Prólogo

Tudo ressoava muito familiar para mim.Aquelas paredes levemente desgastadas pelo tempo, aquela janela grande que dava de vista para o pôr-do-sol, aquele chão meio empoeirado, há quanto tempo eu não voltava a esse lugar. Perto da parede ainda podia ver o retrato daquele homem, o mesmo que um dia me deu meu primeiro lápis e sorriu gentilmente para mim. Parei um pouco diante da face a minha frente,ela com certeza era diferente das outras,não pude evitar,naquele momento desejei nunca ter entrando nesse jogo.

Capítulo 1 – Criando uma história

Então eu estava lá, cercado de flores e...Droga!Muito gay.Talvez eu nunca seja um escritor de sucesso, provavelmente eu nunca serei um bom escritor. A verdade é que eu nunca soube como começar uma história, eu sempre acabava enrolando para começar, tentava achar a palavra certa, aquela em que você bate o olho e sente: “Isso é uma história!”,procurava tanto e tudo o que vinha a minha cabeça era um “Era uma vez...” ou “Tudo começou em...”, então peço perdão pela minha falta de criatividade no momento. Sei que para ser um bom escritor como ele, preciso ir além de um simples começo...

-  Preciso ir além de um simples começo... Você fez de novo. – Disse deixando um leve suspiro escapar

- Fiz de novo o que? – franzindo uma das minhas sobrancelhas

- Olhe para mim. O que você vê?

- O que eu vejo?

- Sim. O que você vê?

Ela inclinou-se um pouco a minha frente como se estivesse falando com uma criança que acabou de roubar os biscoitos da cozinha, não querendo ser injusto, mas acho que não precisava tanto para  um simples sermão.Ainda mais que ela era bonita, morena de rosto Fino e meio arredondado, alta com um corpo de dar inveja a qualquer pessoa que passasse na sua frente,1 e 70 de altura...Sim, já fui do fã- clube dela. Na verdade eu vasculhei as fichas dela, me perguntando o porque dela estar trabalhando aqui e não em uma agência de modelos, mas fazer o que, sorte minha.

Seus olhos castanhos meio acobreados deixavam transparecer uma certa indignação, e não era para menos, com peitos daquele tamanho e...mudando de assunto,eu acabei ficando meio sem jeito, não sabia se abaixava a cabeça ou olhava mais adiante,sabe como é, não era sempre que ela se inclinava para mim.

- Pe...peitos. – falando baixo

- Hã? – aproximando seu ouvido para tentar ouvir melhor

- Uma mulher? – na dúvida, fale o óbvio

- Sim. Mas, além disso, uma pessoa que está tentando te ajudar. Olha, se você não conseguir escrever uma história decente, eu não vou poder fazer nada por você. Eles – apontando para a porta –já estão querendo cortar você da equipe, só ainda não fizeram isso porque eu não deixei. E por que eu não deixei?

- Por que? – gaguejando

- Porque eu acredito no seu potencial. Eu senti isso quando li sua primeira história, eu sei que você consegue. –dando um leve sorriso

- Obrigado – ficando meio corado – Mas eu não sei se consigo escrever outra história como aquela, quer dizer, acho que aquela foi uma das melhores que eu escrevi, então não sei se...

- Apenas faça! –interrompendo-me colocando uma de suas mãos em meu ombro - Não me interessa se você acha que consegue ou não, é o seu emprego. Se eu fosse você começaria a escrever agora.

- Então... – falei enquanto ela tirava a mão de meu ombro e se dirigia a porta

- Isso mesmo! Se não conseguir, você está fora. Agora vá! E não me traga um diário. – Saiu pela porta deixando-a aberta como um convite para que eu saísse logo em seguida

To be continued...