Era uma tarde de inverno qualquer. O dia pouco importava e as horas, menos ainda.

Eu ainda estava presa nesse inferno pessoal chamado “Acampamento Meio-Sangue”.

 Juro que nunca entendi o modo como o pessoal amava esse lugar. O modo como o Acampamento parecia um lar aconchegante e confortável.

Acredite, viver em um lugar isolado do mundo inteiro não é minha definição de “confortável”.

Mas o pior de tudo, porém, eclipsava todo o resto.

Eu era uma campista de ano inteiro.

Verões na Califórnia junto aos gatinhos bronzeados? Sem chance.

Só de pensar nessa maldição, meu estômago embrulhava. Mas tudo isso – é claro – É culpa de meu pai. Tinha que ser. Se eu fosse filha de algum deus menor, nenhum monstro iria ficar no meu pé, e eu estaria livre desse lugar. Mas, nãão...

 Tinha que ser Poseidon.

E graças ao “papai”, todo mundo achava que eu seria uma grande heroína. Simpática e corajosa igual ao meu irmão Perseu.

Mas a realidade não é assim tão perfeita.

Eu sou a garota fechada e possivelmente louca do Acampamento Meio-Sangue. O que parece algo bem contraditório. Afinal, na visão das pessoas, eu tinha que me espelhar no meu irmão. Pois ele é um herói de verdade.

 É o herói do Olimpo, certo?

Agora as pessoas parecem um tanto quanto que decepcionadas. Não sou tudo aquilo que eles imaginaram. Não sou uma heroína, não sou uma super modelo, não sou a melhor guerreira do mundo, não sou tão simpática assim, não sou  um exemplo, não sou tão... legal.

 Sou Melyssa Mitchel.

A Filha de Poseidon mais anormal que o mundo já viu.