What I Like About You escrita por Roxanne Evans


Capítulo 8
Preparações e declarações


Notas iniciais do capítulo

Para Hanyou que pediu a atualização :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/142698/chapter/8

InuYasha acorda, olha ao redor, estranhando em seu estado de transição dormindo-acordado e finalmente reconhece o local onde estava deitado, as lembranças do dia anterior quase saltando de sua mente.

Rin estava na cozinha preparando seu próprio café, hoje era sábado, e, como tal, não havia aula, o que a deixava extremamente animada e feliz, mesmo durante o período matinal. Kikyou havia saído cedo alegando que tinha combinado de passar na casa de sua melhor amiga, Kagura.

O hanyou se levanta, cambaleante em direção ao arco que chegava na cozinha, sentando-se no balcão, encarando a menina que fazia uma bagunça tremenda, tentando preparar suas panquecas.

-Bom-dia InuYasha! – Fala a pequena alegremente, sem deixar os olhos do fogão, impressionando-o com o bom humor nada usual para a garota no período antes do meio-dia.

-Bom dia Rin – Responde, desconfiado, tentando abordar um assunto qualquer para ver se aquilo que presenciava era real – E a Kagome? Como está? – Volta a perguntar, ainda sentindo uma bolha de preocupação dentro de si com o estado dela.

-Não se preocupe com a Kagome! De sábado, dorme até tarde – A morena diz com um sorriso tranqüilizador e verdadeiramente feliz no rosto.

-Rin, você está bem? – Ele levanta uma sobrancelha, ainda achando tudo aquilo muito estranho, quer dizer, ele não estava exagerando, já vira aquela menina jogar um despertador pela janela, literalmente falando!

-Claro que sim, por que a pergunta? – Ela ainda sorria, assustando-o, ele resolve abordar o tema com cautela – Então né? Você não é exatamente conhecida por seu ótimo humor matinal... – Ele se cala quando ela o encara por um segundo, parecendo brava, mas por fim, apenas lhe sorri, simpática.

-Hoje é sábado! – Com isso o sorriso dela parece alargar, quase rasgando seu rosto pequenino.

-Ahhh, tudo explicado – Ele então se cala, olhando em volta, entediando-se – O que teremos para o café? Panquecas?

Ela o encara descrente, como se o que acabasse de dizer fosse pecado.

-Essas são minhas panquecas! Você pode fazer as suas se quiser!

-Ahá! Sabia que a Rin que eu conhecia estava aí em algum lugar – Ela o olha, abespinhada e ele ri, divertindo-se com a expressão infantil de aborrecimento dela.

-Mas então, se você topasse dividir suas panquecas, eu até poderia fazer um molho de chocolate para elas e um suco, o que acha? – Diz, tentando controlar o riso. A verdade é que normalmente também não era bem-humorado pela manhã, nada comparado a Rin, mas ainda assim... Mas o dia de hoje o favorecera, começando tão cômico.

-Jura? Isso poderia acontecer! – Diz, parecendo entusiasmada

Ele então ruma para a geladeira, puxando suas mangas.

A próxima hora passou rapidamente com dos dois conversando amenidades, primeiro enquanto comiam e depois na sala, enquanto assistiam tv, mas assim que o relógio anunciou onze horas, Rin se levantou e disse que teria de se trocar, pois sairia para o shopping hoje.

Coloca então um vestidinho leve, de alcinha, preto, que ia um pouco acima dos joelhos. Era um vestido simples, bonitinho e fresco, ideal para o dia de sol que fazia.

Sem se demorar, põe uma sandália leve sem salto e sai, pegando um táxi, indo se encontrar com Ayame, despedindo-se de InuYasha, que escolhera ficar no apartamento para quando Kagome acordasse.

Ao chegar ao local combinado e verificar no seu relógio que o horário era o combinado, Rin decepciona-se ao perceber que teria de esperar. Revirou os olhos, olhando em volta com desinteresse.

De longe avista Jasmine e Bankotsu e sorri de leve. Como a menina de cabelos azulados acaba por avista-la também e acena, resolve conversar um pouco, afinal, matar um pouco o tempo não era crime.

-Que coincidência encontrar vocês por aqui! – Exclama a menina, tentando soar verdadeiramente feliz, mas falhando de leve, pelo tom ainda levemente irritadiço que continha em sua voz. Rin odiava ter de esperar – Vieram passear? – Prossegue, antes que eles tivessem a chance de perceber seu humor.

-É sim, resolvemos sair um pouco – Responde a outra, um pouco corada por ter sido flagrada, mas feliz em encontrar uma amiga.

-E você, resolveu passear também? – Pergunta Bankotsu, simpático, entrando na conversação.

-É, só estou dando uma volta – Diz a menina, levemente mais animada, gostando de poder passar o tempo – Vim me encontrar com Aya-chan! – Dessa vez volta a seu estado anterior, mais irritada do que antes, podendo perceber que passara isso em sua voz, logo, se calando.

-Legal – Fala o moreno de tranças, estranhando o esquisito comportamento da garota a sua frente, olhando o relógio – Rin, não é por nada, mas agora a gente tem de ir, porque senão a gente perde o filme tá?

-Tudo bem, tchauzinho – Fala, acenando para o casal que se afastava – "Apaixonados..." – Pensa, sem saber porquê aquilo a deixava sem paciência. Devia ter dormido mal, não era comum ficar arredia em dias de diversão. Ainda os olha de longe, vendo que conversavam animadamente de mãos dadas e por fim suspira, voltando-se para o ponto de encontro.

Mal ela sabia que seu dia não ficaria muito melhor quando a sua melhor amiga chegasse, e só tivesse fala para o que Kouga sabia e não fazer e o que gostava e não de realizar.

Aquele seria realmente um loooongo encontro.

-/-

No apartamento Higurashi, InuYasha estava deitado no sofá, tentando conseguir um pouco de conforto debaixo do ventilador no dia quente, meditativo.

-"Coitado do Miroku, sei que, apesar de ele brigar muito com a Sango, ele, na verdade, é apaixonado por ela..." – Se perdia em incontáveis pensamentos, a maior parte deles vindos da partida da melhor amiga de uma pessoa que significava muito para ele.

Nisso, Kagome entra na sala bocejando, a procura de algo para comer, e, ao avistar o amigo no sofá e constatar que ele não havia reparado em sua presença, resolve falar.

-InuYasha... – Parecia incerta – O que faz aqui? – Pergunta, curiosa e um pouco confusa, a sobrancelha levemente arqueada sobre os olhos castanho-esverdeados.

-É que ontem, como estava muito tarde, Rin me convidou para ficar aqui... – Explica, um silêncio constrangedor se formando no recinto levemente abafado. O garoto de cabelos prateados parece disposto a quebrá-lo.

-Hey, tem café na cozinha, quer? Está realmente bom! – Ele sorri, tímido, recebendo outro sorriso de volta.

-Sim, claro que sim... – Uma vez sentados para comer, com InuYasha insistindo em cobrir sua comida com muita cobertura de chocolate e depois indo para a geladeira para pegar um copo de água para si, a menina parece sorrir, verdadeiramente feliz – Hey, InuYasha – O garoto se vira – Obrigada.

Ele não responde nada, apenas fazendo um aceno com a cabeça. Depois disso, a menina pede para que ele o levasse na casa de Sango, pois realmente precisava acertar as coisas com ela, não seria justo deixa-la ir sem antes conversarem.

InuYasha, óbvio, não discorda, e, depois de um bom café tomado quase na hora do almoço, os dois saem tomando como destino, a direção da casa de Sango.

-/-

Kikyou encarava uma porção de porta-retratos pendurados na parede amarelo claro da amiga, enquanto esperava a mesma terminar de fazer o chá.

Já havia ido lá diversas vezes, mas nunca se cansava de encarar as pequenas e numerosas fotos, com lembranças de épocas passadas.

Em uma, olhava para si própria e Kagura, com sua turma de formandos da faculdade. Sorri com a lembrança, ainda tão vívida, mas ao mesmo tempo tão distante.

-Você realmente adora memórias não é? – Diz a morena alegre, que entrava na sala segurando duas xícaras com líquidos fumegantes.

-Gosto de aprecia-las, me deixam nostálgica e acabam por me deixar feliz... – Confessa a de pele quase branca, com um sorriso estranho no rosto.

Kagura apenas esboça um sorriso ante ao comentário, sentando-se em um dos sofás dispostos na sala suficientemente espaçosa. Beberica o líquido quente, degustando-o um pouco, antes de voltar a falar com a que ainda se encontrava em pé.

-Mas e então? Como foi com o Naraku ontem? – O tom era provocativo e vividamente maldoso, fazendo Kikyou corar.

-O que quer dizer? Não aconteceu nada demais... – Ela dá uma pausa, parecendo escolher bem as palavras antes de prosseguir – A gente ficou estudando as possibilidades do que poderíamos fazer com a capa... E nada demais – Disse, abaixando o rosto e encarando o líquido transparente do recipiente em suas mãos.

-Ahan... Sei – Diz a outra, desconfiada – Quer dizer então que ele não tirou nem uma lasquinha da sua companhia? Eeeeu não acredito... – Aquilo só serviu para deixar a irmã mais velha ainda mais vermelha e sem jeito, por ter se lembrado de quando Naraku ajeitou a franja em seu rosto, demorando-se bem mais do que devia e quando ele, com a desculpa de tentar ver melhor o laptop à frente dela, apoiara uma de suas mãos no joelho delicado dela. E a culpa não melhorara pelo fato da moça tê-lo deixado fazer aquilo. Seu rosto parecia um tomate de tão vermelho.

Kagura apenas ria, divertida.

-Seu problema é que você é muito puritana Kikyou! – Diz a amiga, rindo com mais afinco diante da expressão de descrença que lhe é lançada – Mas não se preocupe, vou descobrir tudo o que aconteceu, afinal, como o combinado, temos até o final do dia e é impossível ficar quieto durante a manicure – Completa a morena, feliz da vida por ainda ter tempo de arrancar a informação da outra, voltando a rir, deixando Kikyou cada vez mais arrependida por ter marcado o dia para uma folga de amigas...

-/-

Ao chegar na casa da melhor amiga, Kagome toca a campainha, tensa, antecipando o que viria a seguir, são atendidos por Kohaku, que os cumprimenta educadamente, com um sorriso e os convida para entrar.

Rapidamente o menino mais novo de cabelos castanhos informa a morena de que Sango se encontrava no quarto, preparando suas coisas. Meio hesitante, Kagome toma o caminho das escadas, deixando InuYasha e o irmãozinho de Sango sozinhos na sala.

Ao bater na porta de madeira do tão conhecido quarto, sente quando esta é aberta e percebe o olhar surpreso da dona do local com a visita inesperada.

-Achei que não fosse vir – Fala, realmente aliviada por ver a de cabelos negros a sua frente.

-Eu sinceramente pensei nisso – A de cabelos castanhos então sorri, divertida, antes de abrir passagem para que a menina entrasse.

Kagome então tem a oportunidade de vislumbrar a força da decisão de Sango ao ver o número grande de caixas de papelão empilhadas no chão e malas espalhadas pelo quarto lilás, formando uma enorme bagunça, misturada a roupas, cds, dvds e outros pertences largados pelos lados, esperando serem empacotados.

-Você realmente se decidiu não? – Não consegue evitar uma pontada de sarcasmo na quase afirmação, arrependendo-se de sua amargura quase instantaneamente.

-É... – As duas se calam com a afirmação, com medo de brigarem e se machucarem mais, logo antes de se despedirem, evitando o desentendimento. Então, subitamente, Kagome abraça Sango, surpreendendo-a.

-Você é a melhor amiga que alguém pode ter! – Fala rápido, tentando engolir o choro, mas sentindo a voz falhar – Boa-sorte! – A essa altura já não conseguia esconder as lágrimas que lhe desciam dos olhos.

-Obrigada – Responde a outra, também começando a chorar. – Como eu vou sentir falta disso aqui enquanto eu estiver lá – Murmura, tentando se consolar e a amiga, mas falhando.

Kagome se despede da amiga pouco tempo depois, afinal, esta tinha muitas coisas para arrumar e não podia atrapalha-la agora, e se ficasse lá tudo o que faria seria chorar ou acabar brigando com Sango, preferindo assim, realmente deixa-la em paz. InuYasha não comenta e nem pergunta nada sobre o acontecido, só a acompanhando até o carro.

Sango os observa da janela de seu quarto, o carro tomando velocidade antes de sumir ao virar a rua.

Suspira fundo sentando-se na cama. Estaria fazendo a coisa certa? Estava abandonando tudo o que conhecia e a todos que amava só por mais uma chance com seu pai, será que seria válido tamanho sacrifício?

Deixar para trás sua casa, seu conforto, sua língua natal, sua mãe e seus amigos só por um futuro incerto?

Sua mente divagadora repousa na imagem de Miroku, quase imperceptivelmente, fazendo a garota se envergonhar por pensar nele.

Gostava dele, de verdade, muito embora o achasse incapaz de sentir o mesmo por ela, pelo menos não verdadeiramente. Ele podia se sentir atraído por ela, mas isso era muito diferente de gostar dela.

Volta a respirar pesadamente, nem ao menos o avisara de sua partida, não tinha tido coragem, não queria ver sua reação, temia que não houvesse nenhuma, apenas a indiferença em um sorriso frio. Abraça-se, encostando suas costas a parede atrás de si. Achava-se uma covarde e estava fugindo...

-/-

Depois de deixa-la em casa, InuYasha se despede ainda angustiado, as sobrancelhas juntas no meio do rosto de tensão, mas sem outra alternativa ou desculpa para ficar a abandona ali, apenas com a esperança de que, se fosse necessário, seria chamado.

Rin já estava em casa, na sala, assistindo TV, tremendamente entediada, mudando de canais sem de fato parar em nenhum, apenas para ter um passatempo, mas, ao ouvir o barulho da porta, interrompe o que fazia, virando-se bem a tempo de ver a irmã entrando.

-Ka-chan! Já voltou? Falou com a Sango? – Pergunta a caçula, feliz por ter alguém com quem conversar e irmã, e ainda preocupada com essa, não precisando ser tão discreta quanto InuYasha para manifestar-se por serem irmãs.

-Sim, ela realmente vai embora... – Comenta Kagome, sentando-se ao lado da menor, fitando um ponto da parede, com o olhar levemente perdido.

-Ah, sinto muito – Dizendo isso, Rin abraça forte a irmã, passando-lhe conforto e carinho com o gesto.

-/-

Sango acorda de manhã, olha ao redor e pensa que aquela seria sua última semana ali. Levanta-se, tentando espantar tais pensamentos, trocando-se rapidamente, para depois se dirigir à cozinha, para comer alguma coisa no dia que começava, encontrando Kohaku fazendo seu próprio lanche.

-Maninho – Fala, carinhosa – Já aprontou suas coisas para a viagem? – Diz, afável.

-Mana! – Ele parecia genuinamente feliz ao vê-la – Já estão, quase prontas... – Na verdade o menino só estava fazendo aquilo pela irmã, pois sabia o quanto aquilo significava para ela, por ela ter sempre sido tão próxima a seu pai e tudo, arrasando-a quando ele foi embora para tão longe, mantendo tão mal a sua relação com eles. Aquilo não o abalava muito, gostava de estar onde estava e de ter a sua mãe, mas Sango parecia quase dependente da saudade, viciada em alguma lembrança do passado... Um pensamento atormentava a sua mente.

-Então, acho que eu vou para o meu quarto terminar de arrumar as minhas... – Dizendo isso, sem delongas, pega um yogurt na geladeira, dá um beijo bem estalado na bochecha, preparando-se para deixar o recinto, sendo impedida na última hora.

-Mana? – Ele a chama, incerto. Ela se vira e dá um sorriso.

-O que foi maninho?

-Você sabe que não precisamos fazer isso certo? Que não precisamos caçar a aprovação do papai o tempo inteiro não? – Ela parece se assustar com as informações, encarando-o com incredibilidade – E que ele tem orgulho da gente, mesmo estando longe... E por último, que agora que ele está melhor, é capaz de manter contato, a gente não precisando fazer tudo isso para ter uma relação com ele...

Ela o encara durante alguns minutos, calada. O silêncio pesado instalado no ar. E quando a sua voz vem, sai embargada.

-Eu sei, mas tenho medo de que ele vá sumir – Ela pausa, começando a chorar – Vá desaparecer como antes, não quero que isso aconteça... – Com isso ela simplesmente se vira apressada, correndo em direção das escadas, deixando-o sozinho.

Naquele dia os preparativos finais estariam sendo feitos, o tempo estava se esgotando devagar, porém impiedoso.

-/-

-InuYasha, você sabe por que a Sango não veio para a escola hoje? – Pergunta Miroku, preocupado com a falta da garota que sempre parecia chegar tão cedo.

-Deve ser porque ela tem muitas coisas para arrumar... – Ele pondera, pensativo – Com a mudança e tal...Deve ser isso...

-É mesmo... – O garoto aparentava estar desanimado. O meio youkai até se impressionara o perceber que o amigo não havia cantado ou passado a mão em nenhuma garota hoje – Acho que vou passar na casa dela depois... – Comenta Miroku, uma luz surgindo em seu rosto com a idéia.

O garoto só havia descoberto a notícia no dia anterior com uma ligação de InuYasha, e desde então estava tendo dificuldades em digerir o fato, procurando o tempo inteiro razões pelas quais a menina deveria ficar.

-Vai nessa Romeu! – Incentiva o garoto de cabelos prata, um sorriso divertido nos lábios.

-Muito engraçado senhor InuYasha – Responde Miroku, subitamente mal-humorado, não gostando da brincadeira, sentindo-se exposto e rechaçado.

-Eu sei que eu sou –Responde, fazendo pose.

-Gente! – Nisso chega Kagome, cumprimentando-os e indo ao encontro deles. Ela tinha uma aparência levemente abatida aos olhos vigilantes de InuYasha, como em uma noite mal dormida, mas estava realmente melhor, o que o fazia sentir-se menos aflito com ela.

-Kagome, tudo bem? – Pergunta, só para ter certeza.

-Hai! – Responde, sorrindo, verdadeira, feliz com a consideração – Vamos para a sala? – Kagome sempre adorou a relação que tinha com InuYasha e, embora eles brigassem muito, ele realmente cuidava dela, realmente se importava, o que a fazia conseguir se mostrar de verdade para ele, sem medo de se machucar com o ato.

Os três vão para a sala, Kagome logo ao lado de InuYasha, tentando captar um pouco de sua energia protetora, não querendo sentir-se mais triste do que já estava ao ter de conviver com Miroku. O trio evita mencionar o nome de Sango, como um fantasma que sempre estivera com eles.

-/-

Lá por volta das quatro horas da tarde do mesmo dia, Miroku foi visitar Sango, hesitante e medroso. Assim como Kagome, é atendido por Kohaku que o cumprimenta e o deixa entrar, sem maiores perguntas, para o alívio do garoto.

-A mana já vai descer, só espere um instante – Diz ele sorrindo, educado, indicando o sofá confortável da sala de estar.

-Obrigado –Miroku não precisou ficar muito tempo sentando, pois logo Sango aparece no topo das escadas, descendo com graciosidade, o coração pulando no peito, por mais que tentasse esconder, indo falar com o amigo, não deixando de estranhar sua visita.

-Sango! Vim para ver como estão as coisas – Ele dá uma pausa, antes de continuar, esperançoso – E, talvez, quem sabe, até dar uma saída, o que você acha? – Estampa um sorriso sem segundas intenções, olhando-a com expectativa.

-Ah – A menina cora de leve ante ao inesperado convite, seria o certo a se fazer, principalmente agora que iria embora? Não queria fazer sua ida mais difícil, mas também quisera aquela oportunidade por um longo tempo, pigarreia, pensativa – Eu até posso ir, mas primeiro eu preciso terminar de arrumar as minhas coisas, pode ser?

-Tudo bem. – Ele parecia suficientemente agradado com a resposta – Quer ajuda? – Oferece, educado, ao mesmo tempo animado com o fato de poder passar mais tempo ao lado de Sango, principalmente, sozinho com ela.

-Claro! Uma ajuda é sempre bem-vinda!

Os dois trabalharam a tarde inteira em silêncio, nenhum dos dois com coragem de dizer alguma coisa, temerosos de espantarem um ao outro no momento tão crítico de tempo limitado que possuíam, por isso optaram por simplesmente trabalhar, sem a troca de palavras. Terminaram de arrumar tudo que havia para ser arrumado por volta das oito horas da noite, e depois de uma rápida arrumação com o que ainda estava a mão, Sango está pronta para sair para passear.

-Aonde você quer ir? – Pergunta Miroku olhando para a amiga, sem idéias de onde poderia leva-la para agradar a ambos.

-Não sei...Ao... cinema, talvez... – Pensa a garota, também querendo escolher um lugar onde os dois poderiam se divertir, o que ela não percebe é que, enquanto pensava Miroku acaba tendo uma idéia muito melhor, lembrando-se de uma conversa que tinham tido algum tempo atrás.

-Venha, vamos! A minha idéia é melhor! – Pega a mão da garota para conduzi-la, sem pensar, surpreendendo-a de leve, mas não causando nenhuma resposta negativa dela.

Eles chegam ao local umas oito e meia, o garoto tampava os olhos de Sango para que não pudesse ver o lugar onde estavam, querendo fazer uma surpresa. A moça ouve uma musiquinha animada e se perguntando onde estariam, tenta, mais uma vez, inutilmente

-Miroku, onde estamos? – Tenta usar um tom mais seriamente interrogativo, mas esse também não parece funcionar.

-Você já vai ver! – Quando ele tira as mãos da vista da adolescente, ela tem uma grande surpresa.

-Um parque de diversões! Não vou num desses desde meus sete anos! – Ela se virou para ele com um sorriso de muita felicidade, contagiante – Você se lembrou do que eu disse! – Ela o abraça, surpreendendo-o e deixando-o nervoso, mas logo se afasta, não parecendo saber o efeito que causara – Adorei!

Os dois procuram se divertir o máximo que podem, com esperança de tornar aquele dia inesquecível. Montanhas-russas, carrosséis, cachorros-quentes, algodão-doce e até ursinho de pelúcia!

-Muito bom! – Comentava Sango a respeito do sorvete que terminava – Mas agora, vamos embora porque está ficando tarde e amanhã eu preciso acordar cedo... – Ela pára, desanimada, incerta de estar fazendo o que deveria fazer, amedrontada com o peso da decisão de ir embora e os impactos disso em sua vida.

Percebendo o momento de hesitação da menina, ele procura mantê-la mais calma, tirando-a de seus devaneios.

-Você tem razão, vamos, pois amanhã eu tenho aula e, você, tem de terminar os preparativos para a sua partida. – Ele parecia sério como nunca antes parecera a Sango, e ela forçou um sorriso ao perceber que ele tentava ajuda-la.

-Mas antes que tal irmos a um último brinquedo? – Dessa vez seus olhos dão um brilho especial, que faz o garoto sentir-se subitamente tímido na frente dela.

-Qual você quer, Sango-chan? – Pergunta Miroku, com a voz doce, chamando-a pelo apelido carinhoso, mesmo que ela não percebesse.

-A roda-gigante! – Exclama e, sem que ele tenha tempo para pensar, o puxa pelo braço para o brinquedo. Ele mal tem tempo de explicar seu medo para ela. Os dois entram, e, aos poucos, a roda-gigante vai subindo.

-Eu adoro rodas-gigantes! – Exclama Sango observando a linda paisagem em volta, extremamente animada, adorando a finalização que dera ao dia.

-Eu não! Tenho medo de altura! – Fala Miroku com a voz fraca, tentando não olhar para baixo e segurando, com muita força a barra de metal que os deixava presos na cadeira, branco como papel sulfite. Ela o encara por alguns segundos, levemente arrependida, mordendo a parte de baixo do lábio.

-Eu não sabia... – Ela olha em volta, procurando uma solução – Então não olhe para baixo... – Murmura, como se fosse muito simples, voltando os olhos para a paisagem, admirando-a, verdadeiramente encantada. Agora, a roda-gigante estava em seu ponto mais alto.

-E para onde eu posso olhar? – Fala, desesperado, sentindo seu corpo ter vertigens.

-Ah, sei lá...Olha para...Para mim, ué... – Ela fala, divertida.

Miroku se vira e fica um tempinho a admirar a expressão de deleite da garota enquanto ela olhava para tudo em volta. Então ela se vira, percebendo que seus rostos estavam muito próximos. Eles se encararam durante alguns segundos e a roda-gigante começa a descer, lentamente.

-Hey... – Ela fala, baixinho – Até que não foi tão ruim não é? – Diz, a respeito do brinquedo.

-Não mesmo... – Ele responde, maravilhado, ainda encarando-a, então, sem perceber o que fazia, sob o efeito da droga fascinação, fecha a distância entre eles, beijando-a de leve. Ela fecha os olhos.

Os dois se beijam primeiro tímida, depois apaixonadamente, se conhecendo, as línguas brigando por espaço, um beijo de paixão, amor e ternura, guardado por muito tempo. Ele mal acreditava que aquilo estava acontecendo.

O cheiro e a proximidade dela o inebriavam, o faziam sentir-se em um outro mundo, um mundo melhor.

Mas quando o garoto tenta enlaçar a cintura dela, a roda-gigante chega ao chão e ela se afastam descendo, algumas lágrimas surgindo com velocidade em seus olhos.

-Desculpa – Ela murmura, baixo, encarando o confuso menino – Mas eu não posso, não posso fazer isso! Não agora! – Se vira, indo embora correndo

-Não! Sango! – Miroku se levanta e tenta correr atrás da moça, mas é inútil, pois ela já desapareceu no meio da multidão de pessoas. Durante algum tempo ele vagueia pelo parque, procurando-a, esperançoso, mas, ao perceber que não a acharia e que provavelmente ele tinha ido embora, Miroku volta para casa, não conseguindo esquecer o beijo que dera em Sango...Dos seus lábios macios...

Droga! Se ela também tinha esses sentimentos por ele, por que o abandonava?

Por que justo agora que tudo parecia dar certo?

Continua!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "What I Like About You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.