Dark Memories escrita por Brothers_D


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Autora: Brothers_D
Avisos: Doses de horror, sonhen-ai bem leve(só uma pitada)



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Dark Memories

(Memórias Obscuras)

Capítulo II

Sozinho na escuridão

Eu sabia o significado das suas lágrimas

Eu avancei ao lugar que desejava

Eu não quero machucar ninguém

(Aozora no Namida - Hitomi Takahashi)

Escuro. Claro. Trevas. Luz. Rubi. Escarlate. Sangue.

Acordou sobressaltado. Onde? Quando? Por quê? Olhou a sua volta. Aparelhos estranhos. Tudo branco. Claro. Hospital? Chutou o óbvio. Não estava em guerra?

Guerra... Essa palavra parecia ecoar em sua mente...

Avistou uma janela e aproximou-se com calma, parando no parapeito. Mirou o céu, dessa vez, numa mistura de cores. Azul. Violeta. Vermelho. Laranja. Amarelo. Branco.

Viu um pequeno, porém belo relógio de cor preta e vinho numa mesinha redonda, ao lado da cama. 5:00 da manhã. Era cedo. Contudo, o garoto de madeixas verdes já estava acostumado. Afinal, ele era um soldado do exército americano. Ou era. Ele não sabia ao certo.

Ouviu um pequeno ruído e logo a porta de madeira branca foi aberta com delicadeza e fechada do mesmo modo. Por ela entrara uma mulher. Cabelos loiros claros, quase bege, olhos negros como um breu, desprovido de qualquer sentimento, um sorriso de canto e de estatura mediana. Com passos firmes e ao mesmo tempo carregados de elegância, se aproximou, com um olhar indecifrável.

"_Vejo que já está melhor, Senhor Blanc." - Fez uma careta. Não era tão velho assim, tinha por volta de 19 anos. "Como se sente?" - Agora que percebia, a voz dela era calma e paciente. Ele não sabia o por que, mas tudo nela parecia lhe lembrar pessoas de condição nobre, alta, como se fosse uma rainha ou princesa.

"_Estou com dores em meu corpo. O que era de se esperar, presumo." - Agora, fora a vez da mulher se surpreender. Para um homem e mais ainda, para um ex-soldado de cargo alto, ele tinha a voz macia, calma, mas ainda sim, autoritária e um tanto fria.

"_Hn. Correto, Senhor Blanc. Aqui está a prescrição de remédios que tem de tomar." - Entregou-lhe um pequeno papel, com algumas palavras rabiscadas. "Ah sim, Senhor Blanc você já tem alta." - Caminhou até a porta, porém, antes de sair, olhando sobre o ombro, disse. "É claro, antes que me esqueça, a guerra terminou, Senhor Blanc, não precisa mais servir ao exército americano. " - Por fim, saiu.

Ele não arregalou os olhos, por mais que estivesse surpreso. Limitou-se a olhar para a porta por onde ela tinha saído por longos minutos. Por fim, pegou suas roupas que só agora percebera estarem penduras numa cadeira e as vestiu, saindo em seguida daquele quarto.

Caminhou pelos extensos corredores e logo se viu fora do hospital. Andando pelas ruas agitadas, olhava a lista de remédios que aquela médica escrevera. Só tinha um. Não importava agora. Guardou no bolso da calça e saiu em direção ao quartel general do exército. Precisava acertar algumas coisas.

XXX

Caminhavam pelos corredores em silêncios, presos aos próprios pensamentos.

Por que foram chamados ali? Tinham, á muito tempo, dito que não iriam mais servir ao exército! Então, por que raios e trovões, agora estavam andando por aquele maldito edificio novamente?

Pararam. Olhando para frente, vendo alguns soldados suando frio e exitarem em abrir uma porta. O loiro, com fúria, saiu empurrando todos e abriu a porta. A mulher, seguindo logo atrás.

Pararam, mais um vez. Arregalando os olhos. Isso não podia ser possível... Ou podia? Silenciosamente, a mulher saiu da sala, mandando embora os soldados e indo relatar o que vira naquele quarto.

O loiro, acendeu a luz. Agora sim, sentiu nojo. A cena já era monstruosa sem a luz acesa, agora ficara pior ainda.

Sangue. Muito sangue. Era escarlate para todo lado. Os corpos dos capitões, generais, vice-capitães e mais pessoas desconhecidas para si estavam num estado deplorável. Membros faltando. Cabeça arracanda. Corpos abertos mostrando os órgãos.

E bem no cantinho escuro da sala, encontrava-se alguém. Agachado e tremendo. De duas á uma, ou ele tinha cometido esse crime, ou ele sobrevivera ao atentado.

Aproximou-se devagar, vendo as roupas do garoto, antes verdes agora rubi. Suas mãos, onde numa delas segurava uma faca, estavam ensanguentadas, assim como a pequena lâmina.

A primeira hipótese parecia mais aceitável.

"_Não fui eu... Não fui eu... Não fui eu..." - O garoto murmurava, em desespero.

Abaixou-se na sua altura e viu um pequeno cracha, onde estava escrito o nome do garoto de madeixas verde.

Nicolayh Blanc.

Sim. Agora entendera o que tinha acontecido nessa sala. Se lembrando da cena de algumas horas atrás.

Olhou novamente para o garoto a sua frente. Sim, era ele. Sem dúvidas. Sentou-se, o vendo levantar a cabeça e mirá-lo confuso. Seus olhos eram verdes jade, muito bonitos, apesar de que, agora, nesse exato instante, estavam com um brilho amarelado. Perigoso e agressivo.

"_Quem... é... você?" - A pergunta o fez sorrir, quando ele tentava se segurar para não xingar o maldito exército que não contara nada ele.

"_Hn... Pode me chamar de Colonello, sou seu novo, digamos assim, sensei. Daqui em diante, irei cuidar de você para que, o que acontecera nesse quarto, não volte a se repetir." - Esclareceu, sério.

Segurou-o com um pouco mais de força, vendo-o tentar sair de seus braços, fazendo uma careta. Ele não podia permitir que o mais novo saísse de seus braços. Poderia atacar alguém se continuasse nesse estado.

Nicolayh não respondeu. Ainda se encontrava em pânico e desespero. Fora tudo tão rápido. Começara a falar com aqueles homens, para logo depois sentir sua vista ficar avermelhada e logo...

Sentia medo só de lembrar.

Sentiu o corpo começar a ficar dolorido. A vista escurecer. E, um pouco antes de desmaiar, ouviu o homem loiro chamá-lo, um pouco preocupado.

Por fim, apagou. Esperando que isso fosse um sonho. Um maldito sonho. Seu pior pesadelo.


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Notas finais do capítulo

Reviews?

A foto do Nicaloyh encontra-se no meu perfil.



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