A Second Chance escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 16
Porque tudo parece ser estranho na minha vida?




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Segui em frente, eu tinha que encontrar a Jéssica agora... De repente, avisto aquela menina de olhos verdes que eu vi lá dentro e tive a impressão de conhecer. Ela veio falar comigo.

-Oi...

-Oi.

-Eu te conheço de algum lugar...

-Eu também tenho a impressão que te conheço, mas... De onde, afinal?

-Você mora aqui?

-Sim.

-Ah... É minha primeira vez aqui, talvez seja só uma impressão mesmo. Você já foi à Paris?

-Eu já morei lá.

-Deve ser isso, a gente deve ter se conhecido por lá! Bom, meu nome é Angie. – Ela disse, estendendo a mão e eu a cumprimentei.

-O meu nome é Vanny. – Ao ouvir o nome dela e tocar sua mão, alguns flashes vieram a minha mente, eu só não conseguia organizá-los e dizer o que eram. Mas eu definitivamente conhecia Angie.

-Não, seu nome é Vanessa. – Ela afirmou, me olhando confusa.

-Como você sabe?

-Eu não faço ideia! Eu hein, que coisa sinistra...

-Pois é! Eu sinto como se nós nos conhecêssemos há muito tempo...

-Eu também. Mas como eu não lembraria?

-Hm... Eu sei como eu não lembraria, mas você? Quer dizer, você sofreu algum acidente que apagasse sua memória nesses últimos tempos?

-Eu não, que pergunta estranha. – Ela disse rindo.

-É que eu sofri um acidente e não me lembro de quase nada da minha vida antes disso.

-Sinto muito...

-Tudo bem.

-Você acredita em coisas sobrenaturais? – Ela perguntou, me olhando pensativa.

-E a minha pergunta sobre o acidente tinha sido estranha?

-Talvez nem tanto... – Ela deu de ombros e deu um sorrisinho tímido.

-Bom, eu... Tenho que ir procurar minha amiga.

-Espera. – Ela pegou um papel e anotou o número e MSN dela. –Aqui, eu quero falar com você um dia desses.

-Ok.

Eu encontrei a Jéssica depois disso. Wow, duas pessoas me passaram os números delas, acho que estou ficando cobiçada... Ok, não.

O show foi muito legal, apesar do empurra empurra e de todo o suor, se estava tão quente assim no show e era inverno, imagine no verão como deve ser. Não tive nenhuma lembrança e isso me deixou frustrada...

-Curtiu o show? – Perguntou Jéssica me olhando, sorrindo e com a respiração pesada.

-Sim, foi legal.

-Alguém aqui está desanimada...

-Não é isso, é só que... Eu esperava mesmo ter alguma lembrança, entende? Amei as músicas, os garotos são muito bonitos e tudo mais... Mas eu não vim aqui pra isso.

-Sinto muito, mas pelo menos você se divertiu... Certo?

-Sim, me diverti. Obrigada, Jess... – Eu disse com um sorriso.

-Obrigada por ter vindo comigo.

Logo a mãe dela chegou e nós fomos embora.

Chegando em casa, tomei banho e eu caí na cama e peguei o papel com o número do Bill, olhando fixamente para aquele pedaço de papel, que parecia ter vida própria. Decidi ligar... A cada tecla que eu apertava, meu coração acelerava um pouco mais. Coloquei o celular no ouvido e começou a chamar. Depois de três toques, Bill atendeu.

-Alô? – O que eu deveria responder? Hã...

-Bill, aqui é a Vanny...

-Vanny, oi, gostou do show?

-Aham, foi legal.

-Pensei que não ligaria.

-Eu ainda estou tentando descobrir o porquê liguei... – Eu disse rindo e corando. –Isso é ridículo.

-O que?

-Eu te ligar sem saber o que dizer.

-Também não foi muito esperto da minha parte te passar o número... Olha, por favor, não passe pra ninguém, ok?

-Sem problemas.

-Meu irmão está me enchendo até agora por ter passado meu número...

-Ele não está errado em fazer isso, é perigoso, vocês são famosos, afinal. O que deu na sua cabeça?

-E-eu não tenho ideia. Meu irmão queria me fazer trocar de número até.

-Eu entendo ele.

-Mas isso é muito irônico, porque ele é o idiota e eu que sempre conserto as burradas dele... – Ele falou e eu ri.

-Bom, as coisas mudam, não é?

-Pois é... Mas e então... Já chegou em casa? – Perguntou ele, mudando de assunto drasticamente.

-Aham.

-Aqueles valentões da sua escola não mexeram mais com você?

-Eles foram presos, na verdade...

-Você os denunciou?

-Não, eles foram presos por outra coisa. Porte de drogas, sabe como é.

-Ah...

-Olha, e desculpa o stress de antes, eu estava nervosa, eu não pretendia ser tão grossa.

-Tudo bem. E o que você quis dizer sobre ter ido lá pra descobrir quem você era?

-Você não vai acreditar.

-Qual é... Fala aí.

-Outro dia eu fui pesquisar no computador sobre vocês, pois eu não acreditei que você era famoso, mas a minha amiga estava ouvindo uma música outro dia e me mostrou, e falou o nome da banda e eu lembrei que era o nome da sua banda. Quando eu pesquisei sobre vocês, eu... Apaguei e quando acordei, tinha lembrado algumas coisas, flashes antigos. Achei que ir ao show, talvez reavivasse minhas velhas memórias.

-Porque você ainda fica com essa história? A verdade é tão ruim? Por favor, até o meu telefone você tem...

-Eu vou te provar que é verdade. Você chega à cidade quando?

-Não sei... Acho que amanhã eu já devo estar aí.

-Passa na minha casa amanhã depois das 6.

-Você acha mesmo uma boa ideia?

-Pode trazer seguranças e até o FBI se quiser, não vou te matar não, guri.

-Eu não quis dizer isso, Vanny...

-Eu sei o que você quis dizer. Vem ou não? – Ele fez uma longa pausa e logo suspirou.

-Ok. Às 7 horas eu passo aí.

-Ok. Tchau.

-Tchau e boa noite... Nos vemos amanhã.

-Sim, amanhã. – Confirmei e desliguei o telefone.

Eu ia mostrar exames, mandar Lucy falar com ele até mostrar meu registro do orfanato se fosse preciso. Mas ele tinha que acreditar em mim!

Afinal, porque eu espero tanto a aprovação dele?

Sobre o número dele, eu o manteria bem fora do alcance de todos, principalmente da Jéssica...

Depois de cuidar dos meus assuntos com Bill Kaulitz, eu deveria cuidar de assuntos com a tal de Angie... Sinto que nossa ligação era bem forte, seja lá qual fosse.

Mas como ela não se lembraria? Estranho... Como tudo o que vem acontecido, eu devia me acostumar com isso.


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