- ARG! Como eu odeio ele! – gritei entrando no chalé. Ele fez questão de rabiscar meu pôster do Marilyn Manson. Como ele pode fazer isso?! Ele está ferrado na minha mão. Pode escrever o que eu penso. Sai do chalé e vi Annabeth passando por ali.

- Annabeth! – chamei e ela veio até mim.

- Que foi?

- Onde é o chalé do Brian? – perguntei

- Lá. – ela apontou para um chalé todo preto com algumas janelas. Tinha uma foice desenhada na porta.

- Valeu. – disse e corri para lá.

Entrei no chalé dele para ver fazer uma “brincadeirinha” com Brian. Abri um baú que tinha em uma cama e encontrei as roupa de Brian lá. Peguei a primeira blusa que achei, depois peguei meu canivete e comecei a corta-la. Fiz isso em quase todas as roupas dele.

De repente a porta do banheiro abre e Brian sai de lá de bermuda e segurando uma toalha. Opa, pega na fraga.

- O que você vez com as minhas roupas?! – gritou Brian olhando para o chão aonde tinha a maioria das roupas dele rasgadas.

- Só uma surpresinha! – disse sorrindo. Me virei para sair do seu chalé, mas Brian ficou na frente da porta. Ele sorriu ao ver que eu estava sem saída. Ele foi avançando enquanto eu recuava. Eu fui recuando até encostar na parede. Brian colocou as mãos na parede atrás de mim, na altura dos meus ombros, me impossibilitando de tentar fugir.

- Agora você terá que pagar pelo que fez com as minhas roupas. – disse Brian com um sorriso irritante nos lábios.

- Ah é? – disse em tom de desafio. – O que eu terei que fazer?

- Isso. – Brian abaixou a cabeça e me beijou. Minhas mãos foram automaticamente para seus cabelos. Suas mãos foram para minha cintura juntando nossos corpos. Ele me beijava com urgência e eu correspondia. Sua língua pediu passagem e eu permiti. Ele desceu seus lábios pelo meu pescoço, traçando uma linha de calor. Suas mãos começaram a subir pelas minhas costas causando arrepios em minha pele.

- Brian, você viu... – disse Nico entrando no chalé. Quando ele viu a nossa situação ele corou MUITO. – Hã... Estou atrapalhando algo?

- Sim. – disse Brian emburrado.

- Não, você não está atrapalhando nada, pois não está acontecendo nada. – disse tirando o braço de Brian da minha cintura.

            Sai do chalé de Brian e puxei Nico junto comigo. Nós caminhamos em silencio até a arena. De lá nós nos separamos. Nico foi lutar com Percy e eu fui procurar as meninas.

- Meg! – gritou Melissa correndo na minha direção. – Onde você estava? Estamos te procurando a um tempão.

- E-eu estava falando com Brian.

- Sei... Agora vamos! Temos que falar com Isabella! Ela foi reclamada. Acho que a mãe dela é Atena... – disse ela me puxando pelo acampamento. Uma concha soou alto pelo acampamento e depois Marie apareceu correndo desesperada em nossa direção.

- Meninas, vocês não vão acreditar! – disse Marie ofegante – São as caçadoras de Ártemis!

- Quem? – perguntou Melissa.

- Ártemis é a deusa grega da vida selvagem e da caça. Irmã gêmea de Apolo...

- Ok senhora Wikipédia dos Deuses. Ela já entendemos. – disse interrompendo Marie antes dela se empolgar. – Vamos lá ver as tais caçadoras.

            Fomos andando até o começo do acampamento, onde tinha uma aglomeração. Sai empurrando todo mundo para poder ver melhor. Quando eu cheguei na frente da muvuca vi um      bando de garotas descendo a colina meio sangue. Isso é as caçadoras de Ártemis? Um bando de garotas? Nossa que interessante. Notou o sarcasmo na minha voz? Ótimo. Uma delas prendeu minha atenção.

- Marie, olha aquela garota ali. Ela é parecida com você. – disse apontando para uma garota de cabelo preto, olhos azuis elétricos e usava uma tiara prata na cabeça.

- É mesmo, né. – murmurou Marie

- Ela e a tenente das caçadoras. Seu nome é Talia e ela é filha de Zeus. – disse Melissa.

- Como você sabe?

- Eu estou a mais tempo aqui do que você Marie. Ouvi histórias sobre ela. – disse Melissa. – Tipo quando ela chegou aqui no acampamento, para salvar a Anabeth e Luke, com carinha lá, ela ficou para trás e acabou morrendo, mas como Zeus teve pena da sua filha a transformou em um pinheiro. Aquele ali ó. – Melissa apontou para o pinheiro que tinha em cima da colina. – Aí depois de um tempo...

- Melissa, fica quieta um minutinho. – eu a interrompi. Vi a garota, Talia, se aproximar de Quiron com uma cara séria e fiquei curiosa.

- Quiron, Ártemis teve que ir ao Olimpo e nos mandou para cá. – disse Talia.

- Claro. Vocês podem ficar no chalé dela. – disse Quiron.

- Caçadoras dispensar! – gritou Talia.

- Talia! – gritou Anabeth correndo para dar-lhe um abraço.

- Annie, quanto tempo! – disse quando Annie parou de abraça-la – Cabeça de algas!

- E aí cara de pinheiro! – disse Percy que levou um soco da caçadora.

- Oi, Talia. – disse Nico

- Oi, Niquinho. – disse Talia. Ela olhou para nós, ou melhor, para Marie e perguntou: - Quem são?

- São novas no acampamento. Essas são Marie Miller, Magnólia D’if e Melissa Ozera. – disse Annabeth.

- Sou Talia, filha de Zeus e tenente das caçadoras de Ártemis. – disse.

- Você já sabe quem somos.

- Você é filha de quem? – perguntou ela apontando para Marie.

- Não sei. Ainda.

- Você vai descobrir. – disse ela.

- Ok. Eu vou andar por aí. Enquanto isso vocês podem ficar conversando. – me virei para sair andando, mas antes me virei e falei para Marie. – Senhorita Wikipédia, alguém já conseguiu parar a Morte?

- Sim. – ela disse. – Por quê?

- Nada.

            Andei pelo acampamento até parar no pavilhão. Lá tinha uma garota de uns 8 anos sentada perto do fogo. Fui me sentar perto dela. Sentei e fiquei olhando o fogo. Isso me trazia recordações não muito boas.

- Olá. – disse a garota.

- Oi. – disse.

- Está se acostumando com o acampamento, Magnólia?

- Mais ou menos. – respondi. – Ei, como você sabe meu nome?

- Minha querida, eu sei o nome de todos da minha família. – disse a garota. Hã? – Ninguém sabe quem sou, mas mesmo assim eu conheço todos.

- Quem é você?

- Sou Héstia.

- Deusa das chamas se não me engano.

- Exatamente.

- Você deve ter uma memória e tanto. – comentei.

- Por quê?

- Para saber o nome de TODOS da sua família. São deuses, semideuses, titãs e por aí vai. – expliquei. – Se eu não consigo nem lembrar o nome direito dos meus tios...

- A família é algo importante. Algo vital na vida de uma pessoa.

- Minha família nunca gostou de mim. Sempre me desprezavam. A garota pálida sem pai. Todos tinham nojo de mim, diziam que eu trazia a morte ao meu enlaço. Cresci vendo as pessoas ficarem longe de mim. Minhas únicas amigas foram Melissa e Marie. Isabella e Linda são apenas colegas, alguém com quem eu ficava, mas amigas mesmo, melhores amigas são Mel e Mar. Sabe como crescer tendo todos a odiando? Tendo apenas duas pessoas com quem contar? Depois você descobre ser uma aberração. Estar entre dois mundos e não estar em nenhum deles. – falei. – Desculpe. Não devia ter me desabafado com você.

- Está tudo bem. Sei um pouco como se sente. Ninguém nunca olha para mim. Nunca para pra conversar. Você é a segunda pessoa que faz isso.

- Quem foi à outra? – perguntei curiosa.

- Nico Di Ângelo, Filho de Hades. – respondeu. Malévola apareceu ao meu lado com uma espada na boca. Ela colocou a espada nas minhas pernas e latiu.

- Quer que eu jogue? – perguntei a ela. Malévola latiu outra vez e abanou o rabo. Peguei a espada e a joguei o mais longe possível e Malévola foi atrás.

           

            Quando olhei para o lado Héstia não estava mais lá. Fiquei lá sentada olhando para o fogo. É sempre assim todos me abandonam. Senti algo bater na minha cabeça e cair no meu colo. Uma bolinha de papel. Quando olho em volta para ver quem jogou não tinha ninguém. Abri o papel e li o que estava escrito.

        Você gosta de quebrar regras? Tem medo de Harpias? Se tiver coragem, me encontre na arena à noite depois do toque de recolher.

                                                               Ass.: Brian Manson

       

            Quem ele acha que eu sou para aceitar um convite de qualquer um? Eu não vou ir à arena a noite.

~*~

            Ótimo. Aqui estou eu, andando pela arena procurando Brian. Aquele idiota. Se ele não aparecer ele vai ter uma surpresa hoje.

           

            As harpias passavam várias vezes por aqui, mas eu conseguia me esconder nas sombras da arquibancada. Uma das poucas coisas que eu consigo fazer bem.

- Sabia que você viria. – disse uma voz atrás de mim. Me virei e vi Brian saindo de uma sombra atrás de mim.

- Como você fez isso? – perguntei.

- Simples. Apenas viajei nas sombras. – Brian disse se aproximando.

- Me ensine. – Ele é alguéns centímetros mais alto que eu por isso tenho que olhar para cima, mas só um pouco.

- Por que deveria fazer isso?

- Por que eu quero.

- O que eu ganho em troca?

- Nada. Você já conseguiu mais do que devia no seu chalé.

- Tenho certeza que você gostou. – falou Brian me empresando contra a parede. Ouvi um barulho de algo se aproximando e instantaneamente fiquei alerta.

- Que barulho foi esse? – sussurrei.

- As Harpias. – sussurrou Brian no meu ouvido. – Temos que sair daqui. – então Brian colocou as mãos na minha cintura, me beijou e fomos sugados pela escuridão.