Eat Me escrita por bruna_soave


Capítulo 14
Divindade




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Loren havia me vestido para a ocasião. Eu usava um longo vestido branco, completamente fechado. Era justo da cintura para cima, e a partir dela ele se abria, formando uma enorme cauda na parte de trás.

Meus longos cabelos cacheados estavam presos em um rabo de cavalo no alto da minha cabeça, fazendo eu sentir um pouco de frio em meu pescoço.

Assim que me viu, o sorriso de Gabriel alargou-se.

- Não mudou nada. - Ele sussurrou.

Ouvi passos lentos atrás de mim, e senti uma respiração gelada em meu pescoço.

Lucius passou por mim, a seu corpo relando na lateral do meu. Ele sorriu de lado, como sempre fazia, e posicionou-se ao lado de Gabriel.

- Não temos tempo, precisamos fazer a cerimônia. - Loren disse, pegando um livro velho em mãos. - Fique aqui, querida. - Ela disse, me pegando delicadamente pelo braço e me posicionando no meio de um círculo desenhado no chão, na sala.

Ela começou a ler uma palavras, que eu presumi serem em Latim.

Gabriel colocou uma mão em seu ombro, e Lucius fez o mesmo. Todos os três pronunciavam as palavras.

AnreversusdimittereDonecrevertamurredoAnreversusrestituere.

De repente, senti a mesma dor do dia em que eles vieram me buscar. A cicatriz doía, e eu vi o liquido vermelho manchar o tecido branco de vestido de cetim.

Eles continuaram repetindo as palavras, fixando seus olares em mim. Minhas pernas vacilaram, e eu caí de joelhos no chão. Minha visão começou à escurecer, e minhas costas doíam cada vez mais.

Eu sentia alguma coisa dentro de mim querer sair, rompendo a carne que a impedia de fazer tal coisa. Eu gritei o mais alto que eu podia, na esperança de fazer a dor passar.

Eu estava suando, e minhas unhas cresceram em uma velocidade inumana. Ela estavam mais grossas e afiadas.

Um risco vermelho começou à surgir desde a ponta do meu dedo anelar até o meu pescoço, como se fosse uma tatuagem. 

Naquele momento, meu corpo inteiro doía. Não era uma dor tão carnal, era mais espiritual. Doía na alma, como se a estivessem esquartejando.

Até que a pele das minhas costas se rompeu.

Eu quis sair correndo dali, mas algo me impedia de mover um músculo. Onde antes estavam duas grossas cicatrizes em formato de V invertido, agora dava espaço para duas enormes asas.

Elas eram tão grandes que poderiam me cobrir da cabeça aos pés. E eram tão brancas que fazia com que meus olhos doessem só de olhar para elas.

E então eles pararam de repetir as palavras.

A dor cessou, e não havia mais sangue. Eu podia enxergar melhor.

Levantei, andando majestosamente em direção aos três.

De repente, eu me lembrara de tudo.

Eu sabia que eu era, sabia quem eles eram, e sabia o que eu deveria fazer.

Que a Guerra começe.


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