0'Clock escrita por KelBumBi


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Cap novinho!!!

ps²⁰: não diga?! ‍♀️



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4º Dia

 

Já era quase 2h da manhã e eu ainda não havia pregado os olhos.

O frio estava me matando e o chão duro me deixava todo dolorido. Lancei um olhar zangado para a diaba loura que dormia tranquila na minha cama, tinha a vontade de jogar ela pela janela de tão injusto que era ela dormir toda quentinha enquanto eu parecia estar vivendo o inverno de winterfell.

— Freddie? — Sam chamou baixinho, chamando minha atenção.

— O que você quer? — perguntei de mau humor.

— Você... hum...— hesitou, respirando fundo. — Não quer deitar aqui comigo? — Sam terminou a frase de maneira ligeira. Apesar de estar completamente escuro, observei suas bochechas tingidas de vermelho e seus olhos brilharem, lembrando o azul marítimo. Só pelo som da sua voz percebi que estava envergonhada.

— Eu estou bem aqui. — respondi ranzinza e orgulhoso. Além disso, eu não planejava “cair” uma terceira vez.

— Tudo bem, é só que seus dentes não me deixam dormir. Parece uma britadeira quebrada. — se justificou na defensiva.

Eu a encarei horrorizado e ela estava contra a parede, parecendo estar chateada. Com isso, um sentimento de culpa me fez sentir pouco mal e fiz uma rápida análise sobre a proposta, decidindo que o presente de grego que ela estava oferecendo seria melhor que morrer congelado no próprio chão do quarto.

— Se afasta. — demandei e me deitei ao seu lado. — Mas é só porque estou morrendo de frio. — tive a necessidade de explicar.

Sam riu.

— Não imaginei outra coisa. — disse e virou-se, passando a mão no meu cabelo sem excesso de gel.

A mão dela era macia e delicada agindo como um entorpecente e me fazendo reagir imediatamente ao toque. Estremeci sentindo meu corpo se aquecer e meu estômago revirar como se um bando de borboletas invadissem meu interior.
Eu estava, totalmente, rendido pelo carinho.

Mas como diz o popular ditado: alegria de pobre dura pouco — logo a Sam voltou para a posição anterior e dormiu profundamente.

Pela primeira vez acordei com a Sam dormindo comigo. A sensação de ter os braços em volta da sua cintura e agarrado a ela foi inexplicável. Sam era magra para uma garota que comia feito ela. Involuntariamente eu me aproximei intensificando o nosso contato. Agora estávamos tão perto que podia sentir o cheiro do meu shampoo no seu cabelo dourado, secretamente adorando a sensação do meu cheiro estar nela.

Eu queria ficar com ela um pouco mais, porém ainda prezava minha vida e se Sam acordasse e me flagrasse agindo tão íntimo, pode ter certeza que seria dolorido. Então mesmo não querendo me levantei e tomei o caminho do banheiro, indo me higienizar. Após o longo banho, vesti uma pennytee azul intitulada “Tengo un diablo especial” com uma calça preta e all star já gasto.

Após estar pronto, fui cozinhar o nosso café. Anteriormente, minha mãe havia ligado avisando que chegaria mais tarde em casa e depois enviou uma lista de rotina de banho por mensagem, a qual eu ignorei.

“Mais uma tarde com Sam.”- pensei desenfreado.

— Bom dia! — cumprimentei animado a loura de pijama.

— Não me enche! Por acaso ainda tem bacon sobrando? — perguntou, sentando-se na mesa e ignorando o meu olhar magoado.

— Aqui. — disse lhe entregando um prato com as fatias de carne. — Você sempre acorda mal humorada? — Sam deu de ombros para a minha provocação.

— Às vezes.

— Então qual a programação para hoje? — perguntei sentando de frente a ela, me servindo.

— O quê? — ela estava confusa.

— Minha mãe só vai voltar mais tarde, então pensei que poderíamos passar esse tempo juntos. — expliquei mordendo a torrada. — Não ficamos no tédio e poderíamos ir no vitamina da hora enquanto pensamos em ideias para vídeos novos. — a encarei com expectativa.

— Seria bem interessante e produtivo passar esse tempo com o maior nerd de todos, mas a Carly chega hoje, lembra? — respondeu de maneira irônica.

— Ah é! — me lembrei da nossa amiga somente após Sam comentar. Tentei descontrair para esconder a desanimação. — Graças a Deus que vou voltar a ter um quarto só para mim.

— É... eu sei. — Sam tinha um sorriso misterioso ao tomar um gole do suco.

Terminamos o café e limpamos a cozinha. E dessa vez a Sam me ajudou a limpar tudo sem reclamar e foi bastante prestativa ao varrer o chão da cozinha. Depois disso, ela correu para o banheiro e se arrumou, em seguida nós seguimos para o apartamento da frente esperar a nossa amiga.

Carly já havia chegado e aguardava por nossa visita. Quando nos viu entrar pela porta correu até nós e nos abraçou em conjunto.

— Eu estava morrendo de saudades de vocês. — disse a morena.

— Ai Carlota, você está me esmagando. — Sam fingiu estar incomodada, mas sorria feliz. Ela também tinha sentido falta da amiga.

— Então o que aprontaram durante a minha ausência? — Carly perguntou animada, arrastando Sam pelo pulso e eu indo atrás.

— Ah, você sabe. Eu comsegui controlar meus impulsos para não machucar o Frednerd aqui. — respondeu Sam com voz de tédio.

Ela me encarou quando tomei o espaço vazio ao lado dela.

— Boa garota. — Carly brincou e ambas riram.

— Hahaha. Muito engraçado. — repliquei.

Estávamos todos juntos no sofá enquanto a morena contava animada as novidades da sua viagem para a casa do avô. Cansado da conversa, comecei prestar atenção a TV ligada apoiando meu braço no sofá, atrás da cabaça da Sam. Ao perceber minha ação a loura se aconchegou mais na minha direção, inclinando sua cabeça no meu ombros e seus cachos roçando a pele nua do meu braço. Após uma irritação porque os fios pinicavam, retirei meu braço e alisei os cachos da Sam, acariciando seu couro cabeludo num movimento suave.

Foi um gesto foi natural entre nós. Não demorou muito para eu perceber que Sam havia se apertado mais entre o espaço que nos separava, quase se deitando no meu ombro, indicando que ela estava gostando. Ri baixinho para não atrapalhar a conversa das duas.

— Sam. — Carly interrompeu a conversa e se aproximou da amiga, com o nariz empinado e o rosto confuso. — Você está com um cheiro diferente. É menos cítrico e um pouco mais forte. — observou pensativa. — Eu conheço esse perfume, mas onde?

Carly colocou o dedo entre os lábios e estreitou os olhos, pensando. Eu me ajeitei desconfortavelmente no sofá, parando com o cafuné e trazendo a mão para minha coxa, expressando meu nervosismo. Sam empalideceu e se afastou rapidamente, levantando-se do sofá e caminhando até a geladeira, querendo ficar o mais longe possível da Carly.

— Você está pirando Carly. É o perfume de sempre. — ela tentou disfarçar.

— Você deve estar cansada devido a viagem. — reforcei, sem graça.

— Eu não estou. — ela me encarou desconfiada, um tom de choque brilhou nos seus olhos escuros. — É isso! O cheiro é parecido com o seu!

Eu engoli em seco e corri os olhos para Sam, sentindo que eu poderia vomitar a qualquer momento. Ela também estava nervosa.

— Vocês podem ajudar na minha nova escultura?

Spencer como um anjo salvador entrou na sala e roubou toda a atenção para si, tirando o clima de tensão. O que foi de bom grado.

Eu vi quando Sam soltou um suspiro de alívio e relaxou o corpo, dando uma mordida grande no presunto.

 

 

Passamos a tarde na Carly, ajudando Spencer em sua nova escultura de abajur cintilante, não me pergunte o que ele usou ou como colou as peças.

Então a noite substituiu o dia e eu não já não podia mais ficar no apartamento vizinho ou era capaz da minha mãe aparecer com a polícia e dizer que eu fui sequestrado.

— Eu já vou indo. — anunciei às dez horas da noite. Olhei para Sam. — Você não vai dormir em casa hoje?

— Carly, posso dormir aqui? — Sam ignorou a minha pergunta.

Um súbito desejo da Carly negar o pedido da amiga loura invadiu minha mente, secando ardente minha garganta. A chance de eu ter Sam dormindo novamente comigo seria a recusa da Carly.

No entanto, a Carly nunca recusaria.

— Claro! — ela sorriu e cochichou, porém eu consegui ouvir: — Tenho mesmo umas coisas pra te contar.

Eu já sabia que se tratava de garotos, por isso olhei entre zangado e decepcionado para Sam, impossibilitado de conseguir esconder minhas frustrações. Ela pareceu compreender o olhar pois me fitou com olhos sugestivos.

Entrei em casa e preparei um lanche duplo, costume que tomei depois da Sam sempre roubar os meus lanches. Assisti um pouco de tv e ajudei minha mãe limpar a cozinha.

Por volta das onze e meia da noite, fui para o meu quarto banhar com a sensação de vazio. Lancei um olhar para a minha cama e já não era mais tão convidativa sem uma certa demônio louro querendo se apossar. Eu sentia falta da presença da Sam no meu quarto.

Balancei a cabeça a fim de espantar esses pensamentos.

Sam era minha inimiga.

Não.

Sam era minha amiga. E era isso, somente isso e nada mais.

Ignorei como o cômodo parecia mais escuro e silencioso sem a minha inquilina "indesejada’’ e decidi tomar meu banho e por as idéias no lugar. Assustava-me sentir esse misto de emoções.

Mas foi impossível uma vez que eu só pensava no sorriso apertado e sapeca que a Sam dava toda vez que aprontava alguma. Pensava em como os cachos era dourados e sedosos e como a sua boca em formato de coração era rosinha.

Ah, aqueles lábios. Pensar naqueles lábios me trouxe a lembrança da vez que eu pude experimentá-los no nosso primeiro beijo.

A água escaldante do chuveiro não era nada comparado ao que sentia agora que pensava em suas curvas. Sam tinha um corpo bonito, sem dúvidas. Algumas vezes eu me pegava desejando-a e entrava em paranóia. Algumas vezes, invonluntariamente, eu me excitava e me tocava pensando nela.

Eu estava ficando louco, deus!

Esbravejei quando notei que não havia trago o pijama e teria que sair somente com a toalha na cintura.

“Isso é o que da ficar pensando na demônio loura” — repreendi a mim mesmo, enrolando a toalha e saindo para o quarto.

Sobressaltei-me quando enxerguei a Sam na deitada na cama, observando atenciosamente meu tronco nú.

— Andou malhando, bebê? — Sam cortou o clima, ainda com os olhos em cima de mim.

Olhei para o relógio da mesa de centro.

— Você está atrasada. — disse com um sorriso, observando marcar 1h da manhã.

— A Carly dormiu tarde. — respondeu calma. — Você demorou. Pensando em mim?

Sam levantou a sobrancelha quando apontou para a minha situação, eu ri.

— É claro! — disse a verdade, mas o tom saiu em forma de brincadeira e ela riu junto comigo.


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Notas finais do capítulo

Finalmente fiz a prova.....e assisti IOMG...ohohoh...AMEIAMEI