A Rosa escrita por Apiolho


Capítulo 1
Rosa de plástico


Notas iniciais do capítulo

Querido leitor(a),

Eu sei que não é sexta-feira treze, mas não deu de postar no dia. Desculpem-me. Espero que curtem.

Beijinhos e obrigada.



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Capítulo único

Rosa de plástico 

"Sou daquele tipo de pessoa que não precisa de uma sexta-feira 13 para ter azar."

(Rachel Pekim)

 

Era o pior dia para os supersticiosos, porém para mim era um dia para lembranças. Foi neste dia que eu conheci o homem que se tornou um mistério para mim, mas não era todo o dia que eu o via, principalmente em sua forma mais humana, sendo que as vezes me observava ao se transformar em cachorro ou outro animal. E foi o que eu imaginei ao recordar o nosso primeiro encontro.

"Estava em meu lugar favorito, onde nada poderia me atrapalhar. Chorava novamente por tudo que ocorria em minha família. Papai havia bebido novamente e trazia as mulheres para a casa, mas minha mãe não interferia. Eu até a entendia, ela tinha medo que lhe batesse mais uma vez.

Enquanto lágrimas saiam de meus olhos, as cenas do acontecimento passavam em câmera lenta. Fugi de casa com o intuito de tentar me livrar deste sentimento. Eu queria me vingar pelo sofrimento de minha mãe, que poderia matá-lo. Parei de chorar ao ouvir passos ao meu redor...

A pessoa estava se aproximando!

Tremi ao perceber algo tocando o meu ombro, seria a morte? Isto seria bom, porque assim poderia acabar com esta vida pobre e sofrida. Existiam pessoas com problemas piores que o meu, mas sabia que os mesmos tinham força e coragem para superá-los.

O ser que estava me tocando virou o meu corpo com o intuito de que eu pudesse vê-lo. Seu olhos eram de uma negritude imensa, mas sua expressão me acalmava. Mostrava-se frio ao notar as minhas lágrimas, porém seus olhos mostravam algo totalmente diferente. Queria fugir, mas parecia que meus pés não me obedeciam.

Ele se aproximou de mim e entregou uma rosa com uma escrita indecifrável. Seu corpo se abaixou em forma de reverência e eu fiquei para descobrir o porquê deste ato. Vestiu o capuz e deu ás costas, mas antes sussurrou:

— Angelum meum, redibo memet protegere*.

Eu guardei aquela frase para que eu pudesse lhe perguntar depois, mas ele não soube me responder. Sabia que teria que aproveitar ao máximo o tempo que nos restava, pois só poderia vê-lo em uma sexta-feira treze"

Senti um toque em meus ombros e percebi que era o meu protetor. Assustei-me ao notar que estava fraco, dava para ver os cortes que haviam em seu corpo. Tremi ao sentir seus olhos encarando os meus, que mostravam uma doçura da qual nunca tinha observado antes.

Sua mão foi de encontro ao meu rosto, fazendo leves caricias em minha bochecha. Aproximou nossos corpos em um segundo, sua expressão se tornava cuidadosa ao posicionar sua mão em minha nuca. Selou nossos lábios, ele me beijava de um jeito sôfrego e suave.

O que mais me doía era saber que ele estava se despedindo, pois era a sua forma de dizer que estava partindo. Afastou nossos corpos e sorriu de maneira cansada. Quando vi Andrius foi se tornando invisível, ao ponto de não poder mais tocá-lo. Sabia que ele estava deixando de existir, tanto que me avisou há algum tempo.

Logo uma mulher se aproximou e acariciou meu rosto. Ela transmitia uma paz tão imensa que me hipnotizava.

— Desculpe, mas ele se foi. Morreu para lhe salvar e saiba que a sua vida não será tão sofrida como antes. — começou em um tom melodioso — Principalmente porque anjos não podem se apaixonar e ele amou você ao ver quanto sofreu e a sua força em conseguir enfrentá-lo. — terminou antes de se afastar.

Chorei por saber que não o teria mais do lado, porém ele fez isso por mim. Queria mostrar que sua morte não foi em vão. Alguém que eu conheci em um dia considerado macabro, mas que acabou com todas as dores sentidas em meu ser. Por ele fiz tudo, mas nunca cheguei a descobrir o que estava escrito na rosa.

♕ 

 Uma menina que estava passando por um túmulo, observou que este estava intacto. Em cima tinha uma rosa, da qual dizia em latim:

"Enquanto está rosa ainda estiver intacta estarei contigo meu amor.

Andrius."

Ninguém sabia, mas ele foi destinado a salvar a vida daquela pobre jovem. Mesmo que tenha falhado, reconhecia que onde quer que esteja ela ficará protegida. Já que a rosa é de plástico.


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Notas finais do capítulo

* - Diz mais ou menos assim: "Meu anjo, eu juro que voltarei para te proteger"

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