Samantha! escrita por Maluh


Capítulo 1
Capítulo 1 - Samantha Howard!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Boa leitura!



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Primeiro capítulo – Samantha Howard!

         Meu nome é Samantha Howard e eu tinha 15 anos. Morava em Ohio – Cleveland. Minha vida poderia ser descrita como perfeita! Meu pai, Martin é um detetive particular e minha mãe é apenas uma dona de casa. Eu estudava na Metropolitan High School.

         Assim como qualquer garota normal, eu tinha amigos e um namorado, o nome dele era Lucka Hénaff. Sua mãe era atriz, mas teve que parar de trabalhar para cuidar dele.

         Tudo na minha vida era perfeito, até o dia em que minha mãe abandonou o meu pai por um cara chamado Juan Mazatenango. Obvio que minha mãe me levou junto com ela e assim fomos morar na cidade de Hamilton situada em Ontário no Canadá.

         Com essa loucura da minha mãe eu tive que mudar toda a minha vida. Tive que deixar minhas amigas e amigos, meu namorado e o pior de tudo, eu tive que deixar meu pai. Eu ele ainda mantemos contato. Ele é o único com o qual eu mantenho contato. Eu tentei continuar com o Lucka, mas minha mãe me proibiu! Ainda não sei direito o porque.

         Juan, meu padrasto era um cara super legal! No primeiro ano de convivência, ele foi uma pessoa super divertida, mas depois que ele se envolveu com drogas e álcool, o cara mudou totalmente. Eu já não me sentia segura morando com ele até que um dia ele fez uma crueldade comigo!

                   Flashback

         Eu tinha acabado de voltar da escola e minha mãe tinha saído para fazer compras. Cheguei em casa e encontrei Juan sentado no sofá de casa. Uma cerveja estava em sua mãe. Assim que me viu, ele foi logo sendo grosso.

         - Me traz uma cerveja – ele sempre me pedia isso. Fui até a geladeira e vi que a cerveja tinha acabado o que não ia deixar ele muito feliz.

         - Acabou a cerveja, Juan – eu disse. – Minha mãe deve ter ido comprar mais.

         - Eu quero cerveja – ele disse e se levantou. – Vá comprar para mim - o bafo dele estava a pura álcool. Ele deve ter tomado algo a mais do que cerveja.

         - Não posso comprar cerveja, sou menor de idade.

         - Não me venha com desculpas – ele disse e agarrou com força o meu braço.

         - Você está me machucando – eu disse e tentei me livrar da sua mão, o que foi em vão.

         - Problema seu. Essa casa é minha, eu que mando aqui. Agora me compre uma cerveja.

         - Eu já disse que não posso. Eu tenho apenas 17 anos, não posso comprar bebida alcoólica.

         - Você vai se arrepender por me enfrentar – ele disse e me jogou no chão.

         Desde que eu tinha ido morar no Canadá, eu tinha deixado de ser uma patricinha mimada. Eu estava tentando fazer de tudo para não chorar, mas as lágrimas saíram involuntariamente.

         - Você precisa de um corretivo – ele disse e foi em direção a tabua de passar roupa. Pegou o ferro que minha provavelmente deixou ligado antes de sair.

         - Não! – eu disse e me levantei. – Não faça isso, por favor, não faça isso.

         Ele não respondeu e continuou indo na minha direção. Corri! Mas ele foi mais rápido e me pegou, tentei lutar e não consegui. Juan era um lutador de Vale-Tudo e eu sou apenas uma adolescente, seria impossível eu conseguir me livrar, mas eu continuei tentando.

         Ele levantou a minha blusa e encostou o ferro quente nas minhas costas. A única coisa que me lembro é que a dor era insuportável. Eu estava gritando e ele não tirava o ferro. Com a mão esquerda eu bati com toda a minha força em seu braço o que o irritou ainda mais.

         - Você não sabe o que fez – ele tirou o ferro das minhas costas e agarrou a minha mão.

         Eu pensei que ele finalmente ia parar, mas ele me derrubou no chão e queimou a minha mãe esquerda. Eu tentei de todas as formas tirar a minha mão dali, mas não consegui. Aquela dor era a coisa mais dolorosa que eu já tinha sentido na minha vida.

         Quando ele resolveu tirar a minha mão do ferro, para ele não foi suficiente. Ele me arrastou até a cozinha.

         - Porque você está fazendo isso? – eu perguntei. – Para, por favor, para!

         - Você me deixou com raiva, e eu não gosto que me deixem com raiva – depois que concluiu a frase ele ligou o fogão e encostou a minha mão na boca do fogão. Eu gritava, pulava e esperneava, e nada de ele parar. Eu sabia que a minha mão já estava em carne viva. As minhas costas pelo menos não doíam mais. Ele ainda não se sentia satisfeito e aonde ele tinha queimado as minhas costas, ele passou a unha dele, que estava grande e mal cortada. Eu gritei ainda mais.

         A dor naquele momento era tão insuportável que eu acabei desmaiando.

         Acordei numa maca de hospital, com a minha mãe segurando a minha mão direita, ela me observava e quando viu que eu acordei começou a chorar.

         - Filha, graças a Deus – ela disse e me abraçou. – Finalmente você acordou. Vou chamar a enfermeira – com isso ela saiu do quarto.

         Não falei nada. De repente me lembrei o que aconteceu. Levantei minha mão esquerda e vi-a toda enfaixada. Tudo tinha acontecido. Aquele desgraçado me queimou.  Algum tempo depois, minha mãe voltou com um homem alto ao lado.

         - Trouxe algo melhor filha – ela disse e se aproximou de mim. – Esse é o médico e ele disse que já podemos ir para casa.

         - Não – eu gritei e me sentei na maca. – Eu não vou pra casa.

         - Você tem que ir para casa, filha – disse minha mãe.

         - Não ela não tem que ir – disse uma voz familiar vindo da porta do quarto.

         - Pai! – eu disse e sai correndo em direção a ele e o abracei. – Papai, eu senti tanto a sua falta! Eu amo você pai! – eu não via o meu pai à exatamente dois anos. Vê-lo ali me fez esquecer do que aconteceu.

         - Eu também senti sua falta! – ele disse e me abraçou, só que não muito forte devido à queimadura nas minhas costas.

         - Eu não quero voltar para casa pai, eu não quero – comecei a chorar. – Eu não quero.

         - E você não vai – ele disse e me olhou. – Eu não vou deixar.

         - Ela vai para casa comigo, Martin – disse minha mãe.

         - Não eu não vou – eu disse e olhei para minha mãe. – Eu te falei para expulsar aquele cara de casa. Ele me queimou mãe! Ele me maltratou. Eu só volto para casa se a senhora me disser que ele não está mais lá – eu disse e olhei fundo em seus olhos. – Ele ainda está lá? – minha mãe não respondeu e como dizem, quem cala consente – Eu sabia.

         - Eu nunca pensei que você seria capaz de permitir isso Carole – disse meu pai para minha mãe.

         - Martin...

         - Você vai morar comigo Samantha – disse meu pai para mim, ignorando totalmente a minha mãe. – Eu já peguei tudo o que é seu na casa da sua mãe. Amanha mesmo viajamos!

Fim do Flashback

         É por isso que neste momento estou no avião de volta a minha cidade natal. Todas as lembranças da minha cidade estavam voltando naquele exato momento. Uma parte de mim queria que eu visse o mais rápido possível os meus amigos e meu ex-namorado, mas outra parte de mim não queria vê-los, pelo simples motivo de eu ter me mudado e nunca ter dado uma explicação ou o fato de que ninguém tentou me achar.

         Meu pai estava segurando a minha mão direita durante quase toda a viagem. Minha mão esquerda não doía tanto devido aos medicamentos que o médio receitou. Eu tive uma queimadura de segundo grau na minha mão o que deixaria uma cicatriz feia e nojenta. Nas minhas costas o ferimento foi leve, mas ainda assim eu ficaria com uma leve cicatriz.

         Avistei do avião a cidade e logo fiquei nervosa. Eu seria a garota que voltava depois de dois anos longe. E com essa luva preta que eu botei por cima do curativo da minha mão, eu seria a pessoa mais estranha do mundo! Mas eu já estava acostumada de ser chamada de louca na minha antiga escola do Canadá.

Como sempre dizem Samantha Howard = Loucura na certa!


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Notas finais do capítulo

Se gostarem comentem e se não gostarem comentem também. Assim que a fanfic receber reviews e alguns leitores eu posto o segundo capítulo!


Beijos de Malu-Lulu!