- Camila... - Apolo me chamou. 

- Hm? 

- Eu... Estou com fome.

Comecei a rir. Apolo as vezes parecia uma criancinha. Me pergunto se ele teve infância.

- Claro, eu vou... 

- Não. Eu quero te levar para almoçar fora.

- Apolo, não tem problema nenhum eu...

- Eu quero que você não cozinhe.

- Eu cozinho mal, né?

- Hm... Talvez um pouco, mas é melhor que Atena e Ártemis junto. Elas só sabem fazer miojo e ainda fica horrível.

- Hm. - falei.

- Não se ofenda, por favor. É verdade. 

- Tá. Tudo bem. Onde vamos?

- Num restaurante de comida italiana. Tudo bem?

- Claro. 

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Coloquei uma calça jeans, um vestido curto, branco. Um cardigã liso e nude, um pouco mais comprido que o vestido, meia calça cor da pele, e uma sapatilha preta. Prendi minha franja com um headband e puxei para trás. É aceitável.

- Pronto. 

Apolo estava com uma calça jeans, uma regata preta, tênis e uma jaqueta preta. Estava sentado e tocando piano. Logo reconheci, era *Grenade.

- Você de jaqueta?

- Dá um desconto, está frio. Deveria fazer o mesmo. 

- Estou bem com o cardigã, obrigada. 

- Vamos. - peguei minha bolsa e fomos.

Não preciso falar que não fomos com o Maserati, né? Estava frio e isso causaria danos.

Fomos num restaurante perto do Empire State, sei lá para quê.

- Ahm. Algum motivo para você estar me levando num restaurante pero do Empire State?

- Você ainda não conhece meu pai.

- O seu pai? Apolo, quer que eu conheça Zeus?!

- Quero. Para ver se ele para de me irritar falando que não é prudente e blá blá blá. Se ele te conhecer, quem sabe goste de você. Mas não fique com esperança, ele as vezes parece nem gostar dos próprios filhos.

- Que ótimo. Eu vou conhecer meu vô, que também é meu sogro. 

- Olha, se for pensar assim, Zeus não poderia estar com Hera, nem Poseidon com Atena.

- E nem eu com você. - falei.

- Ér. Mas quem liga para isso?

- Ninguém pelo jeito. - dei de ombros.

Entramos no restaurante e fomos para o andar de cima, que estava quase vazio.

- Então... Ansiosa para conhecer meu pai?

- Ansiosa não. Com medo, sim.

- Zeus não é tão assustador só é...

- Estressado, autoritário, bravo, e...

- Não. Eu ia dizer apenas estressado, quando aprontamos alguma coisa... Mas ele escuta tudo e pode encarar como um xingamento...

- Hã. Não foi, vô. - falei, levantando as mãos como rendimento. 

- Relaxa. Ele vai gostar de você.

- Não tenho tanta certeza. - respondi. - Normalmente, as pessoas não vão tanto com a minha cara no Acampamento.

- É tudo culpa de Ares. Ele é um idiota marrento e deixa essa impressão nos filhos.

- Hm. - dei de ombros.

A garçonete trouxe nossos pratos. 

Para mim, um nhoque, e para Apolo, um spaguetti ao sugo. Coisa simples.

- Boa apetite. - ele disse.

- Para você também.

Estava realmente bom. Eu tenho uma certa "queda" por comida italina. Eu amo.

Apolo tinha pedido a máquina de cartão para pagar, e depois descemos, eu dei a mão para ele.

Ainda estava meio tensa com a idéia de conhecer Zeus.

Chegamos ao Empire States em questão de minutos, foi muito rápida a viagem.

Apolo entregou um cartão para o porteiro, que assentiu e nos pediu para entrar. 

O elevador tinha a porta dourada, e por dentro não era tão diferente.

Lá estava eu no Olimpo novamente. Mas dessa vez, não era filha de Ares. Era namorada de Apolo.

- O que faz aqui? - ouvi uma voz um tanto estridente vindo de trás.

- Hã. Oi pra você também, Hera. Dormi bem, e você? Ah que bom, uma massagem? Eu ia amar, mamãe.

- Eu não sou sua mãe, Apolo.

- É eu sei, mas uma massagem ia bem de qualquer jeito.

- E quem é ela? - ela se referiu a mim, creio eu.

- Ela é Camila. Minha namorada. - ele disse, eu sorri.

- A quanto tempo estão...

- Sete meses, quase oito. - ele disse.

- Eu ainda vou fazer o casamento de vocês. - ela disse.

- Cadê o meu pai? 

- Estava na biblioteca conversando com Atena, está de bom humor.

- Nossa, que milagre. - Apolo piscou.

- Hm. Eu vou indo. Foi um prazer, Camila.

- Igualmente, senhora.

- Você é filha de quem? - Hera perguntou antes de ir.

- Ares, por quê?

- Nossa. É tão educada que achei que fosse de Atena. Mas agora reparei, não tem olhos azuis.

- Não.

- Vamos... - Apolo me disse. Continuamos andando.

Cruzamos com alguém no corredor. Congelei quando Apolo parou de andar, e fitei o mais alto. 

- Pai! Queria te ver mesmo...

"Caramba, esse é Zeus!", não eu nunca havia conhecido meu avô.

- Quem é ela? - ótimo, as pessoas tão me notando. É o fim!

- Minha namorada... E sua neta. - Apolo realmente poderia dispensar o "sua neta."

- Apolo, eu não sou tão velho... - ah não, só tem mil e lá vai pedrinha de anos.

- Bom, eu queria que a conhecesse. E visse que ela é responsável e bonita e parar de me irritar com isso. 

- Ela é responsável?

- É o meu oposto. 

- Ótimo. Finalmente achou alguém decente. 

Se Zeus te chama de "alguém decente.", é elogio? Creio que sim.

- Nossa. Sinceramente, eu achei que ia ser pior. - Apolo disse ao pai, frustrado.

- Como assim?

- Sem sermões? Milagre. Você está mesmo de bom humor.

Zeus suspirou. 

- Eu tenho uma coisa a dizer: uma pessoa que é o oposto de você não é fácil de achar. Responsável, séria, centrada...

- Que faz faculdade.

- Você faz? 

- Sim. Faço.

- Ér. Que faz faculdade, e tudo mais, além disso, que tenha um rosto bonito... Não se é fácil de achar. Por isso, não faça com Camila o que eu faço com Hera. Ela ficaria com muita raiva e mágoa de você, e isso destrói um relacionamento. Apenas isso. E não apronte nada com ela. E, precisamos ver uma maneira dela se tornar imortal, se não...

- Ok, nada de se não. Entendi, general. Obrigado.

- Passar bem. 

Realmente, eu achei que seria pior. Mas não vou chamar ele de avô, ou vô ou o que seja, só de Zeus, ele pode ficar bem bravo... 

Ele estava de bom humor. Ok, de bom humor ele é sério desse jeito... 

Prefiro nem imaginar ele estressado.

- Falei que não seria tão ruim.

- Não foi. Eu que imaginei.

- Ér... Hera é uma chata, só sabe falar de casamento e blábláblá e de traição...

- Hã... Ela foi traída tipo... Algumas cinco vezes.

- Não... Vejamos. Ah sei lá, eu tenho tanto irmão. 

- Tem mesmo.

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