Ação e Reação escrita por Nanda Saint Annie


Capítulo 1
Ação e Reação


Notas iniciais do capítulo

Eu dedico esta história à FernandaMalfoy que está acompanhando minha fic e as minhas outras leitoras que não me abandonaram apesar da demora para postar os caps.
Adooro Vocês queridas!
Ai vai mais uma de Rose&Scorp



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Ação e Reação

- DETENÇÃO! – gritou a Srtª Devill me olhando raivosa.

Dei de ombros e me levantei saindo da sala com todo o orgulho e dignidade que me restava depois que explodi o caldeirão na aula de poções. Eu estava com o rosto coberto de fuligem e meu cabelo ruivo já deveria estar mais armado do que o normal.

E tudo isso era culpa de Scorpion Malfoy. Por tirar-me a concentração durante a aula.

Se ele ao menos parasse de me olhar daquele jeito carinhoso e risonho. Se deixasse de passar as mãos pelo cabelo desarrumando-o quando estava nervoso ou concentrado. Se não conversasse comigo quando seus olhos estavam brilhantes como agora a pouco ou sua boca tão avermelhada quanto uma cereja que desse vontade de tocar-lhe os lábios para saber se tinham o mesmo gosto.

Balancei a cabeça tentando apagar a imagem que não saia da minha cabeça.

Sim. Eu sou completamente apaixonada por Scorpion Malfoy e isso já faz dois anos. Dois malditos anos em que eu suportei a tortura de conviver com ele, mas que agora parecia ser insuportável ficar sem tocá-lo ou beijá-lo. E eu temia acabar enlouquecendo se continuasse assim.

Tudo o que ele faz ou diz me parece conter algo nas entrelinhas. Sua imagem, presença e até seu cheiro de limão me perseguem e eu não sei até quando poderei suportar isto.

Hoje foi uma amostra do que acontece diariamente e se ele descobrisse...Não consigo nem imaginar, pois a vergonha seria tão grande e eu simplesmente não saberia o que fazer, como agir, o que dizer.

Na verdade, não sei como ele ainda não percebeu o óbvio, já que até o Alvo que é meio lerdo descobriu e ainda se ofereceu a me ajudar. O que é claro que eu recusei. Não queria joguinhos de sedução e muito menos perder sua amizade. Era de preferência sofrer em silêncio e deixar tudo como está até o momento, se é que chegaria, em que ele descobrisse a verdade.

Virei num corredor e topei com algumas corvinais do segundo ano que passaram por mim apontando e soltando risinhos. Ameacei minha mão para a direção da varinha que estava em meu bolsa à mostra e elas se encolheram saindo apressadamente. Todos conheciam a fama que eu tinha com azarões, algo que puxei de tia Gina.

- Deu de assustar segundanistas, ruiva? – a maldita voz que eu tentava esquecer ou pelo menos fugir se fez ouvir no corredor atrás de mim.

- O que está fazendo aqui? – perguntei acidamente me virando e odiando-me quando ouvi meu coração bater mais depressa a cada passo que ele dava em minha direção.

- Isso é jeito de me receber? – sorriu abrindo os braços.

- Não preciso de você, Malfoy – resmunguei.

- Malfoy? Voltamos ao terceiro ano? – perguntou erguendo a maldita e perfeita sobrancelha. Uma mania sua que eu odiava – Eu esperava encontrá-la chorando e que quando me visse pularia em meus braços buscando consolo.

Gostei da parte de pular em seus braços...

- Você bem sabe que eu não sou assim – falei me encostando na parede e apoiando uma perna nela despreocupada. Senti seus olhos alcançarem o pedaço da minha coxa que a saia deixou a mostra e me senti corar.

- Realmente, você não é tão fria assim – comentou se aproximando perigosamente de mim e apoiando a mãos em cada lado da minha cabeça.

- Não era sobre isso que estávamos falando – murmurei ouvindo minha respiração irregular.

- Ross, eu sei que você é a única garota de Hogwarts que pode se defender sozinha de tudo...

- Não tudo – sussurrei sem querer o cortando e me amaldiçoei por isso.

- Qual a exceção? – perguntou sorrindo torto.

- Você – murmurei. Novamente sendo sincera.

Sua sobrancelha foi arqueada.

- E porque seria? – indagou se aproximando ainda mais.

Não havia mais como esconder. Se for para ir para o inferno, que fosse do jeito certo.

- Porque é difícil resistir a você - murmurei.

- Não precisa resistir – disse já quase tocando seus lábios nos meus – Eu...

- ROSALIE WEASLEY E SCORPION MALFOY PARA A MINHA SALA AGORA! – ouvi a inconfundível voz de Minerva gritar e amaldiçoei até a qüinquagésima geração dessa reprimida sexual.

Será que não podia mais beijar o cara que você estava caidinha a mais de dois anos sem que alguém atrapalhasse?  Eu só podia ter colado chiclete na barba de Merlin. Isso era azar de mais para uma garota só.

O empurrei com brusquidão e fui em direção a sala da diretora bufando enquanto ele vinha atrás de mim rindo.

- Pare de rir ou vou azará-lo aqui mesmo – mandei sem olhá-lo e o ouvi engolir o riso.

- Você faria isso? - perguntou em dúvida.

- Até pior – assegurei e entrei na sala um pouco mais alegre depois de ouvi-lo engolir em seco.

Minerva estava sentada atrás de sua mesa com a cara amarrada. Parecia estar prestes a matar alguém. E creio que esse alguém seria eu.

- E ai tia Minnie? – falei me sentando e cruzando as pernas em cima do descanso da cadeira, o que as deixou a mostra.

A diretora fechou ainda mais a cara, se é que isso era possível, enquanto o Malfoy sentava-se com um sorriso safado no rosto e quase que engolindo minhas pernas com os olhos.

- Comporte-se, Srtª Weasley. Ou será que devo chamar seus pais novamente? – perguntou e eu gargalhei.

- Vai ser a quadragésima vez este ano e não faz nem dois meses de aula. Tenho certeza que eles nem ligam mais – dei de ombros.

Meus pais sabiam que eu aprontava as minhas, nada diferente do que Alvo e Scorp. Eu apenas não era sempre pega como eles. E não podiam brigar comigo, pois minhas notas eram ótimas e eu sempre estava estudando.

- Você se acha espertinha, não? – perguntou raivosa – Pois ficará dois sábados inteiros de detenção junto com o Sr Malfoy, a partir deste.

- O QUE? – gritamos juntos e eu continuei – É a final de quadribol. Grifinória contra Sonserina.

- Tivessem pensado nisso antes de ficarem se agarrando pelos corredores – disse com escárnio – Agora saiam, estão dispensados.

Eu sai espumando de raiva e marchei para o lago, pronta para matar o resto das aulas e tentar esfriar a cabeça.

- Ross – chamou-me o Malfoy atrás de mim, não havia percebido que ele tinha me seguido.

- Me deixe em paz, Malfoy – gritei me virando com raiva e bati contra seu peito sendo presa entre seus braços – Isso tudo é culpa sua. Você me distrai nas aulas, me faz fazer coisas idiotas para chamar sua atenção, me deixa confusa com frases inacabadas e o seu sorriso, e além de tudo isso, é cego o bastante para não notar que eu te amo!

Enquanto eu falava ou melhor gritava, distribuía-lhe murros peito e lágrimas escorriam dos meus olhos. Porém quando percebi o que havia falado paralisei em choque. Impulsivamente soltei-me de seus braços e corri até o lago. Tirei meu all-star, o sobretudo e pulei na água na intenção e esquecer aquela horrível humilhação.

O problema foi que nesse meio tempo eu me esqueci do fato de que não sabia nadar. Logo eu me debatia assustada tentando nadar até a margem, mas quanto mais eu tentava mais eu afundava. Fui capaz de ainda ouvir meu nome ser chamado desesperadamente antes que tudo escurecesse e eu perdesse os sentidos.

Abri os olhos e senti lábios frios e macios se afastarem de mim. Um loiro totalmente molhado me encarava sério e preocupado. Senti um enjôo e virei-me cuspindo água.

- Você está bem? – perguntou depois que me sentei já melhor.

- Sim.

- Ótimo – respondeu e vi sua cara se fechar – O que você tinha na cabeça para fazer uma idiotice dessas? Sabe como que eu me senti quando te vi se afogar e pensei que nunca mais ia poder te ter por perto?

Virei a cabeça escondendo o rosto com vergonha, sentindo lágrimas encherem meus olhos.

- Desculpe, Scorp – pedi num murmúrio.

Ele puxou meu rosto obrigando-me a encará-lo.

- Não sabe o quanto me doeu cogitar que eu iria perdê-la antes de tomar coragem de dizer que te amo.

O olhei atônita.

- O que?

- É o que você ouviu Ross – disse sorrindo de canto – Eu te amo desde o momentos em nos vimos pela primeira vez na estação e meu pai mandou-me ficar longe de você – seu sorriso se alargou – Esta foi a única regra que eu nunca fui capaz de cumprir.

Ele se abaixou e docemente tocou seus lábios nos meus. Foi como uma explosão de amor e desejo, minhas mãos puxaram seus ombros enquanto ele se apoiava na grama para não pesar o corpo sobre o meu. Pediu passagem com a língua e eu cedi, sugando-a lentamente enquanto ouvi-o gemer e sentindo um arrepio se espalhar pelo meu corpo.

Muito tempo depois nos separamos sorrindo e em busca de ar.

- Desculpe-me por tudo que te fiz passar – pediu.

- Você não tem culpa de ser perfeito – respondi corando e escondendo meu rosto em seu pescoço.

- Talvez não, mas tenho culpa de ser um total idiota – brincou.

- Bom, isso sim – brinquei também e ele riu descontraído.

- Como será agora entre nós dois? – perguntou sério.

- Isso depende de você – murmurei temendo o que vinha a seguir.

Ele puxou meu rosto para olhar em seus olhos.

- Eu não quero só ficar, ruiva. Eu te amo e te quero para sempre ao meu lado.

Sorri realizada e depois ri ao observar um ponto atrás dele.

-O que é tão engraçado? – arqueou a sobrancelha.

- Você acaba de mexer com uma Weasley...

- Não me diga que seus primos estão todos vindo para cá – falou assustado.

- Estão. E não só os Weasley, mas os Potter também – ri – Acho melhor começar a correr.

- Não precisa. Uma hora eles irão me pegar mesmo – sorriu – Prefiro fazer algo bem melhor agora.

- Que seria?

- Isso – disse antes de tomar meus lábios num beijo, sem se importar com a multidão Weasley-Potter que se aproximava.

FIM


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Comentar não mata nem cai os dedinhos, na verdade salva um autor no mundo!
Beezos