Vincent entrara em panico, andando de um lado para o outro na sala. As vezes falava coisas sem sentido, até que eu parei em sua frente e o segurei pelos ombros o puxando para baixo. Bom, eu sou bem menor que ele, então precisei puxá-lo para poder conversar melhor.

- Meu amor... Porque todo este panico ? Não conhece minha capacidade ? Nunca falhei em missão alguma !

- Por favor... Não vá ! É suicidio essa missão ! Eles estão mandando os melhores, na intensão de dar certo... Mas eles sabem que a maioria vai morrer ! Eles já mandaram os mais "inúteis" para a corporação, como "isca"... Por favor, não vá !

- Como você sabe do que se trata essa missão e eu não ?

- Porque sim...  Eles me informaram sobre a missão, mas eu ja havia sido convocado para ir para Midgar !

- Do que se trata esta missão ?

- Não importa ! Desista dela !

- Não serei demitida a troco de nada ! Diga-me de uma vez do que se trata, ou nada feito... Terei que apresentar o requerimento da missão até amanhã a noite... E partirei no dia seguinte !

- Ok então... Sente-se Yukino... - sentamo-nos no sofa, e eu me virei de frente para ele, ansiosa pela sua resposta. Ele respirou fundo, como se fosse me dar a pior noticia do mundo, e era nitido o pesar em seus olhos - Yuki... Sabe que eu te amo de todo o meu coração, assim como sei que este trabalho é importante para você... Mas, esta missão é suicidio, como já lhe disse ! E...

- Ta bom, ta bom ! Eu já entendi sua preocupação... Vá direto ao ponto !

- Ah, nossa... Sempre ansiosa... Deixe-me continuar. A missão que lhe designaram é a de deter o grupo dos Tsviets!

- Tsv... o que ?

- Tsviets !

- Que droga é essa ?

- Nossa, você não presta atenção em nada mesmo, não é ?

- Não tenho tempo para suas implicancias !

- Ok... Tsviets é a mais alta elite de... "Mercenários", digamos assim... Não há um modo melhor de explicar o que são... Eles são exímios assassinos, e incrivelmente fortes e inteligentes. Por favor... Não aceite isso !

- Vincent... É SÓ por isso que está preocupado ? Desde quando alguém conseguiu vencer de mim ?

- Yukino... Você não está entendendo, eles não são qualquer tipo de pessoa !

- Então você está dizendo que eu só consigo derrotar esses "qualquerzinhos" ai ? É isso ?

- Não estou dizendo isso ! Só estou dizendo... Que é bem capaz de que todos eles juntos, consigam te matar, e é isso que não quero !

- Não estou sozinha nessa ! Sabe disso...

- Porque não me escuta ? Eu os conheço...

- Quem são estes taisv Tsv-sei-la-mais-o-que ?

- Eles são: Weiss, Nero, Rosso, Shelke e Azul !

- Hum... Ja ouvi falar neles... Mas não creio que esteja fora do meu alcance derro...

- Pare já por ai ! Não subertime a capacidade deles...

- Não subestime você a minha ! Vincent... Tem certas coisas... Certas coisas sobre mim, que você desconhece, e eu preferia que continuasse assim, porque...

- O que houve ?

- Não é nada... É só que, você não conhece a extensão da minha força, somente isso ! Eu... Sou capaz de fazer coisas horríveis, e derrotar pessoas que jamais pensei conseguir lutar ! E... Não é que eu me orgulhe disso, mas é a verdade, infelizmente é a verdade !

- Não entendo onde quer chegar...

- Lembra-se do incidente com meu pai ?

- Lembro sim, o que tem ele ?

- Todos aqueles homens que morreram... Fui eu quem matou a maioria deles... Meu pai certamente teria conseguido derrotá-los, não duvido, porem, um deles o atacou por tras, enquanto eu estava presa pela magia de meu pai...

- Se estava presa... Como... Yukino, não estou entendendo ! Eu conheci as habilidades de seu pai, nunca soube de alguem que conseguisse escapar quando ele usava suas materias!

- Pois é... Eu fui a única pelo jeito... Mal me recordo do que aconteceu ! Quando parei para pensar no que estava acontecendo, já havia feito a besteira. Olhei para mim mesma, e mal pude me reconhecer. Meu pai estava morto, todos ali estavam mortos... Só eu permaneci viva, ao mesmo tempo que naquele dia uma parte de mim morreu...

- Yukino... O que aconteceu com você ?

- Eu não sei ao certo... Só sei que é uma especie de maldição... Só ocorreu naquela situação, e acho que só ocorre em situações extremas... Mas não quero falar sobre isso... Só quero que saiba, que tudo ficará bem ! Eu vou conseguir realizar a missão com sucesso, como sempre faço...

- É inutil tentar lhe convencer do contrario, mesmo estando morto de preocupação... Jamais poderia viver sabendo que você não está mais ao meu lado...

- Estarei ao seu lado... Para sempre !

Eu sorri, ainda entristecida pelo assunto e agora com certo receio desta missão. No fundo sempre soube quem era aquele grupo, mas meu orgulho jamais me deixaria voltar atras em minha decisão. Vincent me pegou em seus braços repentinamente e me ergueu enquanto andava em direção ao quarto. Abracei seu pescoço tentando achar coragem e conforto naqueles braços.

Ele me colocou sobre a cama e me beijou a testa, passando a mão em meu rosto levando os fios de meus cabelos para tras da orelha. Ele sorriu gentilmente, tentando não demonstrar a preocupação que sentia, e logo se levantou para sair quando o segurei pelo braço. Desde que fora morar com ele, Vincent dorme em um quarto separado do meu, para que nada "ilicito" acontecesse.

O fitei em seus lindos olhos castanhos, enquanto ele esperava que eu falasse algo. Fora mais forte do que eu, e eu o segurei por simples impulso, não queria que ele fosse de jeito nenhum. Uma insegurança imensa tomou conta de mim, e eu me sentia como uma criança indefesa. Eu dei alguns leve puxõesinhos na manga de sua blusa, como que pedindo para que voltasse. Ele se sentou ao meu lado, me olhando seriamente, perguntando o que havia comigo. Pedi para que ficasse comigo naquela noite.

Vincent ficou meio sem entender, mas logo me abraçou afagando meus cabelos. Me ajeitei naquele abraço, encontrando todo o conforto que precisava. Era obvio que eu estava com medo agora, medo acima de tudo de perdê-lo... De não ter tido a chance de demonstrar de verdade o quanto eu o amava. Ele levantou meu rosto, mas logo eu o abaixei, meus olhos enchiam-se d'água rapidamente, e eu não queria que ele visse isso. 

Novamente ele ergueu meu rosto, acariciando o mesmo com a mão. Ele limpava as lágrimas que corriam pelo meu rosto com sua mão. Não eram necessárias palavras entre nós naquele momento, tudo estava claro. Ele cobriu meus lábios com os dele, num delicioso e carinhoso beijo, enquanto com a mão me puxava pela cintura e com a outra acariciava minha nuca. Me ajeitei sobre as pernas dele pousando minha mão sobre o rosto dele e a outra em suas costas, o beijando calorosamente.

Aquele beijo carinhoso foi ficando cada vez mais intenso e ávido, eu levantei rapidamente, sentando-me novamente sobre as pernas de Vincent, de frente para o mesmo. Ele me apertava contra seu corpo cada vez mais pela cintura, enquanto dava leves puxões em meu cabelo arranhando minha nuca. Meu corpo arrepiava-se por inteiro, eu o puxava para perto de mim por suas costas, dando algumas mordidas em seu lábio inferior.

Podia sentir os batimentos dele se acelerarem e a respiração ofegar, assim como a minha. Era obvio o que nossos corpos estavam pedindo, mas mesmo assim, Vincent parou aquele beijo e afastou um pouco o rosto do meu.

- Yukino... Antes de mais nada, não quero fazer nada que seja errado contigo....

- Mas Vincent... Eu amo você !

- Sei disso... Por isso preciso te fazer uma pergunta antes...

- Diga...

- Quer se casar comigo ?