Iron Mask escrita por Luisy Costa


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Se você ainda esperava por essa fanfic, obrigada, há um novo capítulo. Se é novo aqui, a espera é infinita, como 4 anos.



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No último capitulo de Iron Mask:

–Bem vou contar primeiro a parte de Emmett. Bem Rosalie...

–...Devo confessar que não foi um desafio tão grande quanto eu esperava, já que Emmett caiu na minha sorrateira tentativa de obter as informações necessárias dele. E oque eu descobri? Nada que já não fosse do meu conhecimento, mas se serve para deixa-la contente devo dizer-lhe que Emmett está apaixonado por você. Jamais vi nenhum homem se expressar de tal forma sobre outra pessoa, ele esqueceu-se totalmente da minha presença e vagou por alguns segundos enquanto a descrevia, não sendo esta a primeira vez. Na minha humilde opinião, aquele homem a ama, mas teme o quão proibido este sentimento é e se há uma reciprocidade.

Os olhos de Rosalie estavam repletos de alegria, seus lábios formavam um sorriso radiante que parecia iluminar o ambiente ao seu redor. Por algum motivo, aquela felicidade incontida realçava sua beleza natural.

–Não posso acreditar. – ela enfim falou após alguns segundos refletindo sobre as minhas palavras. – Por mais que me seja uma fonte de profunda alegria, mas não posso assimilar que Sor Emmett vá se enamorar por mim.

Tanto eu quanto Alice olhávamos incrédulas para Rosalie. Naquele momento, a mulher confiante dava lugar a uma pessoa insegura, e era algo completamente inesperado vindo dela, a rainha da beleza. Por alguns segundos continuei a encara-la, esperando talvez, que revelasse estar apenas troçando comigo, mas o modo cético com o qual nos olhava mostrou que ela realmente acreditava que não tinha artifícios o suficiente para encantar o pobre homem.

–Hora, pare de idiotice Rosalie. – Alice decidiu bradar. – Quando que em tua vida algum homem deixou de se enamorar por ti? Não lembro-me sequer da última vez que papai não teve que enxotar de um baile um atrevido qualquer. Pare imediatamente com essa sandice e aceite que Sor Emmett gosta de você, pois eu adoraria ter a mesma sorte que tens, tenho a certeza de que Sor Jasper só fez troçar de mim.

A minha perplexidade ficou gigantesca diante as palavras de Alice. Elas ousavam pensar que eles não poderiam ama-las, quando eram as mais belas damas de toda Inglaterra, quem sabe até não houvesse nada que pudesse ser comparado a elas em toda Europa. Não eram só suas belezas, também havia vossas fortes personalidades que as tornavam mulheres incríveis, mesmo assim ambas insistiam na ideia de que não poderiam ter seu amor retribuído, agindo como tolas e negando a si mesma o quanto fácil pode ser real a existência de uma recíproca a seus sentimentos.

–Por favor, parem de se menosprezar. O homem que não as achar lindas certamente é cego, então cessem imediatamente este comportamento depreciativo, para que possa reproduzir para vocês oque foi me dito.

Impus um pouco mais de autoridade ao timbre grave da minha falsa voz, pois precisava que elas cessassem com a ilusão que alimentavam.

–Diferentemente de Sor Emmett, Sor Jasper foi um pouco mais reservado quanto aos seus sentimentos por você, princesa Alice. – Olhei diretamente em seus olhos, tentando através dele passar a veracidade de minhas palavras. – Custou-me um pouco obter está informação dele, mas era preciso obtê-las para poder cumprir com a minha promessa que fiz a vossa alteza.

Alice me fitava veementemente, a espera de um sinal que denunciasse que oque eu estava prestes a dizer fosse uma mentira. Dentro de mim surgiu à necessidade de não manchar aqueles límpidos olhos verdes claros com a dor que poderia abala-los, caso oque digo for encarado como uma mentira.

Sor Jasper se diferenciou de Sor Emmett de múltiplas maneiras. Houve um surgimento instantâneo de vocês na conversa, nem foi preciso encaixa-las em nosso diálogo. – Ambas me olhavam, esperando que continuasse a diferencia-los. – Não houver sequer um excesso de palavras afetuosas no discurso de Sor Jasper, mas foi justamente isto que o comprometeu. O fato de ser muito comedido em suas palavras que o denunciou. Decidido de que deveria conseguir a qualquer custo a informação pedida, fui mais direto e preciso com Jasper, que após confessar que nutri sentimentos pela princesa, dedicou a mesma uma singela, porém bela declamação.

Os olhos de Alice resplandeciam tamanho era o brilho do qual abrigavam naquele momento. Porém minha pequena pausa a deixou curiosa e irritada.

– Basta de hiatos, diga-me sem demora oque foi ouvido de Sor Jasper. Não cabe mais em mim está curiosidade e você está ai a dar rodopios e intervalos.

– Desculpe-me se minhas pequenas pausas a deixa estressada, Alteza. Creio eu apenas, que deveria dar às senhoritas a chance de assimilar aquilo que está sendo dito. – As encarei fixamente antes de retornar a falar. – Como vinha dizendo antes, Sor Jasper dedicou a senhorita belíssimas palavras. Ele a descreveu como um raio de sol, que distribui luz e felicidade aonde quer que vá.

Alice exalava felicidade, e naquele momento ela realmente parecia com um quente raio de sol, cuja felicidade poderia derreter até a mais forte tristeza. Suas bochechas poderiam se rasgar a qualquer momento, grandioso se mostrava o seu sorriso, e seus olhos brilhavam incandescentes, tal quais as estrelas que ornam os céus. Doía-me grandemente saber que teria que diminuir em breve aquela felicidade extasiante.

– Devo alerta-la somente de uma coisa. Assim como Sor Emmett, Sor Jasper teme por não poder aproximar-se de ti, e teme também por ser ou não correspondido.

E ali estava o foco de tristeza, não só no olhar de Alice como no de Rosalie, ambas tendo sua felicidade diminuída por aquela gigantesca barreira, que se impunha sobre quem eles são a quem elas são.

– Eles apenas estavam mentindo Iron, estavam só tentando contorna-lo, não há nenhum sentimento deles sobre nós, que tolas, acreditamos em contos de fadas e aguardamos ansiosas por nossos cavaleiros em armaduras reluzentes e cavalos brancos. – Pronunciou-se Rosalie, em voz que distribuía a incredulidade que vivenciava.

– Minha irmã tem razão, somos apenas tolas e ingênuas princesas encantadas com seus adoráveis guardiões. Fomos imprudentes em pedir que ficasse rodando-os.

E mais uma vez estavam elas se menosprezando, como se houvesse homem de tamanha estupidez que não se encantasse com tanta beleza e personalidade possuídas pelas princesas. Visto que sou uma mulher, aliás.

– Pois chega, estou farto. Não posso aceitar que fiquem se depreciando de tal forma, não veem vocês que claros são os motivos pelos quais eles se enamoraram por vocês? – Exaltei-me para deixar claro a elas o quanto insatisfeita estou pelo comportamento delas. – Quem não se encantaria com tais belezas e personalidades, que possuem? Está claro para mim, que já viajei por todas as terras deste reino, que não há mulher que se compare a beleza das duas, ou que seja tão inteligente, geniosa e habilidosa. E podem me dizer qual então seria o motivo? Sim, claro, vocês são princesas e eles cavaleiros. Mas não teriam vindo estes homens de famílias nobres, e ter o rei jurar conceder-lhes títulos próprios por guardar a suas vidas acima das deles? Se não existem razões para tornar isto um futuro impossível, não o façam. Espero que agora reflitam, e se precisarem de mais alguma coisa poderão me procurar.

Deixe-as a sós para que refletissem não tendo eu mais nenhuma importância naquele local, visto que tudo oque deveria dizer, e muito mais, foi dito. Retornei calmamente até chegar ao túnel principal, que por sorte estava vazio, seguindo na direção do jardim para uma aula matinal.

Assim como esperado o príncipe Edward estava a minha espera, afiando a lamina de sua espada enquanto proferia impropérios. Não fazia nenhuma ideia do por que do mau humor do principezinho, até que a bruxa ruiva saiu da cozinha e sem lançar sequer um olhar para Edward passou esbarrando por mim e seguindo em frente. Edward só fez aumentar o ritmo em que afiava a sua espada.

– Vossa alteza está levando a sério demais essa afiação. Se continuar nesse ritmo sua lamina ficará da largura de um ferrão de abelha.

O mal humorado príncipe ergueu seu rosto para me olhar, deixando a mostra que não estava para muitos amigos está manhã. O seu olhar intenso refletia seu atual estado emocional, parecendo-me irado com algo que não era de meu conhecimento, mas em breve, quando o treino o estivesse esgotado, o próprio me revelaria o motivo de sua ira.

–Presumo que hoje você não esteja disposto a prosseguir com as lições. – Ele falou com desdém, enquanto continuava a afiar a espada.

Alteza interessa-me saber oque o levou a pensar de tal forma. – Revidei a ele usando um tratamento formal, pois assim ele saberia que estou apenas zombando.

–Está parado ai me observando a uma eternidade ao invés de iniciar o treino.

–Bem, se vossa alteza deseja que se inicie o treino então que assim seja. – Disse enquanto desembainhava minha espada e a apontava para Edward.

Ele repetiu meu movimento, fazendo com que sua espada apontasse para mim, formando um x com as lâminas. Bastou apenas que assentisse com a cabeça para que se desse inicio ao treino.

Nossas lâminas enchiam o ar com seus agudos tinidos a cada vez que se tocavam, Edward me atacando com movimentos mais hábeis do que da primeira vez em que treinamos, o suor escorrendo pelo seu rosto demonstrava o tamanho do empenho dele em me derrotar, seu olhar tenaz estava fixado em mim, e ali estava seu erro comum.

Vossa alteza está se equivocando em manter toda a sua atenção em meus olhos. – Aparei um golpe longo dele antes que acertasse a minha armadura. – Concentrar-se apenas nos olhos do oponente faz com que acabe perdendo um movimento da espada, podendo ser fatalmente atingido. E ninguém quer que vossa alteza morra.

Estava usando todos os artifícios para enraivecê-lo, tendo assim a chance de ajuda-lo a usar a raiva como arma.

–Lembre-se do que já lhe disse. Use a força da raiva e destreza da calma, fazendo isso seu inimigo será derrotado com mais eficiência.

Pude notar que agora, mesmo com a sua respiração acelerada, seus olhos tentavam ganhar foco na execução dos movimentos, tentando encontrar um ponto de fusão para tais sentimentos opostos. Lentamente, porém com eficiência, Edward aprimorou este domínio, melhorando a cada golpe que proferia, chegando cada vez mais perto do seu potencial total. Mas ele ainda necessitava de mais raiva para alcançar o seu ápice.

–Diga-me, alteza, qual situação que o deixo, digamos frustrado hoje? – Perguntei a ele, como se questionasse sobre um assunto banal.

–Não lhe diz respeito. – Esbravejou antes de me atacar com mais intensidade.

–Bem, eu achei que fôssemos amigos, e amigos sempre querem saber se a cozinheira o negou.

Estratégia perfeita. Agora podia enxergar apenas raiva em seu olhar. A força com a qual me golpeava foi aumentando, mas, ao invés de descontrolar-se, Edward se tornou mais eficaz a cada vez que concluía um movimento.

Se não fosse por meus anos de experiência teria sido atingida inúmeras vezes. Continuei o combatendo até que suas forças o abandonassem. Terminei o combate pacificamente e cai na grama ao seu lado, meus braços faziam-se doer no interior da armadura, desacostumado a tal intensidade de movimento.

– Como sabia de Tanya? – Perguntou após alguns minutos de silêncio. Sua face corada pelo esforço estava voltada para o alto e seus olhos contemplavam o pedaço do céu que poderia ser visto do jardim. – Está um pouco obvio que ela tem me pressionado por algo mais do que mantemos?

– Digamos altez…

–Edward, já disse que pode me chamar de Edward. Aliás, sei que usa o alteza para me enraivecer. – Me interrompeu antes que sequer falasse a primeira frase.

–Digamos, Edward, que eu pude notar que Tanya não está aqui para admira-lo, como é de hábito. E seu olhar de frustação também pode ter contribuído para que chegasse a essa conclusão.

Esperei que ele estivesse pronto para continuar, sem força-lo a derramar-se sobre nada. E minha espera foi recompensada após um longo suspiro.

– Tanya, nos últimos dias, tem estado a me sondar sobre o futuro, fazendo perguntas a cerca dos meus planos para quando se findar a guerra. – Em nenhum momento durante sua fala ele me olhou, apenas fitava o céu de um radiante azul. Sua voz exibia-se monótona, com um tom de resignação. – Claro que ela descuidou-se e questionou sobre com quem pretendia firmar um compromisso. Não ficando satisfeita quando a respondi que, muito provavelmente, casarei com alguma herdeira do trono de um país aliado a Inglaterra ou com uma nobre inglesa.

Alivio e dor mesclaram-se em meu peito. Realizar que Tanya não possuía importância para ele enquadrava-se no alivio, enquanto saber que em pouco me assemelhava a uma candidata a pretendente do príncipe herdeiro com certeza intensificava a dor.

Pare agora mesmo Isabella, não há chances de que eles sequer descubram que é uma mulher, muito menos de casar-se com o príncipe.

Impedi que meus pensamentos tomassem tal curso, mantendo a frase em repetição para que a forçasse a se alojar nas profundezas da minha cabeça. Mas seu corpo, tão próximo ao meu, dificultava essa tarefa cada vez mais.

Levantei-me, antes que enlouquece dentro da minha armadura, e com meias palavras deixei Edward deitado na grama, contemplando o céu. Não haveria paz para mim enquanto permanecesse ao seu lado, precisa fugir o mais depressa possível e foi nessa pressa que me encontrei dentro da caverna estabulo. Aproximei-me de Durna e acariciei sua crina, e ela parecia saber que o estado emocional no qual me encontrava.

– Cada dia de permanência nesse lugar tem se tornado um inferno para mim. Tenho que suplantar estes desejos incessantes em prol da minha missão. – Durna olhava-me atentamente, seus olhos refletiam a mascara. Um pedaço de ferro que selava a minha vida a infindáveis mentiras. Em meio ao caos que habita-me esse reflexo relembra da inexpugnável verdade que devo viver. – Tens razão, tenho uma missão a cumprir e irei honrar minha palavra continuando meu dever.

Sons de passos tomaram minha atenção de volta a realidade, e em expectativa todo meu corpo se retesou. Um mau pressentimento percorreu-me, conferindo um leve amargor em minha boca. Escondida atrás de um monte de feno esperei quem quer que fosse aproximar-se mais. Os passos foram tornando-se mais altos e logo duas outras pessoas ocupavam a caverna.

– Majestade, é seguro que conversemos aqui. – Reconheci Jasper, que apesar de ter plena confiança que estava só ainda falava em sussurros. – Recebi uma ave do rei hoje pela manhã. Vossa Majestade enviou notícias relevantes, porém foi muito breve em suas palavras. Na carta o rei diz que a guerra está pendendo a nosso favor, pois uma grande tropa foi conquistada ao tentar aportar em nosso litoral. Porém alerta para a existência de mercenários dos aliados italianos que estejam a procura da Família Real, que sumiu misteriosamente.

– Odeio os mercenários franceses. – Ouvi o som de cuspe sendo atirado ao chão. Uma situação inesperada e rara, vinda de uma pessoa doce, amável e bem educada como a rainha. – São carniceiros isso sim. Trabalham para quem lhes oferecer mais. Não podemos confiar em homens que vendem serviços cruéis a homens vis.

A voz da rainha Esme estava completamente alterada pelo asco e ódio. Por algum motivo insondável meu coração se apertou em meu peito.

Talvez Isabella, decorra do fato de você ser um desses “homens”. Caçador de recompensas é só um nome mais rebuscado para mercenário.

Minha consciência, a cada dia mais autoritária, não me deixa esquecer quem sou, sempre com seus amargos tapas de verdades. Teria que esperar , há um assunto mais importante para se ouvir.

– Compreendo sua apreensão majestade. E sei que conviver com Iron não a agradou de inicio, mas noto algo diferente nele, algo que talvez não seja propriamente de um mercenário.

–Espero que assim seja. Sou muito grata a ele por trazer Edward em segurança, mas se for preciso dar a ordem, assim o farei.

Após aquelas palavras duras os dois se retiraram como se nada tivesse ocorrido, podia ouvir os passos pesados de Jasper, que provavelmente estava conversando amenidades com Vossa Majestade, disfarçando o teor da conversa anterior. De certa forma, não poderia esperar algo diferente, não era bem-vinda em nenhum lugar. Mas agora havia um assunto mais importante a ser resolvido, sabia quem estava atrás destas pessoas, farejando como lobos selvagens famintos. Demetri era isso, um lobo selvagem com fome de morte e ouro, rastreando seus desejos em nossa direção.


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Notas finais do capítulo

Desculpe, longo tempo para coisa pouca, mas aproveite.



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