Vira Tempo, Uma Nova História. escrita por Felipe_S


Capítulo 1
Capítulo um: Vira Tempo


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo da fic! *___*
Sim, eu sei que esse assunto é muuuito clichê, mas, é meu favorito. DD:
Bem, tentei colocar um enredo diferente, algo que fugisse do clássico "Harry se emociona e tenta se aproximar dos pais".
Enfim, o próximo capítulo termina de introduzir a história e começa a mostrar como a trama vai se desenrolar.

Boa leitura, espero que gostem! ;DDDDDD



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/143711/chapter/1

 - Alvo, tem certeza que isso é o melhor a ser feito? Arriscar, mais ainda, aquelas crianças? – Minerva disse aflita, encarava um Dumbledore pensativo, o qual fitava Fawkes, absorto em seus pensamentos.

- McGonnagal, a senhora, mais do que ninguém, já devia saber que o diretor sabe muito bem o que faz. Além de que, nas atuais circunstâncias, não vejo outra solução. – Severo disse em seu atual tom frio. O homem, até então na porta da sala do diretor, rumou até a professora, sentando-se ao seu lado. Mirou Dumbledore, esperando que o homem se pronunciasse.

- Minerva, minha cara, entendo suas preocupações. Contudo, meu tempo é curto – suspirou -Fui tolo, minha amiga, um velho tolo que se deixou levar por um pensamento, um sonho, um momento. Severo fez tudo àquilo que estava em seu alcance para reverter minha falha, mas, infelizmente, era tarde demais. Você bem sabe que estamos em um momento crítico. O jovem Draco não tem natureza assassina, embora Tom esteja o obrigando a agir como se tivesse. – disse com pesar.

- Alvo, por Mérlin, eles são crianças! Mandá-los assim, sem supervisão, sem auxílio, é suicídio! – a professora deixou transparecer em sua voz toda a aflição que sentia.

- Por mais que eu deteste admitir, Minerva, o insuportável do Potter, a desprezível sabe-tudo da Granger e o abobalhado do Weasley sabem se virar. São talentosos e acredito no sucesso deles. – Snape disse fitando o diretor. Por mais que doesse saber quais seriam as conseqüências de tal plano, em seu íntimo, sabia que seria o melhor a ser feito.

- Minerva, entendo seus receios, mas, os garotos não estarão sozinhos. – o homem encarou a mulher nos olhos – Eles levarão uma carta, correspondência essa endereçada a mim. – sorriu – Vou saber como agir, sem falar na presença dos futuros colegas de Hogwarts. Definitivamente, não estarão sozinhos. – Dumbledore disse em seu habitual tom calmo. A mulher à sua frente mexeu-se desconfortável na cadeira, relutando em dizer algo que a afligia – Minerva, pode falar o que tanto lhe incomoda. – sorriu, enquanto mirava a professora de transfiguração sobre seus clássicos óculos de meia-lua.

- Alvo, seu plano não irá uni-los a boas companhias, mas, sim, a péssimas. Você tem noção que dois deles serão odiados por aqueles que Harry mais admira? Sem contar que Ronald não dará conta de ficar sozinho. Alvo, por favor, deve haver outra maneira. – os olhos da mulher lacrimejaram, seu tom era de súplica. Snape apenas arqueou as sobrancelhas e fitou o diretor, o qual parecia refletir. Um desespero tomou conta do professor de poções.

- Dumbledore, por favor, imploro que essa missão não seja cancelada. Sei que pode parecer egoísmo e, talvez até seja, mas preciso do sucesso disso, lavarei minha alma, minha consciência. Ela voltará à vida, voltará a sorrir, a respirar, por favor. – Snape perdeu o controle, levantou-se da cadeira a qual sentava e mirou o chão, senti a vergonha, vergonha de ainda amar aquela mulher. O diretor mirou o homem com compaixão, enquanto Minerva pareceu entender um lado do plano no qual não havia pensado ainda, a mulher sorriu e encarou o diretor, fazendo um movimento afirmativo com a cabeça.

- Bem, está decidido, a missão será realizada, isso se os garotos aceitarem. – Snape subiu o olhar e encarou o diretor, que sorria – Contudo, uma mudança será feita em nosso projeto: a situação do Senhor Weasley. Como foi muito bem lembrado por Minerva – a mulher sorriu constrangida – deixar Ronald sozinho seria um egoísmo sem tamanho de nossa parte. Então, acredito que solicitar a presença de Ginevra seria uma ótima solução. Evitaríamos conflitos desnecessários e àquelas meninas são de extrema importância para colocar aqueles dois nos eixos – sorriu.

- Alvo, tem certeza que é a melhor solução? – Minerva perguntou apreensiva.

- Sim, Minerva. Mas, antes de chamá-los, Severo, tem certeza que está de acordo com isso? – Dumbledore fitou o homem com certa pena no olhar.

-Nunca tive tanta certeza em minha vida, Dumbledore. – suspirou.

- Você sabe quais serão as conseqüências, está pronto para enfrentá-las pelo resto da vida? – a voz calma do diretor não disfarçava seu receio, o pesar em ver o sofrimento do professor.

- Sim, Alvo. Creio que essas serão muito menos dolorosas se comparadas com as que sinto. – Snape disse com amargura, seus olhos lacrimejaram.

- Muito bem, mandarei uma carta para Harry. Depois do jantar, venham até aqui, pretendo iniciar a missão ainda hoje.

  Dito isso, Snape e Minerva retiraram-se da sala do diretor, cada qual absorto em seus pensamentos. Dumbledore escreveu em um pergaminho, entregando-o para Fawkes, a qual voou para fora do recinto, deixando um diretor totalmente preso em devaneios. Essa era a única esperança que tinha de salvar o mundo e, tinha certeza, aqueles quatro seriam totalmente capazes de fazer o que precisava ser feito.

**

- HARRY POTTER, COMO OUSA AGARRAR MINHA POBRE E INDEFESA IRMÃZINHA DESTA MANEIRA? – Ron gritava no meio da comemoração que acontecia no salão comunal de Grifinória. Suas orelhas estavam vermelhas como nunca estiveram antes.

- Ronald, por Mérlin, você deveria ficar feliz pelos dois! – Hermione disse ríspida para o ruivo – Ginny, Harry, estou muito feliz por vocês. – a morena abraçou o casal – Vocês formam um casal tão lindo. – a menina tinha lágrimas nos olhos.

- Obrigada, Mione! – a ruiva sorria ao ver a emoção da amiga – Sempre soube que estes sapinhos verdes, um dia, olhariam apenas para mim. – a ruiva virou-se para o irmão – Ronald, pare de ser um legume insensível! Você deveria ficar feliz por mim, ou melhor, se não fosse tão egoísta, deveria ficar feliz pelo seu melhor amigo! – Ginevra disse ríspida, fazendo o ruivo e o moreno encararem o chão. – Mione, vamos conversar no dormitório. Já cansei desta festa e estes dois precisam se entender. – a ruiva já foi puxando Hermione pela mão quando Fawkes adentrou o salão e entregou um pergaminho para Harry, fazendo com que as garotas voltassem para perto dos meninos.

- Como ele pretende ser discreto mandando uma fênix para o salão comunal? Animal que entrou, deixou um pergaminho e foi embora? Aquele velho é louco? – Hermione mirou o ruivo com um olhar de cólera – Ah, o que foi, Mione? Eu disse alguma mentira?

- Como sempre, Ronald, você só fala asneiras. – revirou os olhos – O diretor deve ter pensado em algo... Dumbledore é um gênio! – disse ao entender o motivo do diretor em mandar Fawkes sem receio algum.

- Não entendo, ele sempre mandou alguém me entregar o pergaminho, nunca fora tão explícito assim. Espero que não seja nada grave. – Harry suspirou.

- Dá para você ler isso logo? – Ginny disse ansiosa - Estou com um pressentimento estranho... – suspirou.

- Que ruivinha mais nervosinha essa que fui arrumar... – Harry disse sugestivo, fazendo a ruiva rir.

- Ei! Eu ainda estou aqui! – Ron disse ríspido – E, Harry, nós ainda vamos conversar...

- Por Mérlin, parem de infantilidades! – Hermione revirou os olhos – Vamos para a sala precisa, precisamos ver o que o diretor quer, sem sermos incomodados.

**

- Meu lírio, minha inspiração, meu motivo para respirar! – o maroto disse em seu tom mais galante, estampando um sorriso – Como foram suas férias de recesso? Senti tanto a sua falta, ruivinha!

- Foram ótimas. – disse em tom doce, assustando Remo e Sirius que estavam no corredor do trem observando mais uma tentativa do amigo em conquistar Lily – Sabe por que, Potter? – o garoto sorriu, incentivando a ruiva a continuar – Pelo simples fato de eu ter passado tanto tempo SEM A SUA PRESENÇA!

- Ah, que bom que foram boas... – James respondeu com um sorriso amarelo, enquanto Sirius gargalhava em demasia, chamando a atenção de muitos alunos, os quais abriam a porta de suas cabines para ver o que acontecia. Remo balançou a cabeça sufocando uma risada e murmurou algo como ir à cabine dos monitores. – Mas, as minhas não foram muito boas, minha flor. Ficar tanto tempo sem lhe ver é desesperador. – disse aproximando-se da garota.

- POTTER, QUANTAS VEZES TEREI QUE REPETIR QUE, PARA VOCÊ, É EVANS? – a menina gritava de ódio, expulsando o garoto de sua cabine, seu rosto estava com a mesma coloração dos cabelos.

**

  “Harry, peço desculpas pela interrupção na calorosa comemoração que você deve estar participando. Contudo, gostaria que comparecesse à minha sala, acompanhado pelas Srtas Granger e Weasley e pelo Sr Weasley, depois do jantar. É algo de extrema importância.

PS: Gostaria muito de ter um Sapo de Chocolate.”

 - O que será que ele quer? Não fizemos nada de errado, fizemos? – Ron disse em tom amedrontado, imaginando a reação de sua mãe ao receber uma notificação da escola por mau comportamento. Não pretendia receber outro berrador como aquele que recebera em seu segundo ano.

- Claro que fizemos, Ronald! – Hermione revirou os olhos – Nosso maior erro é insistir que você tenha um cérebro. Como já disse, Dumbledore é um gênio! – todos a olharam esperando que continuasse, exceto Ron, o qual a olhava com uma cara de poucos amigos – Bem, –suspirou – Fawkes foi mandada em pleno salão comunal pelo simples fato de que ninguém perceberia a ave. – corou ao perceber os olhares de incredulidade que recebia dos amigos – Uma ave vermelha e dourada, em pleno salão de Grifinória comemorando mais uma taça das casas, quem perceberia? Nós mesmos só a vimos depois que ele pousou perto de você, Harry.

- Ótimo, mas isso não explica o motivo de termos que ir também. – Ron disse estufando o peito, adorava contrariar Hermione, lembrando-a de algo sobre o qual não havia conseguido descobrir uma resposta.

- Provavelmente para uma missão, Ronald. – Hermione encarou o ruivo com olhar de poucos amigos, fazendo o ruivo se encolher.

- O QUÊ? UMA MISSÃO? VOCÊS NÃO VÃO, DE JEITO NENHUM! – Harry levantou-se da poltrona na qual estava sentado. – Não quero ninguém sofrendo por minha causa. – murmurou.

- Pode ir parando com essa ceninha, Potter! – Ginny disse, cortando uma reação de Hermione e Ron, os quais apenas encaravam a ruiva, estupefatos – Isso está muito além de você, estamos falando de uma GUERRA. Caso você não tenha percebido, Harryzinho,Dumbledore nos acha capacitados para fazer seja lá o que ele estiver pensando, então, não será esses seus machismo e orgulho ridículos que me convencerão do contrário e, acredito que, Mione e Ron também não se convencerão tão facilmente, isto se concordarem em não comparecer a reunião, algo que duvido. – Ginny disse ríspida, fuzilava o moreno com o olhar.

- Ginny, por favor... – Harry tentou argumentar, mas fora impedido por uma ruiva enfurecida.

- CHEGA! POTTER, VOCÊ É TÃO... TÃO... TÃO IDIOTA! – os olhos da menina estavam cheios de lágrimas – EU VOU A ESSA REUNIÃO, VOCÊ QUERENDO OU NÃO. VOU JANTAR E ENCONTRO VOCÊS EM FRENTE ÀS GÁRGULAS DA SALA DO DIRETOR. – a ruiva mirou o moreno com decepção e saiu, a passos firmes, da sala precisa.

- É cara, mal começou e já foi chutado. – Ron disse aliviado. Estava triste pelo amigo, mas, saber que ninguém ousaria tocar em sua irmãzinha era muito tranqüilizador.

- Cale a boca, Ronald. – Hermione disse em tom frio. Aproximou-se do amigo e o abraçou – Harry, você, mais uma vez, não teve tato com as garotas. Ginny é uma mulher que ama a independência e odeia ser subestimada. Ai, Harry, quando você vai acabar com essa sua síndrome de super herói? – a morena suspirou, enquanto um moreno e um ruivo fitavam o chão, cada um absorto em seus pensamentos.

**

- Pontas, pelo visto, as férias da sua ruivinha foram excelentes – Sirius gargalhava enquanto o amigo fechava a cara – Por que mesmo? Ah, é! Porque ela não viu você!

- Cale a boca, seu pulguento! – James disse de cara fechada – Pelo menos ela falou comigo em tom doce – suspirou.

- Sério, Pontas? A Evans foi simpática com você? – Rabicho, até então concentrado em seus doces, espantou-se.

- Sim, caríssimo Rabicho. Minha ruivinha falou comigo no tom mais doce do mundo! – suspirou, mantendo um sorriso abobalhado no rosto, arrancando risadas histéricas de Sirius – Posso saber qual é a graça? – o maroto fechou a cara – Seu cachorro desprezível, posso saber o motivo de tanta graça nesta cabine?

- Pontas, pare de se enganar! Sua ruivinha tirou uma com a sua cara. Até eu achei que ela seria simpática com você.

- Então, caro Almofadinhas, ela tirou uma com a cara de todos nós – disse triunfante – Sempre soube que ela era a mulher perfeita para mim. Linda, inteligente, responsável, meiga, nervosinha e... MAROTA. – James disse com um sorriso de orelha a orelha, fazendo Sirius engasgar com o doce que havia roubado de Peter.

- Marota, Pontas? Você está exagerando agora, ela é a mais nova monitora-chefe! – Almofadinhas disse incrédulo, como se explicasse a uma criança que dois mais dois são quatro.

- Ela tem senso de humor, meu caro. Reminho está na cabine dos monitores e, provavelmente, minha ruivinha também. O que vocês acham de irmos visitar o Aluado? – o moreno disse fitando Peter e Sirius.

**

  Harry, Hermione e Ron andavam em silêncio pelos corredores do castelo. O moreno tentara, até o último segundo, convencer os amigos a desistir. Não queria sofrer mais nenhuma perca, a morte de Sirius, no ano anterior, ainda infligia uma dor descomunal.

- Parece que Ginny não vai desistir mesmo. – Ron suspirou ao ver a irmã de braços cruzados e com uma cara de poucos amigos em frente às gárgulas.

- Ruiva teimosa... – Harry suspirou.

- Ginny, você jantou? Não te vi na mesa. – Hermione perguntou preocupada para a amiga.

- Jantei, Mione, mas, na mesa de Corvinal, com a Luna. Sabe, precisava jantar, algo que não conseguiria na mesa de Grifinória, afinal, algum idiota podia pensar que sou indefesa o suficiente para me furar com um garfo. E, como você deve imaginar, não sou o tipo de garota que aceita ser alimentada como uma criança, com direito a aviõezinhos de comida. – a ruiva disse ríspida, fitando Harry, o qual estava achando, naquele momento, fitar o chão algo muito interessante.

- Er – Hermione ficou constrangida e encarou Ron, que sorriu de canto para a morena, confirmando que entendera a mensagem.

- Bem, desculpe por te achar uma criança inofensiva, Ginevra. Mas, você sabe como é, irmãos mais velhos. – o ruivo disse dando de ombros. Harry, imediatamente, ergueu o olhar para o ruivo, feliz com aquele gesto de apoio do amigo.

- Eu não estava falando de você, Ronald. – a ruiva disse com desdém.

- Bem, de qualquer maneira, temos uma reunião agora. – Hermione disse tentando aliviar a tensão – Sapo de chocolate. – disse séria, assumindo uma postura mais adulta, como se estivesse prestes a decidir o destino de sua vida. As gárgulas mexeram-se, revelando uma escada em espiral. Os quatro se entreolharem e, em extremo silêncio, seguiram o caminho revelado.

**

- Como assim, o senhor quer que entreguemos uma carta escrita pelo senhor para Alvo Dumbledore, como corujas? – Ron perguntou incrédulo, recebendo olhares contrariados de Minerva e Hermione.

- Mais respeito, Weasley. Dumbledore não é um de seus colegas baderneiros, exigimos respeito para com os funcionários nessa instituição. – Snape disse com desdém.

- Severo, agradeço a intervenção, contudo, entendo perfeitamente a reação do Senhor Weasley. Realmente, parece algo estranho, mas, não quero que entreguem uma carta para esse Alvo Dumbledore que vocês vêem agora, mas sim outro. – disse sorrindo.

- Desculpe pela intromissão, diretor, mas, eu não compreendo. Que outro Avo Dumbledore podemos encontrar nos dias de hoje? – Hermione perguntou receosa.

- Excelente pergunta, Senhorita Granger. – sorriu – Nos dias de hoje, não encontrarão nenhum, com exceção, é claro, de mim – sorriu ao ver a cara de incompreensão dos garotos – Quero que entreguem essa correspondência a um diretor de Hogwarts em 1978, há 19 anos.

  Os adolescentes na sala ficaram em estado de choque, esperando que o diretor e os professores começassem a rir dizendo que tudo fora uma pegadinha. Voltar no tempo, até então, era algo impossível.

- Diretor, desculpe-me, mas, como isso será possível? – Ginny perguntou receosa.

- Ótima pergunta, Ginevra. – o diretor sorriu para a ruiva – Receio conseguir fazer um feitiço que, com auxílio de um vira-tempo, será capaz de levar vocês quatro para o passado, para destruir Voldemort antes de sua primeira ascensão, evitando o recrutamento de vários alunos Sonserinos e – fitou Harry – a morte de Lilian e James Potter.

- M-mmm-meee-meuss pais, vivos? – os olhos do garoto encheram-se de lágrimas, um sorriso nasceu na face do menino, uma felicidade, uma esperança enorme crescia cada vez mais no peito do moreno – Até o Sirius? – perguntou hesitante.

- Certamente, Harry. – Dumbledore confirmou. Harry não conseguia desmanchar o sorriso, enquanto os outros três tentavam absorver algo até então impossível.

- Professor... – Hermione começou a falar apreensiva – Se o senhor é capaz de fazer isso, por que não fez antes?

- Como ousa, Granger? – Snape disse com um tom frio e baixo, o qual não escondia tamanha indignação.

- Severo, a garota não quis insinuar nada... – Minerva se pronunciou.

- Está tudo bem – Dumbledore disse erguendo as mãos. – Eu já esperava por essa pergunta. – o professor mirou Harry – Não fiz isso antes, pois não me enquadrava nos requisitos necessários para a prática desse feitiço. – todos o olharam incrédulos – Para realizar este encantamento, é necessário que o bruxo esteja com o tempo de vida contado.

- Como assim, professor? O senhor vai... – Harry perdera a voz, um nó formou-se em sua garganta, imaginar sua vida, esta luta sem Dumbledore era um sofrimento inimaginável.

- Morrer? Sim, Harry, eu vou. – suspirou – Antes de enviá-los, instruções serão dadas e, caso aceitem, os enviarei para o passado. Bem, antes de qualquer coisa, devem saber que o objetivo principal de vocês será destruir Horcruxes e evitar um alistamento de comensais em Hogwarts. Para isso, esta carta será entregue ao meu passado, o qual, ao ler, não fará pergunta alguma sobre o futuro e, caso faça, vocês se recusarão a responder. Com o feitiço que farei, nenhum Leglimente será capaz de interferir em seus pensamentos, muito menos lê-los. Mudarei a aparência de Harry e o nome de todos vocês. Evitem chamar muita atenção, entendido? Quero evitar mudanças drásticas. E, mais importante ainda, evitem dar idéias para qualquer pessoa, nunca digam o que pensam, evitem persuadir. Sabemos que a presença de vocês já é mudança suficiente no passado, mas, nada pode ser comparado à exposição de ideais. Quanto aos comensais no passado, tenham fé que tudo se ajeitará. Tentem influenciar apenas esses, afinal, uma mudança no destino deles será muito bem vinda. Agora, a pergunta, vocês aceitam a missão? – o homem fitou os adolescentes através de seus óculos de meia lua. Os jovens, sem titubear, responderam afirmativamente.

- Professor, como vamos manter a mudança na aparência de Harry? – Hermione perguntou.

- O feitiço de viagem no tempo é completo, Hermione. – Dumbledore sorriu – A aparência de Harry será alterada, como já disse. Harry, sua cicatriz não existirá mais e, acho que cabelos loiros e olhos azuis serão excelentes. - um aceno de varinha foi feito e a mudança de Harry foi instantânea – óculos serão desnecessários para você, meu jovem. – outro aceno de varinha acabou com a miopia do garoto. – Harry Potter, o que acha de se chamar Harry Lestré? – o diretor perguntou com um sorriso.

- Acho uma excelente ideia, professor. Loiro, olhos azuis, sem nenhuma cicatriz e um sobrenome novo. Disfarce perfeito. – disse risonho.

**

-Ruivinha, meu lírio, como você bem sabe, esse é o nosso último ano em Hogwarts, então, o que você acha de ir para Hogsmeade comigo? – o maroto disse galanteador.

- Vou explicar uma coisa para você, Potter. – a mulher praticamente cuspiu o nome do garoto – Estamos no meio da seleção de casas, e deveríamos estar prestando atenção. – suspirou – E não, não vou sair com você. Desde o quinto ano lhe falo que prefiro sair com o Filch a sair com você! Deixe-me em paz, quero prestar atenção nos calouros. – disse ríspida.

- Se quiser companhia, só falar comigo, ruivinha. – sussurrou ao pé do ouvido de Lilly, causando um arrepio na garota.

- Eu já tenho companhia, Potter. Irei com Lenne e Dorcas. – respondeu, dando fim àquela conversa.

**

- Agora, antes de enviar vocês para o passado, as últimas informações. Primeiro, pode ser que aconteça de, no passado, vocês receberem alguma habilidade que não possuam aqui. Irei explicar Senhorita Granger – Dumbledore disse ao perceber uma inquietação por parte da morena - A capacidade de falar com cobras de Harry, acredito, será mantida. Contudo, penso que alguns de vocês, senão todos adquirirão habilidades raríssimas, não sei quais, ao certo. Não tenho como prever o que acontecerá, mas, cada um receberá o que for mais útil para sua missão. O feitiço é completo – o homem sorriu.

- Uau, seremos como super bruxos? – Ron perguntou com os olhos brilhando.

- Lógico que não, Ronald. Só podemos receber alguma habilidade útil, mas, nossos conhecimentos e habilidades mágicas serão as mesmas. – Hermione revirou os olhos.

- Er, professor, o que acontecerá conosco quando voltarmos e como voltaremos? – Ginny perguntou apreensiva.

- Excelente pergunta, Senhorita Weasley. Voltarão quando a missão terminar, seja com sucesso ou fracasso. Já suas lembranças, bem, vocês coexistirão com seu outro eu. – todos o olharam com dúvida – Ao voltarem, voltarão para quando saíram do presente, ou seja, hoje. Tomarão posse de seus corpos, contudo, durante toda a vida de vocês, vão ter lembranças dessa vida que vivem. Por exemplo, Harry, você, desde pequeno, terá essa cicatriz, contudo, ela pode vir a ser de nascença, caso a missão seja um sucesso. Durante toda a sua infância, terão flashbacks de algo que nunca viveram, algo desta vida. Com isso, as personalidades de vocês se manterão as mesmas. O que quero dizer é que, ao voltarem, lembrarão de tudo das duas vidas. Será como se vocês tivessem vivido tudo.

- Professor, ao voltarmos, estaremos matando o nosso outro eu? – Hermione perguntou hesitante, provocando uma pausa na respiração de todos ali presentes. Severo e Minerva fitaram o diretor, apreensivos.

- Não, Senhorita Granger, de maneira alguma. Como disse, o outro eu de vocês estará vivendo como vocês viveriam se Voldemort nunca tivesse existido.  Contudo, vocês se lembrarão de tudo das duas vidas, afinal, são vocês que estão vivendo as duas coisas. Não criaremos um paradoxo temporal, aí é que está a mágica deste feitiço. – o diretor sorriu.

- Bem, como iremos proceder, professor? – Harry perguntou apreensivo.

- Bem, pretendo que Ron e Ginny sejam selecionados para Grifinória, enquanto você e Hermione sejam para Sonserina.

- ISSO É UM ABSURDO! – Ron gritou revoltado, erguendo as mãos, murmurando algo inaudível, recebendo um olhar nada amistoso de Hermione – Nem vem, Mione, não vou deixar você se arriscar desta maneira! Aquela casa é freqüentada por víboras!

- Olha, Mione, a doença do Potter é contagiosa! – Ginny fingiu espanto – Não sabia que Roniquinho também tinha uma quedinha por se tornar super herói. – desdenhou.

- Antes de qualquer coisa, fique quieto, Weasley! – Snape disse ríspido – Nunca, entendeu? Nunca questione Dumbledore! Outro ponto que quero lembrá-lo é que sou diretor da Sonserina e nunca presenciei nenhuma víbora naquele salão comunal, seja em minha época de estudante, seja como professor. Exijo respeito! – Snape disse em seu tom frio, contudo, era possível ver cólera em seus olhos.

- Grande diferença, isso só prova que estou certo. – Ron murmurou, arrancando uma risada abafada de Harry, o único que ouviu o comentário do ruivo.

- Qual a graça, Potter?

- Nenhuma, professor. – o moreno respondeu mirando o chão.

- Entendo sua apreensão, Ronald. Contudo, ao colocar melhores amigos em casa inimigas, podemos provar que as amizades vão muito além de uma mera seleção. Provaremos que nossas escolhas são muito mais importantes que nossas qualidades. – sorriu – Vamos ao passado, então? – Dumbledore mirava os garotos com expectativa.

- Dumbledore, posso pedir para que Potter entregue esse colar ao meu eu no passado? – Snape disse encabulado, causando espanto em todos ali presentes, com exceção do diretor. – Na verdade, peço que ele entregue aquilo que o colar carrega. A mensagem só será revelada no momento certo. – o diretor acenou afirmativamente e, com um floreio de varinha, o colar, cuja corrente era prateada e possuía uma serpente, estava no pescoço do garoto.

- Harry, você será conhecido como Harry Lestré. Ronald e Ginevra ainda serão irmãos, mas com o sobrenome Wheezy, uma contribuição de Dobby. Já Hermione, acredito que nenhuma mudança será necessária. Estão de acordo? – todos acenaram afirmativamente.

  Minerva abraçou os quatro alunos com extremo carinho, os olhos marejados. Snape apenas acenou com a cabeça, murmurando um singelo “boa sorte”. Dumbledore ordenou que todos os quatro colocassem, ao mesmo tempo, o vira tempo no pescoço. O diretor começou a murmurar palavras desconexas e, com um forte jato de luz, os quatro grifanos sentiram o tão conhecido e perturbador puxão no umbigo.

- Nosso futuro está nas mãos dessas crianças. – o diretor suspirou.

**

  Quatro jovens apareceram em frente à porta do salão principal de Hogwarts. A porta estava fechada e era possível ouvir uma avalanche de aplausos.

- Estamos no momento da seleção. – Hermione murmurou.

- NÃO ACREDITO! – Ginny gritou, assustando os outros – Olhem nossas roupas, pior, olhem esse uniforme. – apontou para suas vestes espantada - Estamos usando roupas que nossos pais usariam. Ninguém pode nos ver desta maneira. – murmurou.

- Ginevra, por Mérlin! – Hermione revirou os olhos – Estamos 19 anos no passado, isso aqui era moda. – apontou para as roupas que usavam com uma careta.

- Quem se importa com isso? – Ron disse irritado – Vamos entrar logo nesse salão.

- Ronald, não! – Hermione tentou segurar o amigo, mas era tarde demais. O ruivo abriu as portas do salão com um estrondo, fazendo com que várias cabeças mirassem os quatro com curiosidade. – Seu imbecil! Dumbledore não nos entregou carta nenhuma! – Hermione murmurou apreensiva, enquanto uma Minerva McGonnagal vinha em direção aos três com uma cara de poucos amigos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, esse foi o primeiro capítulo. Espero, de coração, que alguém - muitas pessoas - acompanhem isso aqui. Comentem e façam um autor feliz. o///