A Brave New World escrita por Maria Salles


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

- Seu quarto? Este é o meu quarto.



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Assim que entrei em casa, senti como se algo estivesse errado. Não sei como explicar. Algo estava fora do lugar. Subi as escadas com cuidado até o quarto, que eu chamava de meu. Foi ali que eu sabia que o que eu temia era real: tinha alguém ali. Não era strigoi, meu estomago me avisava que não, mas também não era nenhum dos Belikov, e o simples fato de estar no meu quarto no escuro era o suficiente para me fazer atacar.

Sem ter um segundo pensamento sobre o que eu devia fazer, eu chutei exatamente no meio das costas do invasor, e minha falta de barulhos o pegou desprevenido que era exatamente o que eu queria, e ele acabou cambaleando em direção a parede, se recuperando rapidamente ele se virou,  mas infelizmente para ele,  eu estava esperando por isso, e dessa vez meu pé encontrou o lado do seu rosto, fazendo cambalear novamente.

E como uma deja vu, ele se recuperou rapidamente, novamente, com a diferença desta vez de se por em posição de ataque, e eu nem ao menos vi quando ele andou pelo quarto até ficar perto o suficiente para que pudesse me acertar com um soco de esquerda, que me fez ver estrelas e sem um segundo de hesitação acertar um de direita na minha barriga, que fez com que eu me curvasse.

Ele aproveitou minha momentânea desorientação e abraçou minhas pernas, me jogando no chão e tentando me imobilizar em seguida. Mas se esse cara pensava em ganhar assim tão fácil, ele não sabia o que o esperava.

Então, antes que ele pudesse pensar em se abaixar para fazer a imobilização, eu choquei meus dois pés em seu estômago, e depois me levantando apenas o suficiente para lhe passar uma rasteira.

Mas como se previsse meus movimentos, ele conseguiu de alguma forma me segurar e assim me jogando ao seu lado no chão.

A este ponto, mesmo com o frio que fazia do lado de fora, e eu sabendo que o aquecedor apenas provia o calor necessário para a casa, parecia que eu estava no inferno.

Eu podia sentir que minha blusa estava grudada ao meu corpo, por causa do suor excessivo, minha respiração estava curta, rápida e pesada. E agora eu sabia que não precisava me preocupar com todas as calorias que tinha ganhado desde que Olena começou a me alimentar, porque apenas nesses poucos minutos de luta eu as tinha perdido e muito mais.

Minha linha de pensamentos foi cortada quando meu invasor montou em cima de mim, conseguindo me imobilizar, e eu então fiz o melhor movimento Rose Hathaway possível, rapidamente e com determinação eu bati minha testa contra a sua, e mesmo que isso tenha me feito grunhir também o fez abrir a guarda e com um rápido movimento dos meus quadris, eu enrolei minhas pernas na sua cintura e nos girei, e por um momento eu pensei reconhecer o perfume que exalava dele.

Mas novamente, um dos seus movimentos me fez voltar à realidade, e enquanto ele usava suas mãos para empurrar meus ombros para trás e vinha para cima de mim, e parecia que eu podia escutar a voz da Alberta me avisando que uma imobilização para ser completa também tinha que prender os membros superiores.

A dor que eu senti quando o chão fez contato com minha cabeça, após o movimento brusco e rápido me fez fechar os olhos e liberar todo o ar que tinha nos meus pulmões e foi nesse exato momento que o silêncio em que o quarto estava mergulhado foi quebrado. 

- Rose?                                                            

Abri os olhos, e, a pouca luz que vinha do corredor, encarei um par de olhos escuros que eu conhecia muito bem. Suas feições estavam meio embaçadas devido a pancada na cabeça que eu levara, mas definitivamente, eu conhecia o russo a minha frente.

- Dimitri? – exclamei com o pouco de folego que me restava - O que, Diabos, você está fazendo aqui?

- Eu moro aqui. – disse como se declarasse o óbvio. – a pergunta é o que você esta fazendo aqui? E por que me atacou!?

- Você mora aqui? Wow, pera lá! Desde quando?

- Desde que me entendo por gente. Rose o que você está fazendo aqui? Como chegou até aqui e como tem a chave de casa?

- Hey, Camarada calminha ai. Estou tão confusa quanto você. E o fato de você estar me prensando contra o chão não me ajuda a pensar.

Dimitri percebeu que estava me machucando com certo assombro, e se levantou com agilidade do chão. Ele estendeu a mão para me ajudar a levantar, mas por orgulho recusei-a e me levantei sozinha. O calor não era mais tão infernal, mas ainda sim sentia ondas quentes passarem por meu corpo, e elas não tinham nada a ver com a luta recente ou adrenalina no sangue.

- Agora, será que você pode me dizer o que faz aqui?

Dimitri cruzou o quarto e abriu a janela. Apesar de ainda ser cedo, a luz do sol era muito pouca e loco anoiteceria. Pela brisa que entrou no quarto, algo me disse que seria uma noite fria.

- Eu te disse no bar. Me mandaram pra cá. Não é como se eu tivesse escolha. – respondi em um misto de confusão e contentamento por encontra-lo aqui. – Eu não sabia pra onde ia nem com quem ficaria naquela noite, mas, bem, eu acho que você já sabe a resposta agora.

Ele me olhou por um instante, e vi seus olhos brilharem com a ficha que caiu. Pôs as mãos na cintura e suspirou pesado.

- Não... você é a filha da Janine Hathaway? Rosemarie Hathaway? – eu não respondi, mas acho que não precisava – Caramba! Era você o tempo todo! Eu sabia que minha mãe receberia alguém em casa para passar um tempo, ela me pediu pra voltar e ajudar vovó, apesar de eu saber que farei todo o trabalho mas...

- Eu não vejo onde está o problema aqui. Tudo bem que eu não sabia que ia ficar com sua família, e eu nem estou surtando aqui. Aliás, por que eles te chamam de Misha?

- É o equivalente à Dimitri. Dimitri, Misha, Dimka. Tudo o mesmo.

- Russo é uma língua estranha. - Ele riu, divertido, e me aliviei por ver que estava mais tranquilo - Hey camarada, eu disse que ia te encontrar não disse? Aconteceu de uma forma totalmente diferente, mas, bem, aqui estou eu.

Ele murmurou algo em russo e então riu. Não era uma risada de felicidade como eu gostaria, mas sim de descrença. Ele se sentou na cama de Viktoria e eu me sentei defronte a ele, na cama que eu dormia e, bem, era a dele.

- De todas as pessoas... – ele murmurou e então se voltou para mim, parecendo mais conformado – Então, Rosemarie Hathaway, quem foi que te treinou? Você é realmente muito boa, apesar de uns deslizes que podem ser consertados, eu nunca diria que você é uma recém-formada.

- Foi a Alberta. Guardiã Alberta Petrova. Tivemos treinamentos extras para que eu compensasse os dois anos fora. Eu alcancei e passei a turma em dois meses, mas ela achou que seria bom pra mim se continuarmos os treinos. E ela não estava errada.

- Dois anos fora? Você foi pra onde?

- Lugar nenhum. – respondi ríspida me levantando da cama. – Sua mãe sabe que você vem hoje? Estávamos te esperando apenas amanhã.

Já estava na porta do quarto quando Dimitri me segurou pelo braço, e me olhou com uma sobrancelha erguida. Eu não fui a única quem sentiu uma corrente elétrica passar por meu corpo, pois Dimitri me soltou quase quanto antes que me segurou.

- Eu não quero falar disso agora está bem? É uma história longa, que me lembra de situações desagradáveis, e não quero me lembrar delas agora, pode ser?

Ele hesitou, mas por fim assentiu e mudou de assunto

- Ahn, Rose... Por que, diabos, você me atacou?

- Você estava no escuro, no meu quarto, quando eu sabia que não tinha ninguém em casa. O que esperava que eu fizesse?

Ele quase sorriu, mas franziu o cenho em confusão.

- Seu quarto? Este é o meu quarto.

Me virei para encarar a cama. Uh, isso seria um problema. Eu não sabia como Olena iria resolver isso, mas não acho que Dimitri gostaria de dormir no sofá.

- Só para esclarecer as coisas – me virei para encará-lo seriamente – Nem morta que eu durmo no chão. Nunca. Eu sou, tipo, alérgica a isso.

- Temos um problemão aqui então. Por que eu não estou disposto a simplesmente ceder minha cama pra você.

Eu senti uma deixa em sua fala, e um pensamento malicioso se formou em minha mente.

- Não ceda então. – um sorriso brincalhão se formou em meu rosto. Dimitri ergueu uma sobrancelha e encarei isso como um incentivo. – A gente pode dividir a cama, não vejo problema algum nisso.  Além do mais... – me aproximei dele e ele prendeu a respiração – naquela noite, no bar, você parecia bem disposto a mais que isso...

Em um ápice de ousadia, eu deslizei o indicador em seu peito em gesto provocativo, sentindo-o arfar. Eu havia tido sonhos com um russo que me sussurrava coisas obscenas a semana toda, e o culpado estava ali, na minha frente. Eu deveria aproveitar, não é?

- Rose...

Ele começou a falar, segurando minha mão, mas barulhos no andar de baixo chamou nossa atenção.

- Rose? Você já chegou?

Era a voz de Olena. Os olhos de Dimitri brilharam e ele sorriu com tanta alegria que me fez perder o folego. Nossa, que sorriso genuíno e maravilhoso!

- Há quanto tempo não os vê?

Perguntei  enquanto o seguia para a porta. Mas não deu tempo dele responder, pois alguém havia pulado em cima dele.

- Dimitri!

Viktoria e Dimitri se abraçaram forte por um tempo, antes dele a por no chão e beijar o rosto dela cheio de saudades.

- Ah, Moya malenʹkaya*! Que saudades estava de você!

- Meu Deus, o que você está fazendo aqui? Mama disse que só chegava amanhã a tarde. Ai, caramba! Ela vai surtar quanto te ver! Mama não tem nada pronto do agrado dela!

Ele riu e abraçou novamente. Era tão lindo ver os dois matando as saudades. Olena iria ter realmente um troço! O filho prodígio a casa torna. Ela me falou tanto dele que parecia que eu havia crescido naquela casa, no meio dos livros da sala, com o pão preto e toda aquela família reunida e se amando. Nunca realmente pensei na minha família como pensei esta semana. Na família que eu não tinha. Fora criada pela Academia, e por mais que eu adorasse os pais da Lissa antes do acidente, não era a mesma coisa. Eu não me sentia filha deles, mesmo que eles me tratassem bem e gostassem de mim. Era diferente. Mas aqui... Nesta casa. Era como se pertencesse a um lugar, a uma família. E, merda, eu queria isso.

Com toda a sutileza possível que aprendi para escapar dos dormitórios alheios no meio da noite, sai do quarto e desci as escadas nas pontas dos pés. Olena estava na cozinha e sorriu a me ver. Tinha um avental amarrado na cintura e uma toca nos cabelos.

- Ah, Rose, você está ai! Vem, lave as mãos que vou te ensinar a fazer aquele pão agora.

- Olena, eu acho melhor você subir pro quarto de Vik. – disse sem entrar na cozinha, optando por ir ao jardim. – Tem algo lá pra você.

- Algo pra mim?

Ela franziu a testa e foi para as escadas enquanto eu saia para a varanda dos fundos, mas mesmo assim ouvi seu grito de alegria.

Eu não chorava. Nunca. E não seria agora que isso iria acontecer. Não iria me permitir uma fraqueza dessas. Porra Rose! Você já enfrentou Strigois, viu seu melhor amigo morrer, quase perdeu sua melhor amiga e quase passou dessa pra melhor umas duas vezes! Não vai ser uma reuniãozinha de família que vai desencadear isso, vai? Já bastaram duas malditas lágrimas caírem sem meu consentimento em frente à Olena, eu não ia chorar agora na frente da família toda.

Mas eu era uma quebradora de promessas. Prometi a Lissa que não a abandonaria, e assim eu fiz. Prometi que iria protegê-la aos pais dela, e agora senti que falhara. Também prometi que daria uma chance a Mason, e não fiz isso. Agora ele estava morto. Eram milhões de promessas e nenhuma cumprida! Uma delas, por honra, eu deveria cumprir. Eu tinha que ficar aqui e dar meu melhor e voltar em um ano mais foda que... minha mãe. Se eu ficasse melhor que ela, estaria satisfeita. E não seria mais ‘a filha problemática da Grande Maravilhosa Guardiã Hathaway’.

- Está perdendo a festa lá dentro.

Me virei para encarar um Dimitri alegre e com um largo sorriso no rosto. Estava sentada em um banco sob uma arvore, os pés sobre o assento e abraçando as pernas para me esquentar.

- A festa toda é pra você, camarada. Quem está a perdendo não sou eu aqui.

Eu procurei sorrir, mas acho que minha tentativa foi meio falha, pois ele veio diretamente até mim e se sentou ao meu lado no banco.

O Dimitri que estava ali era diferente daquele que encontrei no bar. O Dimitri do bar estava sendo distraído a força, embora depois ele tivesse realmente relaxado mais ao meu lado. Mas o sorriso era diferente. Não era esse luminoso e genuíno. Não era totalmente relaxado como o que ele dera ao ver a família. Eu fiquei feliz por ele, mas ao mesmo tempo não pude deixar de sentir inveja.

- Caramba, Rose, você está gelada! – ele tirou o casaco estilo cowboy e o colocou em meus ombros. Estava quente e a diferença de temperatura me fez tremer. Realmente, eu deveria estar com frio. – Vai acabar ficando resfriada, ou pegando uma pneumonia.

- Você sabe que isso é improvável.

- Mesmo assim, isso não pode fazer bem. Vamos lá pra dentro. Todas já chegaram, minha mãe está esquentando algo para comermos.

- Não estou com fome, obrigada. – na verdade estava morrendo de fome, mas não queria ser uma intrusa na cena – Depois eu entro. Vou ficar aqui mais um pouquinho.

- Lembra quando você me disse que tinha 23 anos e eu não acreditei? Pois então, eu também não acredito agora, que você não está com fome. E eu sei que tem algo te incomodando, Rose, não adianta negar. O que foi?

- Qual é, camarada. Você chegou agora, fazia tempo que você não via sua família. Acredite, estou aqui uma semana e eles não pararam de falar em você. Era Misha pra cá, Misha pra lá. Não seja idiota e vai lá curtir eles e pare de se preocupar com uma estranha.

Ele me olhou e eu desviei os olhos, olhando para a minha própria mão. De onde havia saído tanta magoa? Nem eu sabia que estava tão incomodada assim. Nunca achei que sentia tanto a falta de ter uma família antes.

- Rose. – eu não respondi e ele insistiu - Rose, olha pra mim.

Eu não fiz o que ele pediu com gentileza, por que sabia que assim que eu encarasse aqueles olhos escuros eu iria cair no choro. Dimitri tinha um efeito sobre mim que me desconcertava. Era como se ele visse minha alma e soubesse exatamente o que fazer ou dizer pra mim. Chegava a ser engraçado, considerando que nos conhecíamos a muitíssimo pouco tempo.

- Ela te ama, sabia? – eu o olhei, confusa – sua mãe. Ela pode não demonstrar isso de uma maneira convencional, mas ela te ama e quer o seu bem. Não fique fazendo isso.

- Isso o que?

- Comparando uma família com a outra. Imaginando como seria se tivesse sido de outra forma.  A forma como você foi criada determinou quem você é hoje.

- É. Irresponsável, inconsequente e sei lá mais o que.

- Independente. Decidida e dedicada. Forte. Rose, mais cedo quando lutamos no quarto você foi incrível. Estou falando sério. E o que eu disse no bar também, você tem uma espécie de discernimento do mundo que os outros não tem. Sejam recém-formados ou não.

- É, bem, eles não parecerem ligar muito pros meus feitos. O que pesa e a única coisa que eles vêm são meus erros. Por isso estou aqui. Dimitri, não leve a mal, eu adorei a sua família, mesmo. Mas não era para estar aqui. Era para eu estar ao lado de Lissa.

- Encare isso como uma experiência de campo. – eu revirei os olhos e ele se ajeitou no banco ficando de frente pra mim – é sério Rose. Pense que será bom para as duas esta separação. Será saudável. Ela tem que aprender a confiar em outros guardiões além da melhor amiga. E você precisa disso, precisa desse ambiente familiar que você mesma disse que cresceu sem. Minha vó foi uma excelente guardiã, e você pode aprender com ela. E pode aprender comigo. Eu ficarei em casa por um tempo, e me disponibilizo para treinar com você. Tem muita coisa que escola não ensina sobre a vida real, tem muita coisa que passa batido e eu posso te ensinar. Eu sei que você gosta de desafios. Encare esta experiência como mais um.

- Pode ser... – murmurei com um suspiro – é que tudo isso é muito frustrante!

Ele sorriu e me abraçou de lado. Me senti bem com seu toque e encostei a cabeça em seu ombro, me permitindo relaxar.

- Eu sei, e isso é a vida. Nem sempre ela corresponde às suas expectativas, e você tem que sobreviver a elas. – ele me apertou de leve, em gesto reconfortador – só me faz um favor? Melhor, me prometa uma coisa?

- Vamos ver... – ele me olhou insistente e eu revirei os olhos – tá, tudo bem. Prometo.

- Não desista. Nem fuja. Fique por um ano como o planejado. Por favor.

Eu sorri brincalhona e dei um cutucão de ombro no ombro.

- Vai sentir minha falta, não é camarada?

Para a minha surpresa ele riu e beijou o alto da minha cabeça.

- Quer saber? Eu vou sim.

Ficamos assim, meio abraçados por um tempinho. Foi muito bom. A conversa, a companhia. Não precisávamos falar, não era necessário. Apenas a presença dele, o perfume, me faziam bem. E parecia que toda a minha infelicidade havia diminuído. Definitivamente, eu não ia fugir dali. Não queria ir a lugar algum, na verdade, que Dimitri não estivesse.

- Eu acho que devíamos ir pra dentro – disse finalmente, quebrando o silencio. – Elas vão ficar preocupadas e achar que tem algo errado.

- E você não quer isso.

- Não, eu não quero. Além do mais, está frio aqui fora, você tem razão. E acho que elas te querem lá dentro pra matarem a saudade.

- Vamos então. Mas quando a ficarem preocupadas, não se preocupe. Vovó Yeva que disse pra eu vim falar com você.

- Ela disse é?

- Sim. Falou que seria melhor eu de todos aqui.

- Ela me assusta. Parece que ela sempre sabe mais do que aparenta.

- De certo modo sim. Mas isso é assunto pra outra hora. - Ele se levantou e eu o segui rumo a casa. – por hora vamos nos esquentar e ouvir minha mãe te contar histórias embaraçadoras sobre minha infância.

Eu ri algo subindo os degraus da varanda.

- Ah, Dimitri, ela já me contou muita coisa. Mas quero saber mais, sabe? Principalmente na presença do maior interessado aqui.

- Sinto que não é uma boa ideia.

- Tarde demais, camarada.


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Notas finais do capítulo

Dimitri está de volta! E agora, como será que serão as coisas na casa dos Belikov, han? Esperem e vejam. Enquanto isso, indiquem e mande reviews! Garanto que leio TODOS!

"- Seu desejo é uma ordem, pequena damphir. – ele pegou minha mão e a beijou com cuidado – Mas eu volto, outra noite."