A Second Chance escrita por Between the moon and the sun
Na hora do almoço, encontramos a ruiva de novo. Ela veio andando na nossa direção, meio sem jeito, olhando pra baixo, com a mão nos bolsos do casaco. Nos sentamos e ela se sentou ao meu lado.
-Oi, Vanny.
-Oi! – Eu disse sorrindo pra ela e ela deu um sorriso de lado pra mim, em resposta.
-Então... Quer ouvir aquela música de hoje de manhã, pra ver se você se lembra mais sobre ela?
-Adoraria, qualquer coisa que me faça lembrar de coisas da minha outra vida, são bem vindas.
-Parece que você está falando como se tivesse morrido e voltado pra Terra, que sinistro! Devia parar de falar assim. – Disse Marina, rindo e pegando uma batata frita. Jéssica ligou o celular e colocou um dos fones, me dando o outro. A música começou a tocar. Aos poucos, agora com calma, o ritmo foi entrando na minha mente, fazendo sentido pra mim, como em um dejavu. Fechei os olhos e ouvi com atenção a cada palavra.
-Qual é o nome da banda que toca essa música?
-Tokio Hotel. – Então eu congelei e depois ri. –O que foi?
-Nada não... Eu só lembrei de alguém agora.
Então a tal banda Tokio Hotel existia? Aposto que existe, mas... O Bill só falou o nome por falar, aposto que ele não tem nada a ver com a banda. Pffffft, claro. Mas eu gostei do som dessa banda... Provavelmente a primeira banda que eu realmente parei pra ouvir depois do acidente. Eu pesquisaria sobre a banda depois.
O almoço passou ainda mais rápido que de costume, e eu fiquei ouvindo música com a Jéssica e respondendo a Marina de tempos em tempos antes que ela tivesse um ataque de pelanca, falando que eu estava a ignorando ou algo assim.
Quando as aulas acabaram e eu finalmente fui pra casa, me joguei no sofá e comecei a fazer a tarefa de alemão. Mas eu não conseguia me concentrar, por causa de um som que vinha do outro lado da sala.
-Vocês precisam mesmo manter o som do jogo tão alto? – Gritei e os gêmeos pareciam nem ter me ouvido, eles estavam em algum tipo de transe, causado por aquele jogo que eles amavam. Suspirei e me levantei do sofá, indo em direção a eles.
-MATA, MATA, MATA! APERTA O BOTÃO LOGO, GIANLUCA! Ai, como você é burro! – Gritava Jolie Annie.
-Opa opa opa, ninguém é burro aqui não, se acalma, Ann Marie.
Quando eles perceberam a minha presença, pularam e quase caíram das cadeiras, o que me fez rir.
-Estão em choque, é? – Eu disse arqueando uma sobrancelha, sorrindo.
-Você quase nos matou, Vanny!
-Desculpa, Lucky Luke, é que esse som do jogo de vocês está muito alto e eu não estava conseguindo me concentrar na tarefa. Vocês não poderiam...
-CRIANÇAS, O LANCHE ESTÁ PRONTO! – Gritou a cozinheira. Jolie Annie olhou na direção da cozinha e depois olhou para mim novamente.
-Pode mexer no computador um pouco se quiser... A gente vai demorar um pouco pra voltar mesmo.
-Ok... – Então Lucky Luke saiu correndo da cadeira e Jolie Annie o seguiu correndo também.
-ESPERA! ISSO NÃO VALE! Ah, Vanny, pausa o jogo, por favor? Obrigada. – Então ela continuou correndo, tentando passar o Luke. Não sei por que essa pressa toda, mas enfim.
-Esses dois... – Eu sussurrei rindo. Olhei para tela do computador, que estava cheia de cores e monstros daquele jogo estranho que os gêmeos estavam jogando.
Me sentei em uma das cadeiras na frente do computador por um minuto, pausei e minimizei o jogo, olhando para a área de trabalho. Cliquei em cima do ícone do Chrome e alguma coisa na minha barriga saltitava, como se eu fosse descobrir o universo. Entrei no google e digitei “Tokio Hotel”.
-Aqui vamos nós. – Eu disse e respirei fundo. Eu sei que isso é ridículo, mas e se o Bill tivesse mesmo falado a verdade? Eu me sentiria a maior idiota do mundo. Mas ao mesmo tempo, seria bom saber que ele não mentiu... Cliquei em imagens e apertei o enter. BAM! Fotos da banda por todo lado. Espera... Esses três garotos perto do Bill, eu vi eles no meu sonho. De repente eu senti uma pontada forte na cabeça e tudo escureceu, não sei o que aconteceu depois.
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