É Segredo escrita por Phallas


Capítulo 20
Capítulo 20 - Que permaneça no silêncio


Notas iniciais do capítulo

Caramba. Vinte capítulos. É só por causa de vocês que a fic foi tão longe e continua indo para frente, então muito obrigada por perderem o tempo de vocês escrevendo reviews para essa autora aqui, não tenho como descrever o quão bem eles me fazem ;) Até porque, nunca pensei que essa história fosse ter tantos capítulos, nem que ia receber comentários, portanto, muito obrigada.

Queria também agradecer à YandraS e Milesaway por recomendarem a minha história. Correndo o risco de parecer infantil (e meio desesperada), preciso admitir que pulei igual a uma criança de cinco anos quando vi que vocês gostaram tanto da "É Segredo" a ponto de recomendarem ela. Verdade, fiquei muito, muito feliz mesmo. Espero que continuem gostando dela, e eu agradeço muito, de coração. Quero ainda pedir desculpas à Yandra por ter demorado tanto para agradecer a recomendação dela, é porque eu estava em época de provas e postava meio correndo, mas ver que vocês gostaram significou muito para mim.

Enfim, sei que tem alguns personagens na minha história que vocês adorariam matar sufocados, então vou parar de enrolar e de atrapalhar a leitura de vocês. Desculpe falar tanto. Boa Leitura ;D



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"Tolo e muito tolo é aquele que, ao revelar um segredo a outra pessoa, pede-lhe encarecidamente que não o conte a ninguém."

                                    Miguel De Cervantes

Vinte pares de olhos me encarando. Vinte pares de olhos acusadores me encarando. De todas as pessoas, Megan é a que parece ter mais raiva.

- Bellie... - Escuto alguém lá atrás falando.

Tensy olha para mim assustada. Eu pareceria muito culpada se saísse correndo gritando pela minha mãe agora?

- Eu não acredito que você...- Helaina começa, mas, em um segundo completamente inesperado, Griffin a interrompe e fala:

- Bellie não me disse nada. Eu só suspeitei porque já vi vocês vendo o futebol do Ensino Médio enquanto estava acontecendo treino de vôlei, só isso.

Eu respiro fundo aliviada e não sou a única.

- E você vai contar para o Peter? - Hannah pergunta, preocupada.

- Não. - Griffin diz, com a voz a tranquila. - Se me prometerem que vão treinar para o jogo de amanhã.

As meninas prometem e o garoto, sorrindo, nos manda voltar a jogar.

Estou começando a pensar que talvez ele não seja tão ruim assim. Mas só talvez.

                                           ○               ○               ○

- Eu te disse que ele não tinha nada contra você. - Tensy me diz.

- Você nunca me disse isso. - Falo, com um sorriso. 

- Eu sei, mas eu devia. Viu como ele te salvou na frente de todo mundo?

- Ele não me salvou. Ele é que não devia ter questionado Lilly.

- Claro que devia. Ela é idiota. O jogo era no dia seguinte, o que ela estava pensando?

Nós paramos de falar quando Helaina aparece do nosso lado e avisa que já é hora de irmos. Eu e Tensy deixamos o vestiário acompanhadas pela outras e adentramos o ginásio. Está completamente abarrotado de gente. Griffin nos espera, parecendo alegre e mais lindo do que nunca, na camisa de treinador do time que Peter usa. Nós nos reunimos em volta dele e a grande maioria das garotas não consegue segurar um sorriso.

- Muito bem, nós treinamos para isso.  - Ele diz. - Quero que entrem lá sorrindo e saiam sorrindo também.

O discurso nos surpreende, já que é exatamente ao contrário de tudo que Peter falaria. ("Quero que entrem lá e dêem o sangue pelo time")

- Quero que se divirtam, ajudem umas às outras e mantenham o espírito de equipe.

"Quero que ganhem, massacrem as adversárias e não levem nenhum ponto."

- Quero que façam o melhor que puderem, mas se lembrem que é só um jogo. Tentem não se machucar.

"Quero que vão buscar a bola no fim do mundo se for preciso, dêem um motivo para essas joelheiras."

- Respeitem as rivais.

"Mandem o dedo do meio a elas quando o juiz estiver de costas."

- Ouçam as regras.

"Vocês podem fazer o que quiserem se ninguém estiver olhando."

- Agradeçam o apoio da plateia.

"Derrubem Puttyn da cadeira se passarem perto dele."

-  Mas acima de tudo, joguem felizes.

"Mas acima de tudo, joguem para ganhar."

Ele nos libera para nos aquecer e nós nos dispersamos, pela primeira vez em muito tempo, realmente felizes.

- Aí, capitã. - Griffin me chama e, quando viro, joga para mim a braçadeira de líder do time. - Entre lá e faça o que sabe fazer. - Ele completa, sorrindo.

Eu sorrio para ele de volta.

- Não ia me deixar no banco de reservas?

- Ia. - O sorriso de Griffin aumenta. - Mas mudei de ideia. - Ele pisca para mim. 

Steve Puttyn anuncia o começo de mais um jogo e eu entro em quadra pronta para ganhar.

Ganhamos o primeiro set. Por incrível que pareça, foi quase fácil demais. Às vezes, passo perto das garotas e as ouço cantarolando a música que Griffin nos mandava cantar em nossos treinos. Não parece tão ridículo agora.

O segundo set também é nosso. O time errou pouquíssimo e todas ajudam umas à outras, sob os gritos encorajadores de nossos colegas.

Conseguimos a vitória que tanto precisávamos. Sra. Mckingom olha orgulhosa para Griffin, que agora pula com o time e mais grande parte do colégio, comemorando.

                                                 ○               ○               ○

- Bom dia. - A sra. Nichols fala para turma toda enquanto entra.

Eu sei que é difícil de acreditar, mas, em pleno primeiro horário de segunda-feira, a turma a responde entusiasmada. A alegria da vitória de sábado contagiou todo mundo.

- Parabéns ao time juvenil feminino de vôlei do colégio. - Ela fala, com a voz meio seca e sem vida, mas os outros não percebem.

Fico contente que o colégio inteiro fique feliz quando ganhamos. É rídiculo, e eu sei disso, mas estou realmente começando a pensar que Griffin não me odeie tanto, afinal de contas. Quero dizer, o modo como ele comandou o time foi incrível, e me colocou para jogar no final. Não que não fosse obrigação dele, mas mesmo assim.

Todos ainda comentam da partida, de modo que sra. Nichols tem que dar tapinhas no quadro para conseguir silêncio.

- Sim, sim, foi muito legal, mas já acabou. - Ela fala. - Por favor, deixem o vôlei de lado por um momento.

Ninguém para de falar. Por fim, a professora se irrita e solta um berro que cala a classe inteira.

- Eu quero falar uma coisa. - Ela anuncia.

Os alunos se acalmam e esperam.

- Acho que se lembram daquela prova que fizeram há um tempinho, não?

Assentimos para ela. Como esqueceríamos o teste no qual ela deixou um aluno ser fiscal de prova?

- Pois bem. Dei zero para a turma inteira.

A sala, após um segundo de silêncio que sucedeu à declaração, irrompe em reclamações e palavrões. A expressão da sra. Nichols não se altera hora nenhuma.

- Vocês deviam ter vergonha. Todos vocês - ela aponta para nós com o dedo indicador - colaram nas questões.

Agora nenhum aluno se pronuncia.

- E quem não colou - ela continua - passou cola.

- De onde tirou isso, sra. Nichols? - Vinni pergunta.

- Não me venha bancar o inocente, Prettery. Ainda não conversei com seus pais sobre o balde, quer incluir mentir para a professora na lista de faltas cometidas?

Vinni se cala e olha para o chão. Sra. Nichols levanta uma das sobrancelhas, como que desafiando-o a questioná-la mais, mas olha para a frente que continua.

- Eu tenho sorte de que me avisaram. E realmente, as respostas estavam idênticas, nem colar decentemente vocês sabem! Acho excelente que pelo menos temos um aluno educado e ajuizado nessa classe - Ela olha rapidamente na direção de Griffin. - Que sabe que colar é errado e avisa os professores. - Sra. Nichols termina, com a voz dura.

Eu não acredito que ele fez isso. Griffin tinha dito à professora que foi tudo bem na frente da sala, ou aquilo foi só um teatrinho, enquanto ele esperava ela deixar a sala para sair correndo atrás dela e lhe entregar tudo o que havia acontecido durante o teste, como um bom menino?

Percebo, furiosa, que ninguém acusa Griffin. Será que ninguém reparou que foi ele quem disse à sra. Nichols que a sala inteira cola?

- Vou passar a ficar mais atenta às provas de vocês. Me disseram que vocês também colaram nas outras, e até mesmo nas de recuperação! Onde o mundo vai parar, meu Deus? - Ela olha para cima, como se suplicasse uma solução do céu.

Finalmente, Vinni se desencosta da cadeira com rapidez e força e aponta para Griffin, espumando de raiva.

- Foi você! - Ele grita.

Griffin permanece estático. Move apenas os lábios.

- Não fui eu.

- Mas é claro que foi! - Vinni berra novamente. - Você era o fiscal.

- Quem foi não interessa, Prettery. - A sra. Nichols encerra o assunto. - Vocês estavam errados e acabou. Além do zero, mais duas semanas de detenção para todos. Inclusive para você, senhor Carmichael, por não ter me dito antes.

Me sinto um pouco melhor ao saber que, por não ter contado na hora, Griffin também ficará de castigo, embora seja muito, muito pouco comparado ao que ele fez. Olho-o completamente desconcertada, enquanto a expressão dele permanece congelada e fria, assim como tudo que um dia pensei dele.


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