Pov: Autora.

A jovem mulher estava na sala de estar de seu apartamento, os longos cabelos loiros estavam descendo pela poltrona em que estava sentada, ela tinha uma expressão triste no rosto, que estava relacionada a certo rapaz que ela conhece de outros carnavais. Mesmo sendo ele o pai de sua filha, ela não tinha coragem suficiente para contar a ele que a união dos dois dera origem a uma linda menina dos olhos verdes e muito esperta. Pela primeira vez em toda sua o orgulho estava enterrado dentro do peito, não tomava conta de seus pensamentos e nem interferia em suas decisões, mas como poderia negar agora que ainda estava apaixonada por ele, e que esse sentimento não tinha nem a intenção de mudar tão cedo. Nada naquela noite parecia estar normal, o ar parecia pesado, estava chovendo de novo, parecia que tudo estava inquieto. O sol demorou em se por, assim como a nascer, a lua demorou em aparecer também, chovia a cada minuto e os noticiários avisaram a todos que se afastem das praias, pois o mar estava descontrolado, podia-se ouvir trovoes e raios sem motivo no céu, tudo indicava que o mundo olimpiano estava em uma possível crise.

Mas o que poderia abala-los? Que problema hoje em dia não pudesse ser resolvido pelos semideuses do acampamento? Annabeth se lembrou dos bons tempos que passava lá, com os amigos, á espera de missões e namorando Percy, ela não pode deixar de sorrir ao lembra-se de tudo que ambos passaram. Uma luz apareceu, e ela cobriu os olhos, teria uma visita olimpiana.

-Olá Annabeth- disse uma voz que ela não ouvia há muito tempo.

-Senhor Hermes, que prazer em revê-lo. - ela disse levantando-se para cumprimenta-lo.

-Sabe que não precisa me chamar de senhor- os dois ficaram muito amigos depois que Annie reconstruiu o olimpo, ambos deixaram as diferenças de lado.

-Desculpe Hermes.

-Velho lhe trazer uma mensagem. - ele anunciou.

-É o seu trabalho. – ela disse rindo.

-Você recebeu um chamado para comparecer ao Olimpo, amanhã às 8 da manhã.

-Por qual deus- ela quis saber.

-Por todos eles.  -ele disse calmamente.

-Por quê?

-Sou só o mensageiro.  -ele disse rindo.

-Obrigada.

-De nada, espero que Helena esteja bem.

-Ela está.

-Até amanhã.

-Até.

No outro dia, que por sinal era sábado.

-Helena, vou ter que sair, a babá vai ficar com você.

-Tão cedo mamãe?

-É depois eu te explico.

-A tia Martha que vai ficar aqui? – ela disse sonolenta.

-Sim, continue dormindo querida- Annabeth deu um beijo no rosto da filha e foi embora.

Ela saiu a presada, faltava cinco para ás oito e ela estava precisava ser pontual, depois de tanto tempo sem estar na presença dos deuses, era preciso fazer bonito, afinal, ela mal sabia do que se tratava aquela conversa. Ao chegar à frente do prédio ela sentiu-se em casa, veria a reforma que ela mesma fez na última vez que apareceu por lá, estava satisfeita com o próprio trabalho, que, sem se gabar, ficara ótimo. E assim, falando com o velho porteiro, ela foi até o elevador apertando o número do andar e esperando para rever a parte olimpiana da família, que por sinal, ela não via há muito tempo.

Um homem de olhos verdes, porte atlético e um bronzeado de dar inveja estava paralisado, sua ex-namorada havia feito um belíssimo trabalho com a reforma estava tão perfeito, ele pode lembrar-se do sorriso de Annabeth, que ela fazia sempre que eles falavam de arquitetura, sentia falta daquele sorriso. Foi tirado do devaneio quando ouviu o elevador se abrir atrás de si, virou-se para trás para ver quem chegara, e se impressionou com a visão há sua frente, era justamente ela, estava especialmente linda. Os cabelos soltos, um vestido longo e brando, usava uma maquiagem fraca, que apenas descavam os lindos olhos cinzentos, se ele não aprendesse a se controlar melhor com o tempo, estaria babando por ela.

-Percy, o que faz aqui? – ela perguntou surpresa em vê-lo ali.

-Recebi um chamado para comparecer aqui hoje - ele respondeu ainda a olhando.

-Eu também

-Vamos então. –ele sorri e a acompanhou até a sala dos tronos.

Ao chegarem, os deuses estavam todos sentados e com uma expressão misteriosa nos rostos, pareciam encarar os dois de forma estanha na sua frente, apenas Afrodite estava com seu sorrisinho de “o love é cute” . Eles não sabiam, mas naquele dia seriam mandados para um lugar que ambos costumavam passar muito tempo, um lugar não iam á muito tempo.

Pov: Annabeth.

-Para o acampamento! –Annabeth exclamou quando Zeus parou de falar.

-Exatamente, o acampamento está lotado e os novos meio-sangues precisam de treinamento com pessoal experiente, e vocês salvaram o olimpo, por que não?

 -Ok, mas posso ir para lá amanhã, tenho de deixar... Helena com alguém, talvez Thalia. – ela disse para si mesma.

-Acho que não será possível, Thalia também, vai para o acampamento. Leve-a menina consigo.

-Claro... Farei isso – ela concordou, sem poções.

-Posso leva-las se permitir - Percy se ofereceu para leva-las, já que ele iria mesmo para o acampamento.

Pode ser, obrigada.

E assim depois e despedir de todos os deuses, Annabeth percebeu algo: Nem Atena e nem Poseidon ficaram até o fim da reunião, os dois tinham saído logo depois de falar com eles, de alguma forma ela sabia que estavam estranhos, viu isso pela expressão dos dois, não pareciam muito feliz, na verdade, ambos estavam preocupados com alguma coisa, vacilantes, olhavam para os lados o tempo todo, pareciam esperar que por alguma coisa.

Annabeth estava ao lado de Percy, mais uma vez, caminhando para o elevador depois de falar com os deuses, isso lhe parecia tão repetitivo, era como um Déjà vu. Tentou lembrar-se onde aquilo já teria acontecido, e uma imagem veio a sua mente:

Flashback on:

A guerra havia acabado á pouco tempo, os estragos já podiam ser vistos a distância, o olimpo estava em pedaços, e Luke estava morto, mesmo assim, todos pareciam estar mais aliviados, mas quem não estaria aliviado sabendo que, por ora, não precisaria lutar contra um exercito? Annabeth estava esperando Percy, os dois iriam para o acampamento, e ela esperava que ele finalmente tomasse vergonha na cara, e decidisse o que havia entre os dois, sinceramente, depois da guerra Annabeth já estava certa sobre os sentimentos que tinha para com Percy, mas ainda restavam dúvidas se tudo isso era reciproco. Ele finalmente chegou, cheirava a churrasco, como se alguém tivesse queimado algo nele, mesmo assim, ela não pode deixar de sentir o ar abandonar os pulmões e ela ficar completamente sem ar. -”Isso é asma Annabeth, é apenas asma”.

De certa forma, ela sabia que não era verdade, o coração estava batendo forte, e ela quase não conseguia controlar a enorme vontade de beija-lo, mas se contiveram, afinal, eles sempre foram amigos, e nada pior do que complicar mais a mente de Percy, ela já era muito bagunçada. Mas sua surpresa chegou logo depois. Percy, estranhamente olhava para o nada com um sorriso bobo no rosto, ela mal percebera, estava imersa em pensamentos, olhava para o outro lado. Mas Percy resolveu que era hora de agir, eles estavam juntos, nada poderia atrapalha-los, era sua grande chance. Olhou para ela, e pode ver que apesar de ter acabado se sair de uma grande guerra, ela estava linda, os cabelos ainda estavam presos, e ela parecia cansada. Ele pegou sua mão delicadamente, pode ver que ela se assustou, não esperava nada disso. Percy fez Annie ficar de frente para ele e encarar aqueles olhos verdes, logo tortura-la com a beleza e profundidade do olhar, ele estava próximo dela, quer dizer, muito próximo mesmo, ele sussurrou para ela um:

-Temos que resolver algumas coisas que deixamos pendentes.

-Também acho. – ela sussurrou de volta.

Eles estavam muito próximos, não sabiam ao certo o que teria acontecido se a porta não se abrisse, indicando que havia chego ao primeiro andar, lá se fora a primeira chance de Percy, mal eles sabiam que haveria outra logo depois.

Flashback off.

Lá estavam eles de novo, em outras ocasiões ela se sentiria confortável em estar ao seu lado, mas muito tempo se passara desde então, qualquer contato próximo de mais com ele fazia seu coração em pedaços, por saber que eles poderiam ainda estar juntos, quem sabe Helena poderia ainda ter um pai, como ela gostaria que ele estivesse ao lado dela quando todos aqueles monstros tentaram impedir que Helena nascesse, se ele estivesse por perto, nenhuma das duas teria sentido tanta dor. Se um dia se perguntou, porque Annabeth nunca procurou Percy ou algo parecido, saiba que está engando, ela tentou, mas...

Flashback on:

Era mais uma tarde de inverno, fazia frio, a filha de Atena estava indo para o velho apartamento, onde morara durante algum tempo com Percy, estava vestindo um casaco grande e cheio de botões, era bege, parecia uma espiã, estava com o resultado do teste de gravidez que Thalia a obrigou a fazer em um hospital, deu positivo, e ela estava mesmo esperando um filho de Percy. No meio do caminho, milhares de diálogos passavam por sua cabeça, estava com medo da reação dele, mesmo que ela não esperasse que ambos fizessem ás pazes, pelo menos queria que ele soubesse da existência da menina.

Ela estava prestes a atravessar a rua, mas viu Percy, com um sorriso no rosto, abraçando Rachel, parecia felizes, ele estava com uma felicidade incrível, e ela simplesmente não teve coragem de ir lá e estragar tudo isso, ele merecia ser feliz, e então, Annabeth percebeu que ele não poderia sentir o mesmo com ela, talvez sempre devesse ser assim, Rachel nunca deveria ser um oráculo e ficado com Percy desde sempre, isso pouparia um pouco de sofrimento para Annabeth, naquele momento, ela deu meia volta, entrou no primeiro lugar que viu e chorou por no mínimo duas horas e decidiu que criaria aquela criança que carregava sozinha. Percy tinha a traído, e aquela criança não merecia saber que o pai preferiu despedaçar o coração da mãe em vez de dar um passa-fora nela desde o começo.

Flashback off.

Lá estavam eles, no elevador, ouvindo uma música antiga, que por sinal era péssima, Annabeth estava inquieta, o coração estava apertado por alguma coisa, que ela não sabia dizer o que era, lembrou-se que sentiu isso quando o minotauro perseguiu Helena, mas ela estava segura, certo? Estava em casa, provavelmente vendo desenho animado. O mais importante é que ela estria longe do perigo, certo?

Errado!

No apartamento de Annabeth, parecia que um furacão havia passado, estava tudo revirado e quebrado, parecia que tinha ocorrido uma luta mortal e de certa forma, foi isso mesmo que aconteceu. Martha tentou proteger a menina, mas ela mal viu o que aconteceu, era apenas uma mortal, a névoa havia enganando-a, ela viu que a janela abriu-se misteriosamente com o vento e que um pequeno furacão havia revirado tudo e que algo havia batido e sua cabeça fazendo-a desmaiar, mas quando acordara, a menina tinha desaparecido. E estranhamente havia água por todo lado.

 O que aconteceu na verdade era mais aterrorizante do que a névoa fez parecer, duas harpias entraram pela janela e levaram a pequena Helena Chase, mas a menina, que as harpias julgaram ser uma presa fácil, tornara o trabalho mais difícil, de alguma forma a filha mortal de um meio-sangue apresentou poderes, herdados de seu parente meio-sangue. Helena Chase, tinha herdado os poderes de Percy sobre a água, e na tenta de fugir, acabou estourando todos os canos que passavam água, inundando o apartamento da mãe. Os monstros chamaram reforços e Helena não teve forças para prosseguir com sua fuga.