Hate Hating You escrita por Namine


Capítulo 2
Capítulo 2




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Certo Naomi, você pirou de vez.

Era a única coisa que eu pensava enquanto andava em passos apressados sem rumo. Ir atrás do Hayato? Você deve ter ficado doente, isso sim.

Um trovão ressoou no céu.

Ótimo, um amiguinho trovão me anunciando que vinha chuva por ai. Melhor mesmo era eu achar um abrigo logo, antes que tome um banho de chuva; coisa que não estava muito afim.

 Ante que me desse conta, estava em frente ao colégio Namimori. Estava obviamente deserto. Quem é o nerd maluco que viria na biblioteca, a única coisa que ficava aberta no colégio, em pleno sábado a tarde?

Logo avistei aquele nerd, porém não parecia tão interessado em livros. Estava sentado um uma minúscula muretinha que ficava logo abaixo da janela, a quase três andares do chão. Parecia estar examinando o melhor jeito de se jogar de lá de cima.

-Hayato! – berrei perplexa. Não podia acreditar que aquele cabeça de polvo ia se matar depois daquela discussão.

Vi que ele olhou para mim assustado. Na verdade estava confuso, muito confuso.

-Não faça absolutamente nada! – exclamei e me coloquei a correr o mais rápido que as minhas pernas agüentavam. Subi as escada dos dois andares cambaleante, quase caindo várias vezes e fazendo belos arranhões. Mas não me importava com nada, a única coisa que eu tinha em mente era salvar-lo de cometer qualquer loucura.

Entrei na biblioteca batendo a porta com tanta força que achei que ela ia cair.

Não vi ninguém lá dentro, nenhum responsável ou bibliotecária. Corri até a janela. Ele ainda estava lá, para o meu alivio, a aproximadamente um metro e meio de distancia da janela, sentado naquela muretinha tão pequena, que nem sabia como ele estava conseguindo se equilibrar.

-E-eu... Não mereço ser o braço direito do juudaime, não mereço.

-Cale a boca seu imbecil! Você não pode se jogar daqui de cima só porque Tsuna brigou com você! – vi que a tática da agressividade não ia funcionar de jeito nenhum, pois ele ainda estava observando o chão lá em baixo. Fiquei completamente abalada ao avistar seus olhos mareados, aquilo parecia algo tão fora da realidade do Hayato.

Achei que deveria tentar ser mais delicada e compreensível.

-Hayato... não faça isso, é idiotice. – certo, eu não conseguia ser mais delicada do que isso. – O Tsuna... Não só o Tsuna como todos, prezam muito por você; se importam muito contigo assim como você se importa com o Tsuna, até mais se for duvidar. Então, me escute, por favor. – estendi a minha mão para ele, que pareceu menos confuso.

-Eu não mereço, não sou tão importante assim.

-Hayato! Por favor, segure a minha mão. – meus olhos começaram a arder. Eu estava chorando? Não era possível. – Eu me importo muito com você, e não vou conseguir viver sabendo que por minha culpa você se foi, que eu não consegui te salvar. – O que foi que eu disse? .. Pelo menos deu certo, agora ele me olhava com mais esperança de desistir daquela loucura. – Segure, Hayato. – falei, firmemente.

Ele fechou os olhos e com um suspiro segurou a minha mão, e ambas as mãos estavam tremulas de nervosismo. Com um certo esforço consegui puxar ele pra dentro da biblioteca novamente. Porém, na ultima hora, quando ele já estava botando os pés de encontro ao chão, eu escorreguei naquele chão liso e o arrastei junto comigo. Hayato caiu em cima de mim.

Um silencio constrangedor que pareceu durar séculos. Um encarando ao outro, pouco centímetros de distancia. Me arrastei desesperadamente para o lado depois de me recuperar do choque, saindo daquela posição constrangedora. Tentei não olhar para ele, e apesar de não estar corada, estava muito sem graça.

-Não...Não conte a eles que isso aconteceu – ele disse, por fim.

-Só se você me prometer a mesma coisa. – e desviei o olhar.

Chuva. Chuva forte caia lá fora.

-Vamos para a casa do Tsuna, ele está nos esperando por lá. Então você aproveita e se desculpa com o Takeshi.

Ele apertou os punhos, enquanto mordia os lábios, tentando controlar a raiva. Há, orgulhoso cabeça dura. Era o que eu faria em uma situação semelhante também.

-Certo – ele sussurrou, ajeitando a jaqueta nos ombros. Saiu da biblioteca sem dizer mais nada, e eu apenas o segui.

Ele caminhava na chuva tranquilamente, enquanto eu tremia por causa do frio.

-Está com frio? – perguntou casualmente.

-Gênio. – resmunguei baixinho, batendo os dentes.

-Tch. – tirou a jaqueta e jogou em cima dos meus ombros, olhando para o outro lado. O encarei incrédula. Mas ele não queria ver a minha cara de quem não estava acreditando. Era mesmo um orgulhoso cabeça dura.

-Obrigada. – murmurei  entre os dentes, enquanto colocava a jaqueta encharcada em mim.

Funguei sem querer a jaqueta de couro, e o odor era maravilhoso.

Qual será o perfume que ele usa? É mesmo uma delicia... Hã? Calma Naomi, calma; ele só cheira bem, só isso. Também é um jaqueta bem bonita não? Examinei os zipers com caveiras na ponta; Ele tem um bom gosto pra roupas também, isso é verdade,  talvez eu pergunte onde ele comprou essa jaqueta, eu realmente adorei... Dá pra calar a boca, sua idiota?!

 Fiquei pensando idiotices como essas até chegarmos em frente a residência Sawada, encharcados.

-Oh, meu Deus! – Nana exclamou quando atendeu a porta e viu duas pessoas pingando, encolhidas pelo frio – Entrem rápido por favor, vou buscar algumas toalhas para se secarem!

-Naomi-san, Gokudera-kun! – Tsuna gritou, correndo da sala vindo ao nosso encontro. Não pensei em como eu estava encharcada e ele estava totalmente seco, só o abracei muito forte.

Tsuna poderia ser um grande bom-em-nada, mas eu o admirava demais. Ele era o chefe da máfia, era extremamente poderoso e se importava com seus amigos a ponto de dar a própria vida para salva-los. Pode até parecer irônico, mas Tsuna era a minha fonte de confiança. E eu estava precisando daquilo.

-Naomi... – ele murmurou enquanto recebia o abraço. Percebi que ele não estava entendendo droga alguma.

-Gokudera, Naomi! – escutar aquela voz me fez tremer de felicidade, enquanto arrepios formigavam minha pele. Ali parado no vão da porta estava o meu irmão-não-irmão, sorrindo aliviado de nos ver bem.

-Takeshi! – corri e o abracei também. Ele deu alguns passos para trás, mas conseguiu se equilibrar depois. Enquanto isso, vi de soslaio Ryohei deitado no sofá, tirando um cochilo extremo.

-Gokudera-kun, eu realmente sinto muito, de verdade. – Tsuna disse para Hayato, e mesmo não vendo pois ainda continuava abraçada, sentia só pela sua voz que ele poderia chorar a qualquer momento – Eu...Eu estou tão nervoso por causa dessas tentativas de roubo dos anéis, - sai do abraço para observa-lo, mas ainda sim continuava encostada no Takeshi  -E acabei descontando tudo em você...Eu sinto muito!

Hayato colocou a mão do ombro de Tsuna, balançando a cabeça.

-Você não precisa de desculpar com ninguém, juudaime. Esse que precisa se desculpar sou eu. – e andou até ficar frente a frente com Yamamoto. Ele inspirou fundo – Foi mal, eu falei sem pensar.

“Há, essa é a sua desculpa! Você simplesmente fala um monte de merda pra depois dizer isso?” parei de pensar absurdos quando vi que seus punhos estavam fechados, e sua voz parecia ter travado quando começou com o pedido desculpas. Entendia, entendia muito bem o que ele estava sentindo. Era muito difícil pedir desculpa para alguém, não importasse quem fosse; éramos bem parecidos.

- Eu te entendo Gokudera – Yamamoto anuiu, sério. Eram raros os momentos de seriedade dele, e ao mesmo tempo era estranho não ter o sempre alegre Takeshi – Também estou muito preocupado com essas tentativas de roubo. Eu mesmo ontem gritei com meu velho sem querer ontem. – e olhou para o chão, envergonhado. Nunca havia visto ele perder a calma, por isso não consegui imaginar ele brigando com o pai.

-Onde você tinha ido, Gokudera? – Tsuna perguntou, depois de algum tempo de um silencio constrangedor . – Te procuramos no parque, no mercado e no seu apartamento também, mas nada!

Nessa hora eu e ele nos entreolhamos nervosamente. Decidi então que eu falaria, e tomei a dianteira.

-Ele estava no colégio. Encontrei ele na...Biblioteca. Estava lendo e com certeza ficou bem irritado em me ver. Mas depois convenci que era melhor vir pra cá, largar de ser idiota e pedir desculpas pro Takeshi. – e olhei para ele, que aprecia irritado e aliviado ao mesmo tempo - Tomamos uma chuva terrível, mas estamos bem.

Nana chegou apressadamente na sala com uma pilha de toalhas, e distribuiu metade para cada um. Sentei no degrau da escada e comecei a passar a toalha rapidamente no meu cabelo vermelho ensopado; Hayato fez o mesmo, sentando do degrau de cima.

-Eu fiquei muito preocupado Gokudera-kun. – Tsuna falou – Fui muito grosso com você, tive medo de você fazer alguma loucura.

-Não se preocupe Tsuna-san, ele entendeu que você estava nervoso por causa das tentativas de roubo. Ele tem bom senso pra não fazer nenhuma loucura por causa de uma coisa boba dessas, pelo menos penso que ele não é tão imbecil assim – o encarei  levantado as sobrancelhas sarcasticamente, e ele apenas desviou o olhar.

-Voce fez um bom trabalho Nao-chan!  - senpai me brandou, dando um sorriso energético. Ele havia acordado do cochilo penso que logo depois de chegarmos, e pegou a maior parte da historia. Tentei lhe retribuir o sorriso vivido.

Desviei o meu olhar para a janela por um momento e pude ver que já estava escurecendo.

- Tenho que ir embora, já está ficando tarde.

-Estou de saída também. – Hayato murmurou, ainda irritado.

-Vão juntos? – Yamamoto perguntou, me fitando preocupado. Não era segredo pra ninguém que não suportávamos ficar um do lado do outro sem ninguém por perto.

-Nos dias de hoje, com a situação atual da Vongola, o melhor mesmo é andar em grupos. E além do mais, moramos no mesmo prédio, é caminho igual.

-Vocês moram no mesmo prédio? – Tsuna questionou.

-Eu nunca tinha te falando, Tsuna-san? – indaguei e ele respondeu negativamente – É um prédio cheio de estudantes com apartamentos do tamanho de ovos, mas dá pro gasto. – me levantei, encarando a porta.

-Até amanha então?

-É claro! Amanha vamos sair pra comemorar a vitoria do Yamamoto e... Se o cabeça de polvo quiser vir junto ele vem, se não o problema é dele – o senpai encarou Hayato um pouco irritado, e o mesmo somente ignorou.

Gokudera se curvou para Tsuna e murmurou algo de “até amanha, juudaime!”, deu as costas e saiu caminhando despreocupadamente. Acenei para todos e me coloquei a andar junto com ele


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Notas finais do capítulo

O clima tá ficando bacana. Alok, né? q Próximo capitulo é preparação pro ultimo; reviews não fazem mal e eu amo vocês. q



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