A Second Chance escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 15
O reencontro - Parte 2




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As meninas, uma a uma foram tirar foto com os garotos, inclusive aquela garota de olhos verdes que eu tinha visto antes. Eu estava encostada na parede, mexendo no celular. Eu não conseguia levantar o olhar e encarar Bill Kaulitz, eu estava morrendo de vergonha. Mas afinal, por quê? Eu não estava fazendo nada de errado. Mesmo assim, eu não tinha forças pra olhar fixamente pra ele. Até mesmo a Jéssica tirou a foto e teve que sair, sem muito direito de escolha... O segurança “escoltou” ela até a porta.

Bom, Bill tinha falado algo para o segurança e tenho a leve impressão que tinha a ver com a retirada das meninas que já tinha tirado foto, me deixando ser a última na sala propositalmente. Antes de o segurança tirar Jéssica da sala de vez, ela olhou pra mim.

–M-mas...

–Senhorita, você já tirou a foto, agora tem que sair.

–Mas ela está comigo! – Ela disse e apontou pra mim.

–Ela vai te encontrar assim que a foto for tirada. Lá fora.

–É que...

Então o segurança se virou para mim.

–Você consegue sair da sala sozinha e encontrar sua amiga, não?

–Hã... Claro. – Então ele olhou pra Jéssica de novo.

–Então é melhor VOCÊ sair antes que eu tenha que insistir um pouco mais.

Ela o encarou. Acho que ela procurava algum argumento, mas seus argumentos já tinham acabado. Por fim, ela assentiu e saiu da sala.

E eu? Eu encarei o chão por uns poucos segundos que pareceram horas.

–Hã... Você está bem? – Perguntou um dos meninos, e quando eu levantei o olhar para ver qual deles, era o Georg.

–Sim, claro, porque não estaria? – Eu disse dando um sorrisinho nervoso e Bill riu. –Então, a foto. – Eu olhei para o fotógrafo na sala e ele apontou para os gêmeos.

–Fique ali no meio deles. – Eu queria ter falado NÃO, PERTO DO BILL NÃO! Mas creio que isso soaria meio... Rude. Então apenas assenti e andei até eles, devagar. Fiquei no meio deles.

Logo a foto foi tirada e eu pude respirar de novo. Eu praticamente pulei do meio deles e peguei a foto que foi tirada. Olhei bem. Bill, seu filho da puta, você ficou lindo na foto.

De qualquer forma, eu ia saindo “de fininho”. Quase na porta, isso, quase lá! Quando eu pensei que ia sair ilesa...

–Espera. – Disse Bill e colocou uma mão no meu ombro. Eu suspirei e me virei. Ele estava com um sorriso orgulhoso. –Oi.

–Oi.

–Seu cabelo está bem... Legal.

–Pois é.

–Porque você mudou o cabelo? Teria algo a ver com...

–Nem tudo gira ao seu redor, nem vem falar que eu mudei o cabelo por você. – Na verdade, era por ele sim, mas ele não precisava saber. Eu não queria ser a garota com o cabelo do Bill Kaulitz. Ok, eu gostava daquele cabelo, mas eu tinha que contrariar.

–Ok... Calma aí, estressadinha. – Ele riu e levantou as mãos em sinal de rendição. - Você está bonita hoje... Quer dizer, você é bonita, mas os seus hematomas... Eles...

–Ah é, eles sumiram. - Eu disse com um sorrisinho torto.

–Mas e então, o que está fazendo por aqui?

–Não te interessa, em primeiro lugar. - Eu sabia que ele estava tentando jogar na minha cara quem ele era.

–Aham... – Ele disse e riu, me olhando.

–Não precisa jogar na minha cara. É, você é famoso mesmo e blá blá blá, dane-se. Você estava certo. - Eu estava sendo muito irritadinha, eu sei, mas é que parecia que perto dele, minhas emoções não funcionavam direito, e o meu orgulho e a vergonha me faziam levantar um muro bem alto, pra que ele não visse através de mim. Eu estava nervosa, mas eu realmente não queria decepcioná-lo. Mas eu sabia que iria, com o meu jeito grosso de hoje.

–Você já sabia de tudo isso, por favor, pare de mentir. Você se faz de difícil, mas sério, aquele papo de amnésia foi a pior desculpa que eu já ouvi, mas eu não me importo...

–NÃO. ERA. PAPO!

–Mentir é feio, sabia? – Eu rolei os olhos.

–Tchau. – Virei às costas pra ele, mas ele segurou meu braço.

–Fala a verdade logo, para de ser orgulhosa, não vai arrancar pedaço. – Ele falou perto do meu ouvido e eu senti a minha pele arrepiar. Olhei pra ele de novo.

–Escuta aqui, eu não ligo se você quer acreditar em mim ou não. Eu não estou aqui por você, estou aqui pra descobrir o que eu era. Eu não vou correr em casa e pegar a minha ficha médica pra você saber a situação do meu cérebro, eu não vou ficar de joelhos e nem jurar. Pra mim, tanto faz. Eu mal ME conheço, você não sabe como isso é frustrante. Mas o pior é estar aqui, na frente de um rockstar que se acha tão bom que acha que eu inventaria e brincaria com algo tão sério pra chamar a atenção dele. E sabe o pior? Eu era sua fã antes de perder a memória. Sabe Deus o porquê. Eu não acredito que eu estou com vergonha de te encarar porque VOCÊ não acredita em mim, eu odeio essa coisa de alguém duvidar de mim. Agora eu vou embora, a minha amiga está me esperando. Passar bem, senhor Kaulitz. – Eu falei e ele ficou paralisado, sem resposta, olhando pra mim.

–Como assim “descobrir o que você era”?

–Não te interessa e você não acredita em nada do que eu digo mesmo.

–Antes de você ir...

–Sim? – Ele pegou um pedaço de papel no bolso da jaqueta e um marcador permanente que eles deviam carregar pra assinar coisas. Ele escreveu um número.

–Quer que eu acredite em você? Me liga e me convença.

–Eu não quero te convencer de nada. – Então ele ficou em silêncio por algum tempo olhando pra mim.

–Mas eu quero acreditar em você.

–Por quê?

–Curiosidade pra saber a verdade, talvez. – Ele deu de ombros.

–Que seja. – Eu virei às costas e saí pela porta. Olhei para o papel em minhas mãos, para aquele número. Será que eu devia ligar?

Bill’s POV

Quando ela saiu pela porta, eu continuei encarando o lugar onde ela estava segundos atrás, perplexo.

–Você ficou doido?! – Ouvi Tom falando atrás de mim. Olhei pra ele. –Passar seu número pra uma fã, você pirou de vez mesmo! Sabe o que ela pode fazer?

–Eu sei, eu sei... Eu não sei o que deu em mim. – Realmente, aquilo foi arriscado. Mas eu fiquei... Hipnotizado, ou sei lá o que, eu tinha que descobrir a verdade sobre aquela garota. Talvez porque ela era tão misteriosa e eu não conseguia encontrar nada naqueles olhos escuros que me dessem uma pista sobre ela, era como cair em um mar de escuridão e não conseguir achar nem se quer uma luz, nem se quer uma barreira frágil pra penetrar e descobrir algo. E eu sabia que eu jamais saberia mais sobre ela se eu simplesmente a deixasse ir, dessa maneira.

–Você vai trocar de número. Hoje.

–Calma, ela é... Diferente.

–Ela pode ser só mais uma garota fingindo ser o que não é pra te atrair. Nem você acreditou naquela história de amnésia, porque acreditaria que ela não é uma doida que vai te seguir até a morte? Ou sei lá, uma paparazzi. Só Deus sabe o que se passa naquela cabeça.

–Pois é... Só Deus...



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