PVD Hermione

Quando eu ganhei o cargo de monitora, me senti muito feliz. Quer dizer, monitora é monitora! Um cargo importante, honroso, de respeito... Naquele momento, eu entendi todo o sentimento de Percy em relação à monitoria. Na verdade, me senti até solidária. Rony implica com o coitado até hoje!

Ah! Teve um dia em que o Rony pegou o distintivo de monitor-chefe do Percy e o escondeu...

Hum... Por que eu estou falando disso mesmo? A história não era sobre a MINHA vida?

Pois bem. Eu pensava que ia ser um mar de rosas. Até o Rony tinha ganhado o cargo! Ai, ai... Rony... Toda vez que me lembro daquele beijo, ainda consigo sentir as borboletas...

SIM! CONTINUANDO O QUE REALMENTE INTERESSA!

Ok. Ser monitora é algo profundo e complexo.

É algo delicado e de proporção imensurável.

Ser monitora é...

...

CARAMBA!

Vamos ao ponto principal!

Eu sou uma monitora. Malfoy também é. Somos uma maldita dupla. Temos que fazer um maldito planejamento. E todas as noites temos que fazer uma maldita ronda.

Espetacular. A partir daí, sei que você já começa a sentir uma incrível atração pela minha vida.

Mas devido a um infeliz e trágico acidente, meu querido parceiro ficou, digamos que inválido durante essa noite... Então você pergunta: o que isso tem a ver com monitoria?

E eu lhe respondo: tudo a ver! Eu simplesmente fui obrigada a fazer a bendita ronda sozinha!

E então você pensa: Mas que drama, Hermione! Quanta frescura!

Aí eu lhe digo: Quer trocar de vida? Estou às ordens!

Mas enquanto não podemos trocar de vida, eu tenho que agüentar a minha. Legal.

Quando eu já estava voltando para o meu salão comunal, acabo esbarrando em alguém. Eu ergui a cabeça, pronta para dar um sermão daqueles quando percebo quem estava a minha frente.

“O-oi Rony...” gaguejei, incapaz de dizer um simples “oi” de forma natural. Mas por que isso, né? Só porque eu amo esse ruivo desde a infância? Só porque ele é o homem da minha vida? Ah, que coisa mais sem noção!

“Oi Mi...” ele respondeu, corando.

Fala alguma coisa! FALA ALGUMA COISA SUA IDIOTA!

“Hum, me desculpe por ter te estuporado... Eu estava um pouco... Estressada...” murmurei, sem jeito. É, comecei bem!

“Estressada?” ele riu.

Fiz uma carranca.

“Por que você está rindo? O que tem de tão engraçado no que acabei de dizer?” sério, eu já estou ficando traumatizada com esses risinhos. Por acaso eu sou alguma palhaça? Eu tenho alguma deformação no corpo extremamente interessante?

“Nada Mi... É que você às vezes é um pouco...” ele parou sua frase ao observar meu olhar mortal sobre ele. “Er, esquece. Então... O que você está fazendo aqui?” perguntou ele colocando as mãos nos bolsos da calça.

“Ah. O que seria? A ronda, né?!” respondi, guardando a varinha. Já que ele estava com a dele, decidi guardar a minha.

“Ah.” Foi só o que ele disse. Uma sombra de tristeza passou por sua face e eu não entendi.

“O que foi?” perguntei curiosa.

“O quê? Nada, nada.” Falou ele, desviando o olhar.

Ok. Você não me engana meu rapaz.

“Então tá. Mas e você? O que está fazendo uma hora dessas aqui nesse corredor?”

“Também estou fazendo a ronda...” ele respondeu, sem me encarar.

“Mas sua ronda não é do outro lado do castelo?” perguntei, desconfiada. “Por falar nisso... Com quem você está fazendo a ronda? Quer dizer, você fazia a ronda comigo...”

Ele pareceu ficar nervoso.

“Ah... Eu faço... Ah, com... Você sabe...” gaguejou ele.

“Fala logo pelo amor de Merlin!” sibilei sacudindo seus ombros.

“Tá legal! Tá legal! Se acalma! Eu vou dizer...” exclamou ele pegando minhas mãos e juntando-as com as suas. Procurei ignorar a corrente elétrica que senti nesse momento. O fofo ainda respirava e inspirava como se estivesse me ensinando a manter o controle. Ah que lindo. Quando eu estiver em trabalho de parto, sei que ele vai ser de ótima ajuda.

“Fala logo.” Eu disse entredentes. Isso já tá ficando incrivelmente irritante.

“Certo, certo. Bem... Eu estou fazendo a ronda com a... Se acalma, tá bem?”

Acho que eu estava me transformando em algum tipo de monstro, soltando fogo pelas narinas... Ou o Rony aprendeu Legilimência e escutou os diversos xingamentos dirigidos a ele, porque ele arregalou os olhos de terror e levantou as mãos, redendo-se.

“Ok. Bem, eu estou fazendo a ronda com... com a Lilá.” Murmurou ele, terminando em um sussurro.

Demorei alguns segundos para captar a mensagem. Bem, ele disse que estava fazendo a ronda com quem? Com a Lilá? Ah! Com a Lilá!

MAS HEIN?

“Você está fazendo a ronda com a Lilá?” perguntei, tentando soar o mais calma possível.

“Hum... Sim.” Respondeu hesitante, analisando minha reação.

Rony. Ronda. Noite. Lilá.

“Ah. Que legal.” Falei, dando um sorrisinho amarelo.

“ Sério?” ele perguntou, desconfiado.

“É claro!” Ronald Weasley. Cale a boca.

“Bem... Você sabe que nós apenas vamos fazer a ronda juntos, né?” JUNTOS.

“Sim” sussurrei respirando fundo.

“Olha, eu não tenho nada com ela... Você sabe! Aquela fase já passou... Foram só alguns beijos...” BEIJOS. BEIJOS.

Acenei com a cabeça, temendo soltar fogo caso eu abrisse a boca.

“A culpa não foi minha... Ela me agarrou... Eu nem sei como ela entrou no dormitório masculino...” AGORA CHEGA!

“O QUÊ? AQUELA VAGABUNDA DESMIOLADA TE BEIJOU? E QUE DROGA DE HISTÓRIA É ESSA SOBRE VOCÊ FAZER A RONDA COM ESSE PROJETO DE BOSTA DE POMBO? VOCÊ QUER MORRER, RONALD WEASLEY?”

“Abaffiato” sussurrou ele.

“À MERDA COM ESSE SEU ABAFFIATO!ENFIA ELE NO TEU #@*&¬%¢³! EU QUERO GRITAR PRA TODO MUNDO OUVIR! SEU IDIOTA! IMBECIL! AH, MAS EU MATO! EU MATO AQUELA MALDITA!” gritei pegando minha varinha.

“Larga isso, Mi!” falou Rony, arrancando a varinha de minhas mãos.

“O quê? Você está defendendo-a? SEU VIADO! CACHORRO!” esbravejei, esmurrando-o. MALDITO.

“Calma, Mi! Calma!” exclamou, me abraçando. Pensa que pode me seduzir, seu cachorro? TÁ SE ACHANDO DE MAIS!

“Calma...” sussurrou ele, em meu ouvido. Fechei meus olhos, aproveitando aquele arrepio que transcorreu todo meu corpo ( er... sem comentários).

Então, do nada, ele começou a rir.

Que lindo.

“O que foi?” perguntei, afastando-me para olhá-lo nos olhos.

“Não sabia que você era tão ciumenta.”

Eu senti meu rosto enrubescer. Abaixei minha cabeça constrangida.

“Ciúmes? Não é ciúmes... É só...”  UM ÓDIO MORTAL POR AQUELA PERUA OXIGENADA! AI... EU ODEIO LOIROS!

Mas ele não me deixou terminar. Enlaçou minha cintura, trazendo-me para mais perto dele. Ergueu meu rosto de encontro ao seu e fitou-me por alguns segundos.

“Hermione... Eu... Eu te amo.” Ele disse, por fim.

Arregalei meus olhos, sentindo minha respiração acelerar junto com os batimentos do meu coração.

Aos poucos, ele foi aproximando nossas faces permitindo então que nossos lábios se tocassem.

Sua mão que antes segurava meu queixo agora se posicionava em minha nuca, envolvendo meus cabelos de maneira possessiva.

Meus braços estavam relaxados na região de seu tórax, sentindo todo o conforto de estar presa em seus braços.

O beijo foi demorado. Começou lento, esquentou consideravelmente e acabou com pequenos selinhos e uma mordida no meu queixo. Hum, acho que ele tem tara por queixos...

Suspirei, satisfeita. Rony me abraçou e beijou o topo da minha cabeça.

“E você?” sussurrou ele em meu ouvido, fazendo com que mais arrepios percorressem meu corpo.

“O... o quê?” soltei um murmúrio desconexo. QUE DROGA RONY! NÃO FAÇA PERGUNTAS COMPLEXAS SUSSURRANDO ASSIM NO MEU OUVIDO! VOCÊ QUER ME MATAR?

“Você... você me ama?”

VOCÊ AINDA PERGUNTA MEU FILHO?

“O que você acha?” sussurrei escondendo meu rosto em seu peito.

Ele me abraçou mais forte.

“Então...” começou ele. Eu me afastei e olhei diretamente em seus olhos “Bem, eu queria te fazer uma pergunta...”

Merlin. Será que é o que eu tô pensando? SERÁ?

Aguardei ansiosa.

“Você... você quer namorar comigo?” perguntou desconcertado.

YEAH! ALELUIA! É ISSO AÍ MEU FILHO! AGORA SENTI FIRMEZA! YEAH!

“É claro...” respondi, tocando delicadamente em seus lábios.

QUE RONDA FILHA DA MÃE! Nunca mais vou reclamar da minha vida... Que bela vida... A noite está tão bela... As estrelas brilham mais do que nunca... DROGA! A RONDA ACABOU!

“Ai Merlin!” exclamei, separando-me do meu LINDO NAMORADO.

“O que foi Mi?” questionou ele, confuso.

“Temos que voltar ao salão comunal Rony! Merlin, já deve estar tarde...”

“Ah. Claro... Até amanhã.” Despediu-se dando outro beijo em mim.

SOCORRO! EU VOU MORRER DO CORAÇÃO!

Muito bem, Hermione. Foco. Volte para o salão comunal.

Segui pelos corredores e parei ao chegar em frente ao quadro de uma mulher gorda.

“Isso são horas, senhorita?” resmungou ela.

Era só o que me faltava.

“Unidos.” Eu falei a senha, já ansiosa para entrar no meu quarto lindo e dar um daqueles gritos excepcionais e incrivelmente úteis.

“Humpf. Educação mandou lembranças...” falou ela, abrindo passagem.

“Que bom. Você deve estar com saudades.” Retruquei, entrando logo em seguida.

Segui em direção do meu quarto, abri a porta, entrei e tranquei-a logo depois.

“Abaffiato.” Murmurei.

Fiquei parada por alguns instantes, e depois...

“AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH!” gritei, pulando na cama parecendo uma retardada.

MAS NÃO TÔ NEM AÍ! QUE SE DANE!

A JUSTIÇA TARDA MAIS NÃO FALHA!