de que todos escutassem.

Afinal, querendo ou não, eu havia virado uma traidora.

                                            --- ♦ ---

Nico POV

Eu estava perdido.

Ou melhor, estava perplexo.

É claro que Melyssa não tinha um bom relacionamento com o pai, do tipo de sair pra pescar ou provocar alguns terremotos por aí, mas caramba, ela nunca viraria uma traidora.

Estava errado.

- Então... É isso? – Evelyn perguntou, tão confusa quanto eu. O que era realmente de se esperar, afinal, as duas eram melhores amigas.

- Exatamente, filha de Apolo. – Um dos gigantes respondeu, o tal do Dércio ou algo do tipo, puxando Melyssa para seu lado. Automaticamente, ela lhe lançou um olhar mortal, livrando-se da mão dele.

Tentei esconder um sorriso de aprovação.

- Podemosss atacá-los agora, messssstres? – A dracaenae “líder” sibilou, encarando-me abertamente.

Ah, claro. Sempre eu.

Só porque eu sou lindo.

- Por mais que eu queira, não, não podemos. – O outro gigante respondeu, visivelmente decepcionado. Ele lançou um olhar significativo para Lyssa  - Trato é trato.

Como? Trato?

James murmurou um “Que diabos?” para Evelyn, evidentemente aturdido. E, para falar a verdade, não era o único. Até mesmo Annabeth parecia não entender nada, e por experiência própria, se ela não sabia que alguma coisa, a coisa devia estar feia mesmo.

- É melhor irmos embora, Dercino. – Melyssa se manifestou, finalmente, alternando o olhar para nós e ele.

- Não é Dércio, então. – Conclui brilhantemente, não sabendo o que pensar.

Percy nada dissera até então, não tirando os olhos da irmã, sem poder acreditar.

- Você não pode ir. – Evy murmurou para a amiga, tentando (sem muito sucesso, devo acrescentar) evitar uma crise de choro.

Melyssa respirou fundo, sem nada a dizer. Só olhava para a garota, tristemente.

Apesar de nunca admitir em voz alta, eu também estava triste. Sabe, de verdade.

Mas não iria, chorar, é claro. Homens não choram.

“Idiota.” Um voz feminina ecoou em minha mente, seguida de um suspiro.

                                              --- ♦ ---

POV Melyssa

Ah não. Ah não. Ah não. Ah não. Ah não.

Ela não pode fazer isso comigo.

E Nico também não.

Até Percy parecia desolado.

- Que droga. – Sussurrei para mim mesma, desviando o olhar.

Pelos deuses, aquilo não era justo.


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Notas finais do capítulo

Pessoalmente, não gostei muito desse capítulo, mas era necessário.
Demorei pra escrever porque ultimamente, a inspiração fugiu pela janela e não voltou mais.
Maaaaas, como tinha dito ali em cima, tenho boas notícias.
Vou escrever mais rapidamente. Pelo menos, umas duas vezes por mês. E no próximo capítulo estou pensando em alternar o narrador. Tipo, nada de Lyssa ou Nico. Algo como Evelyn. Ou James. Ou Percy. Ou Annabeth.
Bem,vocês entenderam.
Ah, e nem preciso pedir meus lindos e adorados reviews. Preciso deles para viver, então não custa nada dar uma comentadinha, né.
Beijos. ♥