Pov: Autora.

Não me peça para descrever como cada um pode se sentir como seus corações podem agir e como suas mentes trabalharam com tamanha situação. Mas pense comigo: Como você se sentiria reencontrado seu amor, que nunca pudeste esquecer e nem nunca terá o luxo te tal acontecimento? Pense, ouça o que seu coração irá falar e me diga sua resposta, depois se coloque no lugar deles, e me diga como se sente. Confuso? Quem sabe perdido num mar de perguntas sem resposta. Talvez você possa se sentir mais perto de como eles estão agora, e mesmo assim, nunca chegará tão perto.

Agora sonhe como se estivesse desaparecendo e pense que quem o ama ficasse muito assustado, mas ninguém ouvisse, afinal, ninguém mais se importaria. Depois disso, pense em que estará deixando quando morrer. Você agora deve se perguntar tudo isso. Mas eu espero que você saiba. Quem quando esta hora chegar, deve-se esquecer de todos os erros, procure apenas deixar algumas razões para ser lembrado. E não deixe a pessoa que ama ressentida, mesmo quando a mesma se sentir vazia, peça para que o mantenha em sua memória, deixando de fora todo o resto.

Mesmo assim, se você ainda não intendeu que todos os erros voltaram e faram sofrer aqueles que amamos, a vida é muito curta para ser lenta, a vida é um jogo e devemos jogar com ela, sempre pensando em um dia para e ver que algo do que fez serviu para alguma coisa. Sempre haverá dúvidas, isso não mudará, mas um dia você deve ter em mente que quando para vir o que fez de sua vida possa sorrir e sentir que tomou a decisão certa.

Mas quando sua vida passa a girar em torno de um erro do passado, deve-se modificar, de alguma forma o futuro para que esse mesmo erro tenha um fim decente. E é isso que Percy e Annie sentem agora, um erro mudou toda uma vida, todos os planos que um dia eles fizeram, mas como o destino, que é uma ponte que construímos até a pessoa amada, resolveu juntar o nunca deveria ser separado. E a hora de começar de novo, pelo começo, é a hora de esquecer-se do coração partido e das lágrimas um dia derramadas, e hora e olhar para frente e perguntar “O que realmente me faze feliz”.

Pov: Annabeth.

O sol batia do meu rosto, deixando meu rosto quente, estava num clima agradável, quente, era o outono chegando para nós. Estava bem aconchegada, não queria me mexer, sentia-me protegida de alguma forma, não deveria ser um bom dia para levantar da cama. Seria perfeito se eu não fosse Annabeth Chase e se minha filha não tivesse correndo perigo agora mesmo, se meu ex-namorado e pai dela não tivessem voltado a minha vida e confundido tudo aquilo que eu um dia achei ter superado, mas agora voltou a vir à tona.

Mas de alguma forma, algo me dizia que era para ser assim, pelo menos em relação a ele. Foi quando me dei conta que não estava em casa, e que estranhamente a janela pela qual o sol estava entrando não era minha janela. Olhei para o lençol verde que me cobria, era estranhamente conhecido, de vagar e lentamente olhei para o lado e vi que estava envolvida por braços também conhecidos, eram de Percy, não precisei de muito esforço para saber que tinha dormido junto a ele, mas a maior pergunta que eu fazia agora era: “Por que diabos ele está aqui comigo?” e a outra era: “Por que gosto tanto disso?” E mesmo que uma confusão esteja se formando em minha mente, o estranho conforto que aquilo me proporcionava de certa forma trazia com ele as lembranças das muitas vezes que eu amanheci ao seu lado, do mesmo jeito. Eu deveria fazer algo sobre isso? Deveria levantar e fingir que nada aconteceu? Não, eu não queria, não podia, queria focar lá, parada e quentinha, para sempre com ele, mas isso não existe, não é? Nada nunca volta... Mas e se eu pudesse ficar assim, só um pouco, pelo menos uma última vez... Por favor, deixe-me sonhar mais um pouco.

Pov: Autora.

Ela fechou os olhos outra vez, querendo sentir o cheiro dele só mais um pouquinho, mas isso não durou para sempre, uma hora o sonho acabaria e ela teria de voltar para a realidade e lembrar que contos de fadas nunca tinham um final feliz, e que eles tiveram foi um conto de fadas, bom enquanto durou. O despertador começou a tocar, eram exatamente 08h00min da manhã, ela viu que o home ao seu lado já se levantara, sentiu um cheiro de café no ar e de algo bem gostoso que deveria estar sendo pronto. Poucos sabem, mas Percy sempre fora o cozinheiro, Annie até tentava, mas nada que ela fizesse era muito tragável. Mas ela tivera que aprender de uma forma rápida e mesmo que ela nunca fosse a melhor, ela tentava, afinal tinha Helena e comidas prontas não eram muito saldáveis para uma garotinha.

Ela se levantou e foi até a cozinha, Percy estava ainda de pijamas, fazendo panquecas e colocando café em duas xicaras, provavelmente para eles dois, um sorriso não pode deixar de brotar nos lábios dela, era bom viver, mesmo rapidamente, algo do passado. Ela se encostou-se à porta para vê-lo por mais uns segundos antes de se manifestar.

 -Hei, bom dia! –Ela disse.

-Bom dia! –Ele sorriu. –Dormiu bem?

-Sim, obrigada.

-Fiz o café da manhã, achei que você iria gostar. –Ela não pode deixar de sorrir.

-Obrigada, você sempre cozinhou muito bem.

-Diferente de você... –Ele deu uma risadinha.

-Ei, eu aprendi a cozinhar! –Ela disse rindo.

-Sei...

-Isso é um desafio?

-Não, imagina. –ele estava se divertindo com a irritação da loirinha.

-Sai da frente. –Ela disse pegando a frigideira da mão dele. –Vou fazer essa panqueca.

-Vai lá.

E assim ela começou a virar a panqueca com perfeição, dando um sorriso de vencedora e mostrando-se sempre a mesmo Annabeth. Sorrindo para ele que ainda estava parado admirando-a.

-Viu? –Ela disse colocando a panqueca no prato.

-É. Você ainda é surpreendente. –Isso foi uma indireta em tanto e ela não pode deixar de sorri.

-Vamos comer.

Depois de comerem todo o café, Annie já estava decidida a ir para o acampamento logo. E mesmo daquela forma, suja e abatida, nada impediria que ela fosse para lá.

-Vou para o acampamento.

-Nós vamos pra o acampamento. Você deveria tomar um banho e trocar de roupa.

-Eu não trouxe outra.

-Posso ir pegar para você, se não se importar.

-Faria isso?

-É claro, Annie. Não sei por que a sua supressa.

-Obrigada, você tem me ajudado muito.

-Sempre posso estar aqui para você, contanto que me deixe estar na sua vida... –Ele se ligou no que dissera e foi embora. –Vou lá, você pode tomar banho e pegar uma camisa minha enquanto eu não volto.

-Ok.

-Quando eu chegar, vamos juntos.

Annie esperou Percy sair e foi tomar banho, ligou o chuveiro e deixou a água gelada deixar seu corpo frio, ela demorou muito tempo apenas deixando a água lhe molhar, para deixar a cabeça fria, eram muitos pensamentos, precisava esvaziar um pouco a mente, talvez assim pudesse clarear as ideias e ter um plano. Depois disso, ela colocou uma camisa dele, que mais parecia um vestido nela. O mais estranho era pensar que antigamente isso era tão normal, mas agora era tão estranho e perturbador. O cheiro dele perecia na pele dela agora, era cheiro do mar, por um ou dois segundo foi como se ele a abraçasse, ela não pode deixar de sorrir.

Mas algo deveria interferir, sempre interferia... Helena, segundos com esse pensamento na cabeça, fez Annie se sentir uma péssima mãe, estava ali com ele, enquanto não sabia onde estava sua filha, que poderia passar por qualquer coisa agora e ela não poderia ajudar o que fazer agora? Annabeth Chase sentiu o sangue ir para a cabeça e uma raiva desconhecida tomou conta de seu corpo, ela sentia vontade de bater em alguma coisa, ou em alguém, mas simplesmente não podia, não era certo. Ter um ataque de raiva não era a decisão e a coisa mais sábia a fazer.

“Não tema filha de Atena...” - Uma voz falou com ela, sabia que não era só em sua cabeça, sentia a voz em todos os cantos da casa. –“O pior ainda está por vir”

-Quem está ai? –Annie gritou para o nada.

-Talvez você devesse ser mais educada, afinal tenho algo que lhe pertence... Sabe que não devemos deixar nossas coisas desamparadas e por ai, alguém mal pode vir buscar... Quem sabe o que pode acontecer.

-Quem é você? E do que está falando?

-Sou quem está com Helena... Uma menina tão bonita, pena que tão... Errada!

-Seja quem for eu faço qualquer coisa, mas não a machuque.

-Sua menina é muito diferente, lamento que você não tenha percebido ainda, mas ela é uma aberração para o nosso mundo, ela é um erro, e não deveria existir!

-Não faça mal a ela!

-Quem decide isso sou EU!

-O que ela fez? O quem tem de errado? Ela é apenas mortal.

-Calada! –Voz passou a emitir um grito horrível, que fez Annie proteger a cabeça com as mãos e gritar de dor.

-Pare!

-O que é isso? –Percy apareceu na porta e foi correndo socorrer Annabeth.

-Percy.  –Ela disse depois de tudo parar. –Tem algo muito ruim querendo nossa filha.

-Enquanto eu for vivo, nada vai toca-la.

-Temos de nos apressar, eu estou com medo... Por ela.

-Eu também, temos que ir, para o acampamento, agora!

E assim, eles entraram no carro e partiram rumo ao único lugar seguro para os semideuses, o ligar que eles se conheceram e agora, o lugar onde saberão por onde começar sua busca.