Last Sacrifice por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu não sei vcs, mas achei que a Richelle Med deu pouca importância em Last SAcrifice aos esforços de Rose para libertar Victor. Rose narra em duas linhas como ela decobriu como restaurar um Strigoi... Aquela aventura dela e Lissa no Alasca e depois em Las Vegas foi uma das provas de amor de Rose para Dimitri e ela nem conta a ele em detalhes............



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/143639/chapter/21

Caminhamos apressadamente para o carro e eu me sentia dilacerado. Meu corpo todo doía.  Lá, encontramos Sydney, ainda se recuperando. Ela  nos olhou com uma expressão enojada, foi quando dei conta de como estávamos sujos. Rose e eu tínhamos ferimentos por toda parte e a nossas roupas estavam sujas de sangue e da própria luta. Sydney voltou com Rose para o beco, para dar um fim nos corpos dos Strigois. Eu fiquei lá, em pé do lado do carro, vigiando os arredores e lutando para retomar meu controle. Quando elas voltaram, fiquei agradecido por partirmos dali.

"Eu espero que vocês não sujem o carro" Sydney falou enquanto entrávamos.

"Vamos direto para Paris?" Rose me perguntou, ignorando o comentário de Sydney.

"Paris?"

“Ainda não" eu lhe disse, encostando a cabeça no assento, me sentindo acabado. E me sentia cansado fiscamente e esgotado mentalmente.  Eu senti Rose me olhando. Ela deve ter ficado muito abalada com aquele meu colapso. Eu tinha que parecer forte, então coloquei o meu rosto de guardião que eu fazia tão bem e acrescentei "Nós devemos esperar até o dia. Tivemos que ir para Donovan imediatamente, mas se Sonya tem uma casa, ela provavelmente vai estar lá o tempo todo. É mais seguro para nós durante o dia."

"Como você sabe que ele não estava mentindo?" Sydney questionou, seria uma pergunta óbvia se não fosse analisado todo o contexto onde a informação foi conseguida.

“Eu não acho que ele estava mentindo" Rose falou se estremecendo.

Sugeri que Sydney encontrasse um hotel para que tomássemos um banho e descansássemos um pouco. Fomos para um de médio porte, onde Sydney nos resgistrou. Entramos por uma porta lateral, para não assustar algum hóspede com a nossa aparência. O nosso quarto tinha  duas camas. Ninguem falou nada por ficarmos todos juntos, mas senti a necessidade de ficar perto delas.

Eu estava muito sujo e Rose me enviou para o banho primeiro. Entrei em baixo do chuveiro e relaxei com a água quente batendo nas minhas costas. Quando sai, vi que Sydne examinava os ferimentos de Rose.

“Como vocês não pegam gagrena seguidamente está além da minha compreensão.” Sydney falou. Poderia ser uma piada, mas seu tom era sério, como sempre. Nós não éramos como humanos, nós tínhamos a resitência de um vampiro, então aqueles ferimentos se curariam de forma rápida e sem conseqüências maiores. Fiquei quieto, sentado na cama, ainda revivendo os acontecimentos do beco, enquanto Rose tomava banho. Sydney ainda se sentia muito icomodada com a minha presença, apesar do nosso relacionamento estar bem melhor. Ela andou de um lado para o outro no quarto, estalando os dedos. Senti que ela me obervava discretamente.

“Eu tenho um kit de primeiros socorros, assim que Rose sair, farei uns curativos em vocês” Ela falou. Eu assenti com a cabeça. Não falamos mais nada. Ela olhou a janela, pensativa.

Eu não reclamei do silêncio. Minha mente estava precisando processar alguns sentimentos. O que Rose tinha falado para mim ainda ecoava nos meus ouvidos ‘Eu sempre estarei aqui por você’. Eu queria que isso fosse uma realidade para minha vida, mas, a cada dia, ela parecia mais distante de mim. Eu tinha estragado tudo quando a rejeitei depois que voltei a ser um dhampir. Ela insistiu tanto, ela apelou tanto pelo nosso amor e tudo que eu fiz foi machucá-la ainda mais. Eu dizia que eu não podia amá-la depois de tudo que tinha feito com ela, mas acabei causado um dando maior do que quando agia como um monstro. Eu queria estar perto dela de verdade, queria seu amor, queria viver aquela sensação novamente, mas sabia que não podia mais. Agora era tarde. Ela não estava mais demonstrando sentimentos por mim. Ela esta com Adrian, e eu não podia mais mudar isso. Eu tinha meus valores, e não podia abrir mão deles agora. Eu esqueci todos eles, quando era um Stirgoi, e agora eu não queria nada que me lembrasse aqueles tempos. Eu faria qualquer coisa para tê-la novamente, mas não podia fazer nada que ferisse a minha ética.

Eu estava tão perdido nos meus pensamentos que não vi quando Rose saiu do banheiro. Somente percebi quando Sydney falou “eu vou fazer curativos em vocês”. Despois que ela nos deixou enfaixados e desinfectados, ela pegou seu lap top e nós nos amontoamos na frente da tela. Ela tinha localizado um mapa de Paris, Kentucky.

"Muitos riachos e rios, mas não muito em matéria de lagos."

"Você acha que é esse?" Rose perguntou, apontando para uma mancha azul na tela.

"Talvez. Ah, tem outra lagoa. Isso pode ser que seja essa, ou-oh! Bem aqui?" Ela tocou na tela em outra mancha azul que dizia Martin Lake. Provavelmente era este. Eu me inclinei na cama, sentindo o cansaço tomar conta de mim e bocejei.

"Essa parece a opção mais prováve, se não, eu não acho que vai demorar muito tempo para dirigirmos em torno de outros" Falei.

"Esse é o seu plano? Simplesmente sair dirigindo em volta e procurar uma casa azul?" Rose e eu trocamos um olhar. Claro que era o nosso plano. Qual mais seria?  Ela deu de ombros.

"É mais sólido do que a maioria dos nossos planos" Rose falou no que parecia mais uma de suas piadas, mas era a pura verdade, em se tratando de todas as nossas aventuras.

“Quando vamos sair?” Rose perguntou.

“Amanhã, após o meio dia. Nós precisamos descansar, não sabemos o que vamos encontrar pela frente”. Rose estava sempre pronta para a próxima missão, e, geralmente, eu também, mas hoje eu não tinha mais disposição para seguir qualquer plano que fosse. De qualquer forma, não sentia que havia a real necessidade de nos aventurarmos, no meio da noite. Sonya são sabia que estávamos à sua procura. Ela não ia desaparecer tão rápido.

Eu me deitei e tentei dormir, mas o sono demorou a chegar. Meu corpo ainda sentia a adrenalina da luta com Donovan. Tentei relaxar e quando dormi, parecia que eu estava semi acordado. O sono foi muito agitado e, novamente, mergulhei num terrível pesadelo. Mas, desta vez, não foi uma memória do passado que retornou. Foram imagens aleatórias de rostos e corpos. Eles vinham na minha direção, eu os conhecia. Eram as pessoas que eu havia matado. Elas tentavam pegar em mim e eu me desviava delas desesperadamente. Havia vozes  também, elas falavam ao mesmo tempo, zumbindo na minha cabeça, eu não conseguia entender o que elas diziam, mas era angustiante. Também ouvia grandes gritos de desespero. Aquilo ia me enlouquecer. De repente, eu vi olhos vermelhos passando na minha frente, por toda parte, e todas as vozes começaram a falar, com um coro ‘é culpa sua, é culpa sua’. Desesperadamente levei minhas mãos aos ouvidos, mas não conseguia abafar aquele som terrível. Era como um mantra sendo repitido ‘é culpa sua, é culpa sua’... Eu apertava ainda mais os meus ouvidos e fechava os olhos e, nada sumia. Aqueles olhos vermelhos dançavam na minha mente, aqueles rostos vinham para cima de mim, o coro começou a gritar cada vez mais alto ‘é culpa sua, é culpa sua’...

Eu acordei com um sobressalto. Olhei em volta e o quarto estava calmo e silencioso. Eu estava molhado de suor e meu coração batia disparado. Olhei para cama ao lado. Rose e Sydney dormiam pacificamente. Deitei novamente, respirando fundo, tentando me acalmar. Senti meus olhos encherem de lágrimas e o meu corpo todo trêmulo. Eu me sentia horrível. Olhei o relógio e já passava das dez da manhã. Eu tinha colocado o despertador para o meio dia, ainda tinha bastante tempo pela frente. Eu não conseguiria dormir novamente, então resolvi levantar, ainda atordoado com o pesadelo. Fui até o banheiro, joguei uma água no rosto e me olhei no espelho. Analisei a minha imagem, coisa que não conseguia fazer quando era um Strigoi. Estudei o meu rosto. Eu parecia vivo agora. Meus olhos eram negros e profundos, irradiavam sentimentos. Eu nunca consegui ver como eram os meus olhos como Strigoi, minha imagem não era refletida em lugar algum. Mas eu sabia como era minha pele. Era pálida, fria, rígida. Parecia mais uma borracha. Agora não. Eu podia ver as veias onde o sangue corria e os poros dilatados. Eu não era mais um Strigoi. Respirei fundo novamente, repetindo isso mentalmente, de forma incansável.

Resolvi tomar um banho, me aprontar e esperar que as garotas levantassem. Quando saí do banheiro senti meu estômago roncar. Não comia nada há um bom tempo. Olhei, novamente, para Rose e Sydney que dormiam como anjos. Resisti ao impulso de descer e arrumar comida. Fiquei em pé, olhando a janela por um longo tempo, até que os meus pensamentos foram interrompidos pelo despertador tocando. Elas levantaram e Rose não pareceu muito feliz por ter sido trazida do mundo dos sonhos. Ela provavelmente estava com Adrian. Eu deveria tomar isso como natural, mas esse pensamento revirava tudo dentro de mim. A noite passada serviu como uma mola propussora nos meus sentimentos. Eu não estava querendo lidar com isso agora.

Enquanto elas se aprontavam, saí para conseguir comida. No caminho, tive a ideia de comprar uma corrente forte e cadeados. Se nós íamos arrancar uma informação de uma Strigoi, precisaríamos de muita força para prendê-la até que ela falasse, e se falasse. Ela podia nos vencer pelo cansaço. Ou nós podíamos vencê-la pelo cansaço. Precisaríamos de algo para mentê-la bem presa até lá. Passei numa loja de ferragens e pedi a corrente mais grossa que havia. A atendente me olhou desconfiada, mas não fez perguntas e me vendeu uma corrente de força industrial. Depois, passei numa cafeteria e comprei café e uma caixa de donuts. Voltei para o hotel, e já encontrei as duas prontas para sair.

Em pouco tempo, estávamos na estrada, a caminho do encontro com Sonya. Sydnei dirigia, como sempre, e Rose estava estranhamente silenciosa. Algo viria dela em breve. Quando ela falou, levei um susto com suas palavras.

"Então, Victor Dashkov pode se juntar a nós em breve." Rose falou e Sydney também pareceu assustada.

"O quê? Aquele cara que escapou?" Sydney exclamou.

"Porque é que Victor Dashkov vai se juntar a nós?" Eu perguntei lentamente, tentando manter a calma e procurando encontrar um sentido lógico para aquela informação.

"Bem, é uma história engraçada ..."

Rose começou a contar a história de como ela tinha descoberto, ainda na Sibéria, que Robert Doru, um usuário do espírito e irmão de Victor Dashkov, tinha sido capaz de restaurar um Strigoi e toda sua aventura em Las Vegas para obter dele como isso tinha sido feito. Quando eu a encontrei em Las Vegas, nem se quer imaginava que esse era o real motivo dela estar ali, desprotegida e fora das wards da Corte, mesmo eu tendo a ameaçado várias vezes de morte. Agora eu entendia porque ela não deixou Eddie me estacar naquele dia. Ela já sabia como me restaurar e já tinha se determinado a fazer isso, mesmo que isso lhe custasse a própria vida. Comecei a juntar as peças. Eles estavam com Victor, num hotel em Las Vegas, no dia de sua fuga da prisão. Oh, não! Será que Rose chegou a esse ponto por mim? Será que foi Rose que libertou Victor da prisão? Justamente Victor Dashkov? O seu maior inimigo? Estava tudo bem claro agora. Ela não havia contado essa parte, mas eu tinha certeza que ela tinha libertado Victor. E pior, com a ajuda de Lissa... Eu comecei a me sentir altamente surpreso e ainda mais culpado com tudo aquilo. Realmente, Lissa tinha me falado que Rose tinha feito grandes loucuras para poder me trazer de volta, mas eu jamais imaginaria isso. Eu só conseguia ver a conseqüência final de tudo, quando Lissa me empalou com a estaca encantada com o espírito. Eu estava tão mergulhado em dor que nem me dei conta que isso era só a ponta do iceberg. A parte final de todo um esforço liderado por Rose.

"Olha, se ele pode ajudar ou não, esta é a nossa chance de pegá-lo. Isso é uma coisa boa, né?" Rose falou, me puxando dos meus pensamentos.

"É uma questão que nós vamos lidar mais tarde" Eu falei ainda processando os acontecimentos na minha mente. De qualquer forma, ela ainda ia ter que me explicar tudo isso bem direitinho, fora da presença de Sydney. Ficamos em silêncio o restante da viagem.

Seguimos o GPS até o Martin Lake. Em volta, tinha poucas casas e somente uma era azul. Só podia ser ela.

"Bem, é uma casa azul, mas é a dela? Eu não vejo uma caixa de correio ou algo assim" falou Sydney.

"Sim, esta é sua casa" Rose confirmou, após observar brevemente o jardim cheio de flores.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!